Desculpa
“Desculpa meu bem, mas eu nunca foi boa em sorrisos forçados, sou melhor nas gargalhadas.”
—By Coelhinha
Desculpa, mas meu coração anda preguiçoso, preferindo ficar só. Faz um tempo que ele anda desencantado com esses amores efêmeros de muitas promessas, que já não sente vontade de bater fortemente e se encantar ao ponto de produzir àquele friozinho bom de como é gostar de alguém. Ultimamente, ele torce para não se apaixonar. Evitando conhecer pessoas, e ao menor sinal de risco, ele corre e atravessa a rua sem olhar pra trás, com medo de entrar em outra cilada e se enganar.
E não é que ele já não acredite mais no amor, é que ele apanhou muito de todas as pessoas por quem ele bateu intensamente. Agora ele prefere o vazio de não sentir nada aos cortes que ele recebia quando se permitia amar alguém.
Talvez quando alguém chegar sem todas essas conversas fiadas, surpreendendo com atitudes ao invés de apenas palavras, ele possa se iluminar novamente.
Até lá ele prefere andar na sombra: já percebeu que é melhor assim.
Desculpa, é que eu não quero ser sua namorada, eu quero ser sua parceira, sua amiga! Quero que quando precise de ajuda eu possa estar lá com você pra te ajudar. Quero poder cuidar de você e te fazer feliz. Quero que quando você não quiser fazer algo sozinho lembre de mim, e me chame para ir com você. Quero poder ser seu abrigo. Quero te ajudar. Quero te proteger. Quero te amar. Então entenda, eu não quero ser sua namorada, e não quero que isso se resuma a beijos, quero ser sua companheira, não alguém que você use para prazer, eu quero que seja um prazer estar comigo. Eu não quero ser o seu amor, só quero ser aquela que você não trocaria por nada...
Se eu te magoei de algum jeito, me desculpa, filha. Com certeza é muito ruim se sentir assim. Só queria dizer que te amo muito e faria qualquer coisa por você.
Ah desculpa, mas eu sou assim mesmo , odeio cerimonia, não gosto de dar noticias, sou meio cru, odeio sentimentalismo barato, mas não esqueça de uma coisa, uma não, duas: Sou bom em fingimento e tenho duas caras, se uma gosta de você, a outra lhe suporta!
QUERIDO DIÁRIO
Querido diário, resolvi te escrever pela primeira vez em vinte anos. Desculpa, mas foi agora em que me vi sem ter com quem contar.
Senti que o dia foi curto, apesar de acordar cedo e não parar um minuto sequer. Vi que tenho pouco tempo. Notei-me aperreada, descompassada, perdida, indiscutivelmente desnorteada.
Eu sempre quis isso. Ser independente, sozinha, dona do meu nariz... Mas e agora? Não entendi ainda o que é pra fazer.
Grana pouca, tempo curto, incertezas me assolam. Olhei para o céu, todas as estrelas sumiram. Certeza que amanhã voltarão como se nada tivesse acontecido, perguntando se tudo hoje deu certo.
Caneta e papel para anotar o "algoritmo" de amanhã, como diria alguém que não está aqui comigo, mas que com certeza ficará muito honrado por ver que agora já sou adulta e que saberei me cuidar, ele acha.
Longe de quem sempre ouviu meus gritos de socorro, mesmo quando eu achava que não precisava de ajuda. Que me apoiaria, sem dúvida... Mas que a vida manteve distante para me forçar a ser autêntica, a lembrar que a barra da sua saia já descosturou há tempos, ou se não, eu já deveria ter visto assim.
-Vai ter um dia inteiro pra mudar muita coisa, pra resolver outras, pra deixar algo para depois. Agora vai ser no seu ritmo, você vai fazer as coisas no seu tempo, como você sempre quis.
Ouvi.
Nesse momento você vai ficar sozinha. Mas de longe tem muita gente torcendo por você. "Vai dar tudo certo", lembra?
— Desculpa, mas imagina se você não pudesse enxergar, então um dia, você abrisse seus olhos e pudesse ver tudo o que tem no mundo? Sendo que antes só podia tocar ou sentir o cheiro... Seria uma revelação? Eu tive uma.
Eu vi uma linda casa, uma construção grande e branca com uma vista com árvores contra o mar e o céu azul... Um pedaço do paraíso. Eu vi aquela vista e pensei comigo mesmo: ''Alfie, o que você está fazendo? Por que você não vende cada grama de ouro e cada barril de rum e compra um pouco de tempo pra você? ... Eu preciso comprar tempo pra mim.
Desculpa pelo tempo que não tivemos.
Desculpa por não ter conversado mais
com você, de andar de mãos dadas,
de dançarmos ate o nascer do sol.
Desculpa de ter desviado meu olhar
cada vez que me olhava. Desculpa
pelas palavras que não falei. Pelo amor
que te neguei. Desculpa por te afastar
de minha vida, no memento em que mais
precisei de você do meu lado. Apenas
me desculpa.
Peço desculpa por não ter te dado um adeus, mas é que eu simplesmente ainda não tive coragem o suficiente. Você se foi e espero que para um lugar melhor, o que sobrou para mim foi saudade. Não é como brigar e no outro dia se desculpar, o destino realmente teve poder para nos separar. Espero que esteja ao lado de Deus em um lugar melhor que aqui e esteja olhando por mim. Cada pensamento no futuro é um sofrimento, mas cada lembrança do passado alivia tudo o que eu tenho de bom pra lembrar de você. Quando penso em um tempo bom, lembro dos nossos dias juntos. Quando penso em momentos bons, você está em quase todos eles ao meu lado. Só espero que esteja com Deus, você é meu irmão de alma, sempre lembrarei de você. Melhor ligação com meu passado e alguém que vai cuidar do meu futuro, mesmo de longe.
Desculpa lá eu te dizer isto,
a partir de agora eu não facilito.
Por isso vamos fazer a diferença,
sem pedir por favor nem licença.
Uma mãe um dia me perguntou se não era perigoso pedir desculpa aos filhos. “Mas eles não precisam que os pais estejam certos para se sentir seguros?”, ela questionou. Não! As crianças precisam de pais sinceros e autênticos, não perfeitos.
SONETO "MEA CULPA"
Você que sempre foi especial, errei
Então, no meu erro, desculpa peço
É difícil perdoar! Sei! Árduo regresso
Eu confesso: -com remorso fiquei!
E nesta "mea culpa", algo lhe direi
Se o coração escuta, é progresso
Não é fácil arrepender sem acesso
Tão pouco indulto de quem o fazei
Então, com um afeto lhano modesto
No nada é impossível, o meu gesto
De contrição... Na minha incorreção
Nem tudo na vida nos é tão funesto
Pra que seja no amigo ato molesto
E neste soneto de amor: -Perdão!
Luciano Spagnol
27, agosto de 2016
Cerrado goiano
A POLÍTICA DE CADA UM...
Enquanto utilizarmos a política como desculpa para agredir e humilhar o nosso semelhante, infelizmente, da evolução intelectual, mais ausente e mais distante estaremos, pois a cada xingamento, a cada ataque vil, mostramos quem realmente somos, intolerantes, donos da verdade absoluta e senhores da razão bruta...
Nada demais, pois se de repente alguém notar que fomos brutos em exagero, nos juntaremos aos que comungam da mesma ideia e colocaremos a culpa no fascismo, no comunismo, na religião ou mesmo na ignorância de quem não compactua da mesma intelectualidade absurda.
Digo de forma geral, mas também me refiro ao cidadão da pequena cidade, onde somos vizinhos da mesma realidade, sendo amigos, mas que em tempos de política selvagem, agem como se nunca tiveram alguma amizade, é triste esta realidade, pois faz parte da falta de educação e da intelectualidade...
O que impulsiona uma boa pessoa, por razão política, resolver se mostrar e atacar o outro por pura crueldade?
É a política interior, algo que está dentro de cada um de nós, mas que poucos entendem a sua real finalidade!