Dentes
é que vez em quando
dói, sim, bastante
então eu deságuo
pra dentro
dos dentes
mais fundo, no peito
transbordo
é que vez em sempre
insisto, sim, acredito
então eu floresço
pra f(l)ora
dos olhos
mais alto, no ar
flutuo
Achas digno arreganhar os dentes às lentes? Nunca o fez pensar no que já fez e ter causado? Se não, não me admira um monstro em pele de cordeiro como tal, se apresentar e não sentir um remorso se quer. Hoje apenas compreendo a tal significância e malevolência de um ser inóspito feito você.
Não se iluda! Não me escondo por trás de uma carinha mansa, apenas prefiro guardar os meus dentes para uma batalha que realmente valha a pena.
“Ela sorri
Dentes brancos perfeitos.
Eu paro no tempo.
Ela realmente é linda.
Ninguém devia ser tão bonita.
Más onde mora essa menina?
Será que onde ela mora
Tem uma casa colado na dela
Para alugar?
Poxa...
Assim eu ficarei pertinho dela
Já pensou?
Todo os dias
Eu e ela
Na janela."
Burlescamente caricato
Grotescamente sorri exibindo o amarelo escuro dos dentes. Diz eu te amo e novamente sorri, multiplicando a falta de sentimento, desrespeitando os poderes mágicos da palavra, estrangulando a pureza, a beleza do sentimento, mastigando a poesia sem pressa, engolindo-a lentamente com uma dose de gim barata.
Caninos ? Aqueles dentes pontiagudos que dizem ser características dos carnívoros ? Não tenho não. Tenho 'humaninos'.
Eu tenho que segurar minha ansiedade com unhas e dentes. Não posso me responsabilizar por loucuras de amor, por roubos de beijos, por abraço como cativeiro. Sim. Quando estou ansiosa, minha vontade é de possuir um... sem direito a exorcismo.
Imagine-se construindo uma casa com palitos de dentes... Agora calcule o tempo que levaria para finalizar... Calcule a mão-de-obra que utilizaria... Só pra você ter uma noção, ainda acha que a vida vai ser fácil? Desistiria simplesmente por cansaço? Desistiria no primeiro erro? Na primeira tentativa?
explica esse teu sorriso sem glória
acredite: dentes afiados nunca mordem quando o destino trava um nó no peito
ficamos num deserto
com a carne fraca e as mordidas fazendo cócegas
salmoura do cotidiano me desdobrando
as cicatrizes são indeléveis
leves são as atrizes, né? encenam o beijo e não se apaixonam
nunca conseguiria!
naquele dia, o destino me deixou só
desejando teu calor em mim
fazendo viagem sem fim
sem olhar pra trás
trazendo os versos mais bonitos
transformando tudo que digo
em teu perigoso infinito
por um instante, jogar as sombras no rio
secar o corpo somente com o arrepio
vivo do silêncio do teu olhar sombrio.
Carlo Lagos
www.facebook.com/fatosempalavras
Incauto, aos gritos contra meus amigos com unhas e dentes eu defendia a mídia, prudente, hoje em silêncio protejo as unhas que me sobraram.
Parece que antes de falar merda, o cidadão esquece de escovar os dentes, sai da frente do computador e que existe papel higiênico.
Enquanto os inimigos da alma humana
E suas hostes bestiais e mundanas
Serram seus dentes contra a Igreja
A tolice suicida diz: não veja!
Como se fechar os olhos feito pusilânime
Diante do terrificante óbvio ululante
Fosse nos livrar no mesmo instante
Do torturante opróbrio ultrajante
Advindo de nossa insensatez covarde
E de nossa recusa em sermos vigilantes
Conforme havia nos sido orientado
Pelo Verbo divino incarnado
Para não esperarmos ser amados
Por aqueles que O haviam odiado.
Querer...
Queria acordar com o cabelo arrumado
Queria ter dentes brancos, perfeitos e alinhados
Na verdade queria não chorar pelos cantos
Queria três "Bom dia" pela manhã
Tava querendo mesmo, receber só encantos
Queria respirar sabedoria
Inspirar hidrolatria
Ter uma vida agitada
Pensando bem, Eu queria TUDO
Pra me cansar e não querer NADA
Queria meu País unido
As pessoas se amando em paz
Queria poder querer menos
Para poder querer um pouco mais
E assim eu e você vamos querendo
Querendo bem Querendo um pouco mal
Do inicio dos dias até seu final
Pois querer é ter fé em outrora de que amanhã
se você muito querer
Esse querer talvez
possa acontecer!
- (RSMS)
Acho lindo o teu sorriso
Desse jeito que você o mostra
Além dos dentes
No canto da boca
Em uma parte do seu rosto
Em todas partes de você
Sorriso de dentro para fora
Sorriso de fora para dentro
Sorrido que você faz com seu jeito
Distrai o meu tempo
E sem jeito
Me faz sorrir também
E mesmo sem te ver
Mesmo sem olhar para você
Eu te admiro
Converso contigo
Sinto tua presença
A importância que você tem
A energia que você é
O jeito que você gosta de ser
As coisas que você fala
Que mostra e me envolve
E... Enfim!
Tudo que pode ser visto em ti
De alguma forma sutil
Me faz sorrir
Punhal
O amor quando descrente se faz distante.
A verdade dita entre os dentes com voz hesitante,
fere como punhal de flores com lâmina de diamante.
Por pior que seja, se faz necessária.
Mas antes tome um drinque e se prepare,
Pois para quem ama a dor pode ser extraordinária.
Já que a lâmina quando quente, corta fundo e cauteriza
Evitando que se alastre o veneno
Que mata o corpo e a alma agoniza.
Para incisão dolorosa, não existe forma cautelosa.
Escolher palavras por medo de magoar,
pode mais ferir do que poupar.
Então não evite, mesmo se puder evitar.
Se tiver que ferir, que deixe sangrar.
Mas o que fazer quando na dúvida, a dor é latente
fere mais que a lâmina ardente
que até se pede veemente
fere o corpo, mas salve a mente.
A verdade para quem conta, como fogo, queima a garganta
Para quem ouve, no momento pouco entende e mais espanta.
Mesmo que não seja completa a surpresa, contada de verdade, traz ao bolo a cereja.
Com o tempo que enseja,
Sabendo dos detalhes, de forma mórbida só reclusão e a dor almeja.
O mais incrível é que ao algoz só o primeiro golpe compete,
O que corta fundo e rasga a carne é nossa imaginação que incessante se repete.
Como reconstituição de um crime por outro cometido,
em cinema 24 horas exibido,
Já não se trata da verdade e sim a mescla do que foi
Apimentada com a nossa dolorosa versão do “como deve ter sido”.
A criação da nossa versão dos fatos é na verdade, a causadora da pior dor.
Apesar de não ser de fato a verdade, é o que enche o peito de rancor.
Como agulhas pontiagudas, que quanto mais espeta,
Com a nossa própria mão encrava no peito o punhal na medida certa.
Então se é para cortar que corte fundo,
Se for para contar que seja tudo,
Se for para ir que seja agora
Se for para perdoar que não seja da boca pra fora.
Pois a dor mal cicatrizada, com o tempo o coração devora.
Então nessa noite, quem tem coragem chora,
Quem tem medo de não resistir, com a escuridão se apavora.
Pouco importa se a madrugada durar um ano ou uma hora
O importante é que quando enxergar a nova aurora
Que o sol brilhe e a esperança leve essa dor embora
Ficando só a doce lembrança do que de bom foi vivido, na felicidade de outrora.
Se você sentiu muito medo de passar por essa dor,
Tome logo a providência e se vacine contra o amor.
Unimos as escovas de dentes.
Um gesto simplório e muito significativo.
Remete a sonhos passados e abandonados por conta da imaturidade.
12 anos nos distanciaram fisicamente.
Seguimos nossos (próprios) rumos.
Nos reencontramos.
Agora não só as escovas de dentes estarão unidas.
Em breve estaremos unindo os nossos corpos, dividindo os mesmos espaços em nossa casa, nossas alegrias e tristezas. Decidimos estar um do lado do outro. Nos tornamos um casal!
A obra do Mário Ferreira é como uma mulher lindíssima coberta de sujeira, com os dentes quebrados, os cabelos empapados de lama e esterco, vestida com sacos de estopa e, para a satisfação e lucro de aproveitadores, vendida no mercado de escravos.