Desapego
Amar é admitir ao outro: “sou um ser interminável, mas ajustável” e não preciso de você para viver, mas amo-te.
À medida em que a pessoa vivencia resolutas circunstâncias, ela naturalmente verte numa transmutação. Não é que a pessoa torna-se estranha, enigmática, distanciada ou cética! É que o tempo decorre irrefletidamente, aí o indivíduo desembrutece, e subitamente amadurece. Logo, como resultado, vai se desapegando de todas as coisas que não sejam mútuas e apropriadas.
Como as coisas boas são poucas, cabem em nossas mãos fechadas, com carinho. O resto faz o vento e as chuvas o serviço de arrastar para longe.
Se olhares me intimidassem seria eu o primeiro a dizer-te, mas ao fazeres isso sobre o meu passado deixastes de escutar-me.
A felicidade não reside nos inteligentes.
Independe de dinheiro, local, cultura, raça, cor ou credo, mas está ligada intimamente com o desapego, com a resiliência e com a falta de expectativas, características dos sábios.
Abra a mão, desapegue! Deixa ir o que fere, o que atrasa o passo, o que já não acrescenta, o que não vibra mais. Permita que vá o que já não é teu, quem só está de passagem. Há pessoas que não vieram para ficar, às vezes, a única missão de alguém em nossa vida é ensinar.
Deixe ir quem não quer ficar! Ter ao teu lado alguém que não quer estar ali te causa uma dor maior que a da perda. Desapegue! Deixe que vá!
Não é que eu esteja estranha, a questão é outra e muito simples: a minha vida não diz mais respeito a você e a tua não me interessa mais.
Se você precisa forçar é porque não é espontâneo. Se você precisa cobrar é porque não é recíproco. Se não flui é porque já chegou pesado e se foi é porque nunca foi teu. Entenda que há certas coisas que não valem a pena e se não vale a pena, não merece o teu desgaste. Desapega e libera espaço no coração.