Desejo Morte
Confissões de passageira
Cá estou, na janela do avião,
Admirando a luz energizante deste sol que nos ilumina,
Analisando os prós e os contras de manter-te em minha sina,
Comparando-te a esta imensa vastidão (de ambos, conheço tão pouco!)
Longe de ti, o mundo parece vago,
Vivemos um romance nunca escrito,
Mas, ah que autor maldito!
Mantém-te longe de tudo que trago.
Até meu cigarro tornou-se morno
Quero tua boca, o gosto do teu corpo,
Descobrir em ti caminhos, desses que conheço pouco.
Devolva-me o o prazer de uma vida sem você!
Como um sopro de epifania traduzo tuas línguas,
Minhas mãos leem-te como braile,
Te acariciam de um jeito que bem sabes,
Ainda que não digas.
Hora quero-te perto,
Noutra, mais ainda
É loucura que não se finda,
Muito fogo pra pouca palha,
Seja meu pecado incerto.
Difícil é saber o que queres,
Mais difícil saber como podes brincar com meu pensamento
Logo eu, tão frígida no assunto sentimento...
Já não sei mais a que santo rogo para atender minhas preces
Teu corpo atrai,
Tuas curvas enlouquecem,
Conheço-te por completo sem nunca ter-te tocado.
Trago-te comigo, em minha pele gravado.
Tuas palavras me aquecem
Meus lábios de ti não saem.
És minha contradição favorita,
Anseio-te de cabelos assanhados
Nossos corpos suados, colados,
És o paraíso que mais me excita
Quem tem sentimentos sabe que vive a perecer...
Sou louca por ti, mas imploro,
Me ame, me use, me tenha,
Só não faça-me enlouquecer!
Thaylla Ferreira Cavalcante (Sou nós)
Ter saudades de quem não está mais fisicamente próximo é ter recordações de momentos que marcaram a convivência e que deixaram marcas na alma e coração. Pra hoje orar por quem está longe dos olhos, e criar boas recordações de quem podemos olhar nos olhos, abraçar e agradecer por fazerem parte da nossa vida. Crie bons momentos com as pessoas que são especiais pra você!
Entre brumas, ao longe, surge a aurora.
O hialino orvalho aos poucos se evapora,
Agoniza o arrebol.
A catedral ebúrnea do meu sonho
Aparece, na paz do céu risonho,
Toda branca de sol.
E o sino canta em lúgubres responsos:
“Pobre Alphonsus! Pobre Alphonsus!”
O astro glorioso segue a eterna estrada.
Uma áurea seta lhe cintila em cada
Refulgente raio de luz.
A catedral ebúrnea do meu sonho,
Onde os meus olhos tão cansados ponho,
Recebe a bênção de Jesus.
E o sino clama em lúgubres responsos:
“Pobre Alphonsus! Pobre Alphonsus!”
Por entre lírios e lilases desce
A tarde esquiva: amargurada prece
Põe-se a lua a rezar.
A catedral ebúrnea do meu sonho
Aparece, na paz do céu tristonho,
Toda branca de luar.
E o sino chora em lúgubres responsos:
“Pobre Alphonsus! Pobre Alphonsus!”
O céu é todo trevas: o vento uiva.
Do relâmpago a cabeleira ruiva
Vem açoitar o rosto meu.
E a catedral ebúrnea do meu sonho
Afunda-se no caos do céu medonho
Como um astro que já morreu.
E o sino geme em lúgubres responsos:
“Pobre Alphonsus! Pobre Alphonsus!”
Foi como Evan lhe disse uma vez: 'Pare de esperar por um resgate que nunca vai chegar. Nenhum herói virá por você, pegue sua própria espada e vista sua própria armadura.' E, bem, ele não estava de todo errado.
Carta para minha mãe.
Faz sete dias que a senhora se foi, e não passou um dia que eu não tenha chorado sua falta.
Sei que com o tempo essa dor vai se acalmando e deixando de machucar tanto. Mas sempre te levarei comigo dentro do coração, onde quer que eu vá. Mãezinha, eu me lembro de tudo que a gente viveu e até coisas que eu tinha me esquecido e não tinha importância passaram a ter. Pequenos gestos seus, hoje, me dizem muito. A senhora sempre falou mais por atos e pelo olhar, e eu agora entendi. Mãe, cada ensinamento que a senhora me passou eu guardei em mim. Quando seu corpo desceu à sepultura, ali também ficou um pedaço de mim. Eu sei que a vida deve continuar e eu tenho lutado para seguir em frente. Mas te confesso, mãe, que não é fácil. Nossa ligação vai além desse mundo, nosso elo vai além do cordão umbilical. Saiba que te amarei para sempre! Meu primeiro amor! E sempre te levarei comigo. O que me conforta é saber que a senhora está descansando e livre deste mundo de tormentos. Posso ter perdido minha mãezinha, mas ganhei um anjo no céu.
A vida é que nem uma grande peça de teatro:
Vivemos repetindo as mesmas cenas só que em situações diferentes, escrevemos o melhor roteiro possível para que possamos obter um número maior de público. Mas quando as luzes se apagam e as cortinas se fecham é que ela se assemelha mais ainda com uma grande peça, é nesse momento que percebemos que a vida é um grande ensaio para a morte.
Quando eu morrer, por favor não chore por mim, estarei em descanso. Quando me olhar no caixão, se lembre do sorriso e sorria comigo, saiba que todo choro se convertia em alegria quando estava junto a mim. Talvez o futuro não é dos mais justos, mas toda essa desordem, certamente tem um sentido... A desordem da mente, do coração, quantas vezes não choramos juntos sem ao menos deixar que qualquer lágrima tocasse nosso rosto? Queríamos mais do que podíamos e quando não conseguíamos, voltavamos como crianças e na cama, que mais parecia o nosso refúgio, adormeciamos... A morte chegava todos os dias, quando não era correspondido, quando me depreciavam... Agora, tenho paz. Então não chore por mim, chore pelas palavras que me ouviste falar, mas não me escutavas, chore por cada vez que não me compreendeu, eu só queria a tua felicidade. Enfim, chore por tudo, só, por favor, não chore pela minha morte.
Em 2020, quando a Terceira Realidade terminou de envolver todo o planeta Terra, uma pandemia global matou mais de três bilhões de terráqueos. Foi um momento muito caótico que durou dois anos. Foi uma pandemia viral psicossomática que penetrava somente em corpos incompatíveis com a vibração de amor ao próximo. Não havia para onde fugir.
A noite nada mais é que um nefasto antro impregnado de seres insanos
E eu sou apenas mais um negro fantasma de mórbidos pensamentos; frios e agourentos.
Urdo e sempre resmungo a minha atração pela morte. Eu sei, eu sou um louco, obrigado! Sou um poeta das sombras no ergástulo saturado de seres depravados, e ainda queria que eu fosse normal?
Os homens ainda não entenderam que o tempo das admirações superficiais passou, e que um grito de desespero é bem mais revelador do que a mais sutil das argúcias; que uma lágrima tem sempre fontes mais profundas do que um sorriso.
Desde a primeira impressão humana na parede de uma caverna, fazemos parte de algo contínuo. Então, nós não morremos realmente.
Saudade
A saudade não me deixa te esquecer
É a única coisa que me resta de você
Tenho medo de te procurar
Pois sei que iria me ignorar
O tempo passa
E a saudade só aumenta
O que fazer para te ver?
Sei que meu coração já não mais aguenta
Quando os outros falam de você
O que mais sinto é meu peito doer
Quero te encontrar
Mas sei que você não iria gostar
Você não quer me ver
Nem se meu coração parar de bater
E é isso que acontecerá
Se um dia eu não parar de te amar.
Sobre o que quero em minha lápide...
Desculpe a desatenção
Mas pouco me importa o que lá estiver
mal penso nisso
Lápide, enterro
Velório
Se houver bem
Se não, bem também
Problema de vocês vivos
Isso tudo será pra vocês
Agradeço com veemência todas as pessoas que deixaram seus afazeres para estar em meu velório, há tempos que não os via, vida bem corrida eu sei!
Pena que não os vi.
"Qualquer um que se apegue à doutrina historicamente falsa - e - completamente imoral de que a violência nunca resolve nada, eu aconselho a evocar os fantasmas de Napoleão Bonaparte e o duque de Wellington e deixá-los debater a questão. O fantasma de Hitler seria o árbitro. A violência, força nua, resolveu mais problemas da história do que qualquer outro fator; e a opinião contrária é o pior tipo de ilusão. Gerações que esquecem essa verdade básica sempre pagaram por ela com suas vidas e liberdades."
Sei bem o que acontece com pessoas ingênuas como você. Vocês vivem lutando e acabam pobres ou mortas. E ninguém nunca saberá da sua luta. Não, melhor ainda, ninguém fica sabendo da sua morte.