Desconfiar das Pessoas

⁠Na superfície dura e fria do espelho, o reflexo embaçado de um rosto me encara de volta.
É uma visão turva de uma expressão duramente composta, criada com o propósito de aparentar uma natureza distante daquela que atormenta o meu íntimo.
Uma caricatura do eu, imagem vendida por mim e aceita pelos outros.
Mandíbula cerrada, sorriso composto, postura altiva e determinada. É o suficiente. Embalagem perfeita para a vitrine da vida, mais uma na prateleira de objetos inanimados esperando receber qualquer estímulo externo, ou ganhar vida.

As pessoas tiram da vida exatamente o que investiram nela.

O maior ponto forte de alguns candidatos a emprego é a habilidade deles de impressionar as pessoas que os entrevistam.

Opinião pública é o que as pessoas acreditam que as outras pessoas pensam.

A vida não vale que as pessoas se dêem ao trabalho de a deixar.

Existem pessoas que economizam a sua inteligência, como outras o fazem com o seu próprio dinheiro.

Se as coisas fossem como gostaríamos que fossem, mesmo assim as pessoas continuariam a queixar-se de que já não eram como dantes.

É uma estranha empresa, essa de fazer rir as pessoas de bem.

Há pessoas que dizem mal de tudo para inculcar que prestam para muito.

Um mestre que ensina na sua escola trinta ou quarenta crianças consegue fazer de todas elas pessoas capazes de pensar? Não. Por isso considero as escolas instituições perniciosas.

Há pessoas que ganham muito em ser lidas, e perdem tudo em ser tratadas: escrevem com estudo e vivem sem ele.

Os povos, como as pessoas, variam de opiniões e gostos, e na sua inconstância passam frequentes vezes de um a outro extremo.

As pessoas que querem mudar nunca são felizes.

Existe uma classe de pessoas que dá provas e atribui-se o mérito de ser ilustre há muitas gerações, embora permaneça ociosa e inútil. Intitula-se nobreza; e, não menos do que a classe dos sacerdotes, deve ser considerada como um dos maiores obstáculos à vida livre e um dos mais ferozes e permanentes pilares da tirania.

Uma grande desgraça confere certo decoro mesmo às pessoas mais insignificantes.

A incredulidade que é da moda nas pessoas jovens, torna-se o seu tormento na velhice.

É cômodo, um enterro: pode-se ter um ar aborrecido com as pessoas e elas tomam-no por tristeza.

Há pessoas cuja vaidade interfere em tudo quanto fazem, mesmo nas leituras.

O ciúme é o maior de todos os males e é aquele que inspira menos piedade ás pessoas.

Como são estúpidas as pessoas de espírito.