Desilusão
Renovação
A Páscoa é um tempo de renovação,
Mas que renovação é essa afinal?
Se a vida é só sofrimento e aflição,
E a morte é inevitável e fatal?
Entre a luta do bem contra o mal,
Não há esperança de paz e união,
A vida é um eterno carnaval,
Onde impera a dor e a desilusão.
Mas eu não me curvo ao desespero,
Nem desisto da luta interior,
Acredito que há um caminho certo,
Através da nossa evolução,
Podemos alcançar a nossa redenção,
E transformar a nossa vida em luz e amor
A janela
"Je laisse la vie, comme les fleurs laissent la mort!
Les fleurs laissent la mort jolie,
La décoration des fleurs est unique,
Qui fait la mort jolie? sinon les fleurs?
Les fleurs embellissent, ensorcellent!
Elles sont la beauté de l'enterrement.”
Ao som das estações, fabricam-se ossos e costumes,
Estátuas e revestimentos culturais.
Há dias tenho tido lembranças de outras lembranças,
Tenho conjurado sonhos irreais em pesadelos,
E tenho tido pesadelos conjurando sonhos.
Possuo dois cérebros: Passíveis,
Conjurados um contrário ao outro.
Pela plenitude fictícia de nunca estar certo,
Tendo por prazer real, nunca se saber quando é que se está louco.
Com alguns retratos, eu escondo partes de uma parede despojada,
Expondo pequenos espaços a serem preenchidos pela imaginação.
Ah, esse pequeno mundo que arquiteto debruçado na janela.
Eu vivo em paredes que só existem dentro de mim.
Observo distante, esses quadros anacarados a vela,
Passo as horas tal qual um relógio velho; atirado-me ao chão.
Sob a escuridão de mim, oculto-me neste escárnio quarto,
Fico imutável na depravação imaginária dos pensamentos.
Escrevo sobre tudo, sem ter nunca conhecido nada.
Aqui redijo! – Como quem compõe e nada espera,
Como quem acende um charuto e não o traga,
Apenas saboreia-o por mera desocupação.
Escrevo, porque ao escrever: – Eu não me explico!
Como quem escreve, não para si, não para os outros,
Escreve; porque tem que escrever.
Transcrevo em definições um antinomismo de mim mesmo,
Depois, faço algaravias conscientes da imperícia consciência.
Nada é mais fétido do que a minha ignorância erudita.
Há três horas; – Sinto diferentes sensações,
Vivo a par disto e daquilo; – E sempre a par de nada,
Estou repleto de preocupações que não me preocupam.
Calmamente, inclino-me para o mundo de fronte à janela,
Observo que por pouco observar, eu tenho a visão da praça,
Diante dela, tenho também a visão de um pedinte violinista.
Inclino-me para dentro de mim e tenho a visão de um homem,
Que hora é homem e hora são as minhas sensações,
De que tenho sido um homem.
O meu mundo é o que posso criar da janela do meu quarto,
Esse coveiro desempregado da minha senil consciência,
Um túmulo escavado por falsas descobertas arqueológicas,
A terra anciã é o amparo às minhas espáduas sonhadoras,
Preceitos juvenis? – Todos mortos! E hoje são somente terra,
Mas estou cansado; acendo outro charuto e me afasto da janela.
O silêncio dos meus passos conforta o meu coração,
A fumaça traz lembranças que me fazem sentir,
Ainda que eu não saiba exatamente o quê.
Sou indiferente aos lugares que frequento,
Tenho sido visto por muitos, mas tenho visto tão poucos.
Ah, ninguém me define melhor do que eu mesmo.
Caminho de fronte ao espelho: A tentar definir-me,
Certeiro de que ao derradeiro fim, não terei definição alguma.
Exceto, a falsa definição de que me fizeram os tolos.
De volta à janela,
Vejo a esperança exposta em uma caneca e um violino.
As mãos que sustentam a caneca, cansam antes das cordas.
Os homens passam e rejeitam ajudar com um mísero centavo.
Ah, cordas que valem menos do que o som que proporcionam,
Ouço-o e por ouvi-lo, eu observo os espíritos desprezíveis,
O meu cansaço distorce as melodias que essa alma compôs.
Diferencio-me e jogo-lhe alguns centavos:
Ah, uma esperança surge nos ombros cansados.
O violinista volta a executar melodias nas cordas senis,
A pobre rabeca se torna um estradivário valioso.
Eu sou um escritor, mas, não sou ninguém.
Agora esse violinista; talvez seja alguém.
Talvez escreva melodias que muitos ouvirão,
Ou que ninguém, talvez!
Dentro de um raciocínio lógico eu o defino ao definir-me.
Ele é a esfera do infortúnio. – Eu sou a pirâmide do êxtase.
Intercalamos entre o que está por vir e o que está presente.
Reacendo o charuto, fecho os olhos e ouço a melodia,
Desta janela vivo sendo outro, para evitar ser eu mesmo.
Eu poderia sentar a praça e observar, de perto, o violinista;
Tudo que vejo da janela me deixa com os olhos em lágrimas.
Aqui de cima o mundo é admirável, mas não consigo explicar-me.
Que faço eu? – Que faço eu ainda aqui, debruçado na janela?
👣Às vezes, precisamos tomar decisões das quais jamais tenhamos imaginado, mas dada as circunstâncias tornam-se inevitavelmente a única saída. 👣
Evite laços apertados, cujas palavras e acordos são traiçoeiros, onde a corda é feita de brincadeira, adornada de sorrisos falsos e com promessas que não se cumprem, pois neles há sinais de um futuro relacionamento putrefato, um tempo gasto com fracassos, desilusões e sofrimentos contínuos.
Se foi, foi cumprindo o verso
literalmente como um adeus que nem se deu
com esse teu jeito perverso
conseguiu com glória arruinar meu universo
Não digo que te odeio
não, não
porque se eu disser isso à alguém
para mim mesma, eu mentiria
só estou de saco cheio
Se foi, foi largando tudo para trás
deixando comigo dúvidas más resolvidas
por quê que eu achei que você não era capaz?
mas não se acanhe, eu encontrei minha paz
Ainda digo que te amo
mesmo com mãos manchadas de sangue
e hoje finalmente também lhe digo
eu me amo, eu me amo.
Aqueles que nascem para serem sozinhos, não podem permanecer juntos pra sempre
Vivíamos constantemente a buscar razões para seguirmos sós, até que aceitamos de forma iminente nossos destinos enfim
Carta a um Amor Inesquecível
Nunca acreditei que um dia eu ouviria você dizendo isso. Acho que nunca passou pela minha cabeça ouvir essas frases pesadas, ainda mais vindo de você. Quando você simplesmente me olhou, no meio de uma multidão, e disse que de tantos que você poderia contar nos dedos, eu não estava incluso neles, aquilo foi como uma facada, uma faca super afiada que adentrou o meu ser e dilacerou o meu coração. Mas como eu poderia esperar menos que isso de você? Por muitas vezes corri atrás, por muitas vezes mandei mensagem, como diz a população, por muitas vezes me humilhei. Só para ter um pingo da sua atenção.
Agora me pergunto, depois de dias de reflexões: será mesmo que foi válido? Será mesmo que valeu a pena? Se estou escrevendo isso agora, é para falar que, no mínimo, ou no máximo, não sei, valeu um escrito, uma carta aberta de um desesperado? Acho que agora você está com uma das pessoas que disse que estava na sua vida, e eu, lembrando mais uma vez, não faço parte dela.
Mas nunca desejei o mal, nunca quis o mal para você e nem para ninguém. Então, para você, só quero que seja feliz e siga adiante, que possa encontrar de fato o amor da sua vida. E que, se um dia o destino nos quiser juntos, ele vai fazer algo para nos unir, nem que seja uma batida de carro entre o meu e o seu. Onde eu possa descer furioso e você, ao descer, olhar a situação, e ao nos reconhecermos, teremos a certeza de que a vida quis nos juntar de novo. E que teremos mais uma chance. E que não poderemos mais estragar esse momento, não é?
Mas até lá, vou ter que tentar de novo, como sempre tentei. Sempre brinquei dizendo: que todos os meses era uma pessoa diferente, um amor intenso de novo. E assim vai ser. Não me canso de tentar, de buscar alguém que me complete. Mas sei que é você. Sei que é você que eu quero. E não posso simplesmente desistir assim, não é? Tenho que tentar mais uma vez. E mais uma vez. E mais uma vez.
Não sei se você vai ouvir isso um dia, se vai saber o que sinto por você. Mas preciso te dizer, mesmo que seja apenas para o vento levar minhas palavras e você nunca as ouvir. Preciso dizer que te amo. E que faria qualquer coisa por você. Mesmo que isso signifique me afastar de você, para a sua felicidade. Mesmo que isso signifique nunca mais te ver, só para saber que está bem. Eu faria qualquer coisa por você. Porque o meu amor por você é verdadeiro e eterno.
Eu não imaginava isso de você, logo de você. Sempre te vi como uma rocha firme em meio à tempestade, um farol que iluminava meus caminhos mais escuros. Mas a verdade é que o erro foi meu por criar expectativas em algo incerto, por projetar em você minhas próprias ilusões. Em cada gesto, cada palavra sua, enxerguei o que queria ver, construí um castelo de esperanças sobre a areia movediça da realidade. E agora, ao ver tudo desmoronar, percebo que fui eu quem errou. Fui eu quem te idealizou, quem ignorou os sinais sutis da tua verdadeira essência. Não é você quem mudou, fui eu que nunca soube enxergar além do véu das minhas próprias fantasias.
Enquanto havia esperanças, havia motivos para permanecer. Mas a esperança se foi e com ela, a vontade de ficar.
A tristeza deve ter chegada e partida, faz parte da vida, é um sentimento e acontece! É como um hóspede ingrato, aceite por respeito, mas não deixe ficar muito tempo.
DESENGANO
Na ilusão daqueles dias
Com pureza d'alma
Ela acreditou que o sorriso era sincero
Que o abraço era fraterno
Que existia um bem querer
(...)
Qual poeira levada pelo vento
Pelos caminhos dessa vida
O que havia de bom, se perdeu
A boa fé, sentindo-se traída
Com uma lágrima, disse adeus.
Valéria R. F. Leão
Amor perdido
Inquieto coração.
Sabor e dissabor.
Conflitos... ilusão.
Paixão secreta.
Razão e emoção.
Ah esse amor que existe...
Não, não é o acaso que insiste.
Amor quase desesperado...
Por tanto tempo tão esperado.
Razões desperdiçadas.
Amor que deu em nada.
Coração partido...
Amor que não era pra ter sido.
Guilhotina
Eu sei o quanto tudo pode ser difícil,
Para uma mulher e para um homem,
Entendo que o Amor tem muitos artifícios,
E tenho medo que essa pressa assim se torne,
Este movimento que faz da vida acelerada,
Que conturbada, dos sonhos afiada navalha.
"Entregamos sonhos, esperanças e suor,
Mas às vezes o destino nos reserva dissabor.
Como a árvore que cai sem ninguém notar,
Nossa entrega às vezes se perde no mar.
Mas mesmo diante do dissabor que se instaura,
A esperança floresce, luz que nos segura.
Como a árvore que renasce após a escuridão,
Continuamos a navegar, em busca de redenção."
Este ano, decidi me isolar; não haverá festa de aniversário, nem convites para sair, pois dói lembrar de pessoas que sequer lembram da minha existência.