Culpa
Atirar farpas nas pessoas só para tentar aliviar a sua própria culpa, não vai fazer de você mais ou menos homem. O que te faz homem de verdade não é sorrir enquanto o outro chora e sim ter coragem para assumir seus erros, dar a mão ao próximo sem pronunciar sequer uma palavra.
As pessoas ingratas não sabem reconhecer um ato gentil por elas.
Mas isso não é culpa delas. Elas nunca foram ensinadas do contrário.
A culpa é sentirmo-nos culpados, e não um resultado dos crimes cometidos; o ser inocente é alegre, feliz, e não deixa, seja em que caso for, que os acontecimentos perturbem a sua calma e a sua paz.
Quando o desentendimento parecer interminável e ainda que não lhe caiba culpa alguma, por nobreza de caráter, se achares que deves pedir perdão, peça! Mas não permitas que por esse grande gesto te tratem como um fraco.
A ausência de arrependimento não implica em falta de culpa. Não poucas vezes resume-se a deficiência de caráter!
Pedido de perdão requer admissão de culpa. Enquanto não reconhecermos nossos erros, não haverá arrependimento sincero.
Creio eu que o pior sentimento que já tive é o da culpa. Conviver com a culpa foi uma das piores tarefas que já enfrentei!
Uma das coisas que faz com que não possamos ser felizes é a culpa. Quando algo não dá certo ou algumas coisas ruins acontecem em nossas vidas, procuramos de todas as maneiras descobrir onde erramos. Quase nunca encontramos a resposta, mesmo assim, continuamos procurando e sendo infelizes por isso. Outras vezes, encontramos um motivo e então, passamos a nos desesperar. Desespero esse que podem se tornar em depressão. Quando isso acontece, ficamos a mercê de espíritos também depressivos e que vivem andando sem destino, e encontram um lugar ou alguém em que possam ficar ao lado vivendo a mesma depressão. Mesmo sem nos conhecer a sua simples presença ao nosso lado, pode nos fazer muito mal. O dia que entendermos que somos apenas caminhantes sujeitos a erros e a acertos, ao nos sentirmos culpados, precisamos e devemos, de todas as maneiras, tentar consertar o nosso erro, se não conseguirmos, o melhor a fazer é continuar a nossa jornada. Jesus disse a mulher que estava sendo apedrejada,” levante-se e não peques mais” ele quis dizer, continue a sua jornada sem medo, e, principalmente, sem culpa.
DE QUEM É A CULPA?
Um homem muito pobre vivia penosamente. Não era preguiçoso. Trabalhava sem parar até a exaustão. Mas em vão. Permanecia pobre.
Certo dia, extenuado e desanimado, decidiu chegar a Deus contando-Lhe sentir-se injustiçado, não merecer tal sina e pedir-Lhe para remediar esta situação.
E assim saiu estrada fora.
No caminho encontra um lobo.
–”Bom dia, Senhor viajante! Que prazer em encontrá-lo! Para onde está indo?” Perguntou o lobo.
–”Falar com Deus. Vou-Lhe falar com toda franqueza. Creio que Ele foi injusto comigo e vou pedir-Lhe para corrigir essa injustiça.”
– “Bravo e boa sorte! Encontrando-O, você faria um favor para mim? Diga-Lhe que eu também fui discriminado. O dia todo procuro algo para comer. Em vão! Pergunta-Lhe por que me criou se era para eu morrer de fome? E quanto tempo vai durar ainda este meu tormento?”
– “Está bem,” respondeu o homem, “falarei de você” e prosseguiu seu caminho.
Depois de certo tempo encontrou uma linda moça.
–” Bom dia, Senhor viajante! Para onde vai assim, tão apressado?” perguntou a moça.
–” Falar com Deus, tenho um pedido a Lhe fazer”
E o homem explicou em detalhes o conteúdo da sua pretensão.
–”Desejo-lhe muita sorte! Mas não quer falar de mim também? Diga-Lhe existir na face da terra uma moça, jovem, com boa saúde, bonita, rica, porém infeliz. O que deve fazer ela para alcançar a felicidade?”
–”Pode deixar, falarei de você também” prometeu o homem e seguiu seu caminho.
Andou ainda um bom tempo e depois parou embaixo de uma árvore cujos ramos estavam desprovidos de folhas.
– “Para onde está indo?” Perguntou a árvore.
O homem explicou o que queria fazer.
– ”Sendo assim, não quer falar de mim também? Não consigo entender este meu destino determinado por Ele. Apesar de ter raízes num terreno fértil, meus ramos permanecem sempre sem folhagem. Quando terei, eu também, lindas folhas verdes como as outras árvores?
O homem prometeu falar com Deus a respeito dele e continuou sua viagem.
Andou dias e noites e por fim chegou perto de Deus. Saudou-O com humildade e esperou que Ele falasse primeiro.
–”Com certeza, você veio até aqui para fazer um pedido? Fale! Estou ouvindo.” disse Deus.
–”Dizem ser o Senhor imparcial, tratando todos os homens da mesma maneira. Eis o meu caso: trabalho feito doido, até exaustão, faço de tudo e apesar disso continuo pobre e há dias que faço apenas uma refeição. Conheço muitos, que pouco trabalhando, se tornaram ricos e levam uma vida faustosa. Onde estão a igualdade e a imparcialidade?
– "Muito bem! Vou aceder ao seu pedido. A partir de hoje você poderá se tornar rico e feliz. Vá agora, procure e saiba aproveitar essa tua Sorte.
O homem agradeceu a Deus por Sua bondade mas, antes de ir embora, falou das súplicas do lobo esfomeado, da linda moça infeliz e da árvore de ramos sem folhagem.
Para cada caso Deus deu uma solução. O homem agradeceu novamente e tomou o rumo de volta.
Primeiro, encontrou a árvore.
– “E então, qual foi a resposta?”
– “Ele disse que, exatamente sob tuas raízes, existe um esconderijo onde se encontra uma enorme quantidade de ouro. Enquanto este ouro não for retirado, as raízes não poderão alimentar teus ramos que permanecerão sem folhagem.”
–”Mas isso é formidável!”, regozijou-se a árvore. “Depressa, vai cavando! Pega todo o ouro! Nos dois lucraremos com isso: você ficará rico e eu terei minhas folhas.”
–“Sinto muito, mas não posso. Não tenho tempo a perder. Deus disse para aproveitar a minha Sorte. Vou procurá-la. Até logo!”
E afastou-se a passos largos.
A seguir encontrou a linda moça infeliz que lhe perguntou:
– “Qual foi a resposta de Deus?”
– “Deus disse que para tornar-te feliz deverias casar e dividir com teu esposo as alegrias e tristezas.”
–”Se é assim, case comigo!” Disse a moça , “assim seremos ambos felizes”.
–”Sinto muito, mas não tenho tempo. Deus disse para eu achar a minha Sorte. E é o que vou fazer”.
E saiu correndo à procura de sua Sorte.
O lobo esfomeado o esperava, impaciente. Assim que o viu, correu para ele e disse:
–“E então? Você viu Deus? O que Ele disse?”
–“Calma! Antes quero te contar o que aconteceu. Encontrei uma bela moça querendo saber por que era tão infeliz e a seguir, uma árvore sem folhagem. Ambos também pediram para interceder junto a Deus. Deus disse que a moça deveria casar para ser feliz e ela me propôs casamento. Claro que recusei. Para a árvore disse haver, embaixo das suas raízes, muito ouro e que era só tirar esse ouro e as folhas voltariam a florescer. Imagine que a árvore teve o topete de me pedir para retirar o ouro e ir embora com ele. Claro que de novo recusei! Pois Deus disse-me para procurar e agarrar a minha Sorte. E é isso que vou fazer. Assim vim correndo.”
–”E para mim? Qual é a solução do meu problema?” Indagou o lobo
–“O seu caso é um pouco mais complicado. Você terá que correr e correr sem rumo até encontrar um bobão o qual você devorará para saciar a sua fome.”
–”Onde poderei encontrar um bobão mais perfeito que você” replicou o lobo e devorou o nosso herói...
O peso da culpa
Peço que não levem para uma interpretação masoquista, no entanto, tendo já mencionado no último texto sobre em que ponto nossos problemas ganham dimensões incalculáveis e nos limitam de fazer aquilo que queremos, indago outro sentido, ..;
Em que ponto estando bem, diga-se bem de um modo geral, bem nos estudos, na família, nas relações pessoais, com os amigos, parentes, vizinhos, bem até em quesitos saúde e bem- estar, em que ponto, estando bem pode-se sentir-se mal ?
Talvez deva ser mais direta..., como é possível ter tudo e não ter nada? ...Como teoricamente deva-se estar feliz, mas , no interior, borrar em lágrimas?
Como em um baile de máscaras que todos fingem utopias e sorrisos forjados mas que se corroem por dentro.
Se corroem por um passado que embora tentem escondê-lo uma hora ele sempre vem à tona, .
Como seres humanos que se culpam todos os dias pelos seus vícios e manias passadas, por uma dependência química ou quiçá uma dependência psicológica, ou como aqueles seres humanos que se culpam até hoje pelos laços afetivos perdidos e que nunca mais, drasticamente, serão reatados..; Que se culpam pela morte de um parente ou um amigo querido, ...que se culpam por um acidente.
Acidentes.
Que se culpam por não ter dito palavras doces quando eram requeridas em ocasiões amargas, ... que se culpam por não estarem presentes nos momentos que deveriam estar.
Seres humanos que se culpam tanto por um passado que, possuem até o medo de se arriscar a não viver mais sob a própria culpa.
Culpa. Guilt. Culpabilité. 有罪.
Imaginem que sobre seus ombros esteja uma mochila bem pesada que lhe caleje de dor, e cause feridas em seus braços.
Imaginem que nela esteja toda a angústia de fatos, todas as perdas, todos os palavrões ditos ou até mesmo todo silêncio não pronunciado,...;
Imaginem todos os seus relacionamentos que não deram certo, imaginem toda dependência que lhe levou a uma reabilitação, imaginem todos os esporos de uma vida cosumida e desgastada com o tempo.
Imaginem toda culpa que carregam.
Imaginaram?
Agora, movam-se.
Não há possibilidade.
É pesado demais para se carregar.
Toda a culpa não se supera em pouco tempo ou,talvez nem em cem
anos.
É necessário que da culpa brote consciência, mas não me venham com textos melancólicos de auto-ajuda que nos submetam a uma psicologia barata de como a partir de uma perda é necessário manter-se vivo e como a partir de uma decepção é necessário prosseguir e recomeçar.
Estereótipos não cabem em determinados contextos.
Não é nada fácil, admitamos.
Não mesmo.
Talvez o tempo não cure nada, ou cure tudo, os talvez apenas desloque, como muitos dizem, o incurável do centro das atenções.
Mas leva um tempo danado.
Ferida nenhuma se cicatriza em pouco tempo, e mesmo assim, deixam cicatrizes.
Eu não dito normas a quem perdeu, a quem teve uma juventude jogada ao relento, a quem se rendeu as drogas, a quem perdeu um filho, um pai, um amigo, a quem se culpa até hoje por um acidente fatal, a quem se culpa pela perda de um amor.
Não me coloco nem de longe superior à dor dos outros. A de ninguém..., não seria justo.
Afinal de contas, estando a mil metros de distância do que realmente se passa é muito fácil proclamar poemas ou ditar 7 normas de como superar, ou até mesmo, escrever cartilhas.
Porém, é impossível saber o que se passa na cabeça de cada indivíduo, ...;
Não é possível saber o que leva uma menina de 14 anos ao suicídio, o que leva alguém a cheirar crack, o que leva um pai ou a madrasta a jogar a filha pela janela de um prédio, o que leva alguém a entrar no crime, o que leva alguém a fugir de casa em plenos 17 anos.
A dor, meus caros, é única.
Única para aqueles que a sentem nas próprias veias e que a veem sucumbir e se tornar fatal.
Por isso mesmo torna-se essencial que não se meçam os problemas com uma fita métrica, que não os definam em grandes ou pequenos.
Problema é problema, poxa. E cada um tem o direito de lidar com ele do jeito que bem lhe entender, seja a base de remédios faixa preta, seja a base de psicanálise, seja a base da escrita, ou seja até mesmo, e por que não, a base do diálogo.
Não meçam aquilo que você nem se quer chegou a vivenciar, ou digamos, nas boas línguas, não julgue aquilo que você diz meramente que conhece, mas que ao final das contas, não sabe nem um terço da história.
Tendo julgado tanto e se colocado nos problemas dos demais, o que se ganha com isso?
Afinal, nunca se sabe o que há por trás de um sorriso.
Eu admito que a culpa foi toda minha:
ainda tenho o péssimo hábito de acreditar no que as pessoas dizem.
Fico todos os dias a tua espera
Mas você não chega
E tudo isso é minha culpa
Pois não tive coragem suficiente de te falar
Então como posso ainda ser tola e te esperar?
Como posso ainda derramar lagrimas ao ver que não chegará?
Como posso sequer sentir raiva se toda a culpa é minha?
Não me compreendem, acham que estou louca por apaixonar- me por você
Devo mesmo estar! Como pode ser? És tão diferente de mim!
Mas não me importa, nunca conseguiram explicar esse dos muitos mistérios do amor
E não me importa, a dor que sinto não quer calar
Independente de quem seja... Eu te amarei
Se tudo o que tocas é maldito
Então maldita serei!
Pois o meu corpo anseia pelo seu toque
E não suporto mais as lagrimas
Só desejo que estejas aqui comigo
Quero te amar e te ter todo o tempo
Pois sei que jamais me cansarei de ti