Deficiente Visual
O verdeiro cego não é aquele que nasceu ou adquiriu uma deficiência visual e sim aquele que não tem deficiência alguma e decide não enxergar!
Visual nada mais é que mescla de cores em densidade de iluminação.
Esquece tudo que lhe parece, não serve pra tirar conclusões e lhe ocupa memória e processamento (energia e tempo) totalmente em vão e o pior, lhe atrasa e também ao mundo ao redor.
Pessoas boas condenam boas pessoas apenas por não se gostarem.
Ignoram o que está fora do visual quando a palavra precisa sair da garganta, pois se não existe compaixão dentro, nada segura as palavras amargas que machucam os próximos.
Precisamos notar que existem boas pessoas no mundo, que espalham o bem mesmo não se dando conosco.
E se notarmos isso, e o outro também, temos a oportunidade de se aproximar.
A foto nada mais é do que um mero registro visual de momentos únicos e eternos em nossas vidas. Ela não é capaz de captar a intensidade de cada emoção sentida, seja um instante de alegria nos momentos felizes, um olhar apaixonado por alguém que ocupa, ou ocupou boa parte de nossos pensamentos, ou um simples sentimento de paz e harmonia que permeia nossos corações quando estamos ao lado de pessoas que fazem tão bem para a nossa alma.
Só Deus sabe o que eu seria capaz de fazer para ter a oportunidade de voltar no tempo e desfrutar, novamente, de cada um destes momentos incríveis do passado, nem que fosse por alguns segundos. Sentir meu coração bater acelerado, sorrir de forma verdadeira e espontânea, ser feliz, amar, sonhar, olhar para cada um deles e sentir, ao mesmo tempo, carinho e gratidão por poder compartilhar comigo estes sentimentos naquele exato instante.
Dizem que dá para contar nos dedos o número de amigos verdadeiros que levaremos até o fim de nossas vidas. Isto, infelizmente, é uma triste realidade. Algumas amizades vão ficando pelo caminho, seja por desavenças, mal-entendidos ou pequenas feridas que se mostraram incuráveis. O tempo e a distância, de forma sádica e impiedosa, encarregam-se de apagar ou enfraquecer boa parte dos relacionamentos restantes, que acabam se revelando tão frágeis quanto mensagens escritas nas areias da praia em dias de ventania.
Hoje, tenho ciência de que, com o passar dos anos, as pessoas definitivamente mudam, para melhor ou para pior. Muitas vezes, idealizamos nossos amigos como se o tempo não trouxesse os ares da mudança e, ao reencontrá-los, muitas vezes sentimos decepção por não corresponder às nossas expectativas.
Mas será que não seria isto, por acaso, um dos propósitos da vida? Aprender a respeitar as escolhas do próximo, compreender os seus motivos e amá-lo, ainda que não seja recíproco, por tudo que este representou em nossa breve história? Afinal, cada momento vivido ao lado de cada um deles serviu para moldar tudo aquilo que sou hoje.
Alheio à todas estas possíveis decepções, o meu ingênuo coração transporta-me para diversos pontos do passado toda vez que olho para estas fotos. Embora esteja muito longe de matar minha saudade, todos os bons sentimentos vêm à tona, com força total, reflorescendo todas aquelas emoções perdidas com o passar dos anos, e fazendo-me ter a certeza de que a minha vida valeu a pena. A foto, ainda que limitada, traz a imagem daqueles com os quais passei os momentos mais incríveis da minha vida.
Mudar o visual é bom de vez em quando, mas não aposte nessa mudança as fichas que deveriam pertencer ao seu amor-próprio.
Por trás do novo cabelo, da nova roupa, do novo sapato, da maquiagem e de toda a mudança de visual, cheque apenas se o seu caráter e a sua essência permanecem intactos.
Não disfarce sua baixa autoestima com uma mudança de visual, uma nova aparência não vai preencher esse vazio.
Cenografia: o cenário nasce nos primeiros quinze dias, e morre, num tédio visual, em menos de alguns meses.
RELVA - CAPÍTULO 2
Ter deficiência visual nos coloca em situações engraçadas, muitas pessoas acreditam que não estamos percebendo o que está ao nosso redor, mas ninguém imagina que não enxergo mas ouço dez vezes mais que os outros, então, os cochichos, as pausas na fala, a velocidade e a entonação da voz tomam forma
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Dificilmente erro ao apontar que alguém está mentindo, seja por excesso de detalhes nas historias ou pela falta dos mesmos, sempre percebo a estrelinha, toda história tem um perfume, e muitas não cheiram bem como parece
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16h12
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- O que eu deveria dar para uma mulher se estivesse apaixonado?
- Sei lá, Levi.. algo bonito, que você goste muito? - Tipo uma Jaca?
- Que mulher gostaria de receber uma Jaca de presente? Diz Sara em um tom cansado debochado - Você está apaixonado Levi? Impressão minha? - Acho que estou ficando.
- Por quem?
- Arethusa.
Sara se ergue em tom de surpresa sob a grama verde. - A professora de Arte? Levi. Ela tem pelo menos o dobro da sua idade. É linda. Admito. Mas jamais ficaria com você.
- Ficaria sim. Uma jaca encantada e ela seria minha para sempre. Eles riem.
- Sara, ela é a única que me trata como alguém normal. A maioria dos professores falam comigo como se eu tivesse problema mental, sendo extremamente didático. Acho isso péssimo. Dia desses Arethusa chegou perto de mim e percebi o cheiro do cabelo dela. Parecia amêndoas e baunilha. Desde então sempre que ela está próxima eu reconheço e meu coração dispara.
- Levi, você está se iludindo. Ela não te quer. Nem você, nem a jaca.
- Sara, um homem que ama uma mulher sente isso de longe. O cheiro do cabelo dela deve ser reconhecido e admirado. Pode ser um amor platônico. Sim. Mas tenho direito de sonhar. Não? Sou praticamente cego, e é no escuro da alma que nossos sonhos mais íntimos se realizam
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Sara imagina que tenho dez por cento de visão, devo ter bem menos, nunca disse isso à ela, provavelmente eu perca toda a visão em um ano. Vejo tudo em vultos. Vejo a vida em silhuetas. Sei que Sara tem cabelos castanhos e a minha altura. Não mais que isso. Mas sei que os lábios dela são doces como uma romã madura.
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Imagina como? .
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CONTINUA
MORADA DA ALMA
A aldeia Vilarinho de Negrões,
Visual Bucólico colossal,
Colírio aos olhos e corações
Uma bela joia de Portugal.
Um lago azul a banhá-la,
Onde o sol, espelha n'água ,
Difícil alguém não amá-la.
No âmago da própria alma.
Tudo bem posto e ordenado,
Na mais brilhante singeleza,
Qual fosse um quadro pintado,
Pelas mãos da Mãe Natureza.
Lá não há como sentir medo.
Parece um conto de fadas,
Um regalo da vida e sossego.
Onde a alma descansa e faz morada.
Em suma, pode-se afirmar,
No tempo a paisagem resiste,
E jamais há se duvidar,
Da prova de que Deus existe.
Vida latente e aparente
O engano da pele.
O que a verdade repele.
Visual.
Oculto.
O normal.
O fajuto.
É que não se percebe.
O que se mostra.
O escondido.
O aparente que engana.
A beleza que emana.
Escondido no especial.
Quem poderá decifrar.
Quem poderá julgar.
As vestes da falsidade.
O silêncio da verdade.
O bonito.
Lindo e essencial.
Disfarçado na timidez.
No medo.
No profundo e sentimental.
É que eu, essência humana.
Que é enganada e engana.
Prefere a parte que dói.
Que sangra.
O perigo eminente.
O disfarce doce aparente.
O convite pecador.
O desprezo pelo amor.
Oh vida aparente.
Permita o olhar do mundo.
Sensato e profundo.
Enxergar o latente.
Conhecer o íntimo.
Decifrar o conjunto.
Justificar a racionalidade.
Personalidade e verdade dentro da gente.
Giovane Silva Santos
O calor de dois corpos,
a conexão que nos tivemos,
Aquele contato visual que me prendeu,
o maldito olhar que me fez lembrar cada detalhe daquela bela madrugada.
Deslumbrando uma poesia.
Visual sem memória...
Com alguns sentidos em falhas...
Procurei os vôos mais coloridos...
Restituindo na penumbra...
As luas que passei...
Assisti ao vivo....
Por vezes um eclipse lunar...
O Sol ainda distante....
Percebi eu....
Oh Glória é essa....
A lua e seus vizinhos...
Terra e Sol...
E ela no meio....
O quê há mesmo por trás disso tudo hein....
A alma se deturpa....
Os olhos se marejam....
Passo horas e horas...
No canto á me aquecer em uma lareira...
Janela semi aberta...
Oh natureza perfeita....
Você e eu....
Olhos claros em tudo que vemos...
Sabe...
Um dia eu fui...
Hoje estou indo...
Amanhã espero eu continuar...
Esse imenso amor...
Essa imensa dor...
Quantas almas se foram...
Sem isso deslumbrar....
Pois é....
Podemos ver e saborear tudo nessa terra...
Menos sabotar...
Em sentir o prazer...
Do doce encanto...
Dessa vida que nos encanta...
Sim...
Eu posso...
Tu e ele pode...
Aliás...
Todos nós podemos....
Só vejo paz...
Eu sinto a paz...
Estou assim....
Com ou sem alma....
Aguçando meus sentidos...
Nessa atmosfera....
Posso eu e a chuva cair...
Ela sim é pura...
E eu nela me lavar....
Algum tempo atrás...
A chuva caia...
Eu via terremotos...
E via a lama se prosperar....
Decidi então...
Com a chuva dançar...
Ela bate no solo...
Ela bate nos olhos...
E nosso rosto lavar...
Assim...
Me permito novos vôos levantar....
Olho para o céu...
Olho para o infinito...
Sozinho as vezes...
Sinto que eu posso tudo...
Ver as galáxias...
Ver as estrelas cadentes a reluzentes.....
Detalhando dentro dw mim...
Através de meu inspirar....
Resta-me....
Continuar olhando....
Sem mágoas...
Sem rastros...
Sem receios...
Sem medo algum...
E sempre me lembrar....
Que...
Aqui...
Ou do outro lado do luar...
Sempre existirá uma luz...
E essa....
Está aqui....
Dentro de cada palavra escrita...
Escrita por almas antigas....
Que se foram....
E por ordem do criador....
Nunca mais...
Se apagou....
Autor:Ricardo Melo.
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