De vez em quando
De vez em quando, lembramos o quão frágeis somos e o quão poderosos nos fazemos, não somos nada comparado a tudo, mas somos tudo para alguns.
“De vez em quando os sonhos nos trazem a inspiração para que realizemos algo inusitado, mas ao não acreditarmos neles fazemos com que o imponderável jamais se concretize.”
Há tantas verdades quanto há homens. De vez em quando chego a vislumbrar uma Verdade mais verdadeira, escondida por trás de simulacros imperfeitos de si própria, mas, à medida que me aproximo, ela se move, mergulhando mais fundo no pântano agreste da cizânia.
Uma das coisas estranhas de se viver no mundo é que só de vez em quando a gente tem certeza de que vai viver para sempre.
De vez em quando alguém aparece me questionando que eu não me comporto de acordo com a minha idade.
Não, eu não tento parecer mais jovem ou me encaixar num mundo que não é meu. Nem tento ser alguém diferente do que sempre fui.
A questão é que, são os preconceitos numéricos como idade, tempo, altura, peso e distância que afastam as pessoas.
Eu tenho dois adolescentes e me dou o direito de acompanhar o desenvolvimento deles, conversar com eles, brincar e passear com eles, dentro dos melhores padrões possíveis de honestidade e bom caráter.
Num tempo de depressão desde a tenra idade, onde tudo é motivo para se fechar no seu mundinho, resolvi ser eu mesma e mostrar a eles que isso é possível. Fácil? Claro que não, mas pelo menos eu tento mantê-los seguros, felizes, perto de mim e do meu coração.
Ser mãe não é somente aquela história romântica. Enfrentamos os percalços do desenvolvimento deles e das nossas próprias batalhas. Enquanto ensino, aprendo a cada dia mais com eles. Peço ajuda, peço orações, mas não abro mão do privilégio da minha responsabilidade.
Amar dá trabalho, mas o que nos impede de nos divertir juntamente com quem mais amamos?
Ah sim, eu curto Super-heróis!
Mestres
E se o mundo fosse canhoto...
Disse Drummond,
De vez em quando Deus me tira a poesia. Olho pedra, vejo pedra mesmo... respondeu Adélia,
Toda alma é uma música que se toca...
Retrucou Rubem Alves,
Feliz aquele que transfere o que sabe e aprende o que ensina...
Poetisou Cora,
A poesia não se entrega a quem a define...exalou Quintana...
Ser gênio não é difícil. Difícil é encontrar quem reconheça isso...definiu Millôr,
Isso tudo é bom a "Bessa"...finalizaria Braulio cordelizando com simplicidade.
Desde então quase não descansei. De vez em quando passo pelo Brasil, pela casa da minha mãe, e reforço a certeza de não pertencer a lugar algum, de querer continuar perambulando por terras desconhecidas, encontrando pessoas que mal posso imaginar. O mundo, no lugar da pequenez das dores domésticas.
Amo-te cada célula sua, cada átomo que faz você, ser você, aquela doce e de vez em quando terrível mas suportável mulher.
A gente precisa ser forte de vez em quando. Lutar contra nós mesmos, e entender que na maioria das vezes vamos perder a batalha.
Vem com dedo de veludo e cutuca a alma, não dói, mas incomoda e não quer parar. De vez em quando chega como espinho açoitando sem dó. O que seria essa sensação estranha? Vai junto a qualquer lugar, não desgruda, impele, as vezes irrita. Se sair um segundo, vem a saudade, o medo de perder, o arrependimento por não ter-lhe dado atenção. Simplesmente tem um nome: inspiração...
Limitar-se a pouco, sussurros
e eu súbito penso: vírgulas
sim, quem sabe, de vez em quando
um belo ponto.
Escavar
em um fosso
um poço
para a água da chuva
meter a estaca em pé
para amparar
o novo damasqueiro
e o tempo que passa
enumerá-lo
escandi-lo
sem repetir a trama.
Nas tuas mãos
há um sol
não tão luminoso,
mas, claro e necessário
que calmo adormece
na sua luz opaca.
Não ajunte outro
te põe em movimento
e corre a dar às vinhas
a água que exigem.
De vez em quando percebo que a sensatez dá uma escapulida. Que vá! E quem foi que disse que a felicidade não pode vir acompanhada de doses homeopáticas de loucura?
De vez em quando alguns mortos saem de suas sepulturas;
acham que podem voltar a fazer parte do mundo dos vivos.
E em algumas noites, de vez em quando, eu posso ouvir a sua voz dizendo frases quase inteiras, então fecho os meus olhos e me pergunto se ainda poderia ouvi-las também no outro dia, porque era tudo o que eu queria.
Digo-me como chuva em algumas estações
De vez em quando é preciso soltar minhas gotas
O céu nublado pode ser meu escudo pra não desaguar
Mas também dou momento pra o sol vim
E vê se consigo enxergar uma luz
As explosões de hostilidade psicótica que de vez em quando despejam toda sorte de detritos mentais não só sobre a minha pessoa, mas também sobre a de meus alunos, [...] expressam a natural reação de um meio tradicionalmente hostil ao conhecimento e por isso mesmo ávido de compensações psicológicas para um MONSTRUOSO e, no fim das contas, justificado complexo de inferioridade intelectual.
É como eu de vez em quando digo... Na volta do trabalho ao descer do ônibus pra resolver uma pendência, notei do outro lado da avenida um ajuntamento de pessoas próximo ao meio fio. Um tava segurando uma barricada improvisada de papelão, e por traz, pude perceber, pelos pés, que tinha um corpo estendido. Atravessei a rua e me aproximei pra ver. Havia uma moça deitada de bruços, com o braço direito um pouco arranhado na altura do cotovelo, mas respirando, viva, só que imóvel. Alguém a abanando com a camisa, outro fazendo sombra, protegendo-a do sol inclemente, poucos mais das 2 da tarde, ainda muito forte, outro alisando seus cabelos, dizendo algo para conforta-la, aliviar sua agonia . Perguntei se tinha acontecido um acidente, ela havia sido atropelada, disseram que não, então foi algum mal estar, problema de pressão, talvez, que a fez cair e ficar ali, prostrada. Perguntei também se haviam chamado o SAMU, dissera que sim e também a ambulância dos bombeiros. Notei que trabalhava numa loja, pelo nome atrás da camisa e perguntei se haviam avisado o pessoal do estabelecimento comercial, disseram haver também feito isso. Porque as pessoas estavam lá se solidarizando com essa estranha? Porque paravam, esquecidos de seus compromissos, suas vidas e estavam lá esperando também o SAMU, torcendo por ela, se preocupando, fazendo companhia a ela como se fosse da família? Não era irmã deles, parente... Como diz Rosseau: "O homem nasce bom, mas a sociedade o corrompe", é isso, por trás da sua máscara de prepotência, frieza, da competitividade, de ver no outro um adversário, uma ameaça, no fundo o homem é bom, a bondade é uma coisa instintiva.
Esse euforismo dentro de mim,
vez em quando torna-se decisivo;
enterra mágoas e motivos de choro salgado.
Que agora já não sangra,
ensina.