Descoberta do Amor

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Amar é ultrapassarmo-nos.

O coração das mães é um abismo no fundo do qual se encontra sempre um perdão.

Os nossos pais amam-nos porque somos seus filhos, é um fato inalterável. Nos momentos de sucesso, isso pode parecer irrelevante, mas nas ocasiões de fracasso, oferecem um consolo e uma segurança que não se encontram em qualquer outro lugar.

O coração do sábio, tal como o espelho, deve a tudo refletir, sem todavia macular-se.

Os homens graves e melancólicos ficam mais leves graças ao que torna os outros pesados, o ódio e o amor, e assim surgem de vez em quando à sua superfície.

Quem possui a faculdade de ver a beleza, não envelhece.

Muito pouco ama, quem com palavras pode expressar quanto muito ama.

A mulher só ama quando admira; para amar um homem precisa de se sentir inferior a ele.

Só é possível ensinar uma criança a amar, amando-a.

Às vezes o homem prefere o sofrimento à paixão.

Para quem ama, não será a ausência a mais certa, a mais eficaz, a mais intensa, a mais indestrutível, a mais fiel das presenças?

Quando um homem ama verdadeiramente, é porque é a primeira vez que ama.

Senhora, eu vos amo tanto
Que até por vosso marido
Me dá um certo quebranto.

Ao coração que sofre, separado
Do teu, no exílio em que a chorar me vejo,
Não basta o afeto simples e sagrado
Com que das desventuras me protejo.

Não me basta saber que sou amado,
Nem só desejo o teu amor: desejo
Ter nos braços teu corpo delicado,
Ter na boca a doçura de teu beijo.

E as justas ambições que me consomem
Não me envergonham: pois maior baixeza
Não há que a terra pelo céu trocar;

E mais eleva o coração de um homem
Ser de homem sempre e, na maior pureza,
Ficar na terra e humanamente amar.

Para quem ama, qualquer sacrifício é alegria.

Aqueles que amamos nunca morrem, apenas partem antes de nós.

Ver e ouvir são as únicas coisas nobres que a vida contém. Os outros sentidos são plebeus e carnais. A única aristocracia é nunca tocar.

Fernando Pessoa
SOARES, B. Livro do Desassossego. Vol.II. Lisboa: Ática. 1982. 264p.

Entre muitas outras coisas, tu eras para mim uma janela através da qual podia ver as ruas. Sozinho não o podia fazer.

Um beijo

Foste o beijo melhor da minha vida,
ou talvez o pior...Glória e tormento,
contigo à luz subi do firmamento,
contigo fui pela infernal descida!

Morreste, e o meu desejo não te olvida:
queimas-me o sangue, enches-me o pensamento,
e do teu gosto amargo me alimento,
e rolo-te na boca malferida.

Beijo extremo, meu prêmio e meu castigo,
batismo e extrema-unção, naquele instante
por que, feliz, eu não morri contigo?

Sinto-me o ardor, e o crepitar te escuto,
beijo divino! e anseio delirante,
na perpétua saudade de um minuto...

Só se ama o que não se possui completamente.

Marcel Proust

Nota: Trecho do livro "Em busca do tempo perdido: A Prisioneira".