Dentes
Beijo
Um beijo em lábios é que se demora
e tremem no de abrir-se a dentes línguas
tão penetrantes quanto línguas podem.
Mas beijo é mais. É boca aberta hiante
para de encher-se ao que se mova nela.
E dentes se apertando delicados.
É língua que na boca se agitando
irá de um corpo inteiro descobrir o gosto
e sobretudo o que se oculta em sombras
e nos recantos em cabelos vive.
É beijo tudo o que de lábios seja
quanto de lábios se deseja.
Um minuto é suficiente para que uma pessoa te faça sorrir. Caso tenha muitos dentes precisa de 2 ou 3
Minhas unhas arranham minha pele em busca de respostas. Meus dentes rangem enquanto todas as questões circulam em minha mente. Olho para caneta em cima da mesa e não encontro palavras para descrever. As vezes sinto que estou ficando mais clara, quase translúcida. Parece que estou desaparecendo aos poucos.
Para você que deve adorar escovar os dentes andando pela casa. É descolado? Divertido? Engraçado? Explica pra mim porque eu não vejo graça nenhuma nisso.
O Veneno da Arma do Homem
Tinha o impulso e a força da gana
Dos dentes os veneno no tronco
Tinha uma eternidade no chão.
Do corte a dor da morte
Tinha no espaço o buraco brusco
Da inconciência o estrago bruto
Tinha o disface na cara
E o massacre da arma .
A máscara mascarou os dentes
Que de sorrir ficaram com insolação
Diante do calor do meio ambiente !
É preciso acordar
Levantar cedo, tomar banho, escovar os dentes, botar uma roupa limpa, tomar café da manhã - quando o tempo assim permitir, enfrentar o trânsito caótico das grandes cidades ou a multidão enfurecida que se aglomera em um transporte público cada vez mais deficitário, para assim, quem sabe, chegar a tempo de "bater o ponto" e dar início a mais um dia de trabalho.
O relógio marca 18h00. É hora da massa trabalhadora voltar para o conforto do lar, para o merecido descanso. Isso após encarar mais algumas horas de engarrafamento e lotação pública no caminho de volta para a casa e assim concluir com êxito o fluxo da rotina impiedosa que nos consome.
Não que a rotina seja algo desprezível, pelo contrário, ela tem lá a sua importância no sentido de que permite organizar minimamente as nossas vidas. O problema é quando essa mesma rotina se torna um fim em si mesma e nos impede de aproveitar as oportunidades, vislumbrar novos horizontes e evoluirmos como pessoa.
Quando foi a última vez que você fez algo por você? A correria do dia-a-dia, as múltiplas responsabilidades assumidas, o cansaço - físico e mental e o tempo, que anda cada vez mais escasso, faz com que vivamos em uma espécie de "piloto-automático", onde as nossas ações são conduzidas não pelas nossas vontades, mas pela rotina.
Outro fator importante é que nós seres humanos nos acostumamos e nos adaptamos facilmente à rotina, e a consequência disso é a criação da famigerada zona de conforto. É por isso que muitas vezes insistimos em permanecer num relacionamento fracassado ou nos mantermos em empregos pouco estimulantes por simples comodismo, e às vezes, preguiça.
Por isso é fundamental que tenhamos discernimento para perceber até que ponto a rotina está sendo benéfica ou se ela está nos prejudicando a ponto de se tornar um obstáculo para o nosso crescimento pessoal-profissional e principalmente para a nossa felicidade.
Ser feliz é condição essencial para uma vida plena.
Pense bem, você é quem gostaria de ser?
Abrir portas, quebrar correntes,
gostar dos cabelos, mostrar os dentes,
caminhar sem rumo, cheirar a flor.
Tudo isso é possível,
mensurável e atingível,
se antes do passo, for amor.
OS DENTES DE JOÃOZINHO
Joãozinho apareceu no primeiro dia de trabalho com um par de sapatos maior que o seu pé. As roupas, bem largas, dançavam em seu corpo delgado. Ainda não havia recebido o uniforme azul para a labuta, e por isso precisou improvisar. Todo mundo reparou o seu jeito meio desconjuntado, mas ninguém comentou patavina.
No outro dia, já de uniforme e sapatos luzentes do seu tamanho, veio de cabelos bem penteados e unhas cortadas. Apresentava-se sempre sorridente e cortês, assim como havia aprendido em seu treinamento para ser um jovem aprendiz, e assim também como, decerto, ditava a sua própria natureza.
Os dias foram passando e todo mundo se afeiçoou ao Joãozinho. Um garoto de costumes simples e jeito humilde, mostrava-se sempre prestativo, educado, gentil e bem humorado.
Pele negra, estatura pequena, bastante magro, cabeça ovalada enfeitada de madeixas negras encaracoladas, mãos, pés e orelhas desproporcionais, Joãozinho no auge de sua adolescência, tinha os dentes grandes e brancos sempre ostentados em um sorriso.
– Joãozinho, você cuida muito bem desses seus dentes, hein? – Disse como forma de encômio, no intervalo do café.
– Sim, senhora, cuido sim. Na verdade a mamãe faz uma fileira conosco todas as manhãs e no fim do dia. Ela mesma escova nossos dentes.
Sem entender muito bem aquela resposta, continuei meus questionamentos:
– Como assim João? Você já tem 15 anos de idade, já sabe escovar seus dentes sozinho. Sua mãe não precisa mais te ajudar.
– Sabe, dona, lá em casa a água é difícil. E não temos escova de dente. Mamãe pegou alguns sabugos de milho, cortou assim ó (mostrou com as mãos vários longos cortes na vertical) e cada um de nós tem uma “lasca”. Somos doze, né…
Eu continuei ouvindo estarrecida, não imaginava que era aquela a realidade de Joãozinho.
– Dos doze, dona, dez já tem dentes, dois são muito bebês ainda. Daí mamãe guarda nossas “escovas” bem organizadas na beira da prateleira e cobre com um paninho bem limpo. De manhã e à noitinha ela nos coloca enfileirados por ordem de tamanho, e começa o trabalho do menor para o maior. Os pequenos, que não tem dentes, ela limpa direitinho a boca e as gengivas com um rasgo de fralda umedecida na água. Na sequência, ela vai pegando as nossas “escovas”, passando um pouco de sabão de coco na ponta e esperamos todos de boca bem aberta. Mamãe é muito inteligente, dona, ela nunca confunde nossas “escovas” para não correr o risco de pegarmos bactérias da boca um do outro.
Joãozinho descrevia aquele rito com uma absurda riqueza de detalhes, e com os olhos tremeluzindo de orgulho da sua tutora esmerada. E ainda teve mais:
– Ela escova nossos dentes, dona, pois pela manhã, por exemplo, só temos um balde grande de água para tudo. E mamãe, para não desperdiçar, faz o trabalho ela mesma, evitando que entornemos ou que um de nós use mais água que o outro. Ela pega o copo de ferver a água do café, enche, e faz com que aquela porção dê conta de todos os nossos dentes. Sabe, dona, sabão de coco não é muito gostoso não, mas olha o resultado (e arreganhou os dentões todo soberbo). Como sou o maior e mais velho, sempre fico por último, e às vezes saio de casa com gosto de sabão na boca, pois o que sobra de água para mim para retirá-lo às vezes é bem pouquinho.
Joãozinho relatou sua higiene bucal e a de seus irmãos com muito empolgamento e a mesma alegria estampada na cara, do começo ao fim. Pelo que se podia perceber, era um momento ímpar de união familiar e partilha, promovido pela mãe daquela trupe.
Após o seu relato, engasgada, não consegui falar muita coisa. Terminei o meu café, já frio, agradeci pela história em murmurejo e saí dali de volta para o meu gabinete de trabalho. Mas não consegui ficar sentada por muito tempo. Peguei a minha bolsa e avisei a minha secretaria que iria rapidamente a um supermercado nas redondezas.
No final do expediente, como era de costume, Joãozinho foi até a minha sala perguntar se existia mais alguma demanda para aquele dia, e, em caso de minha negativa, sempre se despedia com o mesmo mantra “deus te abençoe, te dê tudo em dobro e a faça sonhar com anjinhos, dona”.
Estendi a mão com uma sacola plástica com as compras recém-adquiridas e entreguei ao Joãozinho. Lá dentro quinze escovas de dente de tamanhos e cores variados, alguns pacotes de algodão, dois pacotes grandes de lenços umedecidos, cinco tubos de pasta de dente com sabores diversos, um vidro grande de enxaguante bucal e duas embalagens de fita dental.
– Toma João, coloca na prateleira da sua mãe.
João recebeu a sacola com uma interrogação na fronte. Abriu e espiou, matreiro. João não sabia o que fazer de tanta satisfação. Abriu, vislumbrou e fechou aquela sacola plástica um milhão de vezes, como se ali escondesse uma grande e reluzente barra de ouro. Ele não acreditava no que via. Não sabia se agradecia, se me abraçava ou se saía correndo dali para encontrar logo a mãe.
– Dona, isso é pra nós mesmo? É sério? – Perguntou, com os olhos marejados.
– Corre, João, sua mãe precisa se organizar para o ritual da tarde. – Respondi.
Joãozinho, se não bastasse, deixou a sacola sobre a mesa, e subitamente, ajoelhou aos meus pés principiando um Pai Nosso bem alto, com as mãos para cima. Tentei retirá-lo dali puxando-o pelo braço, constrangida, mas foi em vão levantá-lo. Deixei-o terminar a sua oração. Era o seu jeito de agradecer por aquele gesto tão ínfimo da minha parte.
– Deus te abençoe, te dê tudo em dobro e a faça sonhar com anjinhos, dona.
E aconteceu. Naquela mesma noite eu sonhei que estava no Céu. Doze anjos negros e lindos, cabelos pretos encaracolados, vestidos de branco, asas enormes, suspensos do chão, cantando divinamente em uníssono, alinhados, mostrando os seus sorrisos com dentes tão brilhantes que ofuscavam o meu olhar…
Hoje eu acordei, e só. tomei um banho demorado, Escovei os dentes, tomei um café reforçado, e de repente me dei conta que algo tinha mudado:
Nao pensei em te ligar
Não abri o facebook para saber alguma novidade sobre você ,nem fiquei morrendo de medo de hoje ser o dia em que você iria trocar a foto do seu WhatsApp,e colocar uma foto sorrindo toda boba do lado de alguém,com status de apaixonada,com aquela frase dizendo que em fim encontrou um novo amor.
Também não senti vontade de mandar uma mensagem falando algo aleatório so pra depois dizer que mandei errado.
Hoje eu acordei e pela primeira vez você não foi meu primeiro pensamento do dia : Não senti saudades e nem desprezo, nem raiva nem alegria.
Hoje Simplesmente acordei e senti uma leveza, uma sensação de liberdade gostosa, que há muito tempo não sentia.
Hoje eu acordei e meu coração simplesmente batia, sem motivo , sem razão,so batia por bater, so mesmo para exercer sua função .
Hoje acordei e não dei aquele suspiro profundo, que costumava dar todas as manhãs, quando me dava conta que não estávamos mais juntos, e que nós dois
"ja éra"
Hoje eu acordei e só,
mas não acordei so do sono, acordei para vida.
Hoje acordei e só acordei, o sol brilhou como em todos os dias em milhares de anos: Os pássaros ainda cantam as mesmas canções de sempre, o céu continua azul desde que o mundo é mundo.
Mas hoje acordei e vi tudo diferente, como se tivesse despertado de um coma profundo.
Hoje eu acordei e senti que a partir de hoje sempre vou acordar e só acordar: Talvez para o resto da vida ou pelo menos por um bom tempo, ate que encontre um novo motivo, uma nova razão para acordar diferente.
Talvez eu encontre alguém por quem eu possa sonhar e, quando acordar pela manhã,
poder realizar meu sonho, e essa pessoa pode até ser você de novo.
Pode ser que daqui a uns anos a gente se reencontre e se apaixone ou não.
Talvez cada um siga sua vida e “ponto” .
Ou talvez eu me dê conta que essa pessoa já estava comigo todo esse tempo, e não avia notado, por que estava ocupado demais pensando em você .
E pensando bem ,eu vou ate sentir saudades...
...mas não de você, por que e justamente essa saudade que hoje se foi, vou sentir saudade dessa lembrança que de noite era lagrima, e pela manhã era esperança, essa lembrança que não me deixava dormir direito , mais me fazia sonhar acordado. Essa lembrança que me fazia acordar toda manhã louco de saudades, que logo me fazia pensar nos motivos de não estarmos mais juntos.
Hoje eu acordei e nao tinha mais essa lembrança sua que era boa e cruel, que me acalmava mas me destruía, essa lembrança que me foi companheira durante muito tempo, mas também foi minha pior inimiga.
Hoje acordei e so.
Não me lembro mais do teu cheiro, do teu sorriso ou da tua voz. Não lembro mais das tuas gírias, nem do teus gostos, nem dos teus gestos.
Hoje eu acordei e só. Parei pra pensar que talvez eu tenha te esquecido de tanto lembrar, de tanto que pensei em você: Que virou rotina, se tornou uma tarefa, uma obrigação e, de tanto lembrar, enjoei. Hoje acordei e notei que aconteceu com você o mesmo que acontece com aquelas músicas lindas que de tanto tocar na rádio a gente para de gostar.
Acho que quando admiti que não poderia te esquecer tornei você tão parte de mim que ficou automático como respirar.
Hoje eu acordei e decidi deixar você fazer parte da minha vida assim como milhares de pessoas que por ela passaram e que nela estão, mas você vai ser so uma memoria,uma lembrança comum, assim como meu primeiro beijo, minha “primeira vez”, como aqueles passeios para o parque quando eu era criança,ou aquela vez que quase morri no meu aniversario de 15 anos .
Não quero diminuir sua importância, mas me dei conta que todo esse tempo supervalorizei o que na verdade era so mais uma lembrança.
Hoje eu acordei e só
(Marcos aurelio da silva)
Tua boca
Eu não quero tua boca,
Porque teus lábios são rubros;
Porque teus dentes me mordem;
Porque teu hálito é quente...
Eu não quero tua boca
Porque teus lábios são rubros
Feito a maçã criadora do pecado original
Que tem a glória e a virtude de ser um lindo pecado, de ser o nosso pecado!
Eu não quero tua boca
Porque teus dentes me mordem e fazem sangrar os meus lábios
Na exaltação dos sentidos
da carne se unindo a carne
Da dor bendizendo a dor
Na mordedura de um beijo
Na afirmação do prazer!
Eu não quero tua boca
Porque teu hálito é quente
e faz ferver o meu sangue,
Intumescendo as artérias
Que ficarão relaxadas no momento em que partires
Deixando um imenso deserto sobre
Noites sem miragens!
Eu não quero tua boca
Porque essa boca bendita..
Porque essa boca bonita
É tudo, tudo que eu quero!
" E eu me agarrei ao amor com unhas e dentes mas não sabia o quanto ele era um mar revolto de sofrimento e incerteza "
DESLIZANDO O TEU CORPO
Se΄u dissesse que os teus dentes são series numéricas,
E os teus dedos seguem uma estrutura algébrica,
Me integraria na tua figura geométrica,
Se΄u dissesse que os teus seios carece minhas mãos,
Eu nao abandonaria o curso de Matemática,
para Pertencer a recta tangente das tuas ancas,
Preservaria o percurso do teu braço ao deslizar,
No meu corpo feito uma secante,
Se΄u dissesse que as tuas bundas são ondas senóides,
Onde Vasco Da Gama leccionava seus inimigos,
E fazia uma pilhagem da tua riqueza,
Eu sentiria colonizado de novo com certeza,
Se΄u dissesse…
Que a probabilidade de estar pendurado no teu cateto, E maior do que estar no ângulo da tua inclinação,
Me Chamaria de louco dessa paixão,
Por que perdi a combinação
E a razão,
Nas sucessões geométricas da tua emoção,
Se΄u dissesse…
Que custa integrar um amor passageiro na tua vida,
Mesmo que haja uma harmonia seria e apropriada,
Eu diria que teu amor custa muito querida,
Faz me dum marginal sem lucro,
Quando na verdade me derivam dentro de ti amada,
Se΄u dissesse…
Que tu és, um elemento singular em mim,
Na tua ausência fico vazio,
E outros me confundem com duas chavetas fechadas,
Tu dirias que sou um irracional,
Porque teu amor me deixa sem moral,
Se΄u dissesse…
Que és o infinito do meu ser,
Seria difícil encontrar uma indeterminação na vida,
Criaria um método capaz de ensinar amor feliz,
Capaz de dar nome essas figuras geométricas,
Que compõem o teu rosto,
A nível mundial,
Se΄u dissesse…
Que já ti dividi,
Te multipliquei,
Te subtrai,
Te adicionei
Mais tudo é sempre igual a ti,
Se΄u dissesse…
Que eu dilato linearmente em teu cabelo,
Todos os gases se movimentam em nosso sangue,
E tu converges e diverges em meus braços
Seria uma unidade de matemática nos teus ombros.
DANIEL PERATO FURUCUTO 17.09.2015
É.. Os anos passam de mansinho. Sem que a gente perceba ele vai levando nossos cabelos, dentes, a pele bonita, e algumas pessoas que amamos demais.
Mas, os anos não são injustos; tira de nós, mas também nos dá algo em troca. Ele nos traz sabedoria, frutos de uma vida, amigos, e principalmente, a honra de ter histórias para contar.
Por isso, desejo que você tenha lindas histórias e que possa se orgulhar em conta-las.
Desejo que os anos não tirem seus sorrisos, não apague o seu brilho, e nunca, nunca te faça perder a esperança no próximo ano.