Declaração de Paixão
Se o meu Eu se reflete em tudo que vejo
como pode ser tão difícil olhar para mim mesmo?!
Mas que paradoxo!!
Percepção que oxida quando não se cuida
e mesmo sabendo não é conclusa.
A forma como você trata os outros é a forma como você trata Deus.
Se existe um Deus ele é o Outro.
Aquele que por ora parece ser o Demônio,
por fora parece infortúnio e muitas vezes te decepciona.
Eu, tu e eles.
Nós somos Ele.
Alguém sempre se incomoda quando alguém expõem o que pensa,
por isso são poucos os alguéns que se arriscam.
Se tudo está sujeito a múltiplas interpretações e
nenhuma regra está imune a exceções então vemos como são
sutis as razões e fúteis as competições.
Nossas percepções são únicas, compostas por experiências diferentes,
Elas são como um tecido, uma camada sobre camadas formando noções,
expandimos conforme esse discernimento se desenvolve, mas
de nada valem as noções sem a humildade.
Enquanto não se respeita esse princípio não há como sair do princípio,
o crescimento será uma ilusão cheia de pretensões confundindo os conhecimentos.
Será que existe perfeição? talvez não.
Como pudera algo ser inteiramente acabado, sem ter pronde ir e crescer? O que nesta vida está imune a transformações?
Como que a existência poderá limitar-se ao "completo" sendo que ela é a própria continuidade do Ser?
Outro dia me formei
Numa dessas clássicas fôrmas
Me deram um uniforme
E então classificaram-me
Disseram que estou pronto
Que estou conforme o protocolo
Mas nessa formalidade
Ainda não me conformei
Essa ideia de etiquetar alguém
Sempre estou me informando
Mesmo assim não basta esse formato
O bastão é o título
O canudo, o acato
Só que minha sede eu mesmo mato
Mato no bico
Mesmo sem sedes
Sou mais um no anonimato
Rachando o bico desses bordões
Desconfigurando pelas rachaduras
Adentro pelas bordas
Deformando pra reformar
Minhas próprias opiniões
Essência esotérica
Sou sem normas
Estrutura etérea
A minha forma é a ciência das formas
Dessa existência que me transforma
O que você fez já não importa mais
Agora o que importa é o que tu faz
Ninguém é santo
Estamos todos no mesmo barco
branco, preto, amarelo, tudo farinha do mesmo saco
Quando morre é tudo igual
Cheira mal
O que rege é o astral
E o astral rege pra sempre
Eterno aprendiz viajante
O corpo volta pra terra
Vai pro ciclo da matéria
Vira adubo pra nutrir
Outros que ainda vão vir
Seguindo sempre assim
Aqui estou de passagem
Melhor é aproveitar essa oportunidade
Ousado que nem Pablo Vittar
Pesado que nem Pablo Escobar
Cansado de tanto papo escutar
Estou vacinado contra cobra
Seu próprio veneno vai te cobrar
Não tem como encobrir
Tu vai ter que pagar
Umbral em si
Em braile está
Codificado pra tu ter que se estudar
Tem que descriptografar
Não dá pra fugir de si
A memória é fotográfica
Nem mesmo a Kryptonita pode destruir
O Ser que por trás de toda consciência está
O porque de cada essência
O que constitui uma doença
Super mano e super mana
És o próprio maná
Nesse seu pensamento indo e vindo
Qual a tendência?
E sobre isso que tu está sentindo
O que tu pensas?
Me adubo com minha própria química
Abuso da dopamina lírica
Vivência é empírica
No meu organismo vivo
Aqui estou
Se eu me organizar consigo
Pois tudo posso
Pois tudo sou
E tudo passa
Mas nem todo som
Transpassará
O coração
Não disfarçará
Quer progredir?
Então faça já!
Se a sexta é santa
Então eu sou domingo
Na igreja alguém canta
Enquanto estou dormindo
É que eu sou minha própria igreja
Sou o dia do descanso
A madrugada é minha peleja
De dia eu descanso
Casa alugada e o pão na mesa
Meu feriado eu mesmo faço
Eu sou as férias
Não importa a feira
Eu sou uma fera
Importei minha caveira
Da poeira das estrelas
Cavei e levantei poeira
Causei na sexta feira
Me desculpe a brincadeira
Não me culpe pela sua neura
A verdade liberta
E a liberdade nos tira do conforto
Nos inquieta
Nos tira do porto
Seguro
Levando-nos à navegar mar adentro
Sem guru
Livres somos nós mesmos
Livros abertos
Páginas em branco
Vidas a serem descobertas
Experiencias de um encanto
A energia tá tão cara que nem entrei em choque pra não ter que pagar a mais...Edione silva da paixão