Descalço
SAUDADE
Eu sou a saudade,
Sorrindo pra melancolia,
Descalço no caminho da ausência,
Eu atravesso a ponte do abatimento,
Tropeçando nos buracos dos sentimentos.
E sou a saudade desbotada,
De cor ofuscada,
Na cidade da lembrança,
E na cor do amor que ficou,
Onde o trem da conveniência parou.
E sou a saudade a olhar o mesmo Trem,
Distante sob as nuvens cinzentas,
Na fumaça que do trem sai se perdendo no infinito,
Levando aqueles que a volta não tem,
E deixam na saudade vago aroma de amor.
E eu sou a saudade em noite sem luar,
Olhos serrados em segredos guardados,
Peito dilacerado por choro arrancado,
Sentindo no amor a penumbra da dor,
Misturando–se a furta-cor nas lágrimas a rolar.
E sou a saudade nas cores do arco-íris:
No vermelho da paixão, do amor e da coragem,
Na cor laranja da prosperidade,
No amarelo da alegria,
E no verde da paz, do equilíbrio e da confiança...
E sou a saudade no azul da calma e da harmonia,
E no azul anil a sinceridade e o respeito,
E violeta da espiritualidade dos que foram no trem da saudade,
E sou a saudade a sorrir e a chorar na cor que a saudade na alma está.
E sou a saudade do que se perdeu,
Do que falta a saudade eu sou,
Eu sou a saudade do que se distanciou,
Do amor a saudade eu sou,
E eu sou a saudade do prazer de tudo que deixou de se ter e no peito aperta.
Nunca me treinaram para carregar um fardo tão pesado, nem me disseram que eu andaria descalço por valas repletas de cacos de vidro. Não fazia a menor ideia de que as feridas da alma eram as últimas a cicatrizar, pois são tão profundas, onde remédio nenhum alcança.
Não sei se felizmente ou infelizmente, mas tive de aprender tudo isso sozinha, lágrima por lágrima, a cada murmúrio. Confesso já ter pensando em desistir milhões de vezes e ainda penso, é inevitável, ao olhar para onde quero chegar e ver tantos obstáculos na linha do horizonte é cansativo, ver que não estou nem na metade do caminho, me sinto fraca e impotente, isso faz qualquer um desistir de continuar.
É doloroso, pois a vida nunca prometeu ser fácil, ainda sim, mesmo querendo desistir eu continuo, um passo por vez, alguns pensamentos que surgem na minha mente não são meus, por isso não preciso aceitá-los, principalmente aqueles que dizem que eu não sou capaz, por isso eu continuo, não sou uma desertora, por que eu sei que desistir é perder a guerra antes de entrar no campo de batalha.
E se amanhã for muito tarde? Se for tarde para pisar descalço na grama, contemplar o pôr do sol, tomar um banho de mar, comer brigadeiro de colher, usar o melhor perfume, beber café com um amigo, pedir perdão, dizer vários "eu te amo"...
Amanhã pode ser tarde. Deus permita que possamos fazer o que temos vontade no dia de hoje, amanhã e depois... Mas se o amanhã não vier, Eu tenho o hoje, todinho meu! Então, com licença, vou vivê-lo.
A Passagem secreta.
Pés descalço correndo gritando feito louco pela rua em cada olhar sorriso a felicidade reinava. Para nós felicidades se resumia em acordar e logo pela manhã usar a imaginação para explorar o inexplorado o desconhecido.
- Hoje temos que abrir trilha e acessar o portal da passagem secreta, dizia Dinho.
Na cerca que fazia divisa para o sítio colocamos uma moldura de espelho grande, com o tempo a cor da madeira havia se desbotado.
- Moldura gigante é essa? Dizia Dinho.
- tive uma ideia, vamos cobrir a moldura com uma cortina velha que servirá como portal, e tem mais hoje precisamos entrar pelo portal.
- É muito arriscado correr o risco de ficar presos igual os personagem da Caverna do Dragão, falava Roro.
- Quem será o primeiro a entrar se obtivermos êxito na abertura do portal?
Todos me olharam e começaram a rir, percebi que meu reinado de cobaia não havia terminado. Aproveitamos a natureza para o improviso; um balanço em galho de árvore, naves no pé bananeira, em posse de estilingue nos aventuramos no cafezal, bosque de Santa Bárbara. Um dia nossa manhã ficou mais iluminada fugimos um pouco da monotonia ouvimos cantos misteriosos próximo do rancho. Mais que depressa fomos observar para qual direção voavam os pássaros, corremos para o pântano e fomos rasgando espinhos e taboa no peito despreocupados com os perigos de insetos e animais que aquele habitat oferecia...
- Eles são lindos, exclama Roro.
- Está delirando, Eeeeee um simples ninho com filhotes de marreco d'água.
- Temos que guardar segredo, dizia Dinho.
Pela primeira vez em anos percebi que nossa amizade corria sério perigo pois como a matemática é uma ciência exata não havia possibilidade de realizarmos a divisão justa. Dinho com a língua para fora iniciou uma provocação sentamos e após horas de negociação resolvemos chegamos a um consenso, de semana em semana os filhotes trocam de casa e cuidados.
O acordo foi justo conseguimos uma gaiola e fizemos um ninho já na primeira noite de cuidados com os filhotes quando me preparava para o mesmo ritual de dantes senti uma certa preguiça e acreditei que um noite sem aquela monótona rotina não faria diferença, dentro do casebre só ouvia barulho de grilo e coruja , sempre fui compenetrado em tudo que faço mais para minha surpresa este dia quebrei o protocolo e a exaustão falou mais alto estava estampada em meu corpo, nós animais racionais sempre somos assim "valentões" kkkk não tememos o breu da noite, uma barata voadora, uma noite chuvosa com raios e trovões, vultos na rua receio de encontrar uma alma penada, se é que existe espírito ruim RS RS , na madrugada a minha imprudência trouxe uma certa surpresa na madrugada ouvi barulho na escada, lembrei que era um aventureiro destemido e reprimi minha mente, o meu sexto sentido o barulho nos degraus persistiu pensei em abrir um olho mais me contentei que era apenas um sonho na casa só ouvia som de respirações anunciando um boa noite de sono por outro lado eu estava inquieto o meu espírito me alertava não podemos ignorar esses sinais comecei ficar impaciente na cama quando ouvi gritos na cozinha mais que depressa corri em direção ao sinistro para minha surpresa a porta que da acesso a escada estava aberta vi um vulto no último degrau peguei minha arma e subi correndo igual um louco quando o vulto correu en direção a capoeira ouvia os pio pensei em atirar mais não tinha certeza se ia acertar o alvo queria acordar e pensei subir no telhado também mais com estou acima do peso kkk voltei para sala abri a porta e portão de madeira sai como um luz corri meio quarteirão descalço e o meliante correndo sobre os telhados no meio da quadra ele foi inteligente pulou de um telhado para o outro tive que dar a volta na quadra corri já ofegante e com alguma esperança de encontrar o entrei na mata procurei e para minha tristeza o felino do Dinho fez sua refeição, comeu os filhotes que estavam sobre meus cuidados.
Pela manhã, logo cedo resolvi procurar os restos mortais, mais depressa fui a casa dos meus amigos e com um sorriso os avisei que uma gata havia jantado os filhotes. No portão disseram que íamos vingar a morte dos passarinhos,
me vesti e fomos caçar os restos mortais e para minha surpresa Dinho gritou:
- A ratazana, exclamou RO.
Mate-o logo - disse Dinho?
Um dia maravilhoso, na rua encontrei o gato caçador, olhei para um lado e para o outro, esperei na tocaia e vi o felino entrando em uma construção inacabada e percebi que toda caça ele devora dentro da casa. Não fui à escola e descobri que a fêmea tinha filhotes.
Gilson de Faria.
15/02/2021
Bipolar
Somos vários como ondas contínuas infinitas em seu vai e vem, pé descalço na areia pensamento solto, surfando ao sabor do vento.
Somos únicos como água de lagoa quieta em seu leito, pé seguro sobre a caçada, pensamento contido no peito.
É a vida que segue...
Quando criança a alegria era banhar na chuva, correr descalço, apertar a campainha do vizinho, brincar na rua até o sono vir, lamber a vasilha com os restos do bolo, estourar plástico bolha e tantas outras brincadeiras que nos levava a felicidade. Quem dera se resgatássemos essa criança em nós e deixássemos as pequenas alegrias virar rotina e assim sermos felizes todos os dias.
Insta: @elidajeronimo
Mais um dia que passou sem emoções, caminhando na direção que o vento leva, descalço e sem blusa olhando para as estrelas no céu, imaginando que o infinito e só uma distância entre meu pensamento é o pensamento de outra pessoa, tentando acreditar que existe um propósito em meio a loucura da mente, exausto de caminhar para diferente direções, buscando o que não existe.
Mae Africana
Uma mãe africana!
Filósofa articulando as palavras
Verdadeiras rainhas de pés descalços ,belas sem maquiagem.
Uma crise de palavras me abraçam.
Tenho medo de dizer que és a melhor mãe do mundo.
Mãe! As palavras são como notas em uma pauta.
Têm a função de determinar o conhecimento do aluno.
Mãe africana mulher sem limites para ser elogiada .
Recorro ao dicionário a procura de palavras lindas para descrever uma rainha negra só encontro negra como as três as.
Resolvi escutar o meu coração que só grita mulher Africana è amor.
“Penso em mim
Insistir em uma pessoa que nunca deu certo é como andar descalço em cascalhos. Machuca, causa bolhas, as vezes até sangra. Acredito que o melhor a fazer é esquecer e seguir em frente. Deixar livre o coração para encontrar outro amor, enquanto vive. Deixar livre o coração. Por que quando a gente encontra a alma gêmea, o coração muda. E a pessoa que você insistia em ter não lhe interessa mais. As vezes na vida, você tem que esquecer o que você quer, para começar a entender o que você merece...”
Para um homem bonito:
Você, que gosta de andar descalço
E vê a beleza nas pedras, nas flores e nos bichos
O teu sorriso é largo, seus olhos são brilhantes, você é o mais bonito!
Você que cantarola baixinho, me tira para dançar, faz graça, brinca e ri comigo
Obrigada por ser meu amigo!
Você é simples como todas as coisas verdadeiras e boas, como as coisas que tem importância na vida,
Você é fácil de entender, é gostoso de ver e esplêndido de amar!
Você é um homem bonito, todos os olhos entendem, mas além do que alcança a vista, minha alma te sente.
Te amarei para todo sempre...
Ao belo e sempre nobre, Thiago.
Com toda paixão, amor e carinho que um corpo é capaz de suportar.
Eu não sou daqui
Ainda me perco nesta cidade.
Um caminhar descalço que ferem
os pés da alma.
Não me acostumo com esses monstros,
Cheios de gente, iluminados, imponentes!
Sou das montanhas de Minas. Lá ficou
Morando minha infância,depois que vim
Para cá,correndo nos terreiros, subindo
Os manguerais, driblando as carreiras
De café.
Lá ficaram minhas despreocupações,
No colo de minha avó, no banco da cozinha.
Aqui tem gente demais; têm pedras demais...
Corremos demais, buscamos demais, e
Nos perdemos.
Ela era uma menina que andava descalço para ver suas pegadas na terra.
Gostava de brincar na chuva para provar o sabor da água do céu.
Amava brincar de bonecas e ainda tem sua preferida até hoje.
Desenhava no chão cada cômodo da sua "casa"de faz de conta.
Subia em árvores para ver mais longe e admirar a paisagem.
Tempos onde a simplicidade nunca foi motivo para impedir seu sorriso.
Aprendeu ainda na sua infância o quanto a gratidão alegra o coração de Deus.
Viveu momentos difíceis mas sempre acreditou em dias melhores. Erros e acertos fizeram dela esta mulher que é hoje!
Mulher de fé...
Mulher que chora as pés de um Deus que pode TODAS as coisas e no tempo oportuno revela uma solução, um milagre.
Se alegra com as vitórias e conquistas que recebe e reconhece que sem Deus nada seria.
Mulher que continua em busca de ser uma pessoa melhor a cada dia.
Mulher que não acredita nas mentiras do adversário da sua alma.
Mulher que tem o foco em receber a vida eterna!
Mulher que valoriza seu fôlego de vida e a oportunidade de viver cada dia.
Pé de Caiçara
Descalço, pulando de pedra
em pedra, lá vai o Pé de Caiçara.
Febril, repleto de espinhos
do ouriço, lá vai o Pé de Caiçara.
Cortado, das cracas nas pilastras,
lá vai o Pé de Caiçara.
Queimado, no soldado, da areia
quente de um dia ensolarado,
lá vai o Pé de Caiçara.
Batendo na natação, saltando
no pontão, girando na capoeira,
marcado com os calos da chuteira.
Lá vai o Pé de Caiçara
com suas Havaianas nas mãos.
Trepando na goiabeira,
na mangueira, no coqueiro,
no pé de jambolão,
lá vai o Pé de Caiçara.
Sujo, quebrado, torcido, com bicho
geográfico, unha encravada
e frieira, lá vai o Pé de Caiçara.
Lá vai o Pé de Caiçara correndo.
Lá vai o Pé de Caiçara tropeçando.
Lá vai o Pé de Caiçara
para mais um escorregão.
Lá vai o Pé de Caiçara,
de novo de pé, amigo do chão.
Educado no sapato,
livre tocando o mar.
Lá vai o Pé de Caiçara, pisando
em lugares que a Mente de Caiçara
nunca pôde imaginar.
Estou no escuro, estou me desesperando
Estou me destruindo ,estou me despedaçando
Estou descalço pisando em pedras
Estou me mutilando em meio a dor, mas ninguém vê, pois está dentro, dentro da minha mente , dentro do meu coração
Não consegui me mexer não consigo respirar dentro dessa prisão .
Sou fraco, sou triste, sou um nada em meio ao mundo em que todos são tudo.
Onde é melhor ?
Cobrança danada.
Andar descalço, limpeza para alma
Que sujeira de obrigações
Menos poeira da maldade
Água de mistura de cultura
Com unicidade, é diferente
Fora do quadrado
Tomada banho
Ao caminhar descalço na areia eu sinto que nem toda aquela beleza, das montanhas do horizonte distante se compara com sua silhueta , e me traz uma leve brisa do vento que concretize o momento do maior sentimento, de eu querer reviver a cada instante ser intensamente sua miragem, que é a mais bela você olhando o eclipse da lua, em uma noite que abriu as portas e as janelas, da minha alma você sempre vai ser a minha calma, que me traz o sentido que enquanto nossos olhares se encontraram em uma noite estrelada. E que foi marcante ver que seus olhos brilhantes tirava todos os brilhos de qualquer nascente, inconsequentemente você não sai da minha mente, estou em frente de você deixando os meus rastros e os passos que refaço o pedido de viver cem anos ao seu lado.
MEU CHÃO
Gosto de pisar descalço.
Ficar de pé no chão;
Gosto de ter um punhado de terra
O resquício do que sou...
Ainda serei natural.
Em grãos de areia, na praia,
Ao pisar me sinto forte;
E com poeira na mão...
Fica a sensação interior,
de controle sobre mim mesmo.
É de pulsar forte o coração!
Cheiro de café fresco e bolo quentinho, andar descalço, tomar banho de chuva, arroz com feijão e batata frita, brincar na terra, perguntar pra mãe se tinha que lavar o cabelo... tocar a campainha e sair correndo, brincar na rua até tarde, melhor amiga, professora preferida, primeiro amor, as brigas com meus irmãos que amo tanto... coisas simples, mas que me trazem o cheiro, o gosto e a sensação da infância tão deliciosa que tive. Tempos que não foram fáceis, mas que deixaram as melhores lembranças. O nome disso é SAUDADE. Quem não sente por algo ou alguém, é porque não viveu de verdade!