Curiosidade
A curiosidade, instinto de complexidade infinita, leva por um lado a escutar às portas e por outro a descobrir a América.
A curiosidade das mulheres é uma arma fatal e avessa à privacidade masculina. Cabe aos homens aceitarem essa condição ou viverem em solidão, mulheres nunca esquecem a razão, haverá sempre um novo pedido de perdão.
Aonde mora o desejo?
Ele nasce numa linha tênue entre a indiferença e a curiosidade.
Brota do inexplicável, passeia pela mente, cresce na imaginação, desabrocha no corpo e nos leva.
Ao contrário do que muitos pensam ele é mais real do que os fatos, porque ele os ultrapassa
.Assim nasce a fantasia, que ganhou este nome para parecer surreal e lúdico, mas nada mais verdadeiro do que o que foi arquitetado e revisto na mente mil vezes antes de acontecer.É mais ou menos como crime premeditado, aquele mil vezes pensado antes de ser executado e tão real na mento quanto nos fatos.
O pensamento é a mais real das realidades, porque nasce do querer, o querer puro, sem limites, julgamentos, freios, culpas e críticas.
O desejo nasce não da irracionalidade e sim da racionalidade e da realidade mais profunda em nós, porém seguimos negando ou diminuindo porque se render a ele é admitir que a vida não está totalmente sob nosso controle total e absoluto como teimamos pensar.
Que se rendam os corajosos que vivem e não perdem questionando a realidade imposta pelos medíocres, que se dizem sensatos e donos da verdade que valorizam atos do corpo e preferem fazer de conta que a mente é ilusória e menos real!!
O que nasce na mente já se concretizou no corpo...
Dos móveis da minha casa, o mais sagrado e o que mais aguçada a minha curiosidade, certamente, era a estante de madeira que ficava na sala.
Ela era cheinha de livros, coleções do meu pai, que, por nada neste mundo, deixava que pegássemos.
Lembro bem de todos eles, os de Geografia não tinham o estado doTocantins( eu não sou tão velha assim, os livros que eram desatualizados....rsrs)
Os que mais amava eram duas coleções, uma que tinha a capa verde e outra tinha capa azul, a primeira eram os livros de Jose de Alencar, a segunda eram de Machado de Assis.
Como tinha que pegar e devolver os livros sem que painho percebesse, tive que escolher.... Foi aí que fiz uma péssima escolha( ou não).... Escolhi os de José de Alencar.
Depois do primeiro livro, acreditei de verdade no "amor para sempre"....
Imagine o choque que tive ao ler Memorias Postumas de Brás Cubas, com seu personagem principal totalmente sem "sal" e sem objetivo na vida!!!
Pior.... imagine meu espanto ao ver pessoas amando e desamando, casando e descasando e seguindo suas vidas... Admiro a superação que muita gente tem na vida sentimental... Talvez seja algo que, ao mesmo tempo, chama a minha atenção e me causa angustia.
Mas sei de algo a respeito de mim mesma, um amor à estilo de Vinicius de Moraes, infinito enquanto dure, seria uma grande frustração. Certamente, algo à Carlos Drumond de Andrade seja bem mais apropriado:
"O ser busca o outro ser, e ao conhecê-lo
acha a razão de ser, já dividido.
São dois em um: amor, sublime selo
que à vida imprime cor, graça e sentido."
Diferenças são os que nos tornam próximos, a extrema semelhança não atrai a curiosidade para o desconhecido.
Verônica
Ela havia chegado há pouco, e não trazia consigo nada além de empenho e curiosidade. A nova estagiária da redação, assim como a antiga aprendiz, passeava pelo escritório sem que a sua presença fosse notada. De fato, nada entre as atividades que desempenhava poderia ser classificado como essencial ou imprescindível, e somente quando faltava alguém se atrevia a confundir o seu nome.
Mas Olindo não caiu na armadilha que a rotina preparara, e logo percebeu que a nova aquisição da empresa tinha algo que lhe perturbava. Talvez a tranquilidade e a discrição com que ela transitava por um local revestido de exposição lhe desafiassem a veia jornalística, ou quem sabe não se tratasse de alguma qualidade da garota, mas de algo que lhe faltava.
Poderia ser a pouca experiência de vida que lhe impunha a falta de idade, o silêncio de cada palavra que não saía da sua boca ou a ausência de um traço característico, uma identidade. O mistério crescia na cabeça do jovem redator, e apesar de não conseguir lhe tirar o sono, a busca por respostas sempre foi um prazer ingrato que nunca encontra fim.
Dois meses após a entrada dela no jornal, Olindo reparou que, pela primeira vez, a moça usava uma blusa de mangas curtas. Não deu grande importância, afinal, não entendia conceitos de moda e muito menos sabia a forma como as pessoas se expressavam através do vestuário. Entretanto, a diferença de estilos lhe chamou a atenção, pois era, até então, a única mudança perceptível.
Dias depois, durante o horário do lanche, ele foi até a cozinha da redação pegar um café para mandar embora o sono. Enquanto apertava o botão da garrafa para encher o copo plástico que tinha nas mãos, perdeu-se por um minuto olhando pela janela e descuidou-se a ponto de queimar o dedo indicador. Quando virou-se para olhar a queimadura e sussurrar um palavrão, notou a presença da estagiária na copa, conversando com Roberta, que não era conhecida pelo bom humor, mas olhava de forma esperançosa para a amiga.
- Agora você pode ter uma vida normal, finalmente vai conseguir enxergar a beleza das pequenas coisas! Aproveite que ele saiu do caminho de vocês, e tenha só pensamentos e ações positivas!
Olindo ia para sua sala tentando juntar a nova peça à trama que tinha construído, quando Verônica lhe deu um sorriso. Foi o sorriso mais tímido que alguém poderia dar. Aquele em que as bochechas se inflam de vermelho, e o corpo se retrai ao mesmo tempo em que a alma aparece.
O quebra-cabeças estava incompleto, mas nada mais faltava.
Escrevo para quem tem a curiosidade de ler, não escrevo para ser criticado. Como dizia Rubem Braga cronista maior "...eu escrevo por palpite"
Parabéns amigo pela curiosidade boa que teve em observar tal fato tão costumeiro entre os zangões e nem sempre observado por nós humanos. Abraços fraternais.
O conhecimento é uma luz que não adianta esconder, pois alguém tomado de curiosidade descobrirá o que foi encoberto.
Sempre tive curiosidade por coisas, pessoas, por cheiros, gostos e essências exóticas. Sempre tive curiosidade, por tudo que me desperte. Que desperte risos, arrepios no corpo e na alma. Sempre tive curiosidade por histórias, contos de ninar, tudo que me leve a sonhar de vez em quando, além dessa ilusória realidade. Sempre tive curiosidade por músicas, toques, tudo que acerte o compasso desse coração que vive suas arritmias.
Que não percamos jamais o espírito de curiosidade da infância, o espírito da busca incessante por novos conhecimentos. Esse modo de ser nos conduzirá a um notável aprimoramento pessoal!
"Curiosidade: os dias citados no primeiro livro da Bíblia são dias literais? Mas, o sol e a lua só foram criados no quarto dia?"
"Um barco abandonado desperta a curiosidade,o que foi esse barco? De quem era? Agora ele só é um barco abandonado,misterioso,e que ainda assim é um belo cenário para fotografia."