Declaração de Amor para o Homem Amado

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O amor? Pássaro que põe ovos de ferro.

Guimarães Rosa
Grande Sertão: Veredas. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1994.

Extremos são de amor os que padeço,
Ó humano tesouro, ó doce glória;
E se cuido que acabo então começo.

Assim te trago sempre na memória;
Nem sei se vivo, ou morro, mas conheço,
Que ao fim da batalha é a vitória

Que nunca te arrependas pelo amor dado,
faz parte da vida arriscar-se por um sonho...
Porque se não fosse assim, nunca teríamos sonhado.
Mas, antes de tudo, que você saiba que tem aliado,
ele se chama TEMPO... seu melhor amigo.
Só ele pode dar todas as certezas do amanhã.
A certeza que... realmente você amou.
A certeza que... realmente você foi amada.

EXPLICAÇÃO

O pensamento é triste; o amor, insuficiente;
e eu quero sempre mais do que vem nos milagres.
Deixo que a terra me sustente:
guardo o resto para mais tarde.

Deus não fala comigo - e eu sei que me conhece.
A antigos ventos dei as lágrimas que tinha.
A estrela sobe, a estrela desce...
- espero a minha própria vinda.

(Navego pela memória
sem margens.

Alguém conta a minha história
e alguém mata os personagens.)

Cecília Meireles
MEIRELES, C. Antologia Poética. Rio de Janeiro: Editora Nova Fronteira, 2001.

A amizade sempre é proveitosa, o amor às vezes é.

Sêneca
Cartas a Lucílio.

Nota: Trecho da carta XXXV (35), Sobre a amizade entre mentes semelhantes.

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O amor sempre muda as regras para a gente nunca aprender a jogar.

Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e o amor, estes três, mas o maior destes é o amor.

Bíblia Sagrada
1 Coríntios 13:13

E as estrelas ainda vão nos mostrar
Que o amor não é inviável
Num mundo inacreditável

Cazuza

Nota: Trecho da música Como já dizia Djavan.

Você sabia que, em tcheco, amor é laska? Não é perfeito?

- Garçom, uma dose de amnésia e duas de desapego por favor...
- Vai uma de amor também?!
- Não, não. Deixa pra outro dia!

Ela lhe perguntou num daqueles dias se era verdade, como diziam as canções, que o amor tudo podia.
-É verdade - respondeu ele - mas será melhor não acreditares.

Plante.
Prepare a terra com carinho, semeie com doçura,
regue com devoção,
proteja com amor, e sinta-se feliz em fazer tudo isto,
porque nesta vida a colheita nem sempre será tua,
mas a ação de plantar, em si,
é que consiste no verdadeiro bem.

Às vezes no amor ilícito está toda a pureza do corpo e alma, não abençoado por um padre, mas abençoado pelo próprio amor.

Clarice Lispector
A descoberta do mundo. Rio de Janeiro: Rocco, 1999.

Nota: Trecho da crônica A perigosa aventura de escrever.

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A fé é como o amor: não pode ser obtida pela força.

Algo de que eu tinha certeza (…), sabia no fundo de meu peito vazio - era que o amor pode dar às pessoas o poder de despedaçar você. Eu fora irremediavelmente despedaçada.

O amor que se procura é bom, mas o que não se procura é melhor.

Porque eu me imaginava mais forte. Porque eu fazia do amor um cálculo matemático errado: pensava que, somando as compreensões, eu amava. Não sabia que, somando as incompreensões, é que se ama verdadeiramente. Porque eu, só por ter tido carinho, pensei que amar é fácil. É porque eu não quis o amor solene, sem compreender que a solenidade ritualiza a incompreensão e a transforma em oferenda. E é também porque sempre fui de brigar muito, meu modo é brigando. É porque sempre tento chegar pelo meu modo. É porque ainda não sei ceder. É porque no fundo eu quero amar o que eu amaria – e não o que é. É porque ainda não sou eu mesma, e então o castigo é amar um mundo que não é ele. É também porque eu me ofendo à toa. É porque talvez eu precise que me digam com brutalidade, pois sou muito teimosa. É porque sou muito possessiva e então me foi perguntado com alguma ironia se eu também queria o rato para mim.

Clarice Lispector
Felicidade clandestina. Rio de Janeiro: Rocco, 1998.

Nota: Trecho do conto Perdoando Deus.

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Não quero alguém que morra de amor por mim. Só preciso de alguém que viva por mim, que queira estar junto de mim, me abraçando.

Adriana Britto

Nota: Trecho de um poema muitas vezes atribuído, de forma errônea, a Mario Quintana.

O amor é uma atividade, não um afeto passivo; é um ato de firmeza, não de fraqueza... é propriamente dar, e não receber.

Talvez o amor nos faça envelhecer antes da hora, e nos torne jovens quando a juventude passa.Mas como não recordar aquees momentos? Por isso escrevia, para transformar a tristeza em saudade,a solidão em lembranças. Para que, quando acabasse de contar a mim mesma esta história, eu a pudesse jogar no Piedra - assim me dissera a mulher que me acolheu. Então - lembrando as palavras de uma santa - as águas poderiam apagar o que o fogo escreveu.
Todas as histórias de amor são iguais.