Desigualdade
Amor e Dor
"O amor une as pessoas, assim como a dor.
Não somente o amor pode unir todos em um, como também a dor faz o mesmo movimento. Só quem passa pelo mesmo tipo de dor entende o que há no outro. E com isso se formam diferentes grupos e identidades sociais, pois a dor cria identidade.
O desejo de ser um só no ser humano é tão forte que existem jaulas para colocarem outros lá. Se passando pela identidade do amor.
Por que esta guerra entre amor e dor, em um mundo que tem tantas espécies de flor e cor?
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A flor exala aromas e o vento expande a informação da sua essência e existência. E o que faz a dor?
Na jaula há tanta descolorida dor... Mas quem sente essa dor: os seres de amor ou os seres de dor?
Qual força existe, sobrevive e nos dá vida desde os primeiros humanos do universo? Não seria o amor? Essa força muda de característica? E a prática da dor?
Por que há tantos caminhos e versões de amor? Será que é amor? Ou é dor?"
28.aug.2022; 04:22 am.
Mazelas sociais geram maligno rancor coletivo e remorsos ressonantes em seus cidadãos, ocasionando o surgimento de três classes de indivíduos antissociais:
Sociopatas idiotas, revoltados violentos, e depressivos atormentados.
Frases de Chico Xavier.
Como ele era um mestre da sabedoria, apenas estou reescrevendo alguns de seus pensamentos, estudando e tentando analisar para absorver o que for possível de alguém tão elevado espiritualmente.
"Tudo que estiver sobrando em nossa casa está fazendo falta em algum lugar".
Para começo de conversa, é um pensamento de amor ao próximo, bondade, compaixão, humanidade, empatia e etc ...
Talvez seja exato, na medida que traduz uma pensamento quase matemático: em uma população onde a minoria tem tanto, e a maioria tem tão pouco, com certeza o que está sobrando nesses lares de tanto, está faltando nos lares de tão pouco.
Bom, acho que grande parte dos pensadores, filósofos, religiosos, pessoas do bem, algumas pessoas da minha família, a maioria dos meus amigos e com certeza minha amada esposa, devem concordar com essa conclusão:
O principal problema do nosso mundo, desde que existe a sociedade, é a desigualdade.
Vivemos num planeta desigual! Essa dicotomia social, nos afasta uns dos outros, e principalmente, nos afastam de Deus e do nosso caminho junto a Ele.
A falta de solidariedade, de compreensão, de compaixão, enfim, de amor ao próximo, nos fazem desobedecer os dois maiores mandamentos de Jesus:
"Ame o Senhor, o seu Deus, de todo o seu coração, de toda a sua alma, de todo o seu entendimento e de todas as suas forças.
Ame o seu próximo como a si mesmo. Não existe mandamento maior do que estes".
Marcos 12/30-31.
Enfim, acho que é o cerne desse pensamento quase cartesiano:
Se não agirmos para tirar da nossa casa o que está sobrando, as casas onde falta de um tudo, continuarão sem ter nada.
E tenho dito.
Sem a aceitação das diferenças naturais entre o homem e a mulher acaba se buscando igualdade onde não se pode ser igual, o que acaba gerando verdadeira desigualdade.
Estas histórias e estórias de superação da miséria em ascensão a riqueza, com narrativas congêneres a “Jornada do Herói”, só servem para romantizar a pobreza, justificando a iniquidade social.
Privilégios geram desigualdades e as desigualdades geram descontentamento, descontentamento gera desobediência, e assim toda a ordem fica comprometida!
Na humanidade do ser, para se viver se faz necessário depender um do outro. Entretanto, existe a dualidade, onde a forma de cada um se expressar o faz criar seu proprio mundo, com suas regras de ser e viver. Assim, de um lado existe o dominador, onde tudo pode e tudo faz, cria suas leis e impões suas regras, e mesmo que ele, o dominador, cometa erros, diante de suas imposições estará sempre certo, porque é ele quem manda. Do outro lado está o dominado, que nada pode, mas tudo faz e tudo aceita, mesmo sabendo que o dominador está errado, pois sabe que por mais que esteja certo e o dominado errado, ele tem que obedecer. Deste modo cria-se a forma de viver neste planeta ou em outros planos. Nada é igual em nenhum lugar, pois o dominador nunca aceita estar errado e por ser ele quem domina, está sempre querendo estar acima de tudo e todos, alimentando seu ego. Então cria-se a máxima do existir da desigualdade, porque não há um entendimento na discussão, porque o dominado para viver em paz, aceita os erros do dominador e suas regras como verdade, sabe que nunca será igual, pois para ser igual, terá que mudar seus princípios e ser igual ao dominador, cometendo os mesmos erros. Deixará de existir pelo seus acertos que não serão reconhecidos, pois a recompensa do justo é a ingratidão. Portando, não adianta fugir da realidade da existência, não existe um meio termo, ou você domina, ou deixa ser dominado, senão.... O que lhe restará em sua existência aqui, ou em qualquer lugar, é apenas a solidão. Porém cuidado, mesmo na solidão existe uma dependência, pois a solidão para existir, depende de você se excluir para conviver com ela.
A diferença entre o trabalho escravo e o assalariado não é moral ou ético. É que o trabalhador paga suas próprias contas.
A miséria nos entrega verdades cortantes logo ali, no sinal da próxima esquina, na rua escura, no ponto de ônibus, nas escadas do metrô, nas marquises dos prédios...
Você pode até não concordar com os ideais de igualdade, mas em algum momento, os efeitos da desigualdade afetarão a sua vida.
(Inspirado na Ilha das flores de Jorge Furtado)
Somos todos iguais
José Carlos era médico e atendia seus pacientes no centro da cidade. Genilson era baleiro e vendia sua mercadoria em uma barraca na frente da portaria do mesmo prédio em que o doutor tinha consultório.
Os dois homens cumprimentavam-se todos os dias e às vezes o médico parava para comprar algumas balas e conversar um pouco.
O vendedor tinha um filho com problemas de saúde e pediu ajuda ao doutor, que o mandou levá-lo ao seu consultório, onde que daria uma olhada sem custo. O homem, emocionado, tentou beijar as mãos de José Carlos que recuou dizendo que não havia necessidade de agradecimentos, que era médico por vocação, honrava o juramento de Hipócrates e que para ele todos eram iguais. Genilson, não entendeu bem, mas ficou feliz.
O médico saía pela porta dos fundos todas as vezes que a secretária informava que o vendedor o estava esperando com o filho, mandando que dissesse para voltar outro dia.
Hipócrates foi um médico grego que viveu antes de Cristo e foi considerado o pai da medicina ocidental. Acredita-se que o juramento tenha sido escrito pelo próprio Hipócrates ou por um de seus alunos e é feito pelos médicos, tradicionalmente na ocasião da formatura, onde juram exercer a medicina de forma honesta e que o bem-estar do doente estará sempre em primeiro lugar.
O vendedor não desistiu de levar seu filho ao consultório e um dia foi finalmente atendido. O doutor o examinou, fez umas perguntas e doou algumas amostras de medicamentos vencidos, que estavam separadas para serem descartadas. O baleiro não se importou com a data de validade dos remédios. Sentiu-se muito grato e no dia seguinte, pela manhã, voltou para deixar de presente um pacote da melhor bala que tinha em sua barraca como agradecimento.
Remédios fora da validade podem não ter efeito ou fazer mal à saúde causando danos piores que os da doença original. Não devem ser consumidos em hipótese alguma por ninguém.
Os remédios considerados pelo médico como inapropriados para os clientes que frequentavam seu consultório foram colocados à disposição do filho do vendedor de balas. Um médico é o profissional que cuida da saúde das pessoas e que, para tanto, precisa jurar exercer a medicina de forma honesta e tratar todos os seus pacientes de forma igual.
O que diferenciava o baleiro e seu filho dos outros clientes era o fato de não possuírem dinheiro. E o que os diferenciava do médico era acreditarem que ele tratava a todos como iguais.
Bia Tannuri
O tempo tá normal, mas o clima é um fal, apavorando a favela o sistema é desigual... Paranormal ou anormal, entenda que o rap já livrou muitos do mal.
Já tive vários funcionários em minha casa, mas uma coisa eu lhe digo com propriedade. Nunca ouvi meus pais dizerem “essa manteiga de baixa qualidade é para os funcionários e as de qualidades é para nós”, e entre outros produtos […]
Não dá pra andar de carro
com o preço do combustível.
Pobre tem que andar a pé
nesse país tão sofrível.
Com o povo a padecer,
riem os donos do poder,
andando de conversível.
Dia de supermercado
Todo mundo quer comprar
O filé, o camarão
E também o caviar
Mas com preço nas alturas
É somente a rapadura
O que vai dar pra comprar
Empresários, banqueiros e artistas não vão transformar a vida do pobre, do trabalhador, do estudante. O brasileiro precisa abandonar a síndrome de inferioridade e votar nos seus iguais, pessoas de média e baixa renda. Filhos e filhas de pais ricos não foram ensinados a ter compaixão com os mais necessitados. Estelionatários que enganam nas igrejas vão continuar enganado, muda a fonte do dinheiro, no orçamento público mais fácil. A devastação econômica e a desigualdade social latente é fruto da idolatria do pobre com o rico. O pobre precisa votar no pobre. É triste ver como a pobreza não é atraente e não conquista, o capitalismo cooptou a política e isso parece irreversível.
A educação é negada ao oprimido justamente para que ele continue a sê-lo sem questionar, e a se orgulhar de fazê-lo se por acaso conseguir algum dia se "igualar" ao opressor.