Deixarei que Morra em Mim
Quando
Quando olho para mim não me percebo.
Tenho tanto a mania de sentir
Que me extravio às vezes ao sair
Das próprias sensações que eu recebo.
O ar que respiro, este licor que bebo,
Pertencem ao meu modo de existir,
E eu nunca sei como hei de concluir
As sensações que a meu pesar concebo.
Nem nunca, propriamente reparei,
Se na verdade sinto o que sinto. Eu
Serei tal qual pareço em mim? Serei
Tal qual me julgo verdadeiramente?
Mesmo ante as sensações sou um pouco ateu,
Nem sei bem se sou eu quem em mim sente.
"Eu não sei o que o futuro guarda pra mim. Mas sei que boa parte do que ele me trouxer depende mesmo é de mim."
(...) Eu te disse que estava cansado de cerzir aquela matéria gasta no fundo de mim, exausto de recobri-la às vezes de veludo, outras de cetim, purpurina ou seda - mas sabendo que no fundo permanecia aquela pobre estopa rasgada.
Perguntaste se o que me doía era a consciência. Eu te disse que o que me doía era não conseguir aceitar minha pobreza. E que eu não sabia até quando conseguiria disfarçar com outros panos aquele outro, puído e desbotado, e que eu precisava tecer todos os dias meus dias inteiros e inventar meus encontros e minhas alegrias e forjar esperas e me cercar de bruxos anjos profetas e que naquele momento eu achava que não conseguiria mais continuar tecendo inventos.(...)
Então eu te disse que me doíam essas esperas, esses chamados que não vinham e quando vinham sempre e nunca traziam nem a palavra e às vezes nem a pessoa exatas. E que eu me recriminava por estar sempre esperando que nada fosse como eu esperava, ainda que soubesse. Disseste de repente que precisavas ter os pés na terra, porque se começasses a voar como eu, todas as coisas estariam perdidas.
Hoje eu amei um pouco mais e me queixei um pouco menos; E na doação de mim mesmo, esqueci meu cansaço.
Inverso de mim
Minha existência se dá da persistência no curso do tempo. Qual será meu passo seguinte? Qual máscara expressa meu ser? Meu inverso é uma suposta resposta. Redigir minha leitura de pessoas. Não se tem codificação dos meus atos. Meu inverso é corrosivo de raiva e coragem. Sabe o que sou? Uma verdade fragmentada e construída. Uma música pra ninguém ouvir, notas soltas na pauta. Um quadro incompleto e defeituoso do amor. Coexiste eu e EU'S resultante de uma realidade que depende de quem julga. Minha matriz básica está aberta pro nada. E eu ainda olho minhas janelas pro mundo por vidraças quebradas, caminhos que me levam pro que eu sou.
Nem toda verdade é absoluta...toda historia tem dois lados...que o que pra mim eh certo...não é necessariamente o certo,aprendi a entender a verdade dos outros, e a respeita-la.Aprendi que não tenho direito de julgar...e que tenho total direito de mudar de opinião...uma...duas...três, quantas vezes quiser, que idealizar as coisas e as pessoas é um erro, porque os defeitos fazem parte da personalidade e que uma pessoa sem defeitos não teria graça nenhuma..Aprendi a me preocupar menos e a viver mais.Aprendi que tudo tem um motivo, e que todas as pessoas que passam em nossa vida nos deixam uma lição...e que nenhuma dor é pra sempre...e que sempre temos a possibilidade de começar de novo!!
Eu era um prisioneiro de mim mesmo. Caso eu não me vigiasse, libertaria meu lado sonhador para perto dela de alguma forma.
Quando eu conheci Jesus e lhe permiti reinar em mim, notei que todas as minhas filosofias eram sombras e simples afluentes, enquanto Ele era sol unido ao mar, aguardando-me de braços abertos!