Depoimento de agradecimento
Palavras ao Vento
Eu sempre acreditei na vida, desde muito pequeno, que existem pessoas na nossa história que elas são tão fundamentais, mas tão fundamentais que a gente não pode mais dizer um nome sem que a gente lembre do nome dela. A gente identifica os verdadeiros amigos, as pessoas essenciais na nossa vida no momento da muita alegria ou no momento de muita tristeza: são esses dois extremos que são capazes de revelar quem a gente ama de verdade. Quando você está alegre demais, aquelas pessoas que você gostaria de tê-las ao seu lado vendo as coisas que você está vendo. Quando você está triste quais são as pessoas que você gostaria que estivessem ali segurando a sua mão? Aí você verifica os seus verdadeiros amigos. Agora, por quê que eles ficaram? É um mistério! A gente nunca sabe dizer porque aquela pessoa ficou amiga da gente. Talvez porque ela tenha tido uma sensibilidade maior que os outros não tiveram, talvez porque elas olharam pra gente de um jeito mais aperfeiçoado, porque tiveram mais paciência com a gente, tiveram mais calma. Não é assim? Os amigos que vão ficar pro resto da vida, a gente pode ter sido enjoado, mas eu sei que na hora que precisar deles eles vão está do meu lado. Só por isso a gente suporta os defeitos dos outros...porque a gente sabe que mesmo que eu esteja na miséria ela vai está ali do meu lado; mesmo que eu perca tudo que eu tenho (...)
Eu achava engraçado porque as novelas mexicanas tem umas frases dramáticas (...) Tem uma frase de novela mexicana que eu sempre recordo, é uma que falava assim: “Meu filho, aconteça o que acontecer nós nunca vamos deixar de te amar”. E eu achava engraçado aquilo, mais cheio de significado. Dramático, né? Aconteça... Gente o que poderia acontecer de tão sério? Sei lá. De repente, você já não é o ser humano que você gostaria de ser. Que tenha dado tudo errado. E eu acho bonito isso, né? Não há condição para o amor nessa casa, aconteça o que acontecer. É aquela velha história: eu briguei com você,eu fiz tudo errado, eu te tratei mal, te destratei...eu fui injusto com você, eu te abandonei, mas de repente no meio da noite meu filho morre e você é a primeira pessoa pra quem eu tenho vontade de ligar. Isso é amor, não há outra chance! Eu não tenho medo que o outro não vá me receber, eu não tenho medo de que o outro vá me tratar mal, do mesmo jeito que o tratei. Eu não tenho medo de que o outro lado tenha resistência a mim. Não! O amor que eu sei que ele tem por mim é que me dá coragem de ligar no meio da noite e dizer: “Eu preciso de você agora, mesmo que você não tenha tido a oportunidade de me ter ao seu lado no momento em que você precisava!” (...) Isso é ser amigo de verdade, é quando não depende do tempo, de quantas vezes eu liguei pra você, quantas vezes eu fui atrás. Não, não, o laço que permanece, que independe do tempo. Que às vezes na correria da nossa vida, às vezes você não tem aquele tempo de cultivar, mas você sabe que ele está lá (...) Eu tô aqui!
Cada vez que eu me recordo a necessidade de ter alguém ao meu lado eu me lembro dessa frase:” Eu tô aqui!” Eu não faço estardalhaço, eu não crio muito barulho, eu não tô dando notícia, mas eu estou aqui!!! O tempo vai passar, as coisas vão ficar diferentes, pode ser que eu não tenha oportunidade de está aí, pode ser que eu não tenha oportunidade de chegar a tempo, mas fique sabendo que eu estou aqui! Que bom que essa frase tem o poder de repercutir em quem ama e talvez quem ame nem sabe o quanto isso repercute, porque experimentar da misericórdia pelo lado dos fortes não sei se tem muita vantagem... Eu quero ver a gente saber experimentar a misericórdia pelo lado dos fracos, quando você precisa ser amado, quando você precisa ser elogiado, quando você precisa ser aquele que sai do lugar para pedir ajuda. Aí nessa hora, neste momento você possa ver que as coisas poderão ser resolvidas com aquela presença que você sabe que não muda, que está ali, alguém que lhe assegura está ali (...) Não sei qual a possibilidade que eu tenho de está na sua vida, não sei de que forma eu possa está na sua vida...pode ser que de uma forma concreta, pode ser que você me conheça (...) eu gostaria de dizer pra você (...) que eu gostaria de continuar estando aqui e dizer: ”Eu estou aqui (...)!”
Quem nunca se irritou com a disciplina alheia, quando na hora da fome a pessoa anuncia: "Comerei só uma salada!" ?
Todo mundo fica para baixo de vez em quando. Desanimar é próprio do ser humano, porque ninguém é de ferro nem pode ser forte toda vida. A fragilidade faz parte do crescimento, ajuda a gente a se fortalecer.
Mas desanimar não é desistir. Como uma onda que passa, o desânimo pode deixar uma devastação, mas sempre é tempo de se reconstruir. É a lei do progresso. Quando você se sente para baixo, pensando em desistir, algo na sua vida acontece que lhe dá uma mexida. É Deus falando com você, lembrando que tudo tem solução. Pode parecer que não, mas nada é definitivo, nem a morte, que é só um estágio de transição. Tudo pode ser refeito, desfeito e perfeito, porque a perfeição depende das suas expectativas.
Permita-se aceitar que você pode desistir. Isso dá um conforto danado na gente, porque retira de nossos ombros aquela cobrança que a sociedade impõe de que temos que ser persistentes. Você pode desistir, se quiser. Só não desista da vida, porque, sem essa, não dá para se fazer mais nada. A vida é nosso repositório de experiências. Sem elas, não avançamos.
Jogue tudo para o alto, mas lembre-se de que tudo o que sobe há também de descer. Quando isso acontecer, deixe cair o que não lhe serve mais e agarre o que lhe pertence. Você vai ver que isso não é desistir, mas usar a inteligência para se libertar do que pesa na alma para depois prosseguir com confiança, serenidade e, aí sim, persistência.
Não: devagar.
Devagar, porque não sei
Onde quero ir.
Há entre mim e os meus passos
Uma divergência instintiva.
Há entre quem sou e estou
Uma diferença de verbo
Que corresponde à realidade.
Devagar...
Sim, devagar...
Quero pensar no que quer dizer
Este devagar...
Talvez o mundo exterior tenha pressa demais.
Talvez a alma vulgar queira chegar mais cedo.
Talvez a impressão dos momentos seja muito próxima...
Talvez isso tudo...
Mas o que me preocupa é esta palavra devagar...
O que é que tem que ser devagar?
Se calhar é o universo...
A verdade manda Deus que se diga.
Mas ouviu alguém isso a Deus?
Sou eu, eu mesmo, tal qual resultei de tudo,
Espécie de acessório ou sobressalente próprio,
Arredores irregulares da minha emoção sincera,
Sou eu aqui em mim, sou eu.
Nota: Trecho de poema presente no livro "Poesias de Álvaro de Campos", de Fernando Pessoa (heterônimo Álvaro de Campos).
...MaisElegia
Ganhei (perdi) meu dia.
E baixa a coisa fria
também chamada noite, e o frio ao frio
em bruma se entrelaçam, num suspiro.
E me pergunto e me respiro
na fuga deste dia que era mil
para mim que esperava,
os grandes sóis violentos, me sentia
tão rico deste dia
e lá se foi secreto, ao serro frio.
Perdi minha alma à flor do dia ou já perdera
bem antes sua vaga pedraria ?
Mas quando me perdi, se estou perdido
antes de haver nascido
e me nasci votado à perda
de frutos que não tenho nem colhia ?
Gastei meu dia. Nele me perdi.
De tantas perdas uma clara via
por certo se abriria
de mim a mim, estrela fria.
As arvores lá fora se meditam.
O inverno é quente em mim, que o estou berçando
e em mim vai derretendo
este torrão de sal que está chorando.
Ah, chega de lamento e versos ditos
ao ouvido de alguém sem rosto e sem justiça,
ao ouvido do muro,
ao liso ouvido gotejante
de uma piscina que não sabe o tempo, e fia
seu tapete de água, distraída.
E vou me recolher
ao cofre de fantasmas, que a notícia
de perdidos lá não chegue nem açule
os olhos policiais do amor-vigia.
Não me procurem que me perdi eu mesmo
como os homens se matam, e as enguias
à loca se recolhem, na água fria.
Dia,
espelho de projeto não vivido,
e contudo viver era tão flamas
na promessa dos deuses; e é tão ríspido
em meio aos oratórios já vazios
em que a alma barroca tenta confortar-se
mas só vislumbra o frio noutro frio.
Meu Deus, essência estranha
ao vaso que me sinto, ou forma vã,
pois que, eu essência, não habito
vossa arquitetura imerecida;
meu Deus e meu conflito,
nem vos dou conta de mim nem desafio
as garras inefáveis: eis que assisto
a meu desmonte palmo a palmo e não me aflijo
de me tornar planície em que já pisam
servos e bois e militares em serviço
da sombra, e uma criança
que o tempo novo me anuncia e nega.
Terra a que me inclino sob o frio
de minha testa que se alonga,
e sinto mais presente quando aspiro
em ti o fumo antigo dos parentes,
minha terra, me tens; e teu cativo
passeias brandamente
como ao que vai morrer se estende a vista
de espaços luminosos, intocáveis:
em mim o que resiste são teus poros.
E sou meu próprio frio que me fecho
Corto o frio da folha. Sou teu frio.
E sou meu próprio frio que me fecho
longe do amor desabitado e líquido,
amor em que me amaram, me feriram
sete vezes por dia em sete dias
de sete vidas de ouro,
amor, fonte de eterno frio,
minha pena deserta, ao fim de março,
amor, quem contaria ?
E já não sei se é jogo, ou se poesia.
Este desejo de capturar o tempo é uma necessidade da alma e dos queixos; mas ao tempo dá Deus habeas corpus.
Menino chorando na noite
Na noite lenta e morna, morta noite sem ruído, um menino chora.
O choro atrás da parede, a luz atrás da vidraça
perdem-se na sombra dos passos abafados, das vozes extenuadas.
E no entanto se ouve até o rumo da gota de remédio caindo na colher.
Um menino chora na noite, atrás da parede, atrás da rua,
longe um menino chora, em outra cidade talvez,
talvez em outro mundo.
E vejo a mão que levanta a colher, enquanto a outra sustenta a cabeça
e vejo o fio oleoso que escorre pelo queixo do menino,
escorre pela rua, escorre pela cidade (um fio apenas).
E não há ninguém mais no mundo a não ser esse menino chorando.
Para eu amar-te devias
Outra ser e não como eras.
Quando a gente não pode imitar os grandes homens, imite ao menos as grandes ficções.
E amai, amigos meus! Amai em tempo integral, nunca sacrificando ao exercício de outros deveres, este, sagrado do amor.
Eu não caibo no estreito, eu só vivo nos extremos.
Data daí a opinião particular que tenho do canapé. Ele faz aliar a intimidade e o decoro, e mostra a casa toda sem sair da sala. Dois homens sentados nele podem debater o destino de um império, e duas mulheres a graça de um vestido; mas, um homem e uma mulher só por aberração das leis naturais dirão outra coisa que não seja de si mesmos.
A melancolia compõe-se de oscilações morais, das quais a primeira atinge a desesperação e a última o prazer; na mocidade é o crepúsculo matutino, na velhice o da tarde.
A influência exercida sobre a nossa alma, pelos diferentes lugares, é uma coisa digna de observação. Se a melancolia nos conquista infalivelmente quando estamos à beira das águas, uma outra lei da nossa natureza impressionante faz com que, nas montanhas, os nossos sentimentos se purifiquem: ali a paixão ganha em profundidade o que parece perder em vivacidade.
(...) e aí estás tu privado de Deus. E recusado. Vejo-te sentado no portal, tendo atrás de ti a porta da tua casa fechada, totalmente separado do mundo, que não passa do somatório de objectos vazios. Porque tu não comunicas com os objectos, mas com os laços que os ligam.
Como é que havias de subir até aí, quando te desprendes disso com tanta facilidade?
Mas para isso precisaria de um gênio criador, porque teria de carregar o homem de qualquer coisa, da mesma maneira que eu o carrego de uma inclinação para o mar que fará dele construtor de navios. Só assim cresceria essa árvore que depois se iria diversificando. E ele havia de pedir de novo a canção triste.
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