Dança
E eu queria tudo...queria amor, queria amizades sinceras, queria cantar, queria dançar, queria ser eu com toda minha essência ...queria ser feliz enfim!
Lá, causando mais perda que danos, a inquietude de meus anseios se mostrava como bailarina; dançava sob a lua por entre as carcaças do já extinto. Lá naquele vale onde minha infância conhecera a morte, restavam aqueles grandes monstros de outrora, ossadas gigantes do que um dia foram memórias e mágoas. Hoje, fossilizados e desfigurados no solo frio, não causavam mais medo, apenas espanto; ainda eram um lembrete de que caminharam em outra época - seres que não podiam coabitar com outros sentimentos mais leves que hoje em mim se acomodaram.
Quem sabe eu ainda sou criança
Ou um velho eu não sei
Quem sabe eu já entrei na dança
Quem sabe eu não dancei
Quem sabe eu não saiba nada
Ou saiba tudo que eu não sei
Quem sabe a hora está errada
Ou há horas já errei
Talvez eu deixe você escolher
Quem saiba eu ainda perca por aqui
Às vezes quero tudo que sonhei
Às vezes o que eu quero é desistir
Pedaços de papel rasgado
Em cima da mesa de um bar
Não fume, não beba, não viva,
Não pense em sonhar
Pedaços de um coração partido
Em frente a varias cartas de amor
Não chore, não ligue, não volte,
Não ouse me amar
Milhas e milhas eu fui percorrer
Por milhas eu não soube aonde ir
Às vezes não espero me encontrar
Talvez um dia eu te encontre por aí
Talvez eu deixe você escolher
Quem saiba eu me perca por aqui
Às vezes quero tudo que sonhei
Às vezes o que eu quero é desistir
Milhas e milhas eu fui percorrer
Por milhas eu não soube aonde ir
Às vezes não espero me encontrar
Talvez um dia eu te encontre por aí
Ah! eu sinto muito blues
Hey cara, vamos sair, nos divertir, dançar, curtir, se der certo ótimo, se não der certo, a vida continua do mesmo jeito.
Gosto de amaciante no lençol trocado, de dançar de rostinho colado, de relógio analógico, de desenho animado sábado de manhã. Gosto de shampoo e condicionador da mesma linha, de ciuminho de amor, de celular desligado, de calça jeans com corte reto, de maquiagem para ir só ali, ó. Gosto de efeito sépia, de travesseiro macio, de elevador que chega rápido, de esmalte colorido, de coisas da geladeira da avó. Gosto de café passado agorinha mesmo, de colo de mãe, de cheiro de depois de chuva. Gosto de quadro na parede, de foto de família e rabisco de criança. Gosto de lustre de cristal, de pezinho de neném, de boneca antiga, de toalha grande, de andar de mãos dadas, de missa durante a semana. Gosto de abraço duradouro, de quarenta dias no cartão, de táxi em dois minutos, de noiva que enxuga lágrima com o lenço do pai, de perder dois quilos, de seriado na madrugada. Gosto de feijão fresco, de massagem profissional, de bebida gelada e comida quente. Gosto do número vinte e dois, de português bem escrito, de caneta que não solta tinta, de bola de soprar, de telefonema de parabéns. Gosto de batom bom, de convite de formatura, de apresentação de fim de ano, de vestido novo. Gosto de quem dirige sem pressa, de livro com dedicatória, de torneira que não respinga, de xícara grande. Gosto de abajur ligado, de elegância em sapato masculino, de beijo de boa noite. Gosto de fivela de peão, de jogo de tabuleiro, de cheiro da casa da gente. Gosto de lembrança de brincar de pique, de viagem no mês de julho, de trabalho reconhecido, da sensação de depois da prova. Gosto de sorriso sincero, de vinho com amigos, de uma piscadela cúmplice.
Gosto de gente que gosta da vida.
Minha vida anda como os passos de dança. As vezes lenta, as vezes rápida de mais.
Mas sempre no mesmo tom.
- Cherry!
Sou o sorriso do palhaço a alegria da criança a euforia da primeira dança.
Sou o acidente que sobrevivi, o amor que vivi o amigo que perdi.
Sou feito do desespero do momento, da caricia na hora certa e da alegria de um aumento.
Sou um pedaço de todos que por mim passaram, dos que me entristeceram e dos que me alegraram.
Sou o primeiro beijo que eu roubei, sou o machucado que curei, sou a frase engasgada que não falei.
Sou feito de amigos, metade mocinho, metade bandido.
Sou o gol que fez meu time campeão, sou as páginas do livro que mudaram minha vida, sou a notícia que quase me matou do coração.
Sou a saudade que tenho da infância, sou a falta que sinto de casa, sou metade paciência, metade intolerância.
Sou aquele amor perdido, sou o amor encontrado, sou tudo aquilo que deu certo e um pouco mais do que deu de errado.
Sou cada lagrima que derrubei, cada sorriso que eu dei e cada abraço apertado que eu ganhei.
Sou um pedaço da razão e 80% da emoção, sou toda a saudade, bondade e sonhos que ainda vive em meu coração.
Festa Junina
Prá dançar quadria no sertão é mais mió
sanfoneiro e violeiro tomam conta do forró
não precisa orquestra pra animar a festa
o fungado da sanfona vai-se até o nascer do sol(bis)
Piriri piriri piriri
Toca o fole na palhoça
piriri piriri piriri
como é bom São João na roça(bis)
Vamos dançar? Para que temer o movimento dos corpos... eles foram feitos para subverter a lei dos tímidos, dos calados. Vamos dançar, sentir o espírito falar mais do que o casco. O meu casco jovem anda envelhecendo a minha alma. Então, vamos dançar.
Mix Elétrons Poéticos
E do átomo em decomposto, fez nascer os elétrons...
Da dança dos elétrons nasceu a eletricidade...
Da sinfonia deles em movimento nasceu a eletrônica...
Da eletrônica em mix com a música...
Nasceu a música eletrônica...
E desta...
Nasceu o maluco que me pediu este poema...
Dizendo ele...
Quebre as barreiras...
Os paradigmas...
As estruturas poéticas...
Mas...
É impossível fazer isso meu querido primo...
Poesia, segue um único compasso...
O ritmo das batidas frenéticas do coração...
Talvez...
Este poema é o mais próximo...
Que palavras vindas de um coração compassado...
Chegarão de um ritmo maluco e elétrico...
Pois aqueles que foram vistos dançando foram julgados insanos pelos olhos e bocas daqueles que não ouviam a musica, pois seus ouvidos foram tampados pela imagem que seus olhos viram e pela mente cega vendada ao conhecimento, trancafiada nas grades da ilusão, um calabouço de muros baixos e portas frágeis que prendem todo seu intelecto, tornando-o mórbido e paralisado, achando que é o que lhe restava ser, são efeitos psicológicos causados pelo fato de avaliar-se antes mesmo de se desprender ou se superar.
Acordei com vontade de dançar com você…
Uma vontade de sentir a tua respiração no meu ouvido e o teu corpo que me guia como se eu não estivesse mais com os pés no chão.
Uma vontade de ouvir todas as músicas que me lembram do teu jeito engraçado de se mexer nos primeiros minutos de sono, e o teu cheiro de Vida, mais alto que qualquer melodia, dentro de mim…
Acordei reticências quase profundas, questões antigas e saudades, mas, mais que tudo, vontade de dançar com você.
Movimentos despretensiosos que acompanhem qualquer música tocando baixinho, devagar, como se não existisse mais nada no mundo todo, que não nós dois. Como se nos resumíssemos às quatro paredes que nos cercam e eu pudesse gritar com os olhos todos os meus “motivos concretos pra te amar de verdade”.
Acordei querendo dizer que eu vou embora só pra sentir as tuas mãos me segurarem, porque vez ou outra eu sinto como se já não coubesse mais nelas.
(E aí me vem um desejo secreto de ser pequenininha, de novo, só pra me ver no teu olhar e acreditar que é pra sempre…)
Queria o meu sorriso encostado no seu e o modo como completamos qualquer espaço vazio, com um pouco de amor. Um pouco de nós.
E eu já falei sobre a vontade de dançar com você?
(Ela vem acompanhada do seu abraço quentinho, e de dizer que eu to te esperando na curva de qualquer caminho que te faça feliz.)
O sol, a brisa do mar e a natureza nos convida pra dançar.
Sinta a vibração e se deixe levar, deixe o sol te tocar e entre no mar pra se purificar.
Você tem que cuidar um pouco de si, ter por perto pessoas com que se relaciona bem para sair, dançar e rir um pouco.
Eu posso não ser a melhor cantora, a melhor dançarina, a mais bonita, mas eu trabalho duro para dar o meu melhor
Árvores dançando, cabelos ao vento. Janelas abertas e um ser solitário. Lágrimas na face, amor sem medida. Indecisão fora da conta. Paredes úmidas, escorrendo...amando...chorando.
Brasiiiiiiillllll
Todos os peixes e pássaros
Dançam iluminando meus olhos
As corujas da noite
Os abutres com asas ávidas
Os galinheiros produzindo em série
Fartam a mesa de estrangeiros
E os meus olhos iluminam um cotidiano do avesso
As misérias
As favelas
O menino encardido
As mãos pedintes
Turvam a minha visão com sangue
A mulher caótica
Noite à dentro
Desfia filhos quatro por quatro
O lixo publicado
O arroz com feijão sem prato
A casa sem esgoto
Diante destes meus olhos impudentes
A raiz antiga
Digerindo a mesma ambição
Do rico cada vez mais rico
E do pobre iludido
Cavando a terra que não lhe acolherá
Nem o redimirá do sofrimento
Com olhos da indiferença
A palavra vendida como remissão
O pouco caso
A víscera exposta no ensino
O sino
O sino sem destino
Das religiões enganadoras
Sem olhos que as condenem
O serviço mal remunerado
A educação enfastiada
A violência estimulada
No breu
De olhos indiferentes
Esses focos de encenação
Congressual
Judicial
Invertem o homem que quer pão
E só recebe pão
Pão/pão seco
Sem remédios para curar seus olhos em chagas
À vista das lavouras do entretenimento
Os privilégios enganam
O peão sente-se também dono
Nas novelas
E encolhido vê o filho morrer de tiro
Os ovos
As asas
As pessoas
São miragens sem sentido
Distribuídas ao arbítrio desses poucos
Que conseguem enxergar o mundo cor de rosa
Sem amanhã meus olhos estão fechados
Não respiro
Não amo
O veio foi coberto
O mistério é incompreendido:
Quem pode viver sem estar vivo?
Postado por milton às 08:32