Depoimentos para um Ex Ficante
Eu gosto dela e ela gosta de mim... Eu penso nela, será que isso não vai ter fim?
E é pela razão que chegamos à conclusão óbvia de que a morte é o fim da consciência e a destruição irreversível do eu.
Ninguém determina do princípio ao fim o caminho que pretende seguir na vida; só nos decidimos por trechos, na medida em que vamos avançando.
“Vejo, porém, que, todos aqueles que ensinam, praticam o que ensinam a fim de edificar pelo exemplo os que aprendem, da mesma forma que os estimulam pela palavra”
Dois amantes felizes não têm fim
Nascem e morrem muitas vezes enquanto vivem
Têm da natureza a eternidade.
Nota: Trecho de "Soneto XLVIII" de Pablo Neruda
Mulher não desiste, se cansa. A gente tem essa coisa de ir até o fim, esgotar todas as possibilidades, pagar pra ver. A gente paga mesmo. Paga caro, com juros e até parcelado. Mas não tem preço sair de cabeça erguida, sem culpa, sem "E se"! A gente completa o percurso e ás vezes fica até andando em círculos, mas quando a gente muda de caminho, meu amigo, é fim de jogo pra você. Enquanto a gente... enche o saco com ciúmes e saudade, para de reclamar e agradece a Deus! Porque no dia que a gente aceitar tranquilamente te dividir com o mundo, a gente não ficou mais compreensiva, a gente parou de se importar, já era. Quem ama, cuida! E a gente cuida até demais, mas dar sem receber meu caro... É caridade, não carinho!
Nem temor nem esperança assistem
Ao animal agonizante;
O homem que seu fim aguarda
Tudo teme e espera;
Muitas vezes morreu,
Muitas vezes de novo se ergueu.
Um grande homem em sua altivez
Ao enfrentar assassinos
Com desdém julga
A falta de alento;
Ele conhece a morte até ao fundo —
O homem criou a morte.
Hoje é o dia de dar bom dia ao fim da dor, ao fim da vingança, ao fim da espera, ao fim da defensiva. E dar bom dia ao início da primavera, ao início da minha beleza e ao amor. Finalmente. Bom dia ao amor. E bom dia para essa risada que sai livre, solta e que eu nem percebo que é risada porque não consigo olhar pra fora da pele de tanto que é bom ficar aqui dentro. Hoje é o dia de dar bom dia a mim.
O homem pode pôr fim à sua vida; mas não pode pôr fim à sua imortalidade.
Vermes imundos querem ver o meu fim. Mais Deus é maior está olhando por mim.
Nunca esqueça que há sempre uma luz no fim do túnel. Só não espere que esta luz chegue até você, vá até ela. Quem sabe lá você encontre aquele alguém que você tanto procurou, e quem sabe este alguém esteja também tentando te encontrar.
Só porque acabou não quer dizer que não deu certo e não foi bom. Nem sempre as coisas são eternas. Mas nem por isso deixam de ser especiais. Por favor, entenda isso. Entenda que o nosso amor deu certo. E me deixa livre para seguir. Eu prometo que te deixo livre para seguir também. Detesto histórias sem fim. Todo mundo precisa de um ponto final para poder começar um novo parágrafo. Boa sorte para nós dois. A gente merece.
A Grande Manchete
Aproxima-se a hora da manchete.
O PETRÓLEO ACABOU.
Acabaram as alucinações
os crimes, os romances
as guerras do petróleo.
O mundo fica livre
do pesadelo institucionalizado.
Atiradores ao lixo
motores de combustão interna
e lataria colorida,
o Museu da Sucata exibe
o derradeiro carro carrasco.
Tem etiqueta de remorso:
“Cansei a humanidade”.
Ruas voltam a existir
para o homem
e as alegrias de estar-junto.
A poluição perdeu
seu aliado fidelíssimo.
A pressa acabou.
Acabou, pessoal! o congestionamento,
o palavrão,
a neurose coletiva.
A morte violenta entre ferragens
com seu véu de óleo
e chamas
acabou.
Milhões de arvores meninas irrompem do asfalto
e da consciência
em carnaval de sol.
Dão sombras grátis
ao papo dos amigos,
à doçura do ócio no intervalo
do batente,
do amor antes aprisionado sob o capô
ou esmigalhado pelas rodas,
â vida de mil formas naturais.
Pessoas, animais,
confraternizam: Milagre!
Dura 5 (?) minutos a festa
da natureza com a cidade.
Irrompem
formas eletrônicas implacáveis,
engenhos teleguiados catapúlticos
de máximo poder ofensivo
e reconquistam o espaço
em que a vida bailava.
Recomeça o problema de viver
na cidade-problema?
De que valeu cantar
o fim da gasolina de alta octanagem?
Enquanto não vem a formidável manchete
vamos curtindo
outras manchetinhas a varejo.
Vamos curtindo
a visão do caos e do extermínio
na rua, na foto,
no sono atormentado:
Mas 400 carros por dia nas pistas
que encolhem, encolhem, são apenas
enfumaçadas fita de rangidos.
Mais loucura, mais palavrão e mais desastre.
E lemos Ralph Nader:
a cada 10 minutos
morre uma pessoa em acidente
de carro; a cada 15 segundos
sai alguém ferido
na pátria industrial dos automóveis.
Vamos imitá-la?
Vamos vencê-la em desafio
de quem mata mais e morre mais?
Ou vamos ficar apenas
engarrafados sem garrafa
no ar poluído e constelado
de placa, de sinais
que assinalam o grande entupimento?
Perguntas estas são mensagem
também ela espremida na garrafa
que bóia no alto-mar de ondas surdas
e cegas
à espera do futuro que as responda.
Ainda que esteja doendo um pouco,
o que eu mais queria agora
era que aquela mensagem que acabou de chegar no celular
fosse tua...
Vocês querem saber porque esta história acabou? Por que eu gosto muito de dar ordens. Se as coisas não saem do jeito que eu quero, eu mando aumentar a Guitarra, mando abaixar a Guitarra, mando fazer isso... Mas isso você não pode fazer. Principalmente no amor. Eu nem sei direito o que é o amor. E você não pode ter uma relação de força, de poder. Sabe, tem que ser uma outra coisa. E eu já sofri muito na vida por causa disso, sabia? Tanta gente já foi embora da minha vida por causa disso. Porque eu sou mandão, "com a melhor das intenções".
(ele estava falando a respeito da musica "Ainda é Cedo")