Dedicatória para Família
Depois que você tem filhos, começa a entender certas coisas. E aí você vai conseguir entender como ter uma família pode te fazer feliz.
Só podemos passar para nossos filhos os valores que adotamos para nós mesmos, sendo repassados diante de nossas atitudes diárias perante eles, não em discursos.
Carrego comigo o DNA de eu pai, de um Homem honrado e puro que hoje já não se fabricam mais,
gosto de ouvir as suas histórias que são carregadas de emoção, muitas vezes choro, pois elas tocam o meu coração.
Tenho orgulho do Homem que fez, busco honra-lo e imita-lo dando sempre um passo de cada vez.
Se você tem um teto sobre a sua cabeça, agradeça a Deus.
Se você está com a geladeira e a despensa cheias, agradeça a Deus.
Se tem um emprego, um trabalho honesto que lhe dê estabilidade e certo conforto, agradeça a Deus.
Se está com as contas em dia e ainda termina o mês "no azul", agradeça a Deus.
Se seu filho(a) não passa necessidade ou vontades, agradeça a Deus.
Se tem uma família e amigos que realmente se importam com você, agradeça a Deus.
Se você e todos que você ama estão com saúde e bem, agradeça a Deus.
Em um momento de crise mundial, ter tudo isso é benção! Se você tem tudo, ou grande parte disso, você é privilegiado.
Seja grato! Mas agradeça sendo benção na vida de alguém. Pois não existe outra forma de gratidão a Deus que não seja amando o próximo.
Amar é um verbo... E como verbo, necessita ação para ter efeito.
"Nunca conheci alguém como você", como se eu fosse uma estranha de outra cidade ou uma convidada excêntrica acompanhando um amigo em comum para o jantar. Era um pensamento estranho de ouvir da boca da mulher que deu à luz e me criou, com quem dividi um lar por dezoito anos, alguém que era metade eu. Minha mãe lutava para me entender assim como eu lutava para entendê-la.
Era assim que minha mãe amava: não por meio de mentiras inocentes e afirmações verbais constantes, mas em observações sutis do que lhe trazia alegria, guardadas no bolso para fazer você se sentir consolado e cuidado, mesmo sem perceber.
Todo mundo sempre fala sobre o quão bem as mães conhecem seus filhos. Ninguém parece notar o quão bem as crianças conhecem suas mães.
UMA AVÓ DE AÇO
Tenho uma avó de aço. Sim, minha avó é de aço. Desde muito cedo a vida lhe sorriu em desventuras. Se tornou órfã de mãe aos 6 anos e sem condições, o pai entregou os vários filhos a muitos. Ela fora criada um período por primos e depois por desconhecidos que a queriam adotar. O destino trouxe-lhe meu avó, 19 anos mais velho que ela, e ela, aos 19 anos, casou-se com ele . Fruto dessa união, nove filhos foram nascidos, sendo que pelas peças e ensaios da vida, se foram dois: uma menina com 2 meses e meio, e o único filho homem - mesmo nome do pai, invadido pela leucemia aos 8 anos de idade.
Quando surgi, filha da sua 2ª filha - neta primeira, portanto mais velha, cresci vendo-a de aço. Impávida, alcácer da casa, mulher vigorosa...enquanto meu avô, na mansidão das palavras a acompanhava em admiração. Dona Iraci esbravejava com sua tempestuosa personalidade. Fazia todo mundo tremer. Trabalhava arduamente para cuidar de tudo. ASB dedicada, cuidava da limpeza com maestria tanto no serviço, quanto em casa. Recordo dela chegando com baldes de "lavagem" para alimentar os porcos do chiqueiro que tinha aos fundos da casa.
A casa de vó sempre foi o melhor lugar do mundo. Era lá que encontravam os netos, tantos outros que foram nascendo das outras seis irmãs da minha mãe. Mas antes de qualquer coisa, naquela casa o lema era trabalho. Não recordo um dia sequer da minha vó descansando (é estranho hoje vê-la deitar!). Quando chegávamos, ora era na cozinha, ora na limpeza da casa (que até os dias de hoje permanece impecável), ou ainda nas quitandas e doces (meu preferido era de goiaba)...os tachos de cobre gigantescos e quentes. A lembrança da minha vó era de uma máquina de trabalho, como se nela existisse um motor incansável e eterno. E creio que de tanto assim viver, seu cérebro registrou que era! A dinâmica desse cotidiano, nos fazia enxergá-la puro aço.
Fui uma neta muito presente na infância e por muitos anos da juventude...mas de repente, com tantas mudanças....as visitas vão se tornando escassas, os encontros diminuídos...enfim... Por que precisamos crescer? Aliás, por que precisamos crescer e esquecer?
Hoje foi dia de poesia dentro de casa. Hoje a poesia exalou nos cantos da cozinha da casa de minha vó. Na despedida rotineira das minhas curtas e raras visitas de final de semana - tão comuns e singelas como todas as que faço quando saio de casa e retorno para onde moro, abracei-a apertado, dizendo: "eu te amo vó!" Ela me olhou com olhar triste e lacrimejado. Então falei:
- Vó, uma amiga viu minha postagem (abri o instagram e mostrei a ela nossa foto do dia anterior) e disse: viva e linda! Ela, com os mesmos olhos:
- Linda o quê, minha filha!? Vagueou triste e continuou: Minha filha, a gente não enxerga, sabia? A gente não vê a velhice chegando. Não percebe! Ela vem de mansinho. Quando me olhei no espelho, assustei! Estou tão velha! Não me reconheço. Pergunto: quem é essa? Não é fácil aceitar, minha filha. É muito difícil encarar. Agora ta menos ruim dentro de mim, mas não é fácil.
Segurei sua mão. Seu olhar era de dó. Dó pelo o que a velhice lhe vem provocando, lhe vem martirizando. Fixei meus olhos nos dela:
- Eu te amo, vó! Você é linda! É difícil, mas é e será assim pra todos. Olha as minhas mãos! Elas não são mais as mesmas de pouco tempo atrás!
Depois de uns instantes a mais de afago, despedi e peguei a estrada - grande parte da viagem sozinha. Vó tá tão diferente daquela vó da minha infância, tão distante daquela que ainda consigo recordar nas profundezas da minha memória. Fiquei pensando naqueles seus olhos de hoje, naquela mão, no rosto dela que não é mais o mesmo. Muito modificado. Mas não eram as rugas que me impressionavam. Não eram as marcas do tempo, chegadas nessa tão assustadora velhice, já nos seus 83 anos.
Mas a leveza daquele rosto marcado. Mas ela ainda não se deu conta disso. Ela não é mais de aço; é cansável e humana. Limitada como tudo que existe na terra. Eu vi hoje uma vó de voz baixinha feito sinfonia que acalanta, de olhar carinhoso e querido, feito brisa que acalma. Mas que necessita do meu olhar. Os olhos lacrimejando não me saiam do pensamento - ah, esse olhar! Estavam tantas coisas escritas! Era um discurso revelando que ela fez tudo o que tinha de fazer e o que importa agora, não está na força - isso é coisa ausente; não esta na braveza - isso é coisa sem sentido.
A vida, através do tempo, lhe acalmou a alma. O tempo da colheita chegou. Uma colheita daquilo que não se apalpa. Daquilo que aquele olhar provocou na minha alma inquieta...inundada de amor e gratidão, e admiração, e respeito e orgulho que serão eternos.
Vi na minha vó hoje, a mulher feita de flores que se valeu por tantos anos atrás, das forças de aço para sobreviver.
Vó, a senhora agora é flor! Sensível, frágil, delicada! Deixe-nos te amar apenas. Não tenha pressa, nem tenha raiva do tempo. Ele quem nos dá você a cada dia de presente!
Obrigada por estar linda e viva! Porque o cheiro dos seus olhos lindos permanece o mesmo. Eu te amo. Quero falar eu te amo assim como todos os dias falo bom dia a toda gente que conheço e que desconheço por aí! Eu te amo, vó!
São compartilhamentos
de alegria e de tristeza
rebeldias e atritos
Os que negam suas raizes
Os que batem orgulhosamente no peito
e que defendem as origens
Os que pouco dizem
É assim: familia é de um jeito
Os que parecem muito bons
Os que parecem ter apenas defeitos
Família é começo
Família é fim.
Esposas e maridos zelam uns pelos outros, porque por meio desta união e fidelidade e por meio deste compromisso e vínculo da paz, ambos formam uma família com filhos fortes, abençoados e felizes.
Acompanhe os seus filhos e não seja negligente. Na ausência o filho chora. Ele logo se ressente. Brinque muito o ano inteiro. E não dê só o dinheiro. Seja sempre pai presente.
Guarde bem toda lembrança
Da fase da meninada
O tempo que foi criança
De se preocupar com nada
A infância nos conduz
É mais rápida que a luz
Mas fica eternizada
O fato de você saber alguns de meus segredos não faz de você ninguém além de uma pessoa que perdeu minha confiança.
O JOVEM
Muito pai já controlou
a vida do filho seu.
Lá na frente não viveu,
só fez o que o pai mandou,
não criou, não inovou.
O jovem tem rebeldia,
é pessoa arredia.
Não é só má-criação,
é também demonstração
de que quer autonomia.
A minha vida toda foi sempre cheia de pesadelos, a minha única alternativa foi ser forte. As minhas origens, meu sangue, minha família, meu passado e meu presente é tudo resistência. Resistir é o meu grito de guerra.