Desejo Morte

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É triste envelhecer,,,
Não tenho medo da morte, claro que fujo dela,
tenho medo ficar sozinha numa cama
de um hospital, de um lar....
à espera de um carinho, de uma pessoa estranha,
dos olhares de dor, solidão....
já olharam para dentro dos olhos,
de um idoso? Então olhem porque tem dor, dor, dor.
solidão, escuridão, quando passar por um velhinho ..
mesmo que não o conheça, dê-lhe um abraço...
ele pensará que és maluco, mas véras os olhos dele a brilhar..
a dor terá desaparecido, é duro ver os outros a sofrer...
é o que eu encontro e sinto no meu trabalho ...
estas pessoas que um dia já foram amadas e felizes
hoje vivem na escuridão, no abandono ...
por os familiares e parentes,,,
ficam à espera de carinho e compreensão
de uma palavra amiga, de alguém que as oiçam....
hoje só resta um carinho de todos os que trabalham..
com estas pessoas, doentes da idade,
alegres e felizes com falta de amor que...
só sentem o abandono de quem amaram
e já os esqueceram não sabem se estão vivos. ou mortos..
abandonados à sua sorte nesta imensa solidão
de ser velho seja na cidade, vila ou aldeia, é triste ser-se velho.

Ouvi e sede compassivos: não os culpeis, por que, assim como a morte, o amor também é fatal...

O fim nem sempre é o final, mas pode ser um sinal de renovar e/ou renascer... A morte é só uma viagem, pra vida ela é a passagem... Pode não ser tão ruim...Porque tudo aqui tem preço, porque todo recomeço vem sempre depois de um fim."

Não viver com o medo da morte é o mesmo que viver ignorando o futuro

A vida é curta para os que temem a morte. E longa para os que anseiam por ela.

só temo a morte, porque só ela é verdadeira

E aqueles que por obras valerosas
Se vão da lei da morte libertando:
Cantando espalharei por toda a parte,
Se a tanto me ajudar o engenho e arte.

Luís de Camões

Nota: Trecho do livro "Os Lusíadas" de Luís de Camões

Nas ilusões da vida, encontrei a morte, na realidade da morte, descobrir a vida.
(Psicografia)

“Por um instante a morte soltou-se a si mesma, expandindo-se até às paredes, encheu o quarto todo e alongou-se como um fluido até à sala contígua, aí uma parte de si deteve-se a olhar o caderno que estava aberto sobre uma cadeira, era a suite número seis opus mil e doze em ré maior de Johann Sebastian Bach composta em Cöthen e não precisou de ter aprendido música para saber que ela havia sido escrita, como a nona sinfonia de Beethoven, na tonalidade da alegria, da unidade entre os homens, da amizade e do amor. Então aconteceu algo nunca visto, algo não imaginável, a morte deixou-se cair de joelhos, era toda ela, agora, um corpo refeito, e por isso é que tinha joelhos, e pernas, e pés, e braços, e mãos, e uma cara que entre as mãos escondia, e uns ombros que tremiam não se sabe porquê, chorar não será, não se pode pedir tanto a quem sempre deixa um rasto de lágrimas por onde passa, mas nenhuma delas que seja sua. Assim como estava, nem visível nem invisível, em esqueleto nem mulher, levantou-se do chão como um sopro e entrou no quarto.”

(José Saramago, “As intermitências da morte”)

As flores enfrentam a morte com resignação sabendo que sua beleza pode amenizar a dor de alguém.

Deixam rastro as cinzentas,
De Azrael, Arcanjo da morte,
E ainda assim, se as almas que Azrael carrega
Atravéz da escuridão gelada,
olharem embaixo de suas asas dobradas,
verão que suas faces são douradas.

A MORTE

A morte chegou, expulsando a vida.
O corpo logo esfriou e se enrijeceu,
Pela falta da circulação sanguínea,
E o véu da turvação o cobriu ao ser...

Todas as palavras se encerram na morte. A única coisa que continua após é o nosso testemunho!

Habitue-se a morrer
antes que a morte chegue
porque os mortos apenas podem viver
e os vivos apenas podem morrer.

Não Quero Que Chore Pela Minha Morte
Deus Sabe O Que Faz.

Tudo acontece por uma razão. Uma chama se apaga, a outra se acende. Da morte vem a vida; do sacrifício, a vitória.

Nada se leva desta vida, apenas deixa-se, as boas ações e atitudes... Após a morte, só o que é bom prevalece.

Não se devem esquecer os velhos de corpos estragados, os velhos que estão pertinho de uma morte em que os jovens não querem pensar, a inexistente alegria dessas derradeiras horas que deveriam ser aproveitadas a fundo e que são padecidas no tédio, na amargura e na repetição. Não se deve esquecer que o corpo definha, que os amigos morrem, que todos nos esquecem, que o fim é a solidão. Esquecer muito menos que esses velhos foram jovens, que o tempo de uma vida é irrisório, que um dia temos vinte anos e, no dia seguinte, oitenta. [...] Mas entendi muito bem que vida passa num tempinho a à-toa, olhando para os adultos ao meu redor, tão apressados, tão estressados por causa do prazo de vencimento, tão ávidos de agora para não pensarem no amanhã... Mas, se tememos o amanhã, é porque não sabemos construir o presente e, quando não sabemos construir o presente, contamos que amanhã saberemos e nos ferramos, porque amanhã acaba sempre por se tornar hoje, não é mesmo? [...] É preciso viver viver com essa certeza de que envelheceremos e não será bonito, nem bom, nem alegre. E pensar que é agora que importa: construir agora, alguma coisa, a qualquer preço, com todas as nossas forças. Sempre ter na cabeça o asilo de idosos a fim de nos superarmos a cada dia, para tornar cada dia imperecível. Escalar passo a passo nosso próprio Everest e fazê-lo de tal modo que cada passo seja um pouco de eternidade.
O futuro serve para isto: para construir o presente com verdadeiros projetos de pessoas vivas.

A morte é um jogo divertido.

Chamo por solução, não me ouvem, é surdo, ora vazio, ora escuro.
A morte será assim ?
Triste, calma, oca ?