Demônios
Jesus tem mais trabalho em libertar o homem dele mesmo do que dos demônios. Os demônios ouvem a voz de Cristo e se submetem, os religiosos ouvem a voz de Cristo e o ignoram.
A terra é o lago de fogo onde está o inferno com seus demônios, atormentando e sendo atormentados de dia e de noite...
Fora de mim existem anjos e demônios, fantasmas e malassombros, lobisomens e vampiros, elfos, fadas, bruxas e unicórnios.
Dentro de mim habitam crenças e fantasias, ilusões e desvarios, ficções e devaneios, imaginações, medos, desejos e faz de conta.
Procurei em anjos e demônios o significado de meus atos. Só encontrei a fuga de quem não assume suas próprias ações.
Me deixa falar, me deixa xingar, expulsar demônios de meus sonhos, tiranos de seus tronos, quero a vida simples de um instante natural, olhar pra dentro e perceber o espiritual, que move meu corpo, razão nenhuma a explica, aquela luz que ilumina a vida, a boca que traz as respostas, ideias opostas que se somam, maneiras de viver que se confrontam, liberdade pra assumir que o ego é a personificação da alma, nem tudo a alquimia explicaria nas entrelinhas, imagine quem se atreveria a procurar a razão do sol brilhar mais um dia, da onde vem a magia que a ciência não explicaria? Nem toda religião saberia, apenas apontaria, e se errassem a pontaria? Pra onde a razão apontaria?
Ouço a voz de meus demônios sussurrando, quem eu mais amo gritando enquanto estamos nos amando, em um instante tudo muda, nada dura para eternidade, nossa essência é um ser, cada ser um elemento, a manifestação do que não se vê, me diz qual a procedência de incidências que remontam você? procuro a glória em viver, do outro lado não sei se vou te ver, cada encontro é um ponto da agulha que perfura o tecido, meio tímido e atrevido, de covarde a destemido, sincero ou desmentido, o olhar move as pernas que nos guiam no caminho, só queremos mais um pouco de carinho, seja físico, mental, químico, do espírito. Tudo que a imaginação possa criar, sinto no ar o mais puro aroma de lavanda na varanda, sistemas que programam nossa vida em prol de frenética produção, o planeta é um barco que afunda enquanto lavamos nossas mãos. Me diz quem é o capitão? O capital que se converte em rugas e olheiras, cansaço, bebedeira. O alimento que vicia os sentidos enquanto gasto calorias na esteira.
Uns chamam de duende, outros de saci, além de outros mais há quem diz são demônios. Todos temos um apenas seu e o objetivo é sempre esconde-lo de tudo e todos, porém essa luta é grande, pois parece lutamos contra nós mesmos. Os próprios as vezes são leves de carregar, mas os nos outros cutucando o seu dá até agonia.
Ultrapassagem
Nem anjos, nem demônios, a humana escolha entre virtudes e vícios. Uma monge e um monge carmelita. Vale salientar que o carmelita, teve experiência monástica. Não há dúvida que a introspecção proporcionada nos mosteiros, beneficia para o autoconhecimento. Quem sabe, nesta quarentena de ano sabático, façamos dos nossos lares um espectro espaço de meditação existencial.
TEMPLÁRIO PERDIDO
Como enfrentar nossos demônios?
Criaturas terríveis e imortais
Que dia a dia matam os ânimos
De quem disse não voltar atrás
Não há mais fé, religião, nem magia
Que traga paz à alma ferida
Essa luta que travamos todo dia
Verter o sangue e tirar a vida
Morte, luta, sangue e vitórias
Com sabor de derrotas, cicatrizes
Vim em busca de honra e glórias
Nos olhos dos mortos: que fazes?
Nem em livros sagrados e profanos
Encontrei esperança e explicação
Tudo o que fazemos e planejamos
É derramar o sangue de nosso irmão
Não acredito mais naquelas palavras
Que Deus, em sua imensa sabedoria
Inflama nosso ódio, tal qual larvas
Que corroem e violam com rebeldia
O que pode justificar, meu Senhor
Tanta ânsia de sangue, tanta traição
Seu sumo sacerdote, pra mim traidor
Manipula nossa fé, pra sua ambição
Perdoe-me Senhor, se me levanto
Questionando suas ordens, do altar
Não encontro mais nenhum acalanto
Não consigo mais matar e pilhar
Minha alma triste chora, padeço
Vou-me embora, me esconder de Vós
Chorarei minha tristeza e me despeço
Talvez um dia perdoem todos nós