Desistindo
Jamais desisto do amor, mais do que armas, sou um guerreiro destemido... sem medo do tempo... viajo sob as estrelas riscando aos céus minha passagem... no brilho de um olhar supremo me rendo em descanso, mas ao piscar dos raios me levanto em direção ao norte na mais secreta das viagens e por passagens distantes... esse pássaro azul, desaparece no radar dos homens... vem plumar sobre nuvens a espera do encontro... Não subestima um coração em voo, nada poderá alcançá-lo... Ele Sim é que vai de encontro a sua amada.
Soneto IV
Não sei o que sinto
Insisto, desisto?
Persisto.
Todo o ocorrido
Há de se esvair
Com palavras bonitas
Hei de te perdoar.
Insisto, pois em ti
Achei minha salvação
E é meu dever, salvar-te.
Persisto, pois esta fase há de passar,
a ti devo minha vida,
E à tua vida, a minha devo dar.
Se tantas mentes divinas morreram buscando respostas, eu desisto! O mundo em verdadeira penumbra agoniza. Quem sou eu para ficar aqui, discutindo e tentando esmiuçar essa vida ridícula e suas futilidades.
Desisto de sonhos, de planos,de amores e qualquer coisa que me dê algum motivo para chorar e me torne aparentemente humana.
DESISTO!
O cansaço me tomou,
Minhas forças se esvaíram...
Desisto!
Desisto de mostrar para você o meu amor...
Desisto de dizer,
de lhe buscar,
de ser ainda para você...
Desisto exercer o meu lado mulher,
Tão infinitamente sua...
De mostrar para você a rima da emoção,
Do amor pleno,
Da luta ...
Entreguei-me ...
Na consciência,
De não mais tê-lo...
Não posso buscar o nada,
a razão incontida,
no seu ser em você mesmo...
Tenho que retornar à vida,
mesmo sem você...
Tenho que ver novos tons,
pintar uma linda tela interior,
utilizando as cores com que a vida enfeita nossos olhos,
Tirar novas fotos de tudo,
Ver diferente...
Desisto de você,
Mas, não desisto de ser feliz...
Desisto do irrealizável,
Mas, não desisto do que ainda posso fazer.
Desisto de amar o vazio,
Mas não desisto de mim,
cheia de amor!!!!
Desisto de ti,
Ó Coração..
Pois em ti coloquei toda minha esperança
Em ti depositei toda minha confiança
Lhe ouvir me trouxe muita dor
Te seguir so fez-me iludir com um falso amor
Fez me acumular tanto rancor...
Preciso lhe contar, meu caro amigo. Eu desisto. Desisto de ser refugio, desisto de ser abrigo. Dentre canções, dentre emoções, dentre, dentro... Não saia, por favor. E para cantar não precisarei de voz. Para dançar, não necessitarei das pernas. Apenas de você... Dentre, dentro. Não sou flor de plástico, desgastar-me então, perdendo pétalas, talos, deixando espinhos. O sol, o sorriso, só risos, o só rir, entristeceu. E não tenho mais tempo, meu trem, meu bonde, meu coração, está para partir às dez. E me perco entre os bancos acolchoados, a nitidez do vidro, as folhas das árvores que sapateiam. A melodia é valsa, mas elas não respeitam. Passa-me na cabeça o corte dos tocos, a fumaça desgastando os olhos, a rouquidão da canção. O sapateado vira medo, absorve-se, se calam. E me fazem chegar a conclusão de que nenhum final é feliz. Nem o nosso.