Dedicatórias para Educadora Infância
Passo a passo
Na infância o lado bom da vida; a inocência, as amizades puras, os incontáveis por que?
Na adolescência; as descobertas, um novo mundo acontecendo a cada dia, as paixões que machucam e parecem não ter fim, o despertar de novos desejos difíceis de serem controlados, um novo mundo de opções, oportunidades e escolhas, a liberdade sendo aproveitada como um presente insaciável.
No início da fase adulta as responsabilidades; as paixões se consolidando e se transformando em amor; os novos aprendizados sendo explorados; a busca por respostas sobre; o que? Quando? Como? Aonde?
Já na metade da fase adulta as conquistas e realizações profissionais, materiais e amorosas se tornam reais; os sonhos ganham força e se materializam, sejam eles; aquela viagem, um carro, uma casa ou o nascimento de um ou mais filhos.
Enfim; chegou a terceira idade; o trem está passando muito rápido, as emoções afloram com tantas lembranças e sonhos realizados; o desejo de viver mais um pouco logo será interrompido; só posso dizer de peito aberto que valeu!
Então; o botão de start é apertado; vai começar uma nova vida, um novo ciclo...
Na minha infância, eu sempre escutava a minha avó falando umas frases, quando ela estava chateada:
"Azeite quente...tou nem aí se atrás vem gente...o importante é estar sempre na frente...(Eu não entendia nada.)
Mas hoje eu sei que na sua maneira simples de falar, ela queria dizer que devemos cuidar primeiro de nós mesmos.
Que devemos nos amar o suficiente para dar conta de seguirmos em frente quando formos deixados para trás.
E que colocar-se em primeiro lugar não é egoísmo, nem orgulho. É amor-próprio.
Obs:( O "azeite quente", eu acho que era só pra rimar mesmo, rsrs...)
(Vasty Frazão)
Sob o pretexto de preservar a magia da infância permitimos nossas crianças serem usadas, enganadas e manipuladas pela ganância capitalista.
Até que ponto vale a pena?
Mergulhar nas ondas do mar traz de volta a minha infância, onde a liberdade e a finitude se entrelaçam numa doce lembrança.
A MENINA DE PALMARES
Havia uma menina
cuja infância se foi na cheia
afogada nas águas pretas
e escuras do Rio Una
Daqueles tempos molhados
carrega consigo meia dúzia de fotos
e os espaçamentos da memória
cujas lacunas completam o inteirar de sua história
Na inocência dos seus olhos
brincava com a farra das águas
assistindo do alto da casa que lhe era abrigo
junto com outras crianças que como ela
aguardava o retorno desalojado dos pais
Era uma infância úmida devorada pela fome da boca
inundada de dilúvios e pelo banhar selvagem do rio
Não nasceu dos ossos das costelas
mas da mesma argila e do mesmo barro que Adão
Por sobre as águas das chuvas e do lado
boiavam entre bonecas e tiaras
as sobras flutuantes de suas lembranças
e do vestido submerso de sua primeira comunhão
apenas sobreviveu o terço presenteado de sua mãe
No leito em que hoje dorme convivo com suas noites
e me banho todo dia me enxaguando
nos afetos encharcados dos líquidos
de seus mais profundos amores
A infância é um misto de transitoriedade e permanência.
Ela acaba com o passsar dos anos.
Ela dura no passar dos anos...
Escoltei o tempo até as cercanias da infância,
pois no território da meninice o tempo não me passa mais
Eu e meu neto, juntos, brincamos de infância, explorando o mundo com olhos de criança, que os adultos esqueceram de ver
Um poeta nunca se esquece de sua infância, dos seus brinquedos e dos seus pais
Um poeta nunca se esquece do que é
do que ainda pode ser e do que nunca será capaz
A infância e adolescência não findam, apenas é o adulto que nasce no interior pueril e jovem da alma humana
**O Monstro que Rouba a Infância: O Celular**
Em um mundo cada vez mais conectado, um monstro silencioso e sedutor tem invadido os lares e roubado algo precioso: a infância das crianças. Esse monstro não tem garras afiadas nem dentes pontiagudos, mas carrega consigo uma tela brilhante e um poder hipnotizante. Ele se disfarça de entretenimento, de companhia, de ferramenta indispensável, mas, na verdade, é um ladrão de tempo, de criatividade e de experiências genuínas.
O celular, esse monstro moderno, promete mundos infinitos ao alcance dos dedos, mas, em troca, exige um preço alto. Ele rouba as risadas despreocupadas das brincadeiras ao ar livre, substituindo-as por horas de isolamento em frente a uma tela. Ele sequestra a imaginação fértil das crianças, que antes criavam castelos com caixas de papelão e histórias com bonecos, e as prende em mundos virtuais pré-fabricados, onde a criatividade é limitada pelos algoritmos.
Enquanto o monstro celular avança, as crianças perdem a capacidade de se maravilhar com o simples. O contato com a natureza, o cheiro da grama molhada, o sabor de uma fruta colhida direto do pé, tudo isso vai sendo substituído por likes, notificações e vídeos curtos que passam rápido demais para deixar qualquer marca significativa. A infância, que deveria ser um tempo de descobertas, de erros e acertos, de aprendizado através do tato e da experiência, está sendo engolida por uma realidade virtual que não permite erros, mas também não permite crescer.
E o pior é que esse monstro não age sozinho. Muitas vezes, somos nós, adultos, que o entregamos de mãos beijadas às crianças, por comodidade, por cansaço, ou até por uma falsa sensação de segurança. Achamos que, com o celular, elas estão entretidas e seguras, mas não percebemos que estamos as deixando à mercê de um ladrão de sonhos.
É preciso reagir. É preciso resgatar a infância das garras desse monstro. Como? Oferecendo alternativas reais, incentivando brincadeiras que estimulem a criatividade, o convívio social e o contato com o mundo ao redor. É preciso ensinar às crianças que a vida não se resume a uma tela, que há um universo inteiro esperando para ser explorado, cheio de cores, texturas, sons e emoções que nenhum celular será capaz de reproduzir.
A infância é um tesouro que não pode ser roubado. E o celular, esse monstro sedutor, precisa ser domado antes que seja tarde demais.
Quando crianças passamos a maior parte da nossa infância dentro de uma escola. Adultos aproveitamos essa experiência para sermos bem sucedidos, pois é isso que nossos pais e sociedade nos ensinaram. Maduros casamos, temos filhos e todos os finais de semana juntamos os parentes e amigos para aquele churrasco. É na velhice então que chegamos a conclusão de que tudo foi um desperdício e a verdade foi que esquecemos de aproveitar a própria vida, é isso mesmo? Aí eu pergunto, sobrou muito tempo para aproveitarmos a vida ou teremos que nos contentar com uma nova existência pra ver se aprendemos?
Deus inventou, o ser humano, e desde a infância de um indivíduo, com a inteligência embutida, para se desenvolver, ao longo da vida, como um livre arbítrio, para acreditar no que quiser.
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