Dança
Ninguém sabe o que as pedras compõem, mas o vento sussurra, as árvores ouvem, as folhas dançam e as nuvens choram.
Dançando com o vento
Um refrigério, um alento
Dançar no ritmo do vento
Assim não causará danos
Cada passo eu vou contornando
As intempéries se dissipando
Até chegar a brisa suave
Que me acalma e me deixe leve.
E na dança da vida, às vezes, tropeço e perco o ritmo. São cansaços de alma que atordoam o meu dançar, mas não me rendo! Ergo a cabeça e (re)tomo o ritmo!
Conquistar o direito de estar em um local é uma necessidade para a sobrevivência, dançar onde todos estão dançando, também.
Em seu silencioso coração ela clama por ti, como uma ninfa dançando ao som da primavera, clama sua voz.
Quer sair, ser tocada pelos raios fulgentes de um sol de abril, se despe daquilo que a emudece e se veste dos desejos de ser som.
Sua voz é o verbo que chama, que posto no mundo faz emergir o que clama.
Ouça a voz que vem do coração de um deus...deixe cantar sem palavras, deixe bailar ao luar com encanto e graça.
Encontre-a nos sons delicados e nas fúrias da natureza, descubra com que ternura ou ímpeto ela vibra em ti e por ti...
Coração não sabe dançar sozinho
E aqui estamos nós
Se esbarrando na vida
Nos olhando nos olhos
E entrelaçando os dedos como se houvesse alguma música prestes a tocar
Desculpe toda essa minha aceleração mas estar tão próxima me provoca batidas
Já faz tempo que tocava a mesma música
E eu só precisava do par.
É magia, equilíbrio
Que me faz dançar
Não existem limites
Pra nos parar
Sem cores ou bandeiras
Somos todos um
Emoções verdadeiras
Nosso respirar
É o céu, o cometa
Que quer decolar
Pro planeta que você
Quer me levar
A menina e a borboleta
No Jardim ela dançava com o vento
Voava para lávoava para cá
Era colorida como arco-íris
Passageira como o tempo
A borboleta, audaz como é
Pousou na mão de uma menina
Tristonha e cheia de vida
que estava passando por ali...
A menina, curiosa como é
Viu que nas asas da borboleta havia uma obra de arte pintada pelo mais belo Pintor da nutereza
Toda cheia de cores e traços
A borboleta se sentiu um quadro
Sendo exibida pela vasta eternidade.
Poesia e melodia... levam ao delírio os mais sensíveis... no dançar de rosto colado, sobe, uma agradável sensação de confiança, prazer e cumplicidade.
Concilia corpo e alma para que ambos possam se acoplar em sintonia, e faça de tua vida uma dança leve e sincronizada como os pés da bailarina.
Noite
Deito pra sonhar
Na vitrola toca Sade
e tua imagem dança
a me delirar
nesse imenso quarto
frio e vazio.
Um desejo voraz conversa
comigo
Vibra teu jeito in gemidos
Sinto teu cheiro
Ah, deliro.
Amor
Estás tão longe ...
Mas nadando fundo
em meus
sonhos derretidos.
Aqui, nesse exato instante
És tua toda a lua
pulsando em meus sentidos.
Se for pra sorrir sorria
Se for pra cantar conte
Se for pra dançar dance
Se for pra namorar namore
Se for pra chorar chore
Se for pra amar ame
Se for pra brilhar brilhe
Ser for pra ser feliz
Que seja pra sempre.
Aceitei dançar o ballet dos nossos dias orquestrados como quando eu saio pela porta e te aguardo do lado esquerdo da porta do elevador.
Nó de Forró
Sou de Caruaru
mas não sei dançar forró
sei que é dois pra la dois pra ca
mas se eu faço isso as perna da nó
e ainda dou uns písão no pé
que é pra coisa ficar pior
mesmo sem saber dançar
eu ainda me atrevo
me agarro com uma nega xerosa
no seu gangote logo me perco
se num for xerosa eu tambem danço
que é pra depois eu num sair com nome feio
Ja tentaram me ensinar a dançar
mesmo assim não aprendi
ja vi aula até no youtube
mesmo assim num consegui
como é que pode eu não dançar o forró
se na terra dele eu nasci ?
“Podem rezar latim sobre o meu caixão, se quiserem.
Se quiserem, podem dançar e cantar à roda dele.
Não tenho preferências para quando já não puder ter preferências.
O que for, quando for, é que será o que é”.
( Alberto Caeiro [Heterônimo de Fernando Pessoa], In Poemas Inconjuntos - In Poesia, Assírio e Alvim, ed. Fernando Cabral Martins, Richard Zenith, 2001.)