Desequilíbrio Humano
Sim eu te amei. Talvez de uma forma desalinhada, desequilibrada e fora do padrão. Mas te amei do meu jeito. Deixei-me te chamar de meu, e por um minuto, tive a mera ilusão de que era. Quis por uns instantes, seu cheiro na minha roupa, suas vestes em mim, e te ter para unicamente, para suprir o meu vício de você. Pude me imaginar falando contigo, sussurrando no teu ouvido, te tendo por inteiro. Mas me via ali, presa e incapacitada, de cumprir tais desejos, limitada por uma tela de computador. E através dessa mesma tela, a quilômetros de distancia, você acalmava o meu coração, com as suas palavras dóceis. Confortava-me nelas. Mesmo quando eu brigava com você. Meu coração batia forte nessas horas, devia ser o meu coração, dizendo: Eu estou aqui, somente pra você. Eu te pertenço, venha buscar o que é seu. Sempre foi. Mesmo você sendo assim, tão cheio de qualidades e eu sendo assim, tão cheia de defeitos. Mesmo eu sendo o oposto. Mesmo você sendo tão cheio de si e eu tão cheia de ti. Agora, é cada um por si. Mesmo eu vivendo de ti e pra ti.
Para chegar ao universo real (ideal) temos de perceber a sociedade irreal, neurótica e desequilibrada que habitamos. Mas, seria possível viver nesse universo real maravilhoso? Se viemos dele, é claro que seria muito mais fácil retornar a ele, do que lutar dia e noite para conservar o "status quo" neurótico, distante da verdadeira realidade.
Desequilibrio em pessoa...
Confundiu vida com invenção. Passou a vida toda inventando, criando, planejando. Iludiu-se com essas coisas maiores que chamamos de sonhos. Inventou cores, papel de parede, personagens, sentimentos. Criou uma identidade falsa, quis ser o que não era e acabou sendo.
Viveu de uma forma tão podre que sua existência fede e eu sinto aquele cheiro de podridão no ar. Sinto também como se um dedo fosse enfiado em minha garganta e subisse uma ânsia de vomitar a sua vida que envergonho.
Você se fez passar por mocinha nessa história toda mas acabou humilhando - mesmo sem perceber - os que estavam a sua volta, dizendo: eu sou eu, então, eu posso. Fingindo ser forte. Bem mais forte do que aqueles que te feriram. Só que se esqueceu que não é feita de ferro e que a cada arranhão, sangra.
Divulgou-se ser o espelho de qualquer garota, mesmo feia, mas mulher. E foi, pois acreditava que se sobressaía tanto que os outros não conseguiam esquivar-se a um movimento de inveja. Sua beleza (interna) era como uma flecha: mirada, certeira. Não tinha ponto de escape.
A verdade é que você não foi o espelho, apenas pensou ser. Passou uma vida acreditando que fosse a inspiração de tudo, acreditou tanto e acabou convencendo-se disso. Mas não eram elas que queriam ser você, você que queria ser elas. E as características que você pensava ser só suas, eram mais delas do que sua. Você era a copia de cada pedacinho delas. Você era a imperfeição; formada por pedacinhos copiados imperfeitos. Estava cega. Fechou os olhos para o mundo e para a vida. E continuou a acreditar no que apenas te satisfazia: seus sonhos.
E assim... Passa a maior parte do tempo rindo. Tentando disfarçar suas angústias, tristeza, solidão. Tentando achar explicações para todos os momentos ruins da sua vida; como a falta de amor, a saudade, a distância e principalmente uma explicação que a faça aceitar ser o que é.
Dá gargalhadas tão histéricas para disfarçar o que tem por traz daquele sorriso: aquele grito silencioso, aquela dor profunda, aquela hemorragia interna; a boca trêmula, os olhos piscando varias vezes para que não cai nenhuma lágrima. Passa uma vida tentando usar máscaras para que tampe as feridas estampada na cara, mas a máscara é pequena demais, pode-se vê pelas brechas as feridas.
Aprendeu a mostrar os dentes tão cedo para a desgraça.
(Coitada...)
Vem carregando uma vida de desespero. Carrega tudo: passado, presente e futuro. Carrega a ilusão de um passado próximo e um futuro presente. Carrega o que foi, o que é e o que será, tudo numa coisa só.
Fez-se orgulhosa por demais, tanto que não mudava seu jeito de ser. Mas qual seria seu jeito de ser? Se era, nada mais e nada menos, do que a copia de várias. Qual seriam seus pensamentos, atitudes, palavras,... Quem seria você? Você que não possuía nenhuma personalidade, você: falsa identidade.
Você foi tão elas que se tornou desinteressante para eles, talvez, desinteressante não seja a palavra certa mas complicada. Ferira com suas unhas grandes e afiadas cada amor não correspondido. Ferira a si mesma mas do que a eles.
Desde sempre, um orgulho dolor se manifesta em seu personagem e acredita ser a verdade em pessoa. E todo mundo sabe, todo mundo vê e é com tamanha certeza que conseguem dizer: você é o desequilíbrio em pessoa. É um pedacinho perdido de cada uma delas.
Descobri também que é exatamente este ponto, que traz insegurança e desequilíbrio a política e a religião. Certa vez, em algum ponto da bíblia, eu li estas palavras: “não precisais que vos ensinem nada, o mesmo espírito que esta em Mim, mostrará o caminho e porá em vós palavras que nunca foram pronunciadas”. Acredito nisto, mas sei que muitos anseiam por deturpar a verdade, influenciando os de consciências fracas, a não se sentirem no direito a vida eterna devido a certas franquezas que cometeram. Estes porem não entram nos céus nem os deixam entrar. São pessoas detentores da verdade, que a ocultam deliberadamente para tirar proveito dos mais fracos.
Qualquer desequilíbrio que o homem provoque em si mesmo, tanto em seu complexo psicológico, físico ou mental,contraria de fato o Grande Pensamento, que pode trazer-lhe como consequência sérias alterações no ritmo normal de sua vida.
Era como se alguém tivesse injetado algumas doses de desequilíbrio em mim, porque eu ficava fora de controle estando fora da sua mente.
Certo, as pessoas são assim… Confusas, Insistentes, Doidas, Desequilibradas, Apaixonadas, Sinceras, Falsas, Medrosas, Felizes, Sonhadoras, Decepcionantes, Amigas, Surpreendentes e mais tantas coisas que eu fico super perdida.
Mas o melhor é que elas tem alma e querendo ou não sempre tem algo de bom para dar ao mundo, sabe, como se fossem livros, alguns julgam pela capa, outros nem se interessam, algumas tem bons conteúdos, outras ótimas histórias.
E sabe o que eu levo nisso tudo? O Amor. A melhor parte do ser humano.
O que todos procuram, mesmo sem perceber. Que completa cada um. E que cada um tem do seu jeito, da sua maneirinha de se expressar, de falar, de sorrir.
É como se fossem flores, cada uma com seu perfume. Já os humanos, cada um com seus perfeitos pensamentos e suas completas atitudes.