Dedicatória para Mim

MORRI POR UNS TEMPOS
Causa da morte: cansei de mim.
Para onde fui: me divertir no inferno! :)

Encostar Na Tua

Eu quero te roubar pra mim
Eu que não sei pedir nada
Meu caminho é meio perdido
Mas que perder seja o melhor destino
Agora não vou mais mudar
Minha procura por si só
Já era o que eu queria achar
Quando você chamar meu nome
Eu que também não sei aonde estou
Pra mim que tudo era saudade
Agora seja lá o que for

Eu só quero saber em qual rua
Minha vida vai encostar na tua

E saiba que forte eu sei chegar
Mesmo se eu perder o rumo, êê
E saiba que forte eu sei chegar
Se for preciso eu sumo

Eu só quero saber em qual rua
A minha vida vai encostar na tua.

Vem depressa pra mim que eu não sei esperar, já fizemos promessas demais...

Senhor fazei de mim um instrumento de vossa paz.

Porque metade de mim é a lembrança do que fui,
A outra metade eu não sei...

(...) porque, para mim, pessoas mesmo são os loucos, os que estão loucos para viver, loucos para falar, loucos para serem salvos, que querem tudo ao mesmo tempo, aqueles que nunca bocejam e jamais dizem coisas comuns, mas queimam, queimam, queimam como fabulosos fogos de artifício, explodindo como constelações em cujo centro fervilhante — pop — pode-se ver um brilho azul e intenso até que todos “aaaaaaah!” Como é mesmo que eles chamavam esses garotos na Alemanha de Goethe?

‎Nove décimos de mim já morreram, mas eu guardo o décimo restante como uma arma.

Tenho que ter paciência para não me perder dentro de mim. Vivo me perdendo de vista.

Uma mistura de sentimentos dentro de mim neste momento, mas vou deixar se sobressair apenas os bons, apenas os que trazem a felicidade.

Porque metade de mim é o que ouço, mas a outra metade é o que calo...

Se acreditas em mim, não temas. E mesmo que morras agora, ainda hoje estarás comigo no paraíso.

Sou o intervalo entre o meu desejo e aquilo que os desejos dos outros fizeram de mim.

O POETA

Já te despedes de mim, Hora.
Teu golpe de asa é o meu açoite.
Só: da boca o que faço agora?
Que faço do dia, da noite?

Sem paz, sem amor, sem teto,
caminho pela vida afora.
Tudo aquilo em que ponho afeto
fica mais rico e me devora.

Comigo é o seguinte: tenho que ficar sentado e esperar que a coisa venha até mim. Posso manipular tudo e espremer depois que chega, mas não posso sair a procurar.

Não gosto nada de saber o que dizem de mim nas minhas costas. Faz com que eu fique convencido demais.

Mesmo que você fuja de mim
Por labirintos e alçapões
Saiba que os poetas como os cegos
Podem ver na escuridão

Eu tenho 99% de certeza de que ele não gosta de mim. É esse 1% de possibilidade que me mantém assim, tão firme.

Canto a Mim Mesmo

Estão todas as verdades
À espera em todas as coisas:
Não apressam o próprio nascimento
Nem a ele se opõem;

Não carecem do fórceps do obstetra,
E para mim a menos significante
É grande como todas.
Que pode haver de maior ou menor do que um toque?

Sermões e lógicas jamais convencem;
O peso da noite cala bem mais
Fundo em minha alma.

Só o que se prova a qualquer homem ou mulher,
É o que é;

Só o que ninguém pode negar,
É o que é.

Um minuto e uma gota de mim
Tranquilizam o meu cérebro:

Eu acredito que torrões de barro
Podem vir a ser lâmpadas e amantes;

Que um manual de manuais é a carne
De um homem ou de uma mulher;

E que num ápice ou numa flor
Está o sentimento de um pelo outro,

E hão de ramificar-se ao infinito,
A começar daí­,
Até que essa lição venha a ser de todos,
E um e todos possam nos deleitar

E nós a eles.

Eu estive em todos os lugares e só me encontrei em mim mesmo.

Vinde a mim todos vós que estais cansados e eu vos aliviarei, porque meu jugo é suave e o meu fardo é leve.