Desejo Morte

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Foi como Evan lhe disse uma vez: 'Pare de esperar por um resgate que nunca vai chegar. Nenhum herói virá por você, pegue sua própria espada e vista sua própria armadura.' E, bem, ele não estava de todo errado.

Carta para minha mãe.

Faz sete dias que a senhora se foi, e não passou um dia que eu não tenha chorado sua falta.
Sei que com o tempo essa dor vai se acalmando e deixando de machucar tanto. Mas sempre te levarei comigo dentro do coração, onde quer que eu vá. Mãezinha, eu me lembro de tudo que a gente viveu e até coisas que eu tinha me esquecido e não tinha importância passaram a ter. Pequenos gestos seus, hoje, me dizem muito. A senhora sempre falou mais por atos e pelo olhar, e eu agora entendi. Mãe, cada ensinamento que a senhora me passou eu guardei em mim. Quando seu corpo desceu à sepultura, ali também ficou um pedaço de mim. Eu sei que a vida deve continuar e eu tenho lutado para seguir em frente. Mas te confesso, mãe, que não é fácil. Nossa ligação vai além desse mundo, nosso elo vai além do cordão umbilical. Saiba que te amarei para sempre! Meu primeiro amor! E sempre te levarei comigo. O que me conforta é saber que a senhora está descansando e livre deste mundo de tormentos. Posso ter perdido minha mãezinha, mas ganhei um anjo no céu.

A vida é que nem uma grande peça de teatro:
Vivemos repetindo as mesmas cenas só que em situações diferentes, escrevemos o melhor roteiro possível para que possamos obter um número maior de público. Mas quando as luzes se apagam e as cortinas se fecham é que ela se assemelha mais ainda com uma grande peça, é nesse momento que percebemos que a vida é um grande ensaio para a morte.

Quando eu morrer, por favor não chore por mim, estarei em descanso. Quando me olhar no caixão, se lembre do sorriso e sorria comigo, saiba que todo choro se convertia em alegria quando estava junto a mim. Talvez o futuro não é dos mais justos, mas toda essa desordem, certamente tem um sentido... A desordem da mente, do coração, quantas vezes não choramos juntos sem ao menos deixar que qualquer lágrima tocasse nosso rosto? Queríamos mais do que podíamos e quando não conseguíamos, voltavamos como crianças e na cama, que mais parecia o nosso refúgio, adormeciamos... A morte chegava todos os dias, quando não era correspondido, quando me depreciavam... Agora, tenho paz. Então não chore por mim, chore pelas palavras que me ouviste falar, mas não me escutavas, chore por cada vez que não me compreendeu, eu só queria a tua felicidade. Enfim, chore por tudo, só, por favor, não chore pela minha morte.

Em 2020, quando a Terceira Realidade terminou de envolver todo o planeta Terra, uma pandemia global matou mais de três bilhões de terráqueos. Foi um momento muito caótico que durou dois anos. Foi uma pandemia viral psicossomática que penetrava somente em corpos incompatíveis com a vibração de amor ao próximo. Não havia para onde fugir.

Mãe que partiu

Tanta palavra partiu com sua materna luz
Tanta dor no peito das lágrimas roladas
Hoje são lembranças eternamente amadas
De tantas distrações e aflições por ti resignadas
Tanta saudade insiste em apertar o coração
Sufocando cada pedaço que resta de emoção
Que dorme na memória recente do seu abraço
Que ainda caminha embalada por seus passos
Para aliviar o brutal rompimento deste laço
Tento buscar na ausência algo para amenizar
Mesmo na distância que nos separa imaginei
Mil formas de afeto e amor pelo vento mandar
E novamente nos seus carinhos me encontrei
Levaste pedaço de mim para a sua eternidade
Marcada com cada lágrima desta cruel realidade
Consoladas nos ombros que na vida eu cruzei
Dos meus vazios momentos que de ti lamentei
Mãe, mesmo ausente é ensinamento presente
É caminho com as suas pegadas ainda recentes
De força, ação, amor, doação, calor, confiança
Agasalhando-me com seu manto de esperança
O céu festeja sem que eu ainda seja convidado
Seu filho por ti amado exalta o dia em oração
Por gesto singelo vai a minha voz de saudação
De eterno dia das mães entre nós ou sobre nós
Nos seus conselhos de mãe recorremos a vós
Em meditação, em nossos momentos de aflição
Mãe que partiu... Sua bênção!

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Rio de Janeiro
19 de dezembro de 1987
à minha mãe

Às vezes um momento pode ser o seu último instante.

⁠Tempestades e provações não matam! Elas te prepararam e te amadurecem para seu destino profético.

⁠Nós não temos tempo nem pra lamentar a perda de uma pessoa querida. É injusto, você não acha?

A noite nada mais é que um nefasto antro impregnado de seres insanos
E eu sou apenas mais um negro fantasma de mórbidos pensamentos; frios e agourentos.
Urdo e sempre resmungo a minha atração pela morte. Eu sei, eu sou um louco, obrigado! Sou um poeta das sombras no ergástulo saturado de seres depravados, e ainda queria que eu fosse normal?

⁠Os homens ainda não entenderam que o tempo das admirações superficiais passou, e que um grito de desespero é bem mais revelador do que a mais sutil das argúcias; que uma lágrima tem sempre fontes mais profundas do que um sorriso.

Emil Cioran
Nos Cumes do Desespero. São Paulo: Hedra, 2012.

As pessoas estão se tornando o que até mesmo o diabo odiaria.

⁠Desde a primeira impressão humana na parede de uma caverna, fazemos parte de algo contínuo. Então, nós não morremos realmente.

Saudade

A saudade não me deixa te esquecer
É a única coisa que me resta de você
Tenho medo de te procurar
Pois sei que iria me ignorar

O tempo passa
E a saudade só aumenta
O que fazer para te ver?
Sei que meu coração já não mais aguenta

Quando os outros falam de você
O que mais sinto é meu peito doer
Quero te encontrar
Mas sei que você não iria gostar

Você não quer me ver
Nem se meu coração parar de bater
E é isso que acontecerá
Se um dia eu não parar de te amar.

Sobre o que quero em minha lápide...
Desculpe a desatenção
Mas pouco me importa o que lá estiver

mal penso nisso
Lápide, enterro
Velório

Se houver bem
Se não, bem também

Problema de vocês vivos
Isso tudo será pra vocês

Agradeço com veemência todas as pessoas que deixaram seus afazeres para estar em meu velório, há tempos que não os via, vida bem corrida eu sei!
Pena que não os vi.

O preço pago pela rebeldia, desobediência e idolatria dos povos antigos contra Deus era assolações, devastações, escravidão e morte.

Eu sei que não morrer, nem sempre é viver.

Conceição Evaristo
Olhos d’água. Rio de Janeiro: Pallas, 2014.

"Qualquer um que se apegue à doutrina historicamente falsa - e - completamente imoral de que a violência nunca resolve nada, eu aconselho a evocar os fantasmas de Napoleão Bonaparte e o duque de Wellington e deixá-los debater a questão. O fantasma de Hitler seria o árbitro. A violência, força nua, resolveu mais problemas da história do que qualquer outro fator; e a opinião contrária é o pior tipo de ilusão. Gerações que esquecem essa verdade básica sempre pagaram por ela com suas vidas e liberdades."

⁠Sei bem o que acontece com pessoas ingênuas como você. Vocês vivem lutando e acabam pobres ou mortas. E ninguém nunca saberá da sua luta. Não, melhor ainda, ninguém fica sabendo da sua morte.