Depois

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Depois de pensar um pouco ela viu que não havia mais motivo e nem razão e pode perdoá-lo. É fácil culpar os outros mas a vida não precisa de juízes a questão é sermos razoáveis. E por isso voltou, porque sempre o amou mesmo levando a dor daquela mágoa mas segurando a sua mão. Sentiu sorrir seu coração e amou como nunca havia amado. Mas como começar de novo se a ferida que sangrou, acostumou a se sentir prejudicada? É só você lavar o rosto e deixar que a água suja leve longe do seu corpo o infeliz passado. E viveram felizes para sempre e eles estavam livre da perfeição que só fazia estragos.

Nando Reis

Nota: Trecho da letra da música "A Minha Gratidão é uma Pessoa"

As ovelhas não vão mostrar aos pastores o que comeram; pelo contrário, depois de bem digerido o pasto, dão-lhes lã e leite. Do mesmo modo não deves desperdiçar entre ignorantes, belas máximas; procura digerí-las e dá-las a conhecer por meio dos teus atos.

Depois que um corpo comporta outro corpo, nenhum coração suporta o pouco.

Quando mais jovem, dizia: "Minha tendência era ser sociável, mas depois, aos poucos, adquiri um gosto pela solidão, fui ficando pouco sociável e resolvi me dedicar inteiramente a mim pelo resto dessa vida fugaz."

O mundo não foi feito em alfabeto. Senão que primeiro em água e luz. Depois árvore.

Manoel de Barros
BARROS, M. O livro das ignorãças. Rio de Janeiro: Editora Record, 2000.

A sua vida só vai pra frente depois que você se desapega das pessoas que te levam pra trás.

Não seja aquele tipo de pessoa que procura, acha, e depois sai correndo com medo!

A única recompensa que você recebe depois de sofrer é amadurecimento. Mais nada... afinal a vida não mima ninguém.

A gente confia demais. Erra demais. Acredita demais. Quebra a cara.
Aprende. E depois, faz tudo de novo, achando que vai ser diferente!

O amor acaba. Numa esquina, por exemplo, num domingo de lua nova, depois de teatro e silêncio; acaba em cafés engordurados, diferentes dos parques de ouro onde começou a pulsar; de repente, ao meio do cigarro que ele atira de raiva contra um automóvel ou que ela esmaga no cinzeiro repleto, polvilhando de cinzas o escarlate das unhas; na acidez da aurora tropical, depois duma noite votada à alegria póstuma, que não veio; e acaba o amor no desenlace das mãos no cinema, como tentáculos saciados, e elas se movimentam no escuro como dois polvos de solidão; como se as mãos soubessem antes que o amor tinha acabado; na insônia dos braços luminosos do relógio; e acaba o amor nas sorveterias diante do colorido iceberg, entre frisos de alumínio e espelhos monótonos; e no olhar do cavaleiro errante que passou pela pensão; às vezes acaba o amor nos braços torturados de Jesus, filho crucificado de todas as mulheres; mecanicamente, no elevador, como se lhe faltasse energia; no andar diferente da irmã dentro de casa o amor pode acabar; na epifania da pretensão ridícula dos bigodes; nas ligas, nas cintas, nos brincos e nas silabadas femininas; quando a alma se habitua às províncias empoeiradas da Ásia, onde o amor pode ser outra coisa, o amor pode acabar; na compulsão da simplicidade simplesmente; no sábado, depois de três goles mornos de gim à beira da piscina; no filho tantas vezes semeado, às vezes vingado por alguns dias, mas que não floresceu, abrindo parágrafos de ódio inexplicável entre o pólen e o gineceu de duas flores; em apartamentos refrigerados, atapetados, aturdidos de delicadezas, onde há mais encanto que desejo; e o amor acaba na poeira que vertem os crepúsculos, caindo imperceptível no beijo de ir e vir; em salas esmaltadas com sangue, suor e desespero; nos roteiros do tédio para o tédio, na barca, no trem, no ônibus, ida e volta de nada para nada; em cavernas de sala e quarto conjugados o amor se eriça e acaba; no inferno o amor não começa; na usura o amor se dissolve; em Brasília o amor pode virar pó; no Rio, frivolidade; em Belo Horizonte, remorso; em São Paulo, dinheiro; uma carta que chegou depois, o amor acaba; uma carta que chegou antes, e o amor acaba; na descontrolada fantasia da libido; às vezes acaba na mesma música que começou, com o mesmo drinque, diante dos mesmos cisnes; e muitas vezes acaba em ouro e diamante, dispersado entre astros; e acaba nas encruzilhadas de Paris, Londres, Nova York; no coração que se dilata e quebra, e o médico sentencia imprestável para o amor; e acaba no longo périplo, tocando em todos os portos, até se desfazer em mares gelados; e acaba depois que se viu a bruma que veste o mundo; na janela que se abre, na janela que se fecha; às vezes não acaba e é simplesmente esquecido como um espelho de bolsa, que continua reverberando sem razão até que alguém, humilde, o carregue consigo; às vezes o amor acaba como se fora melhor nunca ter existido; mas pode acabar com doçura e esperança; uma palavra, muda ou articulada, e acaba o amor; na verdade; o álcool; de manhã, de tarde, de noite; na floração excessiva da primavera; no abuso do verão; na dissonância do outono; no conforto do inverno; em todos os lugares o amor acaba; a qualquer hora o amor acaba; por qualquer motivo o amor acaba; para recomeçar em todos os lugares e a qualquer minuto o amor acaba.

Depois eu lembrei que todo mundo passa mas ninguém fica e tive vontade de chorar o choro mais longo e pesado do mundo.

Sempre me apaixono depois que acaba a paixão. Sempre namoro quando acaba o namoro. Só assim sei amar.

Por enquanto há diálogo contigo. Depois será monólogo. Depois o silêncio. Sei que haverá uma ordem.

Clarice Lispector
Água viva. Rio de Janeiro: Rocco, 1998.

Primeiro diga a si mesmo o que gostaria de ser e depois o que tem que fazer.

Se tens que lidar com água, consulta primeiro a experiência, depois a razão.

Sim, eu odiava ter que me levantar da cama de manhã. Significava que a vida ia recomeçar e depois de se passar a noite inteira a dormir cria-se uma espécie de intimidade especial que fica muito mais dificíl de largar. Sempre fui solitário. Desculpe-me, creio que não regulo bem da cabeça, mas a verdade é que, se não fosse por uma ou outra fodidela, não me faria a mínima diferença se todas as pessoas do mundo morressem. Eu sei que não é uma atitude simpática. Mas ficaria todo refestelado aqui dentro do meu caracol. Afinal de contas, foram as pessoas que me tornaram infeliz.

Alguma coisa em mim não consegue desistir de você. Mesmo depois de todos os fracassos. E tento, tento.

Porque nada volta a ser como era antes. Depois que algo é quebrado sempre vão existir marcas que vão provar que algo esteve errado. Não existem segundas chances quando um coração é magoado. Não existem outras oportunidades para algo que se deixou passar.

E depois de um tempo você aprende que algumas pessoas vão te amar apenas pelo o que você tem. Que confiança não se recupera depois de traída e que algumas coisas podem doer mas não é para sempre.
Porque a vida não espera você ficar pronto, ela faz de você forte o suficiente para suportar e seguir em frente.

Você sempre pode contar com os americanos para fazer a coisa certa – depois que eles tentaram todo o resto.

Desconhecido

Nota: Variação do pensamento de Abba Eban. Essa versão adaptada da citação costuma ser atribuída a Winston Churchill, mas sua verdadeira autoria é desconhecida.

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