Deixo Ir
O silêncio não significa indiferença.
Há guerras internas que só quem as sufocam sabe o significado da dor que é amar e ter que deixar ir.
Colhendo cores
O outono é a estação exultante da policromia que aconchega o coração, onde a natureza nos ensina através do desprendimento que vivemos em um mundo de impermanência e fragilidade, onde uma das leis da vida é o desapego, pois é através do "deixar ir" que nos permitimos uma das maiores dádivas da vida: o renascer do que há de florir em nós.
Soraya Rodrigues de Aragão
Amar é dar tudo de nós quando não temos mais nada para dar. Porém, amor é abrir mão do que damos quando já não é suficiente para manter tudo o que demos anteriormente.
Livre
Andar, correr, voar
Partir ou decidir ficar.
A liberdade é um caminho sem volta....
Mais volta...
...Se escolher voltar
amor_in_versus
Decisões
Adiadas, postergadas, não tomadas.
Excluídas, desistidas, substituídas.
Insatisfeitas, não atendidas, decepcionadas.
Conectadas, sincronizadas, relacionadas.
Mais que um dia precisam ser tomadas.
Impossível uma vida em plenitude e satisfeita enquanto as decisões são adiadas.
Enquanto não fecharmos a porta para quem não nos escolheu, afastamos quem realmente valoriza nossa presença.
amor_in_versus
É FÁCIL ME ENCONTRAR
Costumo dizer que é fácil me encontrar
Que sempre vou estar aqui, esperando
Que sempre vou esperar, te amando
Que sempre vou amar, sem razão
Mas digo isso por você, não por mim
Se dissesse por mim, não seria assim
Seria mais dramático, meloso, acertado
Seria um tanto quanto amargo, cabisbaixo
Não será fácil me encontrar, como foi a primeira
Os lugares, eu vou deixar de frequentar
Onde tiver um rastro seu, eu não vou andar
Teu cheiro não vou me permitir cheirar
Mudarei de amigos, se for preciso
Mudarei de endereço, para não me apareceres de madrugada
Embora eu sonhe, com você me aparecendo altas horas
Mudarei de telefone, até o número do pix, pra não receber mensagens
Embora eu torça para ler as suas mensagens
E lentamente irei sumindo, não para mim, mas para você
E até nisso, tudo o que faço é para você
Pode não perceber
Mas sempre foi
você
Uma das maiores dores do ser humano é, sem dúvidas, a de dizer adeus a alguém que amamos ou que, por muito tempo, foi o amor da nossa vida.
A nossa alma, embora machucada, ou cansada, ainda está conectada àquela energia, um tanto quanto desgastada e apagada, mas está. Quando decidimos romper o relacionamento, o rompimento se dá em todas as esferas possíveis. O choque é inevitável na área da memória do que foi bom, dos lugares por onde andaram e foram felizes... das comidas que dividiam, do cheiro, das conversas, de tudo o que compartilharam e, que, naquele exato segundo de tempo, fazia muito sentido. Milhares de fotos, vídeos, milhares de lembranças de um tempo bom em que tudo parecia que ia durar para sempre. Parece um desmembramento, um corte profundo, parece que leva um pedaço de você. E, de fato, leva.
Tudo, absolutamente tudo o que foi bom, faz falta. E como faz. O som da voz, o rosto, a velha camiseta em que você deitava a cabeça, e se pegava imaginando como seria o futuro entre ele e você. Embora, no final dos tempos, as imagens na sua cabeça fossem mais duvidosas e incertas, era bom estar naquele conhecido cantinho tão seu, quentinho e confortável.
Mas a vida muda. As pessoas mudam. Você muda. Os planos passam a não ter o encaixe perfeito. As discussões se tornam cansativas. A realidade fica pesada. E você já não acha tanta graça andar naquele jardim bonito de mãos dadas com seu amor... já não tem tantas expectativas sobre o futuro. As incertezas insistem em aparecer quando se olha no olho do outro. Para onde foi aquele casal tão perfeito e cheio de energia e esperanças de um futuro bom? Deu lugar a um casal desanimado, com medo de falar de planos, por medo de ver o quanto discordam e o quanto estão desconectados.
Se você já chegou no rompimento, sabe que, primeiro, teve de aceitar o peso da derrota. Teve de encarar que o futuro que desenhou na cabeça não iria nunca mais acontecer. Nem de verdade, nem em pensamentos. Os sinais já nos foram dados lá atrás, no passado, e agora tudo vem à tona, daquilo que você nunca quis enxergar. Este lugar é sombrio e frio. Você não sabe se sente culpa por não ter enxergado, ou se sente tristeza por não ter conseguido, ou se sente bem por ter, finalmente, percebido. E como é difícil a aceitação de ter que deixar ir. O cérebro nos leva para a lógica do desapego, mas o coração nos leva para o aconchego da ilusão. Será que não poderá, ainda, dar certo? Será que não tem mais chances?
Você pega a última esperança que existe, pega toda a força do ar que entra e sai de um suspiro, pega o que é de mais sagrado nas suas entranhas e profundezas e tenta mais uma vez, tenta consertar o que já tá quebrado, tenta sentir aquilo que sentia antes, tenta resgatar as boas memórias e ressuscitar a imagem errônea que você tinha do outro e do relacionamento. E aí, mais tarde, o choque da realidade é mais bruto do que o anterior. A briga se torna mais feia e mais desconexa, a vida fica sem total sentido. As dores aumentam a cada conversa, a cada palavra trocada. Dói ter que desistir, mas ficar parece que dói eternamente. Parece que doerá mais a cada dia.
Você percebe que chegou a hora de mudar. Aquele ciclo já se encerrou, e você se machuca demais tentando caber nele. Machuca o outro por não soltar. Você imagina os rostos dos parentes e conhecidos, assombrados com seu rompimento. Imagina aquele lado do guarda roupa vazio. E o seu coração mais vazio ainda. Imagina os sonhos daquela viagem junto indo embora, como uma nuvem que se dissipa no céu. Imagina a caminhada sozinha. Imagina ir à padaria sozinha. Imagina passar o final de semana inteiro sozinha. Imagina a sensação de abandono ao ir ao mercado e não ter ninguém para segurar a segunda sacola.
E, depois, você se dá conta de que você sobrevive, afinal, você precisa continuar respirando. Se dá conta de que existem milhares de pessoas se desconectando diariamente e que irão sobreviver também. Você se lembra de ter sobrevivido a isso uma vez, duas vezes ou mais. Se lembra de que ainda dá para ir à academia sozinha e cuidar de você, que dá para achar sentido em fazer o cabelo no salão, em fazer as unhas e colocar aquele vermelhão, que dá para ir ao cinema e gostar da pipoca e do filme. Você continua vivendo, de maneira diferente, mas continua vivendo. Você não entende por que, mas continua em frente.
Até que, lá na frente, com o homem certo, abraçada na chuva recebendo o melhor beijo do mundo, você obtém, finalmente, as respostas, e todas as vezes que você foi desconstruída, fazem total sentido, e o mundo poderia acabar ali. E o melhor de tudo é que ele não acaba.
"A nossa maior dificuldade é desapegar, deixar ir. Queremos que a vida seja estática mas ela está em constante transformação. E para seguir o fluxo dela é necessário aceitação. Não resista às mudanças. Embora você não consiga perceber agora, tudo acontece para o bem do seu crescimento e evolução." 🌷
O passado é uma vela a certa distância: perto demais para deixar você ir e longe demais para consolar você.
As vezes acreditamos que o melhor é seguir então deixamos ir mas e se o melhor for tentar? Não devemos nem arriscar?
È preciso aprender a desapegar, soltar a corda e deixar ir, não por desejo ou por querer mas por precisar prosseguir, ninguém é seu e você não pertence a ninguém, as pessoas estão vivendo, deixe-as ir, lá na frente existe um farol, e quando você estiver chegando perto muitas coisas irão clarear e fazer sentido, o agora não é o para sempre.
Perguntas são bem úteis, principalmente em um relacionamento. Mas há uma única ocasião em que elas deixam de serem úteis: Quando as respostas param de condizerem com as ações.
E nesse momento, e somente nesse momento, você deve não perguntar mais, não achar mais, mas sim procurar entender qual a sua culpa no meio desse caos que existe em você. E depois que você entende, chega a hora de saber se vai partir ou deixar ir.
Às vezes a vida nos dá a oportunidade de ser o fôlego de alguém.
Esse alguém que já chegou no limite, que pensou que tudo estava perdido e se perdeu...
O tempo nos dá a chance de ver essa pessoa respirar sozinha. Não porque a abandonamos, mas porque talvez, agora, ela já tenha a força necessária outra vez...
Às vezes, por medo, agimos impulsivamente. Dizemos o que não queremos e a reação à esta ação nos derruba, nos entristece.
O tempo e a vida nos ensinam: há tempo de dar colo e tempo de decolar.
Deixe outro alçar vôo, aterrizar em terra firme ou em alto mar.
Só não tire o direito dele escolher o que é melhor para si.
- Você já fez sua parte.
É fácil julgar, o difícil mesmo é acolher, perdoar e se possível liberar, pois há casos que deve se deixar ir.
"Te deixo ir amor, seja feliz no verão. Eu fico no inverno.
Desejo o sol e muita luz pra você.
Desejo calor nos próximos dias, talvez muitos, pra mim. Vou precisar.
E se um dia nossos caminhos se cruzarem novamente, que seja na primavera."
http://osdiassemele.wordpress.com/