Deitado
Cabotino
Deitado em sua rede
Sem pressa de caminhar
Uma casa sem parede
Um viajante a devanear
Sorrindo, está com sede
A linda natureza verde
Caboclo, cabotino
Não sabe qual seu destino
Só deseja viajar
Repousa
Repousa, deixa o teu corpo
deitado junto ao meu.
Estende esses braços, pega
em meu pescoço, solta esse
cabelo em meu peito.
Deixa a vida correr.
Permita-se ficar estendendo
tuas pernas, por sobre as
minhas, com os dedos dos teus
pés, massageias os meus.
Deixa o perfume desse corpo,
em minha pele.
Deixa tua boca em mim tatuada.
Repousa junto com teu corpo.
esse amor só nosso, juntos,
unidos por inteiro.
Roldão Aires
Membro Honorário da Academia Cabista. R.J
Membro honorário da Academia de Letras do Brasil
Membro da U.B.E
Acadêmico da Acilbras - Cadeira - 681
Patrono - Comendador Maestro - Armando Caaraüra
"O INFINITO NO HORIZONTE"
O extremo do horizonte é a fonte do meu olhar perdido, deitado na rede da varanda, observando espaços de sossegos e silêncios na imensidão do infinito. O coração se sobressalta quando de repente um forte vento balança as folhas das árvores, e com ele o sucumbir desse infinito silêncio.
O horizonte tão longe no infinito, trás lembranças que na imensidade do pensamento se afoga no doce amargo sabor do infinito.
A redenção é a morte
há alguns dias não tenho vontade de me levantar, permaneço deitado com os cobertores ate o queixo no escuro com minhas cortinas blackout puxadas
a televisão ligada sem volume ou com o volume no minimo me sugere as horas, é ínicio de madrugada agora, ha alguns dias foi meu aniversário, daqui ha alguns dias terá o feriado de 7 de setembro, através da internet não fico alheio completamente sobre os dias e meses
a passagem do tempo no entanto se mostra morosa, rude e angustiante, algo dentro de mim se levanta em súplicas por dias de sol e aroma de flores da primavera, então lembro que essa sensação de súplicas tambem me acompanhava no verão passado e na primavera passada
aa sendas escuras do meu quarto anunciam corpos mortos chovendo pelo teto e deitando-se nas feridas da minha cama empoçando jardins de flores pisoteadas
tremulam versos rotos e sem rimas do sangrar dos meus labios queimados pelo sol de inverno que não encontra fresta alguma na alma deste quarto escuro
suspiro, aspiro e respiro mendigando sonhos em clarões brancos de escuro desolação
respiro um acreditar dentro do meu corpo morto, em algum lugar ela toma entre suas doces mãos sua xícara de café e suas duas fatias de pão, sim duas fatias
no jazzer do meu cadáver ensurdece-me o pranto das paredes de olhos ardendo ante o odor fétido que exala do meu corpo morto
ocasionalmente meu corpo morto sente o aroma de terra molhada onde dançam lembranças de uma infância vivida, uma vida Amada e de uma velhice abortada
em algum lugar os mendigos tomam cachaça e consomem crack amortecendo suas vidas mortas, prostitutas em banheiros de motéis ajeitam a maquiagem para ir de encontro a seus proximos clientes mortos
neve escura se espalha e congela o quarto preparando minha sepultura
as ruas tossem vírus mortais, milhares caminham nestas mesmas ruas onde já não resta quase ninguém para morrer, estão mortos ha muitas luas, eu enfim junto-me a eles, não ha redenção, talvez nunca ouve..
Chegará, como uma brisa suave, o dia em que estarei deitado ao seu lado, admirando seus olhos e agradecendo o bem que faz ao meu coração.
Conversando com Exu
Numa noite, deitado em minha cama e pensando em coisas ruins que aconteceram comigo, ouvi uma voz em minha casa dizendo assim: 'Por que você se preocupa com o que os outros vão falar, ou por que você está com raiva?'
Eu logo disse: 'Porque fulano me traiu.'
Ele, com um tom sarcástico, disse: 'Uma coisa irônica na reencarnação.'
Eu logo perguntei: 'Mas que irônico seria isso?'
Ele logo disse: 'Sabe, quando você desencarnar desse corpo, você vai acordar em outro corpo com feições diferentes, cor de pele diferente, e não se lembrará nem desta vida nem da trajetória que você teve no mundo espiritual anterior. Você vai acordar em uma família diferente, em um bairro diferente, tudo vai mudar. Não adianta você ficar com raiva ou rancor das pessoas desta vida, pois mesmo que as pessoas nesta vida te façam mal ou bem, mesmo que elas tenham feito mal para você de formas cruéis, nada vale, pois na outra vida você nem vai se lembrar delas. Se você guardar rancor, você só põe uma âncora em seu pé e é jogado no meio do mar. Você vai afundando enquanto o outro se eleva, pois ele não guardou o rancor de você, só você dele. Então, siga sua vida sem guardar rancor, raiva, ódio, mesmo que as pessoas tenham feito coisas cruéis e desprezíveis com você. Não adianta guardar rancor, porque isso só te atrasa. Agora você entende a ironia.'
Depois disso, ele deu uma gargalhada."
30 dez 2022
Meu amuleto
Deitado em meu peito, vejo que não a mais razão nem motivos para se afastar
Seu brilho me deu novas esperanças, alegrias...
Uma razão para viver..
Uma real motivo para tentar
Então com carinho, te agradeço por tudo
Cada briga, cada abraço
Cada dia que tenha passado ao meu lado..
Ass: Um Simples Cara
Idéias
Estou hoje no meu quarto, deitado à cama,
Diferente daquele exposto nos jornais de ontem.
Hoje, o interesse de toda gente é o mesmo.
Descrever-me naquilo que não se há descrição,
Ao longo dos anos tentam, sem sucesso, explicar como é existir sendo eu.
Sendo louco, eu nunca precisei dar explicações a ninguém.
Quem se explica demais está sempre a se confundir.
Eu sou prático e desconexo, mas não me confundo.
Existo nos pensamentos da maneira que deveria existir.
Quanto mais eu transcrevo ideias, criam-me novas ideias.
Sou sempre hoje o que não fui ontem, estou a renovar-me sempre.
Talvez eu seja o que sou, porque não há nada de diferente em ser eu.
Acendo um charuto!
Acendo-o pelo prazer de exibir na fumaça; ideias.
Ideias que, como a fumaça, se desfazem sem rumo.
A minha vida tem sido uma baforada desconexa de tudo que existe.
Tenho sido a exceção até mesmo dos sem exceções.
Tenho sido mais diferente do que aqueles que são indiferentes.
Tenho me destacado aonde ninguém se destacou,
No melhor e no pior...
Construí sozinho e ainda assim, por vezes, dividi o que construí.
Hoje eu olho para trás e não vejo ninguém.
Todos aqueles que hoje estão aqui não estavam quando eu comecei.
No início da minha construção, muitos tentaram prejudicar a edificação.
Passado um tempo, todos os pilares já estavam sustentados sem risco de desabamento.
Os meus amigos desfilavam com o meu sucesso estampado ao rosto como sendo o seu.
Construí sem cimento algum, castelos memoráveis.
Todos os meus sonhos foram edificados sem ideais,
E depois compartilhados com o mundo que me bateu a porta na cara.
Hoje estou de costas para o mundo,
Arquitetando portas aonde não há portas,
Para que passem felizes os que me abandonaram.
Deitado na minha cama
eu reflito
Acho que poderia ter feito diferente
Eu acho que sou meio inútil
E no final
eu encontro conforto
Nos meus sonhos.
Hoje, em casa deitado na cama revendo o meu dia me ponho a pensar. Aonde queria estar? Num bar? Num restaurante? Com amigos ou sem? Ou apenas estar aqui, sem ter o que fazer, sem ter o que mostrar, apenas estar. O simples fato de poder estar em algum lugar me mostra que aonde devo ficar. A resposta é simples, ficar onde quero ter o meu bem-estar!
Estou deitado no escuro e há tantas coisas para pensar, para imaginar, para lembrar.
Eu preciso dormir para silenciar essa dor.
O que eu devo fazer a seguir?
Estou deitado no escuro e sinto o meu corpo flutuando.
Tudo está girando e só para quando fecho os olhos.
Eu preciso dormir para acordar dessa dor.
O que eu devo fazer a seguir?
Já é de manhã e eu estou deitado no escuro.
“Deitado no chão, travando uma luta contra o papel de parede no teto do meu quarto! Ninguém por perto! Fecho meus olhos e sinto o meu rosto se inundar de lágrimas! Coração apertado, respiração ofegante! Desejando infinitamente encontrar a Deusa da luz imaginária, a rainha do fim e também do recomeço! Ela chegou! Eu sinto a dor reconfortante da sua presença! Já veio meio me buscar? Eu estou indo. Eu já não sinto mais os meus pulsos, já não sinto mais meu coração bater, eu já não sinto mais a vida. Eu não tenho mais nada a perder!”
Como as mulheres sabem nos manipular. Deitado na cama, com a mente em branco, Joxe Mari olhava o quadrado de céu azul da janela. Ficou um bom tempo ali imóvel, em atitude apática, com as mãos enlaçadas atrás da nuca. Por fim lhe vieram pensamentos. Ou melhor, imagens. O tempo, de repente, retrocedeu a grande velocidade. O tempo era um filme que mostrava a sua vida de trás para a frente. Saiu logo da cadeia e entrou em outra e depois em outra, foi torturado, depois preso, voltou à luta armada, à tarde chuvosa em que Txato olhou nos seus olhos, ao pub onde atirou pela primeira vez em um homem, à França, à vila e, chegando aos dezenove anos, as velozes imagens mentais pararam de repente. Imaginou então um destino diferente, que culminava com a realização do seu grande sonho: jogar no time de handebol do Barcelona F.C.
Viajo pela noite sem me lembrar, do dia que passou, é ou virá. Deitado em uma cama, olhos fechados, mente obliterada pelas imagens da comunicação, sinto cada vez mais distantes, em certezas pungentes, meus instintos naturais.
A natureza chama, vejo seus gritos entrarem por debaixo das costelas tirando a respiração. O coração se comprime, um gosto ferruginoso pela saliva e os olhos – ah! Os olhos – enchem-se de lágrimas, numa tristeza/felicidade de querer expressar o indefinível – a incrível aventura de existir.
Não adianta ouvi-los, nada tendo a dizer,
Te querem prostrado, de joelhos, deitado,
Rastejando no chão, donde não se levante.
É como já dizia aquele velho deitado, nem todos virarão zumbis, só é impossível escapar os doutos alienados, que fazem parte da bolha achando tudo engraçado, ampliaram-lhes o direito e já podem ficar calados!