Depoimento para Mim Mesmo
Fera Ferida
Eu sei!
Quanta tristeza eu tive
Mas mesmo assim se vive
Morrendo aos poucos por amor
Eu sei!
O coração perdoa
Mas não esquece à toa
E eu não me esqueci...
Eu sei!
Que flores existiram
Mas que não resistiram
A vendavais constantes
Eu sei!
Que as cicatrizes falam
Mas as palavras calam
O que eu não me esqueci...
Mesmo quando não estou pensando em você, sinto um pensamento constante a seu respeito, como a música que acompanha os filmes.
Nota: Trecho de carta para Tania Kaufmann, escrita em 22 de fevereiro de 1947. Trecho ligeiramente adaptado do original, que diz: "Mesmo quando não estou pensando “objetivamente” em você, sinto um pensamento constante a seu respeito, como a música que acompanha os filmes."
...MaisMesmo a morte não deve ser temida por quem tem vivido sabiamente.
Eu vivo à espera de inspiração com uma avidez que não dá descanso. (...) Cheguei mesmo à conclusão de que escrever é a coisa que mais desejo no mundo, mesmo mais que amor.
Mas eu o tentarei, como ele próprio aconselhava, pois o importante é tentar, mesmo o impossível.
A lei jamais tornou os homens mais justos, e, por meio de seu respeito por ela, mesmo os mais bem-intencionados transformam-se diariamente em agentes da injustiça.
Você não faz a diferença para ninguém se não fizer para si mesmo. Trate-se como você trataria um grande amor.
"Ninguém entra em um mesmo rio uma segunda vez, pois quando isso acontece já não se é o mesmo, assim como as águas que já serão outras."
Ninguém escolheria uma existência sem amigos, mesmo que fossem oferecidas todas as outras coisas do mundo.
Não há nada mais relapso do que a memória. Atrevo-me mesmo a dizer que a memória é uma vigarista, uma emérita falsificadora de fatos e de figuras.
Quem pensa por si mesmo é livre
E ser livre é coisa muito séria
Não se pode fechar os olhos
Não se pode olhar para trás
Sem se aprender alguma coisa para o futuro.
A flor e seu nome
Mas o que impressiona mesmo no amor-perfeito é o nome. Que responsabilidade, meu filho! Há por aí uma planta chamada de amor-de-um-dia, que não carece muito esforço para ser e acontecer, como doidivanas. Outra atende por amor-das-onze-horas e presume-se como sua vida é folgada. Há também amor-de-vaqueiro, amor-de-hortelão, amor-de-moça, amor-de-negro... muitos amores vegetais que desempenham função limitada. Mas este aqui não tem área específica, não se dirige a grupo, ocasião, profissão. É absoluto, resume um ideal que vai além do poder das flores e dos seres humanos.
Que sentirá o amor-perfeito, sabendo-se assim nomeado? Que tristeza lhe transfixará o veludo das pétalas , ao sentir que os homens que tal apelação lhe dera não são absolutamente perfeitos em seus amores? Que aquele substantivo, casado a este adjetivo, sugere mais aspiração infrutífera da alma do que modelo identificável no cotidiano?
A tais perguntas o sóbrio amor-perfeito não responde. O outono tampouco. Talvez seja melhor não haver resposta.
Os políticos e a as fraldas são semelhantes, possuem o mesmo conteúdo.
Nota: Versão de Link