Deixa a Paixao Fluir
SONETO DE UM AMOR PROIBIDO
Da paixão surgiu o meu eu encantado
Do silêncio, suspiros sem sons ledos
Engasgados como são nossos medos
Onde o inviável está ali aprisionado
Aqui confesso, então, estes segredos
D'alma que vai com o perigo ao lado
Desgovernado sem o tempo marcado
Pávido e, com os sentimentos vedos
Triste o afeto que quer ser enamorado
E se queima em aventurosos folguedos
De ilusão, que não deveria ser desejado
O que é rochedo é o amor proclamado
Tudo passa, é passageiro, só enredos
E este, proibido, é um amor agoniado...
Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Fevereiro de 2017
Cerrado goiano
Sabe...Eu já tenho medo de sair de casa, por que não sei o tamanho do frio que posso sentir lá fora...
De lado de dentro tudo o que posso ver é nublado, escorrendo gotas de serena gotas sobre os vidros...
E minha imagem é retorcida em vários pedaços... Já não quero olhar mais no espelho, não quero encarar os meus olhos fundos...
Eu jogo toalhas molhada na cama, eu não tenho lugar para colocar mais roupas e as vezes elas caiem no chão e não quero pegar...
Alguns amigos me mandaram mensagem dizendo que queriam passar em casa, mas disse que estava viajando...
As minhas paredes são acústicas não quero que ninguém me ousa chorando, então, costumo andar de vagar p não fazer barulho...
Estes dias eu ouvi um som estranho na maçaneta da porta,em quanto ficava em silêncio no sofá, mas, nada aconteceu pois a fechadura se voltou lentamente. ao seu lugar...
Depois de um tempo abrir a porta e vi sinais de uma mão pequena, e um cheiro de perfume!
Estou em busca de sentido, sabe moça? "É normal as vezes eu fala sozinho"...
Por que existir nesta existência de vazio, fecho os olhos para tentar enxergar a vezes...
O mundo que eu crio e tão perfeito, mas, é tão rápido que logo volto para a realidade sem querer ir...!
O que escreve é tudo subjetivo, mas, só terá sentido no coração de alguém e quando um dia você ler... Tudo o que escrevo, fará sentido, então, você sentirá um arrepio e seu coração vai arder no calor da minha voz, que você vai ouvir bem baixinho lá no fundo...!
Mas, enquanto nada acontece, deixe-me voltar para debaixo da minha coberta!
Aos poucos íamos perdendo um ao outro,
A distância entre nós era visível por todos, menos para nós.
Teu olhar sempre vazio, ia deixando o meu cheio de saudades.
Entre grosseiras e caras amarradas, ia me acostumando a ficar sem você e diante de todas essas evidências, continuei te amando e te amando de uma maneira só minha. Isso você nunca entendeu e nem vai.
Hoje essa distância se faz presente e no meu futuro eu não a desejo mais.
Quer saber?
Já aprendi a viver sem você.
Nos encontraremos no fim da tarde na mesma esquina de outrora.
Nos cumprimentaremos tímidamente sem olhar nos olhos
Sentaremos no mesmo café. Na mesma mesa de antes.
Pediremos dois cafés negros
-Com adocante senhor!
-Estas de dieta?
- Tô sim. Mas não que eu precise, sabe…
Tomaremos dois cafes negros. Um com açúcar cristal, outro com sacarina.
Trocaremos tímidamente meias palvras
-Senti sua falta…
Olharemos fixamente ao fundo da xicara e lacônicamente ao fundo do olhos.
Tomaremos o ultimo gole. Trocaremos meio sorriso.
-Clareaste os dentes?
-Sim, mas não que eu precise, sabe…
Tocaremos as mãos e logo os lábios.
Mudou tanto seu beijo. Já não é como antes
- É a sacarina. Deixa um sabor metálico, sabe…
O amor está mais perto do ódio do que a gente geralmente supõe. A admiração muito perto do desprezo. O interesse, da falta de vontade. A arrogância, da humildade. A beleza, da feiura. O desejo ardente, do "não tô nem aí". São a frente e o verso da mesma moeda, da paixão, da vida, dos sentimentos. Já no caso do amor, o seu oposto não é o ódio, e sim o nada me diz, a total indiferença.
"Na medida do exagero eu te quis por inteiro. E foi um desses quereres que transbordam o meu eu insaciável de te ter mais e mais."
O olhar sempre foi de criança,
ironia, recuar quando o outro avança,
é feio, sentir sem demonstrar emoção,
o medo tem utilidade, a covardia não.
Se entregar e suar faz parte do jogo,
O outro se dando por completo,
E você assistindo sentado, achando pouco.
Inquietei-me quando descobri que era paixão, aquele leve e intenso pulsar do coração logo frutificou e não entendi que já era amor...
[...] por semanas viveram felizes, se encontravam no nascer e morrer do sol. Desfrutando de uma paixão tão intensa, a qual o frio só esfria o que o fogo não consegue aquecer mais.
Para o vento
Sopre vento, sopre suave e cantando,
em melodia extraordinária que cativa nosso prazer.
Teu sopro é tão agradável,
em tua persistência ainda há de me levar.
Desistir para que? Se tentar é tão bom!
O sorriso é suave, é lindo, algo jamais impedido de ser mostrado. É cobrado de nós, desde que nascemos, como requisito básico para a vida.
Esse belo feitio, ainda assim não ensina, não edifica, não muda.
Não, não o sorriso, só as lágrimas.
Como escrever um bom poema?
Bem, estrutura e fonética nunca estão boas por completo. Contente - se em ver suas obras prontas virarem rascunho novamente, pois é assim com os poemas. E é assim com a vida.
Me mostra... não esconda...
Me mostra... e começarei a tremer...
Me mostra... faz meu sangue ferver...
Me mostra... me faz delirar...
Me mostra... sem hesitar...
Me mostra... e deixa mais uma vez eu ver...
Esse sorriso lindo e singelo... impossivel esquecer.
