Deixarei que Morra em Mim
Filho, eu te prometo que enquanto eu vir um sorriso em teu rosto não deixarei de lutar e nos dias em que eu não o vir, estarei lutando dobrado.
Talvez eu ainda vá me desencantar inúmeras vezes, mas jamais deixarei de acreditar no amor, no seu poder miraculoso de transformação, restauração e cura.
Em um dia qualquer, eu abrirei meus olhos e deixarei o medo de lado. Mesmo ao seu lado, eu sinto medo.
Suas inseguranças se tornaram as minhas.
Mesmo em pouco tempo, eu sinto algo maior do que consigo explicar.
Talvez o amor seja isso: algo que não sabemos explicar.
Entendo toda a sua frustração com o futuro, mas não posso me perder novamente em seus pensamentos. Os medos que você sente não são inválidos; eu também os sinto, talvez de outras formas e com outros medos. Não posso viver provando que valho a pena.
Quando estou decidida a algo, não há nada que me faça mudar de ideia. Eu deixei todo o meu passado para viver o seu futuro. Não me arrependo, mas não sei parar de sentir que, em algum momento, suas inseguranças se tornarão uma verdade para você, e isso mudará completamente seus pensamentos sobre mim.
Não tenho medo do que você possa pensar, pois eu sei quem sou e o que carrego dentro de mim.
Temos anos de diferenças, mas um sonho em comum.
Talvez eu seja apenas um vendedor de flores. Talvez eu só ajude você a escolher seus amores.
Talvez eu tenha nascido para isso
Por mais que digam o contrário jamais deixarei de acreditar, que a força do bem será sempre infinitamente maior que a do mal.
Se um dia me faltar a voz eu pinto, rabisco, desenho, mas jamais deixarei de dizer que amo muito você.
MAIS DO QUE TE AMO
Demétrio Sena, Magé - RJ.
Deixarei que me deixes, pois me canso
dos teus ranços, das crostas que te cobrem,
dessa tua mania de tristeza
e teu vício de mágoa e solidão...
Quero a luz, não gostei das tuas trevas,
tenho fome de risos e de céus,
mas me levas ao chão; ao fundo; ao poço;
ao teu osso impossível de roer...
Já não creio no amor como remédio,
e me rendo ao assédio desse adeus
que nos toma de assalto já faz tempo...
Serei livre a partir de te livrar,
escrever outro livro de quem sou
e me amar muito mais do que te amo...
SUSPENSÃO
Demétrio Sena, Magé - RJ.
Deixarei que te gastes no próprio silêncio;
na distância e no muro que arbitras erguer,
porque sei me perder de qualquer utopia
que liberte a minh´alma de afetos em vão...
Ganhas tempo perdido engenhando esse adeus
tão aos poucos, tão cheio de sombra e vazio,
pois os meus desenganos há muito entenderam
e meu brio ferido acatou a sentença...
Sofres mais do que sofro, por seres omissa;
pela missa, o velório que não têm sentido
quando só a franqueza te libertaria...
Sei calar o que sei, pra que sigas em paz
não tão paz nessa guerra que travas no fundo;
tirarei o meu chão do teu mundo suspenso...
DECISÃO
Demétrio Sena, Magé – RJ.
Agora está decidido: nunca mais deixarei que me deixem sem chão. Que me façam, seja como for, perder a firmeza dos passos. Por mais que algo me tente, que alguém me dê um empurrão para o caos, direi meu não à vergonha de me olhar no espelho de qualquer atitude ou olhar que me crive, de frente ou de viés.
Não terei mais temor de me perder de mim, quando alguém atentar contra minha verdade. Na contramão dos intermináveis nãos de seja lá quem for, direi sim à coragem de mostrar aos olhos a minha cara de alguém que se conhece a fundo. Que já sabe que o mundo é como é, mas aprendeu a viver nele.
Demorei a fazê-lo, mas tomei nos meus braços a certeza de cada sonho que teço. Agora sei que aconteço e me deixo desacontecer quando quero, apesar da incerteza de quando e onde, que sempre chega não sei como e se perde aonde não sei. Com todas as leis da vida e do tempo, minha a lei me ampara.
Embarquei neste bonde para qualquer lugar ao sol, ciente de que mereço a sombra, quando queira. Sigo para qualquer lugar que não seja ficar entre o sou e não sou bem próprio dos que vão e não vão. Dos que se deixam para depois, porque não se julgam prioridade. Sou alguém que decidiu ser alguém.
SE ME CABE SER SÓ
Demétrio Sena, Magé - RJ.
Deixarei de ser flor pras abelhas fugazes;
patrimônio ecológico de gente urgente;
quero as pazes comigo e me quero pra mim
onde os dentes não rangem pela solidão...
Se me cabe ser só, que seja só sozinho;
nunca mais serei pausa de barco à deriva;
a ogiva de paz que o silêncio constrói
pra quem sabe o caminho do meu paraíso...
Serei menos exposto, menos ao dispor,
nunca mais tão fiel pros que chegam e vão,
usam meu coração e me deixam de novo...
Já não quero servir de grama verde ou rio
para os restos do cio de quem desaguou
e me quer pra repor as energias gastas...
RETICÊNCIA SOLO
Demétrio Sena - Magé
Deixarei que aparências me façam culpado
no que sou, no que não, no que dispensa culpa;
do passado, de agora, o que virá depois,
pois assim faço atalho em minha via-crúcis...
Não encontro coragem pra ter a razão
que não tenho, que tenho, que ninguém teria,
porque meu coração não terá menos dor
onde a minha ferida é nunca mais te ver...
Ser vilão, meio herói, tanto faz para mim,
se no fim desta saga só tem solidão
e serei condenado, mesmo absolvido...
Teu adeus me faz réu que dispensa inocência;
reticência sozinha que dá ponto e nó
no roteiro que a vida entregou ao destino...
... ... ...
Respeite autorias. É lei
Que nunca morra em nós, o amigo que somos para o outro. Grandes amizades ultrapassam as barreiras do tempo, da distância, são preciosas e trazem brilho para nossas vidas.
Morra e cave a terra com a tua boca que te amaldiçoa e não te deixa partir, pois, morto acordarás renovado nos adubos dos monstros que adormecem em ti.
Se voce aprendeu o bastante, não morra na velhice com sua sabedoria, senão tudo aquilo que voce imaginou saber, ira morrer contigo, porque, assim como a terra, nada nos pertence e tudo o que se aprende se deve deixar para a posteridade aos nossos descendentes.
Sempre que o amor me assalte, que eu morra de amor, amando! Mas se o desdém acerta em cheio, fica a saudade de permeio, e o coração chorando...
“...Existe um sentimento que tem o poder de matar uma pessoa sem que ela morra, sentimento de culpa...”