Desastre
É com o coração pesado que deixo vocês. Dei a vocês tudo o que tenho. Minha juventude, sabedoria, saúde, beleza e esperança de um futuro melhor.
Eu invejo a sua liberdade e o seu coração obstinado. Você é destemido, faz o que quer e não responde a ninguém.
Você está lutando contra quem? O sistema? Ele é como a radiação. Invisível, sempre presente e eterno.
Sou o fogo, a primeira faísca, sou um doce desastre, posso ser a tormenta perfeita e também posso ser o silêncio que tudo consome. Sou complicada em meus próprios termos, mas quando eu quero, posso ser tudo o que alguém deseja. Tenho minhas próprias imperfeições, estou rodeada de pessoas que sabem admitir que são humanas, que embora não esteja claro o que são, sabem o que querem ser, indivíduos melhores. Quando tudo me supera, em vez de ressurgir, eu afundo. Há tantas mãos egoístas querendo mais e mais de mim, quando sou apenas uma, quando sou somente essa mulher enfrentando seus medos como qualquer outra pessoa.
Nunca fui boa com o esquecimento, mas sei fingir muito bem. Tenho muitas coisas em mente, muitas delas, ninguém gostaria de saber, no entanto quero que entendas que isso não faz de mim um inimigo, somente faço pra proteger-te de meus demônios. Não quero que me olhes como se eu fosse uma desconhecida, mas acredite em tudo o que você ver. Pode estar morrendo por dentro e por fora não verás nada além de um rosto sorridente e um corpo com o qual me movo como se fosse minha melhor qualidade, quando na verdade, eu só quero menos, muito menos dele. Às vezes quero menos de mim para ter algo melhor de outra pessoa.
Irrealidade
"Não há, na vida espiritual, desastre que se compare ao de se ver imerso na irrealidade, pois a vida se mantém e é em nós nutrida por nossa relação vital com as realidades que se encontram fora e acima de nós. Quando nossa vida se nutre de irrealidade, morremos de fome. Não há maior desgraça do que confundir essa morte estéril com a verdadeira e frutuosa “morte”, pela qual entramos na vida."
Na liberdade da solidão, Thomas Merton (Vozes, 2001), pág. 17
Eu sempre fui desastrada pro amor,
O meu primeiro amor foi platônico,
E foi um desastre,
O segundo foi um amor estranho,
E acabou morrendo no meio do caminho.
câncer social
infame desastre
valores frieza
lugar de enganos
palavrões sem destino
abrupto audaz
lagrimas cativas
tempo sem glamour
ter dó questão absurda
divertido, poço sem fim.
todos mortos...
o amor frio,
sentimento enfatizado
dores mais dores
seja o esquecimento
um bom valor.
esbarrões obscuros...
asma solidão,
sentidos pois todos
são vestígios de ácaros
e fungos na depressão
amargura simplicidade
dos quais o meus sejam seus
foragidos por qualquer lugar,
momentaneamente a gravidez
obtusa e até singular
oposição cruel virtude.
Desastre poético.
Se fosse possível, meu bem, eu diria.
Apenas uma pessoa, se isso fosse possível.
Certa existência poética me faltava nesta terça. Como sempre, me cobri de tudo que pude carregar.
Já conquistara outras vezes... Não me custa mais nada.
Como se palavras falsificadas pudessem me traduzir.
Mas deixei... Não poderia me deixar levar pela raiva dos mais velhos.
Os cromossomos dos meus pais são um desastre. Queria tanto ser sedutor, o máximo foi ser um manipulador.
E talvez, mesmo quando tudo acaba em desastre, se foi feito por amor, nunca pode ser considerado um erro.
DEUS É BOM O TEMPO TODO
Se vivemos reclamando,
fortalecendo incertezas,
e antevendo desastre;
como colheremos flores
se dentro de nós floresce
um canteiro de obstáculos?