Dedicatória para Namorado

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A música clássica do amor é em tom maior, a romântica em tom menor. O amor moderno é uma fraca melodia, sobreinstrumentada.

Tão bom morrer de amor! E continuar vivendo...

Mario Quintana
Baú dos espantos, Porto Alegre: Editora Globo.1986.p. 596 p. 87.

Nota: Trecho do poema Conversa Fiada, compilado na obra referida de Mário Quintana.

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Não conseguimos segurar uma tocha para iluminar o caminho de outra pessoa, sem clarearmos o nosso próprio.

O nosso bom, ou mau procedimento, é o nosso melhor amigo, ou pior inimigo.

Antipatia: Sentimento inspirado pelo amigo do nosso amigo.

Nosso eu interior não é algo que se encontre. É algo que se cria.

A imaginação é o nosso primeiro privilégio, tão inexplicável como o caso que a provoca.

O nosso espírito tem uma irresistível tendência para considerar como mais clara a ideia que mais frequentemente lhe serve.

É uma perfeição absoluta, dir-se-ia divina, sabermos desfrutar lealmente do nosso ser.

A busca da solidão é uma tendência do nosso tempo; antes, e desde o seu aparecimento sobre a terra, o homem buscou apenas não ficar sozinho.

A vida parece-nos curta, e as horas parecem-nos compridas; o nosso gosto seria alongar a cadeia, encurtando os anéis.

Querermos ser do nosso tempo é estarmos já ultrapassados.

É uma grande infelicidade perder por causa do nosso caráter os direitos que os nossos talentos nos concedem na sociedade.

O mais grave no nosso tempo não é não termos respostas para o que perguntamos - é não termos já mesmo perguntas.

Vergílio Ferreira
FERREIRA, V., Pensar, Bertrand, 1992

A mulher é o único receptáculo que ainda nos resta, onde vazar o nosso idealismo.

Nenhum século professou o egoísmo de uma forma tão franca e tão crua como o nosso.

Quando o nosso ódio é demasiado vivo, colocamo-nos abaixo daqueles que odiamos.

O fracasso deveria ser nosso professor, não nosso coveiro. Fracasso é adiamento, não derrota. É um desvio temporário, não um beco sem saída. Fracasso é algo que nós só podemos evitar não dizendo nada, não fazendo nada, e não sendo nada.

O nosso orgulho eleva-nos para que nos precipitemos de mais alto.

É uma deformação da solidão extrema o acabar por nos fazer crer na imaginação que o nosso monólogo íntimo possa ser percebido ao longe sem palavras.