Dedicatória dos Pais para uma Filha
Aos pais que não podem pagar um professor, nem escola particular ao filho. Comprem livros, muitos livros, ensine a criança a ter gosto pela leitura. Não deixem que a criança se afunda na ignorância, esse é o caminho mais triste e difícil. Pode ser que ele não terá um excelente trabalho, nem será tão bem sucedido no futuro, mas certamente terá decência, e poderão agradecer um dia pelo investimento daqueles que acreditaram que ele não seria mais um cidadão medíocre deixando a vida simplesmente passar.
"Agora eu vou acrescentar algumas palavras que eu não preparei antes. Um país se torna realmente uma só alma em conscientemente servindo a vida intelectual, e no caso de nosso povo judeu, foi realmente esta jornada, a qual conservou o povo judeu como um todo. Nós não existiríamos hoje, como uma comunidade de pessoas, sem a isso continuação disso, ou o interrompimento ... ehh ... atividade na aprendizagem e no pensamento e na literatura."
A omissão de um povo destrói aos poucos um país, enterra os sonhos de uma nação.
O gigante agoniza, pobre Brasil.
Meu país é um ensopado, um refogado visguento e malcheiroso que sempre terá o mesmo gosto, com qualquer carne.
*VAMOS FALAR DO ATENTADO NA SOMÁLIA?*
CORPOS PRETOS NÃO COMOVEM!
Somália é um país africano.
(Não. A África não é um país! É um continente com uma diversidade de países.)
Porque eu estou falando da Somália? Bom se você depende apenas da grande mídia para se informar, talvez você não saiba que no último sábado (14), houve um ataque duplo a bomba no país, que já contabiliza mais de 300 mortos.
O MAIOR ATAQUE TERRORISTA DESDE O 11 DE SETEMBRO.
- Que? Acha! Você tá exagerando! Se fosse tudo isso mesmo, estaria passando toda hora nos jornais, estaria havendo plantões, estaria..
Estaria! Se fossem brancos, se fosse na Europa ou na América.
- Ai vai começar o vitimismo, o radicalismo! Nem vou mais ler! Não tem essa! Todas as vidas importam! Que coisa feia ficar criando disputa entre tragédias!
Ok. Não vou te obrigar a ficar. Mas antes de ir só me responda algumas coisas:
Todas as vidas importam, mas cadê as hashtags de apoio pra esses pretos?
Todas as vidas importam, mas cadê a notícia em destaque estampando as capas dos grandes veículos de comunicação?
Cadê o plantão na globo?
Cadê a comoção entre as celebridades?
Quem está fazendo show beneficente para ajudar?
Quem são as pessoas que morreram? Cadê a humanização? Mostrando o rosto, nome, história e sonhos que se perderam?
Não tem.
Foi até difícil para eu achar uma imagem do ocorrido no GOOGLE! Pois ninguém se importa em registrar..
Corpos pretos não comovem, sangue preto não comove.
Enquanto isso seguimos lambendo nossas feridas, e vendo nossas tragédias se tornarem notas de rodapé...
Infelizmente, porque culturalmente naturalizamos o sofrimento de pobre, preto, muçulmano e africano. Mas ainda que houvesse forte resposta emocional a tamanha violência politicamente motivada, começaríamos a trilhar o caminho de evitar que ela se repetisse? Certamente, seria melhor do que a indiferença. Mas bastaria? Tendo a achar que precisamos de mais do que nossos corações; precisamos analisar, com a cabeça, como a violência sistêmica, objetiva e perene, se converte em banhos de sangue. Qual o efeito que cada modalidade de violência tem sobre nós e por quê.
A pouca manifestação solidária que houve seguiu um padrão de tentar formar uma corrente solidária pela via da exclusão. Como se, incapazes de sentir empatia genuína pelo sofrimento daquelas pessoas histórica e ideologicamente construídas como sub-humanas, tentássemos estabelecer, na repulsa pelo assassino, a ligação com a vítima. Nas declarações de condenação da comunidade internacional – que, via de regra, chegaram com dois dias atraso, como se a empatia também tirasse folga no fim de semana – abunda a palavra “bárbaro”.
Embora hoje, associemos o termo a violento, desumano e cruel, “bárbaro” tem uma etimologia reveladora: vem do grego bárbaros, que quer dizer “estrangeiro”. Ou seja, bárbaro é sempre o “outro”, nunca nós mesmos. Ao atribuir este adjetivo a um atentado ou seu perpetrador, inconscientemente (ou não), o colocamos fora da comunidade humana; ele incorpora a figura do “outro” que, como tal, não é digno de identificação e, logo, empatia. Ou seja, esta comoção opera em chave negativa: a solidariedade com a vítima brota da negação da humanidade do algoz.
Será que o algoz é “outro” de fato? Ou criar o outro é o recurso psicológico que temos para lidar com a violência absoluta e, assim, nos abstermos de procurá-la dentro de nós mesmos? Não estou evocando uma solidariedade cristã do tipo “ame seu inimigo” a quem perpetrou tão covarde ato de violência contra civis inocentes. Estou dizendo que precisamos buscar meios de solidariedade positiva com as vítimas. E talvez, por culpa de anos de desconstrução da humanidade dessas pessoas, ela não venha pela via emocional. Talvez precisemos construir caminhos intelectuais de desenvolvimento da empatia.
Este exercício depende de uma análise um pouco mais profunda das condições somalis – sabendo que não vamos conseguir, sequer minimamente, apreender a complexidade da colcha de retalhos de descaso, imperialismo, colonialismo, racismo, diplomacia falha, crueldade institucional, ganância e hipocrisia que compõe a história recente da Somália (e da África, de forma geral). Trata-se de tentar fazer a solidariedade ultrapassar a comoção inicial para buscar ressignificar intelectual e objetivamente o jogo geopolítico que nos trouxe ao ponto em que estamos agora. Até porque, são grandes as chances de percebermos que o “bárbaro” e sua violência são menos estrangeiros do que parecem.
Esse texto pode parecer, mas não é insensível. É um apelo pelo compromisso com o potencial revolucionário da sensibilidade. Não basta que encontremos a melhor hashtag para expressar nossa solidariedade às vítimas do horror que assola a Somália. Precisamos buscar as raízes da nossa falta de compromisso com o estancamento do sangue. É só a partir daí, que conseguiremos enfrentar objetiva e intelectualmente a barbárie que nos é inerente.
Todos os pais mentem para seus filhos, e comigo não foi diferente, minha mãe passou muitos, mas muitos anos mentindo pra mim: durante minha infância, mamãe dizia meu olhinho de tandera vai tomar banho pra ficar mais lindinho, acorda meu zoin de jeep pra ir pra escola, não esqueça de colocar sua mascara, eu acordava feliz, mas algo me deixava triste toda vez que minha mãe iria passear ela me deixava trancado dentro de ksa, um dia criei coragem e consegui fujir de ksa, os vizinhos começaram a gritar socorro liga pro ibama que tem um bicho feio solto, foi quando eu cai na real, minha mãe mentia pra mim.
(III)
viajando nas asas do vento Norte
visitarei o país das alturas e o das profundezas
procurando o que não existe
o impossível e o imaterial
jamais voltarei
nenhuma pegada na areia assinalará os meus passos
e não esperem na volta do correio um postal
pois vou desaprender a arte de escrever
e só falarei línguas estranhas
País próprio.
A vida é um cenário
as vezes um picadeiro
o mínimo é o salário
que atinge o brasileiro
a você que é mercenário
há quem seja milionário
mesmo sem ter dinheiro.
Quantas pessoas dariam tudo para poder dar este carinho aos pais?
Quantas pessoas poderiam com seu amor,com sua atencao,com seu carinho,aliviar tantas dores,sejam fisicas ou psicologicas?
Quantas pessoas num simples ato de carinho,questionar :como estras?como vais?precisa de algo?posso fazer algo?as vezes um telefonema,uma mensagem...Colocar-se a disposicao ja seria bom demais!
Quantas pessoas neste mundo de comunicacoes,de internet,de celulares,de whats,custa pensar no proximo?se aproximar?se solidarizar?ser fraterno,filial,paternal...?
Quantas pessoas deitam o sono dos mansos pois fizeram o bem somente a quem os gerou?
Quantas pessoas dedicam um pouco do seu tempo aos pais idosos ou adoentados quando mais precisam?
Quantas pessoas saem de si para ir ao encontro do outro num ato de extrema doacao e partilha para o bem estar de quem pode menos?
Quantas pessoas sofrem o descaso dos seus de alguma forma?
Quantas pessoas se sentem abandonadas num asilo mental sabendo que ha tantos dos seus que poderiam lhe dar um alento,um consolo?
Faz-se necessario um profundo momento de reflexao porque a vida nos da o que lhe damos.Ela so nos devolve.
Parece que o Sermao da Montanha tao repetido,escutado por tantos credos,foi sendo esquecido aos poucos. E a fraternidade totalmente esquecida.Nem falo dos estranhos.Falo dos que temos mais proximos,Nosso sangue.Nossos mais amados.
Uma enorme sensacao de interrogacoes povoam as mentes entristecidas pelo abandono dos que ama.E nada justifica este ato
desumano...
Ah,e mais uma vez,o tempo...nossa passagem pela vida dara as respostas...nem precisa ser hoje...um dia qualquer!Um dia com certeza!
AME MAIS...
PENSE MAIS COM OS OLHOS DA ALMA...
OLHE PARA O LADO...
ESQUECA TEU UMBIGO UM POUCO!
SEJA FRATERNO...MATERNO...SENSIVEL!
SEJA HUMANOOOOOOO —
O Brasil é um país tão peculiar, para não dizer esquisito, que até na Academia Brasileira de Letras há imortal que não sabe escrever.