Depoimento de agradecimento

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Quando se ama, o amor cerra o coração a todos os prazeres que não decorram dele.

A natureza deu-nos duas orelhas e uma só boca para nos advertir de que se impõe mais ouvir do que falar.

Sentir, amar, sofrer, devotar-se, será sempre o texto da vida das mulheres.

Nas mulheres jovens, a beleza supre o espírito. Nas velhas, o espírito supre a beleza.

A tolerância é a virtude do fraco.

A amizade é como a sombra na tarde - cresce até com o ocaso da vida.

Ao longo da tua vida tem cuidado para não julgares as pessoas pelas aparências.

A covardia é a mãe da crueldade.

Ninguém está livre de dizer tolices; o imperdoável é dizê-las solenemente.

O casamento deve combater incessantemente um monstro que devora tudo: o hábito.

O estudo foi para mim o remédio soberano contra os desgostos da vida, não havendo nenhum desgosto de que uma hora de leitura me não tenha consolado.

No alto

O poeta chegara ao alto da montanha,
E quando ia a descer a vertente do oeste,
Viu uma cousa estranha,
Uma figura má.

Então, volvendo o olhar ao subtil, ao celeste,
Ao gracioso Ariel, que de baixo o acompanha,
Num tom medroso e agreste
Pergunta o que será.

Como se perde no ar um som festivo e doce,
Ou bem como se fosse
Um pensamento vão,

Ariel se desfez sem lhe dar mais resposta.
Para descer a encosta
O outro lhe deu a mão.

Machado de Assis
Ocidentais (1880).

As tias, as mães e as irmãs têm uma jurisprudência particular com os seus sobrinhos, os seus filhos e os seus irmãos.

O coração de uma mulher é um abismo, do qual ninguém conhece o fundo.

Vivam os meus inimigos! Eles, ao menos, não me podem trair.

A minha liberdade não deve procurar captar o ser, mas desvendá-lo.

Tudo está fluindo. O homem está em permanente reconstrução; por isto é livre: liberdade é o direito de transformar-se.

A amizade é um contrato segundo o qual nos comprometemos a prestar pequenos favores a alguém a fim de ele nos prestar grandes.

A riqueza, não se mede pelos bens que se possui, mas sim pelo bem que se faz.

stop
a vida parou
ou foi o automóvel?

Carlos Drummond de Andrade
ANDRADE, C. D. Alguma Poesia, Belo Horizonte, Edições Pindorama, 1930