Depoimentos de agradecimento

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Por que estás assim,
violeta? Que borboleta
morreu no jardim?

Uma boa recordação talvez seja cá na Terra mais autêntica do que a felicidade.

Asa quebrada
da triste gaivota
sonho de voar!

Para os doentes, o mundo começa na cabeceira e acaba no pé da sua cama.

Sirvo-me de animais para ensinar o homem.

O remorso é a dor da alma.

A vida é demasiado curta para que desperdicemos uma parte preciosa a fingirmos.

A ignorância dócil é desculpável, a presumida e refratária é desprezível e intolerável.

Morte, que mistérios encerras?... Ninguém o sabe... Todos o podem saber... Basta ir ao teu encontro, corajosa, resolutamente, que nenhum mistério existirá já!

É mais fácil cumprir certos deveres, que buscar razões para justificar-nos de o não ter feito.

Há homens para nada, muitos para pouco, alguns para muito, nenhum para tudo.

A tortura é uma invenção maravilhosa e absolutamente segura para causar a perda de um inocente.

A razão destrói nos homens as criações da sua própria imaginação.

Há tantos vícios com origem naquilo que não estimamos o suficiente em nós, como no que estimamos mais.

O nosso orgulho eleva-nos para que nos precipitemos de mais alto.

Evita julgar os outros pela aparência.

Pode ferir-se o amor-próprio; matá-lo, nunca.

Sonho Oriental

Sonho-me ás vezes rei, n'alguma ilha,
Muito longe, nos mares do Oriente,
Onde a noite é balsamica e fulgente
E a lua cheia sobre as aguas brilha...

O aroma da magnolia e da baunilha
Paira no ar diaphano e dormente...
Lambe a orla dos bosques, vagamente,
O mar com finas ondas de escumilha...

E emquanto eu na varanda de marfim
Me encosto, absorto n'um scismar sem fim,
Tu, meu amor, divagas ao luar,

Do profundo jardim pelas clareiras,
Ou descanças debaixo das palmeiras,
Tendo aos pés um leão familiar.

Antero de Quental
Os Sonetos Completos de Antero de Quental

Mors Amor

Esse negro corcel, cujas passadas
Escuto em sonhos, quando a sombra desce,
E, passando a galope, me aparece
Da noite nas fantásticas estradas,

Donde vem ele? Que regiões sagradas
E terríveis cruzou, que assim parece
Tenebroso e sublime, e lhe estremece
Não sei que horror nas crinas agitadas?

Um cavaleiro de expressão potente,
Formidável, mas plácido, no porte,
Vestido de armadura reluzente,

Cavalga a fera estranha sem temor:
E o corcel negro diz: "Eu sou a morte!"
Responde o cavaleiro: "Eu sou o Amor!"

Que verdades conhecia o morto?
Quem estrangulou
sua palavra?