Despedida de Emprego
Eu disse adeus a muitas coisas: aos meus velhos amigos, à minha infância, ao meu dom de fazer piadas boas, ao meu ânimo (…). Agora eu quero dizer adeus ao agora. Aos novos tempos. Ao sofrimento. Ao passado. À uma brincadeira esquecida, a um sorriso mal feito. Ao que não teve graça e mesmo assim eu ri. Eu não preciso mais forçar meu interior a gostar dessas coisas. Eu cresci, e agora eu sei o que é verdadeiro pra mim. O que eu quero de verdade. E sei que não faz parte de nada do que passou. É o que estou construindo e a forma como ele está agora. A forma que ele vai ficar. Ou quando ele estiver pronto. Eu vou dizer adeus a muitas coisas, sim, e eu pretendo começar dizendo adeus a mania de achar que sonhar uma aventura é o mesmo que vive-la.
Adeus ao Poeta
Terça- feira, 16 horas.
Faltou luz no escritório.
Se fechar meus olhos, volto num instante àquele dia.
Abri a porta do escritório que emperrava no chão. Seu barulho rasgava o tecido fino do barulhinho de chuva que sussurrava naquela tarde.
Meu chefe se assustou. Ele estava sentado em sua poltrona que ficava bem em frente a porta.
Uma vela iluminava a sala repleta de livros.
Tudo estava delicado - olhos delicados, susto suave, respiração lenta, limpa e branca.
Senti uma ternura imensurável quando o avistei.
Pediu-me que sentasse ao lado de sua poltrona para que conferíssimos as cartas que seriam enviadas no dia seguinte. Peguei a vela para iluminar uma das cartas enquanto líamos.
Meu chefe, poeta, em meio aos seus 92 anos, era personagem principal daquela tarde cinzenta. Nela, ele escrevia, lindamente, o último parágrafo da sua história.
Tudo escuro em volta. A vela criava um mundo paralelo, onde só existia ele.
Tive a nítida sensação de estar sentada num imenso teatro. Ele no palco, em sua poltrona antiga. Escuridão - foco nele. Sua última poesia sem palavras. Sua última poesia, era ele.
Comecei a observar suas veias, sua pele fina e enrugada. Cada linha de velhice, me contava uma parte da sua história. Naquele momento, o Dr. Barreto me apresentava, sem querer, toda a sua biografia. Nos tornamos, assim, velhos conhecidos.
Quando terminamos, ele se levantou. Guardei algumas coisas em sua pasta. Ele pegou seu guarda-chuva e
foi saindo devagar. Como aquele dia cansado, porém, com o aspecto de missão cumprida, fazendo uma combinação perfeita com o poeta que tinha poesia até nas linhas de velhice das suas mãos.
"Até amanhã...", disse ele.
No dia seguinte, pela manhã, não havia mais Dr. Barreto. Só a poesia e o cheiro da vela no escritório. Poesia essa que, sem saber, ele escrevera para mim. Naquela tarde chorosa, que tanto chorava porque do poeta despedia-se em silêncio...
Essa é uma singela homenagem ao Poeta e Fundador do Movimento Poético Nacional, " Dr. Sebastião da Silva Barreto", que tornou nosso curto tempo de convivência tão grandioso que ficará eternamente gravado em minha memória.
Hoje eu me tornei poema, usei palavras claras nas frases escritas,
disse um adeus a tudo que já não me importava mais, e abri as portas
a um mundo novo.
Nem sempre quem diz "adeus!" sumirá no oco do mundo. Mas aquele que diz "e aí?" vai te incomodar bastante.
Faça as malas e se vá
Me deixe sem nem adeus
Vá pra longe vá pra lá
Esquecendo o que é seu
Na mala eu não posso ir
Espero ir no coração
Não a verso nem canção
Que faça você ficar
Ficará só a saudade
Ficará a aumentar
Venha logo e seja esperta
Que a porta está sempre aberta
Pra quando você voltar !
Ao Deus nossa união, todas as divinas bênçãos.
Adeus suas rugas, sua marcha fúnebre, seu jeito ilógico de trazer-me o silêncio quando o SIM é bem maior e precioso ao coração.
E o NÃO deixar de ser tão embaraçoso ou menos impotente. Seja então!
E se eu resolver seu faz de conta?
E seu resolver os problemas?
E se eu disser somente aquilo que queres ouvir.
Assumo o risco, assumo o compromisso também de quem sabe um dia ouvir bem mais do que ainda nem podes falar.
E se você desfilar em uma de minhas mil alegorias.
E se eu te puser de volta ao paraíso e lá não houver serpente e nem maçãs?
E se eu resolver carregar com você suas dores,
E se eu resolver carregar suas dúvidas, suas desarrazoadas mágoas.
E se eu simplificar tudo e puser você em meus braços, te carregar por um bom período por entre meu colo até reanimar e reorganizar-se.
Assim, se necessário for acertemos, aceitemos juntos que o impossível é o nosso melhor alvo.
E se eu te chamar para um pique-esconde por entre meus lençóis?
E se eu sumir com os ponteiros de seu relógio, sabotar com belos rabiscos seus compromissos.
E se eu derramar chocolate em seu corpo, flores por entre os tenebrosos espinhos...
E se eu fingir que nada sei, se eu sumir de vez com todas as suas regras, com todos os meus códigos, com todos os recursos sofisticados.
E se eu te convidar para juntos ser feliz?
E se eu queimar seus melindres e manuais de boa postura?
E se aumentarmos a fogueira, pusermos juntos as minhas e as suas dúvidas, minhas e suas loucuras, minhas e suas besteiras. Minha e sua imagem à beira de alguma fogueira, a espantar vazios e fazer iluminar, aquecer.
E se eu persistir sempre mais, se eu mudar a roupa, colocar novas fragrâncias e descobrir milhões de acasos para nos unir.
E se eu costurar minha sombra a sua e se nada disso der certo, redefino a melhor técnica, redescubro novos versos.
Há sempre infinitas chances para se tentar ser feliz, duvida?
ADEUS...
Eu aprendi com a vida que nada é permanente.Tudo passa.As pessoas se vão,mas as memórias ficam.Eu aprendi isso com você.E sou muito grata por isso.Você está buscando um novo rumo para a sua vida.Eu entendo.Também irei procurar um novo rumo para a minha.Mas o que fazer com esse sufoco que está preso em meu coração? Como me livrar das recordações? Talvez a resposta seja essa: Nunca tente se livrar das lembranças,pois são elas que vão te empurrar para frente. Pode parecer estranho, mas a verdade nunca é direta. É preciso buscá-la. Hoje você partiu.E eu lhe digo Adeus. Mas esqueci de te dizer mais uma coisa: Obrigado por ir embora,pois agora chegou a minha hora.
Essa é aquela hora que só dizemos adeus com um leve sussurro com a ponta dos lábios
Como se não quisesse realmente partir
Como se não pudesse ficar
E não quisesse ir
Mais que no fim é preciso.
E ele disse adeus e continuou andando, deu as costas pra mim. Mas, de um leve súbito, virou-se e sussurrou “seja feliz”. Ainda estou me perguntando se ele estava falando sério, se ele é idiota o suficiente para acreditar que eu seria capaz de sorrir sem ele do meu lado. Ele chegou, eu me apeguei, ele me fez feliz e simplesmente foi embora, sem se importar com o vazio que ficaria dentro de mim.
Dar adeus é mole, seja ele com um caixão, flores e uma novena, ou com malas no chão esperando o próximo trem para ir para algum lugar. O mais difícil é lidar com o que fica, com o que não foi dito, o que foi comemorado, tudo que foi acalentado e todas aquelas fotografias mentais que chamamos de memórias. Complicado mesmo é carregar um coração cheio de saudade, uma mente povoada de lembranças. Tudo que remonta o que foi verdade, seja uma música, uma comida, um lugar. Com um “tchau” dado às pressas, tudo se perde, ficamos apenas com o espaço liberado para novos hóspedes se alojarem. Isso é, se permitirmos isso algum dia.
O melhor momento para dizer adeus é quando se diz olá. Uma vez dita a segunda palavra, um já é alguém para o outro. E isso torna tudo mais complicado.
"DONO DE SI"
"Então, é chegada a hora de dizer adeus à velha infância;
Ao tempo em que era coordenado, ordenado...
Hoje, você é o seu delegado, o seu próprio supremo.
Dono de si, a sua responsabilidade sobre si mesmo só aumenta.
Agora, já não há mais a quem culpar, ou a quem julgar.
Frente ao espelho, você é mera consequência das causas a que se propôs.
Você pode escolher entre ser o seu melhor amigo ou o mais desleixado deles".
