Desigualdade
COISAS DESSE MUNDO
Estou pensando nas ervas que nascem livres no campo,
E nas flores que desabrocham sem a obrigação de serem belas,
Eu estou pensando também no jardim de rosas do palácio do rei,
E nos trevos que nasceram sozinhos no quintal do servo
Sem que ele os tenha plantado.
Sim... Eu estou pensando na vida como um todo.
E de alguma forma, com tanto pensar, eu estou sentindo certo espanto.
Que diferença há entre as flores dos palácios reais,
E as flores dos nossos singelos quintais?
Que diferença há no ar que por lá o rei e seus súditos respiram,
Daquele que eu e outros servos da Terra, estamos a respirar?
Estou a pensar, se é menor a dor dos reis de toda a Terra,
Do que a dor que eu sinto em meu viver,
Do que os meus próprios ais.
Eu estou pensando no algodão que fornece a fibra para as vestes do rei,
Não seria ele o mesmo algodão que veste o servo que o plantou?
E porque aquele que o plantou veste os fios frágeis da sobra, e não o melhor deles?
Que mundo mais estranho esse, onde o que planta fica com as sobras,
E aquele que nada plantou, leva sempre os louros da colheita!
Isso, eu realmente não entendo, eu nada sei!
Eu estou pensando em tantas coisas, em tantas situações...
Eu penso também nos passarinhos, que se tornaram inquilinos nos telhados da cidade,
Que trocaram as copas das árvores pelas telhas de barro e cimento,
A natureza já não lhes dá mais segurança?
Ou ela, cansada e fraca, já não lhes dá mais o alimento?
Uma coisa é certa – não foram os passarinhos que enlouqueceram as estações.
04.10.2016
Pra onde foi a esperança?
Nossos políticos não são dignos de confiança.
Autenticidade está quase morta,
copiar virou moda.
Minha geração se julga engajada;
mas veem as maiores atrocidades sem fazer nada.
Enquanto antepassados lutavam contra desigualdade e ku klux scan;
hoje nosso maior dilema é qual filtro colocar no Instagram.
Tempos de bonança amoleceram nosso espírito;
em crise, nosso primeiro reflexo é culpar o governo e se sentir coitadinho.
Minha geração é a mais hedonista que já existiu;
pelo amor ao entretenimento vivemos a pior crise moral que já se viu.
E assim caminha minha geração a passos largos para o final;
a prova disso é tanta banalidade com audiência fenomenal.
Essa é minha geração, forte em ego, fraca em atitude;
enquanto o mundo muda, estamos mais preocupados em quantas curtidas conseguir no Facebook.
Os contrastes sociais são responsáveis por tantas desigualdades raciais, étnicas e interculturais. Mesmo em tempos pós-emancipação quem tem muita melanina, na maioria das vezes, é olhado de canto, é temido. Julgado e culpado. Prostrado à marginalização e banalidade. Jogado à sorte do destino. É triste ver que muitos são obrigados a sobreviver com pouca coisa, enquanto poucos riem e fazem de tudo um circo, vivendo bem e muito bem, "com muitas coisas".
Será que eu sou por todas as pessoas que se sacrificaram por uma ideologia e nada mudou ou pelos que estão vivos mas desacreditados da sociedade?
Queria um desfecho épico para o Brasil como a música que entoei ao ler o texto do Luiz Eduardo Soares: menos desigualdade, menos assistencialismo, menos hipocrisia, mais empatia à dor do outro, menos fome e sede, mais Educação e mais harmonia no final.
Sabes o que é tristeza?
Tristeza pra mim é gado morrendo
É a água em escassez
Seca domando o sertão
E o sertanejo sofrendo
É criança sem educação
Perdida no vandalismo
Pelas ruas vivendo á esmo
Muitas por falta de oportunidade
Largadas na marginalidade
Outras por pura margem de erro
Tristeza é mãe chorando
Ao perder filho inocente
Ou se culpando por…
Não ter sido mais "competente"
É ver pai enterrando filho
Ou visitando o mesmo no presídio
Tentando apaziguar um pouco
Da profunda dor que sente
É a existência de tantos idosos nas ruas
Ou largados em asilos,
Sofrendo com o abandono,
sendo amargamente esquecidos
Tristeza é ver mulher sendo assassinada,
Estuprada ou violada
Por apenas ser mulher.
É vê-las precisarem sair nas ruas,
Mostrarem o corpo,
Gritarem e baterem o pé
Reivindicando por algo
Que lhes deveria ser de direito
Sem precisar de movimento qualquer
É ver que pra rico,
Sempre vão achar
Uma "brecha na lei"
E que em terra de corrupção
Quem paga propina é rei
Tristeza é ver alguém ser agredido,
Humilhado ou ofendido
Por ter nascido "de cor"
Ou ver um ser humano sendo
Espancado, violado e assassinado
Por amar sem ter pudor
É matarem em nome de Deus
Em pró de uma religião
Mas se Deus era amor
Por que não amar então?
Tristeza é enchente devastando cidade,
Fazendo vítimas e destruindo lares.
É ter tanta gente nas ruas
Esquecidos como parte da sociedade.
É ver que o pobre paga tanto
Mas não tem direito à saúde de qualidade,
Moradia ou educação.
Tristeza é só ver tragédia
Ao ligar a televisão
Eu agora lhe pergunto
E de ti espero franqueza
E tu?
Sabes o que é tristeza?
A mudança que reivindicamos começa pela atitude que faz a diferença - por mais que a fome, a pobreza, a desigualdade e a corrupção falem tão alto
A chuva cai
Pra uns ela é bênção
Pra outros sofrimento
Tudo depende
Cada um tem uma vida
As coisas boas da vida só são bem usufruídas por aqueles que tem por alguma razão seja ela sorte, os cosmos, Deus, as energias positivas, enfim, tudo depende.
Mas daí vc pode dizer lute e corre atrás que consegue, como eu disse tudo depende, pois muitos lutam, correm atrás e mesmo assim não conseguem o êxito tão desejado.
Pra uns bênçãos
Pra outros...
Sorte?
Deus?
Uns com tanto e outros sem nada
Será o acaso?
Se for Deus ele é injusto
Porque pra uns e pra outros nao?
Seria acepção de pessoas?
Como no início deste texto a chuva que deveria ser bênção pois ela representa a vida, ela é maldição pra muitos que tem suas casas alagadas, seus móveis destruídos, enquanto outros gozam do conforto de seu lar
Tem pessoas sofrendo
Porque?
Até quando essa desigualdade social?
Não sei
Tudo depende.
A VALA
Dos esgotos ao riacho, a água suja levando todo tipo de relaxo humano. Aqui embaixo, no vale dos escrotos, pouco se vê daquela selva de concreto onde a vida abstrata torna a todos os cinzentos viventes robôs, inorgânicos por natureza consumista destrutiva.
Minha pele ferida pelo tempo passado dentro de manilhas ásperas e contaminadas, enfraquecida pela carência do sol, marcada pelo desespero. Considerava-me parte deste submundo de fezes e lixo, entre os ratos e as baratas, partilhava de suas rotinas o mesmo espaço, porém, hoje percebo que sou apenas mais um fruto da desumanidade, um resto inútil que um dia foi descartado.
Pelos canos rastejei buscando abrigo, porém minha presença opressora prejudica a liberdade no esgoto, não sou resto suficiente de algo, talvez seja eu restos de nada, talvez nada. O córrego de merda desperta-me o desejo de navegar, de sair pra ver o céu, respirar um pouco melhor este ar.
Principio de um desejo a jornada rumando junto à corrente, das paredes abissais escorrem desesperança, mas, o trajeto da grande valeta parece me trazer o sentimento de um futuro favorável. Segui-lo hei na minha aventura, embrenhado na pequena mata baldia sigo, e a cada passo que dou me sinto um pouco mais vivo, pelo menos, a sensação de que o coração ainda bate me conforta.
Ruídos, buzinas, freadas, sirenes, latidos, roncos, pancadas, batidas. A cidade é um monstro estranho, não pretendo compreende-lo. Deveria me assustar, apavorar, mas ele já arrancou de mim todo o medo, consumiu-me até não restar bagaço à desfazer, ando por suas entranhas como um fantasma anônimo, perdido, avulso, perambulando leve nulo desumanizado.
Avanço pela fenda cada vez mais larga, distante dos tubos, enquanto acompanho o escorrer do denso regato fétido sou observado pelos habitantes das fossas, um desirmanado só, errando extraviado de todo o resto, perdido. Mas por que julgar de tal modo o olhar curioso das criaturas? Por que estabelecer tais qualidades tão desprezíveis à mim mesmo? Talvez minha imaginação tenha sido arruinada, uma cabeça desprovida de sonhos e esperanças, uma cabeça oprimida e comprimida de forma a servir um propósito alheio não mais pensa livremente para si.
Deparo-me com uma comunidade às margens do riacho, estranhamente sinto pelos que ali vivem o horror de ser humano lixo, descartados como bosta deste monstro conhecido como cidade. O crepúsculo triste de um sol que não se vê, torna aquele lugar mais estranho. Na escuridão vejo uma tímida fogueira, queimando lixo, iluminando e aquecendo rostos anônimos a queimar e fumar a dura pedra da decepção, cravando desilusões na mente já ludibriada pelo desapontamento vívido vivido desde a infância.
Peço-lhes fogo, para atear em minha própria fogueira, longe da desesperança e do lamento, aquecerei meu desejo de seguir adiante e matarei minha sede longe do olhar desconfiado dos que receiam. O cheiro das fezes lançadas pelos tubos empesteia a noite, e não há noia que catingue tanto a ponto de nos fazer esquecer que o vale dos escrotos foi enterrado com esterco e pavimentado com ignorância.
A chuva cai sobre nós lixos, evaporando do solo toda a podridão tornando o fedido cânion um caldeirão infectado, que logo é tomado por uma enxurrada de chorume decomposto lavado das ruas levando indiferente tudo o que havia ou não pela frente.
Fui junto, tornei-me mais um corpo inchado boiando na merda removido com repulsa e enterrado com repugnância, despido de qualquer pingo de empatia tido como resíduo inútil de uma existência desnecessária.
Tornei-me lembrança passageira de alguns ratos de esgoto, o homem que foi lixo do homem, um lixo de homem na vala de lixo.
Tenho um filho que tem 17 anos, um jovem pacifico e inteligente que nasceu num planeta confuso. Um jovem que quando paro e olho por um longo tempo para ele, fico como pasmado e me obriga a chorar. Afinal esta é a herança que estamos a deixar para os nossos filhos. A inercia, a impotência de se nada fazer. Afinal sera que já chegamos ao ponto de perder as emoções , de sentir e compreender que se continuarmos nesta direção, acabaremos instintos.
Hoje escrevo o que todo mundo já sabe, mas são tão poucos os que realmente querem ver e agir. Não falarei apenas como um Pai, mas falo como um cidadão do mundo, deste nosso mundo que anseia urgentemente que despertemos deste logo sono e sonho o do MEDO E QUE MEDO É ESSE? PENSE NISTO.
OBRIGADO.
Obrigado pela chuva e os momentos em que me acompanho em pensamento, falando comigo mesmo a cerca de tudo na vida. Bom dia pra quem é de dia e faz do dia uma diversão mesmo quando o céu está cinza.
Tudo na vida é um risco, tudo é novidade, rotina mesmo é não ter esperança de um dia melhor. As coisas só acontecem quando ao menos uma pessoa se propõe a realizar...
Estou num estado de vida feliz, sim, feliz! digo isso pra quem se interessa em saber! não estou como queria mas estou vivo e vivendo intensidade que jamais pensei em viver, decisões nem sempre sábias, entretanto, loucas e condiz com aquilo que tenho dito!
Felicidade é encarar a vida por lazer, seja no trabalho ou na diversão, sempre tem um motivo para um sorriso bobo, ou quem sabe aquela gargalhada fatal que tira o ar dos pulmões e deixa com uma crise virando quase uma apneia!
Já descobri que sou de poucos amigos e os que tenho nem sempre me compreendem, mesmo distante continuo sendo o mesmo cara de sempre! Distraído, paciente, e as vezes com uma certa emoção em estar em paz comigo mesmo! Toda essa correria que vivo, as vezes nem é tanto assim, mais eu me faço correr pra me sentir vivo. As vezes não atendo o celular por estar pilotando, as vezes por esquecer em modo silencioso, por esquecer em casa e muitas outras situações. Essas palavras podem não ter sentido nem emoção nenhuma agora porém um dia, quando não me encontrar mais por aqui será fonte de lembranças. Hoje despercebida, em outro tempo será motivo de reflexão, ou não! Tudo que fazemos em vida reflete no que queremos ser, a nossa moldura é tudo aquilo que carregamos na nossa mente! se eu ligo pra aparência muitas vezes deixo de viver um momento bom apenas por não comer aquela pizza de frango com catupiry pois vou ganhar uns quilos, ou não vou numa trilha pq comi demais e não aguento andar tanto! Bom a vida é esse equilíbrio de fazer o que se gosta e ter a condição de experimentar tantas outras sensações, adaptar o corpo e a alma para aventurar! Sábios são aqueles que atendem o chamado da loucura, pois se enquadrar nesse sistema é proceder sensatamente, e ser sensato diante a tudo que temos visto é no minimo deplorável! Ser louco é não ter o juízo de discriminar, retroceder, nem julgar. pois esse tipo de consciência só eleva a segregação. Lutar por um ideal mesmo que pareça distante, levar a cor nos muros e nos sorrisos de quem as vê. Perdemos tanto tempo em conversas sem futuro, que de tão interessante nem lembramos mais! A vida é um mistério a ser decifrado, e só os loucos tentam entender! Não condeno, ninguém nasce sabendo, e se apega naquilo que lhe convém, eu porém aprendi a questionar e me embasar num fio de pensamento onde tudo parece ser mais claro, evidente e simples! Chega ser torturante conversar com pessoas cheias de certezas vagas, apenas me apresentam a imposição sem ao menos ouvir o que tenho a dizer! Não é necessário a compreensão e sim ao menos um pouco de respeito!
Quando chove sinto a intensa vontade de extrair pensamentos e joga-los em qualquer lugar, só pra ter a certeza de relembrar depois, mesmo achando impróprio certos tipos de depoimento, quase um desabafo ao alheio, talvez mendigando uma simples atenção! Antes de dizer quem sou sem saber quem sou, pergunte para mim o que quiser saber e mesmo se eu não souber responder levará consigo a dúvida de onde estou, para que pensando em conjunto possa trazer uma resposta mais sincera! ´É cansativo não ser entendido justamente porque é raro alguém perguntar de verdade como estou me sentindo! A perca do tempo em coisas inúteis é mais gostoso que se concentrar em algo realmente produtivo! Sinto falta de conversar assuntos polêmicos pessoalmente, pois pela internet é fácil ser inteligente e procurar respostas rápidas no google, saciando assim a necessidade de se sentir superior. Somos todos iguais, o que nos diferencia é a ignorância da compreensão do outro. Eu sempre estarei certo diante do meu ponto de vista irrefutável e me acho o dono da suprema verdade, dotado duma benevolência audaciosa onde primeiro serei eu, segundo eu e terceiro eu para que depois as outras coisas sejam analisadas! e assim morro com toda riqueza do mundo sem levar o que há de mais importante na vida que é de fato Viver a vida! Tempo bom parece ser um presente e as lutas declaradas maldições, porém o ciclo da felicidade consiste em altos e baixos, pois só assim damos valor aos sorrisos e amadurecemos a nossa história, nos tornando de fato protagonistas de nossas próprias histórias e não coadjuvantes de uma histórias com enredo tão pobre e possibilidades frustradas! O corpo apodrece com o tempo, porém nossas histórias permanecem sempre vivas na lembrança de quem as tem e se escrevo esse emaranhado de palavras é pra ser lembrado. Pois só temos valor quando já não estamos por perto!
Se chegou até aqui agradeço a atenção.
Enquanto o homem se preocupar em enganar o seu próximo, não teremos uma sociedade justa, uma sociedade democrática
Somos seres altamente egocêntricos e ligados em uma sociedade voltada a um sistema com deturpações de valores, onde não importa se existem pessoas passando fome ou qualquer outra necessidade, o que importa é não está incluso nessa lista, o dinheiro pode comprar tudo.
Viver é ver alegria nos mínimos detalhes, ser quem você é mesmo que não aceitem, saber improvisar, respirar o ar que todos respiram sem desigualdade, é explosão de emoções viver é se por na sutil realidade.
Existe um olhar diferente,
A tudo e á todos
Não imagino uma pessoa ínfera á outra,
Somos pedaços,
E nada nos leva a pensar
Que não exista...
Pessoas distintas a cada olhar,
Pessoas distintas a cada pensar,
Pessoas distintas a cada andar,
Pessoas distintas a cada falar,
[...]
Sem dúvidas,
realmente somos diferentes,
Por formas e pelas variáveis feições,
E ao mesmo tempo somos iguais,
Por dentro,
E essa igualdade não nos
fazem pensar que não exista...
Momentos distintos a cada pessoa,
Atitudes distintas a cada pessoa,
Personalidades distintas a cada pessoa,
Cada pessoa distinta a cada pessoa,
[...]
Nem somos forçados a existir,
Muito menos a resistir a essa oposição,
Se não consideramos o Deus
Nossa grande salvação,
Não seremos diferentes,
Não seremos distinção
[...]