Desilusão Amorosa
Eu criei um mundo, mas ela apenas queria um vale.
Eu contei histórias, mas ela escutou apenas versos.
Eu cavei túneis, mas para ela era apenas um buraco de agulha.
Construí torres e fortes de inspiração, e levantei um farol para que, quando se sentisse triste e perdida, soubesse onde me encontrar, mas ela apenas preferiu se perder.
Surpreendente, quando tudo desabou e meus abraços e conselhos não eram os mesmos, ela pediu mais de mim, volte.
O segredo estava em não ser eu?
Vida idealizada, rotina consolidada,
Passado suprimido, sentimentos adormecidos,
A calmaria que mais parece monotonia,
Um coração em anistia, oculto e em dessintonia,
Contato inesperado...
...sentimentos aflorados
deixando extasiado, eufórico demasiado;
A alegria que se desperta, coração em frenesi que flerta,
Emoções que há muito nem sentia, felicidade que já nem existia,
Fantasias...
...Fantasias que não duram,
Alegria que se esvai,
Coração que gela, dói e se destrói,
Lembrança que traem, machucam, desvaem,
Afeto manipulador, produz Tristeza, solidão, dor,
Sensação que cresce, consome e esmaece, um coração que padece,
rotina uma saída,
Vida que segue, Vida que segue.
Guilhotina
Eu sei o quanto tudo pode ser difícil,
Para uma mulher e para um homem,
Entendo que o Amor tem muitos artifícios,
E tenho medo que essa pressa assim se torne,
Este movimento que faz da vida acelerada,
Que conturbada, dos sonhos afiada navalha.
Se foi, foi cumprindo o verso
literalmente como um adeus que nem se deu
com esse teu jeito perverso
conseguiu com glória arruinar meu universo
Não digo que te odeio
não, não
porque se eu disser isso à alguém
para mim mesma, eu mentiria
só estou de saco cheio
Se foi, foi largando tudo para trás
deixando comigo dúvidas más resolvidas
por quê que eu achei que você não era capaz?
mas não se acanhe, eu encontrei minha paz
Ainda digo que te amo
mesmo com mãos manchadas de sangue
e hoje finalmente também lhe digo
eu me amo, eu me amo.
Aqueles que nascem para serem sozinhos, não podem permanecer juntos pra sempre
Vivíamos constantemente a buscar razões para seguirmos sós, até que aceitamos de forma iminente nossos destinos enfim
Solução
Um céu estrelado,
Um caminho traçado,
Em um universo revirado,
Quase tudo ao contrário.
Em uma galáxia enorme ,
Existe um brilho que não dorme.
Muitos se envolvem
Mas poucos se resolvem.
O que resta?
O que resta escrever? Senão aquilo
que é o que não deve ser?
Porque o coração ainda
bate mas não sinto ferver
E o olhar que tinha já
não é possível manter
O que resta pensar? Que eu vivi uma
enganação onde eu queria estar?
Onde um conto de fadas é melhor
do que nada para contar
Onde os sentimentos existem mas
não é possível expressar?
O que resta falar? Pois as palavras
estão machucando em vez de curar
Quando a expectativa de acabar é
maior do que a de ficar.
Seria a distância a
única a nos ajudar?
O que resta chorar? As lágrimas de
um covarde que preferiu não olhar?
Que se quebrou em tantas partes
apenas para poder provar
Que eu era o suficiente mas
não sabia como te amar
Meu coração o único culpado por tamanha dor, teu desencanto me afligia tanto e tantas noites minhas lágrimas caiam e por teu nome eu gritava olhando para à lua com o álcool subindo à minha cabeça e sua imagem que me levava à loucura.
se você me amava..
Por quê escolheu ela?
Você me amava?
Por quê ela?
Você me deixou como se eu não fosse nada
Logo eu
Que te amei de corpo e alma
Abandonado, e em vão
Abandonado e tentando escapar desse caixão
Cavando fundo, vou lutando
Procurando por uma luz, um alguém
Na morte, ela vem
Uma vontade, um desejo
Mais um dia eu te vejo
Longe do seu cheiro
Carente do teu beijo
Perto, mas nunca o suficiente
Amado, mas nunca realmente
Com fé eu vou, mesmo cansado
Eu sigo, mesmo abandonado eu caminho
E caminhando, percebo então
Toda a minha trajetória foi em vão
Foi em vão te amar
Te beijar e te querer
Foi em vão pensar que um dia iria te ter
Foi em vão sonhar com você na minha cama todas as manhãs
Se foi o coração que acreditou
Se foi o amor que você tanto destratou
Nada sobrou.
SOFRENTE CANÇÃO
O tempo amarelou meu verso apaixonado
Porém, não afastou aquela ilusão sonante
Deixou o instante imaculado e no passado
De modo nostálgica a saudade sussurrante
E, cá, eu, pelas bandas desde meu cerrado
Com sensação no peito e emoção gigante
Tão distante, me vejo, num suspiro calado
Com uma faiscante aflição, tão devorante!
Que pena! Tudo parecia não ser engano
Teu olhar tinha o sonido dum suave piano
Trazendo aquele sossego para o coração...
Mas a poesia que aparentava mais sentido
Na privação o meu desejo tornou-se diluído
Em dor, em solidão e uma sofrente canção!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
17 de agosto, 2022, 16’58” – Araguari, MG
ARRÍTMICO (soneto)
Amar você foi coisa de espaço
A sofrência é mais que uma dor
Foi tão bom ser teu, o teu laço
Trançado ao teu querer, amor!
Aqui num silêncio, falta pedaço
Pouco me resta do que foi, calor
Também falta! Falta o compasso
Abraços, afagos teus, aquela flor!
E aqui neste poetar derramado
A morte é menos que a saudade
E pelos olhos o pesar é vazado...
E ao ver o teu cheiro na solidão
Então, vejo que sou só metade
E arrítmico o matuto coração...
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
10/07/2020, 14’35” – Triângulo Mineiro
SONETO SEM VOLTA
Vai-se mais um talvez pra outra parada
Vai-se um, outro, enfim decaídas cenas
Que dói no peito, na solidão, e apenas
A teimosia para essa pesada derrocada
Cá na quimera, quando a dura nortada
Bafeja, os devaneios em alças plenas
Ruflam a alma em emoções pequenas
No ocaso do horizonte atiçando cilada
Também dos silêncios onde abotoam
Os suspiros, um a um, não perdoam
E choram, lágrimas pelos olhos vais
Na perfídia imatura, ilusões escoltam
Os sonhos, que sempre ao amor voltam
Mas que ao poético não voltam mais...
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
Outubro de 2020, 20’20’ – Triângulo Mineiro
Queria falar como me sinto. Desvalorizado e sem importância. Minhas preocupações são inválidas, não há nada que mude, não vejo melhora em nada. Tá difícil viver. Me sinto sufocado, não conseguindo respirar. Faço de tudo pra chamar a atenção, mas todos os meus esforços tem sido em vão. Sinto vontade de desistir de tudo, não à nada que me faça querer lutar por algo que está tão distante e não parece se realizar.
Afinal oque é o amor? Afinal existe amor?
O sono nunca chega, o cansaço é tanto que perco as forças e se torna visível a minha dor. Expectativas não realizadas, sonhos frustrados, esperanças perdidas. Antes existiam motivos para ficar, antes existia sonhos de recomeçar. Mas todo dia surgem ansiedades, sensação de que o pior irá acontecer e é questão de tempo para tudo terminar outra vez.
Afinal porque tudo é assim? Afinal porque tem que ser desse jeito?
Afinal qual é o meu erro? Amar em excesso ou querer a redenção?
Porque o apego ao passado se nunca nada voltará a ser como antes? Oque me prende ao presente se o futuro não será colorido? Eu só vejo o mundo cinza, eu só vejo a escuridão. Já fui abandonado um dia e rejeitado então oque seria a solidão se ela já fez parte da minha vida, minha melhor amiga em um quarto com cortina na janela impedindo a luz do sol de entrar e a vista do Guaiba escondida, pois a vida já deixou de valer a pena e como eu disse antes ' é só questão de tempo só resta esperar '.
Afinal a paz um dia chegará? Afinal um dia deixarei de chorar?
...continua em uma outra situação, afinal assim é a vida, algo sem sentido e muito menos explicação...
Um bêbado
Estava eu tão solitária pela rua da minha casa,
encontrei-me com um bêbado que queria conversar.
Justo eu que
tão chorosa, por alguém que nem morreu.
Expliquei pra aquele homem que mundo se perdeu.
Bem olhando em meus olhos ele disse que valeu.
Quem na vida, nunca chorou por amor como esse seu.
O amor bem no começo é doce feito mel. O problema é quando azeda, não a motivo que desperta.
É por isso que hoje em dia, eu prefiro a bebida, de cachaça em cachaça vou seguindo pela vida.
Autora #Andrea_Domingues
_ Desilusão amorosa de um desconhecido