Crônicas sobre a Morte
Céu Purpura
Sob ruas nevoentas, não enxergo justiça
Sem horas para contar minha insônia
Divago louco, envolto no pálido tato
Segurando a linha tênue da vida
Em pele conflitante a minha
A morte possui senso de humor
Rindo ele esteve, do nosso genuíno amor
Pintando-a, assim, de provocador roxo
Jus as suas vestimentas fúnebres
Destoante de seu cerne perfeito
Forçado estou, ao fardo doloroso
De carregar a obra-prima mortal
Sublime aroma angelical a fugir
De seus cabelos sem luz a revirar-me
Sua essência absoluta, do meu lado a ficar
Zombeteira aos olhos impudicos
Sua posição transcende sangue e carne
Me isolando de ti, abriu celebres asas
Largando a existência antiga
A qual amei perdidamente
Mas pouco me falta
Não serei capaz de dá-la a terra
A mim sempre pertenceu e assim será
Dissipado em eterna aflição
Deita-se em mim sem mais tensão
Inabilitado do pensar
O que me resta é apreciar
Juntos as suas preferidas Violetas
O céu purpura de seus lábios.
Cortejo fúnebre
(À esperança morta!)
Minha esperança de viver
Com o anjo da minha vida
Se foi, em mim a ferida
Ficará.... Até eu morrer
Ela está oculta, sem ver
Meu coração, não há ida
Só volto sem adeus, partida
Partes do meu ser a sofrer
No leito do caixão, esperança
Dorme.... Será? Um dia renascerá?
Trago-lhe rosas brancas, verá...
É como a cor de sua pele, branca
Tua pureza, inocência de criança
A minha paz é junto a ti, primavera
Quero o perdão do seu amor, se tivera
O meu amor estará em minha lembrança
Trago-lhe rosas azuis, cor do mar
Não quero perder tua amizade
Em ti coloco minha fidelidade
Lembro-me do brilho do teu olhar
Puros olhos azuis, feitos para amar
A minha confiança em tua integridade
E a harmonia que no meu peito invade
É o céu, o paraíso, vivo a suplicar
Trago-lhe rosas cor-de-rosa
Contemplando a tua beleza
Eu sinto tua delicadeza
Em tua presença amorosa
Teu corpo esbelto, és formosa
E tua juventude é realeza
Da mais bela nobreza
Em tuas bochechas rosadas, airosa
Trago-lhe rosas vermelhas
Cor de teus belos lábios
Teus pensamentos são sábios
Teus lábios de mel, sou abelhas
Que ficam a pousar-te centelhas
De paixão por teus anseios
Da fertilidade de teus seios
A fidelidade do meu amor, abelhas...
Trago-lhe rosas negras
Por esta separação, tristeza
Meu coração noturno, nobreza
Se mantêm firme nas regras
Queria estar ao teu lado, deveras
Juntos até a morte, certeza
Que a sorte seja a natureza
Pétalas coloridas e não alvinegras
Trago-lhe rosas verdes, esperança
Voltes a ser atuante em minha vida
O dinheiro não compra o amor, é devida
A sorte do equilíbrio de nossa dança
Na valsa da prosperidade, temperança
O descanso da juventude vivida
É crescimento do filho da grávida
Do parto a sorte, teu amor ter herança
Quem será teu filho futuro?
Agora és noiva de outro sortudo
Tua felicidade para mim é tudo
Respeito-te a decisão, é duro...
Aceitar.... Mas aceito e vivo no escuro
Adeus.... Infelizmente, contudo...
Tua felicidade a mim é tudo, sobretudo
A tua luz em meio a este cortejo fúnebre obscuro!
A contemplação e a crítica deveriam se elevar ao status de arte por serem habilidades escassas e incomuns nestes dias.
De nada adianta olhar e não ver. De que vale estar em frente a algo e nada sentir?
A insignificância ao que nos rodeia é a desistência da vida e a insensibilidade às pequenas coisas é a morte que chegou e ainda não foi assimilada.
O Amor;síntese
Amor, se sente.
Amor se vive.
Amor torna tudo diferente.
O amor surge, e assume.
Amor, traz alegrias, dores
e ciúmes.
Para o amor vivermos.
Com ele transformações faremos,
momentos difíceis serão vencidos,
vidas serão salvas.
O amor presente se faz, em tudo.
Quem ama, tem o espirito puro,
não julga, faz.
Quem ama é um ser de sorte,
vive a vida, nada teme, vence a morte.
Roldão Aires
Membro Honorário da Academia Cabista de Letras. RJ
Membro Honorário da Academia de Letras do Brasil
Membro da U.B.E
Acadêmico da Acilbras - Roldão Aires
Cadeira 681 -
Patrono- Armando Caaraüra- Presidente
A guerra perdida.
Do que você morreu, perguntou um soldado ao outro.
Morri alvejado pelo inimigo.
Mas quem era seu inimigo?
Não faço ideia. Nem ao menos sei que guerra eu combatia?
Mas como você poderia estar em uma guerra e não saber qual era ela, ou quem era seu inimigo?
Foi assim: Eu não a comecei e nem ao menos percebi ela chegando, também não concordei com ela ou entendi as razões, eu não sabia porque aqueles que antes eu chamava de vizinhos se tornaram inimigos e tão pouco estava preparado para me virar contra eles.
Então, porque morreu nela?
Porque do mundo de onde venho, os fortes ainda decidem quem vive e quem morre ao invés de ampara-los.
Os poderosos ainda brigam pela razão e os líderes ainda agem como ditadores. Desse mundo de onde venho eu simplesmente não tinha nenhuma escolha.
Mas e quanto a você, morreu de que afinal?
Morri da mesma guerra que você, porém, eu padeci da falta de empatia, da falta de amor, da falta de respeito e da falta de carinho que um dia deram início a ela. Padeci dos frutos resultantes justamente das escolhas que fizeram por você.
Lamento muito ouvir isso. E a propósito, eu me chamo Inocência e você?
Eu me chamo Esperança.
Odilon dos Reis
Está dormindo sinto seu corpo flutuar...
Seu quarto está pronto...
Seus sonhos sangram momentos que amamos para sempre...
Seus olhos estão sempre expostos num rio de sangue...
Tentei libertar sua alma das trevas apenas conheci a morte...
Seus lábios estão envenenados...
Embriagado de formas que nunca compreenderia que a vida apenas começou...
Arranquei seu coração morto...
Nas obras do destino sempre fomos testemunhas de uma morte lenta...
E sangue ferve entre suas lágrimas...
Ninguém mais pode te ferir...
Tantos sentimentos num simples motivo...
Sua alma paira sobre um pacto de amor...
Muitas felicidades até que tudo esteja na eternidade.
Minha pretensão, crer que um dia esse amor teria um ócio.
A religião pode até ser a droga do povo, mas é seu amor, o meu ópio.
Quando meu corpo, em estado de morte, minh'alma, há de barganhar com o próprio diabo.
Minha punição? Preso na eternidade daquele seu primeiro olhar, meu purgatório.
Sem um advogado, sem defesa, nada de contraditório.
Não era um tribunal, era um circo, um palco, um auditório.
Não haveria justiça, apenas mais um show, vexatório.
Onde aplaudiriam com desdém, um mundo ilusório.
A inexistência de felicidade, entre nós dois, era notório.
Deus abandonara-me naquele interrogatório.
E Lúcifer, em seu papel de juiz, condenara-me, com meu sonho simplório.
O meu crime? Crer que um dia esse amor fosse nosso, crer que um dia teria um ócio..." - EDSON, Wikney
Nós somos um cemitério ambulante. Dentro de nós, sepultamos diariamente porcos, galinha, boi, peixe, lembranças, "pessoas" e sentimentos; todos os dias e durante toda a nossa existência.
Claro que também geramos vidas. Mas, predomina o consumo e destruição em cada um de nós. Um ciclo constante de mortes gerando vidas e vidas gerando mortes.
Eu já havia desistido do amor
após muitas decepções
que chegaram a tirar a minha paz
e depois que consegui recuperá-la,
achei melhor seguir só,
até que te conheci e aquela realidade começou a mudar,
fiquei impactado contigo,
eras linda, de um sorriso espontâneo,
tinhas uma alegria de viver,
bem humorada e de um olhar gracioso,
encontrei identificação sobre muito
o que conversamos nos nossos
primeiros momentos despretensiosos,
foste como um raio de sol
que veio clarear meus dias nublados,
no início não fui rápido pra admitir,
não queria nem pensar em amar de novo,
mas depois de um bom tempo,
finalmente, mesmo nervoso,
tomei coragem e te pedi em namoro,
fiquei repleto de felicidade quando disseste sim
tanto que gaguejei um pouco
e assim, iniciamos o nosso relacionamento
de cumplicidade, de momentos incríveis, de reciprocidade,
de alguns desentendimentos também, claro,
entretanto, certamente, graças ao Senhor, fomos muito felizes juntos
e tudo parecia perfeito com nós nos amando
como se estivéssemos sonhando acordados,
fizemos vários planos de nos casarmos,
de viajarmos pelo o mundo,
de constituírmos uma família,
pelo menos dois filhos,
talvez, um menino e uma menina
e também queríamos adotar um cachorro,
contudo, para a nossa tristeza,
naquele dia fatídico, o sonho virou pesadelo
quando descobrimos a sua doença,
um câncer maligno e que não havia mais jeito,
ficamos sem chão, sem saber o que fazer, mas lutamos até o fim,
nunca perdemos a nossa fé em Deus,
foste muito corajosa e grande foi a tua determinação,
mas tristemente, depois de muita luta,
percebi que precisava dizer adeus,
pois a tua jornada estava chegando
ao fim
e sem eu saber o dia exato,
na véspera da tua partida,
tu quase sem forças,
conversamos sobre a vida
que desfrutamos,
sobre tudo o que foi bem aproveitado
e o quanto que fomos abençoados
por Deus nos apresentar,
em seguida, deixei-te dormindo,
no dia seguinte, fui te visitar,
mas já tinhas partido
e como já era previsto,
não quis aceitar,
gostaria de estar mais uma última vez contigo,
então, fiquei muito tempo envolvido
pelo o luto
até chegar na fase da aceitação,
portanto, demorei pra transformar
parte da nossa história nestes versos
pra externar meu sentimento
de gratidão ao Senhor,
já que felizmente parei de lamentar
e quero sempre lembrar
da tua importância,
que fizeste eu voltar a acreditar
no amor
e que foi e é uma honra te amar.
Serás até o término dos meus dias
a minha preciosa lembrança.
Fragmento VIII - Violência simbólica II
É em tal precipício de pulsões que o fortuito cumpre o hábito.
A brisa torturante varre o antídoto da inópia, assim,
não pode experimentá-lo nem morte, muito menos vida.
Não há armas nessa peleja; nem tampouco ato que livre.
Parcas águas não podem saciar o homem sem domínio de si,
obstinado a beber daquilo que lhe é comum.
Quando alguém morre, quase sempre as pessoas tem algo de bom a dizer sobre este alguém. Pode também alguém ter o mau gosto de falar algo mau sobre quem se foi em um momento de luto. A morte tem a saudade como efeito colateral. De repente uma vida termina. Muitas vezes, uma biografia é ceifada no apogeu. Lares em luto e uma ferida de ausência que só vai se prolongar por quem lhe tinha verdadeiro afeto.
A dor, agora, é de quem o(a) amou e ficou.
Quando eu me for farei falta? Que falta faria a minha vida? Serei exaltada ou criticada? A minha ausência pode ou não provocar dor, mas o mais importante é refletir sobre minha presença agora.
E sigo viva sem saber até quando questionando-me: qual o significado da existência?
"Morrer é inevitável; viver bem é uma arte diária."
Por favor, se importe em vida.
Quem tem olhos leia,
O clamor
Autor: Vóz Alternativa
O clamor do Vóz Alternativa
Diz que para ouvir
É preciso quebrar as amarras
Afiar as garras
E se ímbuir, do conteúdo
São ideias emaranhadas
Leves, profundas, reticentes
Em caracol disciplinado
Espalha semente encrostada
De nojo, revolta e veneno
Sem métrica ou rima
Cruzando palavras ferinas
Com o amargo da vida
E o doce do mel selvagem
Que aponta a lança da morte
Para todos, sem Complacência
Verter o licor do marasmo
Deglutir o sabor do ocaso
Eterno anoitecer da alma
Enfrentar o calor do descenso
Se quiser sorver a verdade
Se despir das alegorias
Andar com os pés no chão
Voar nas insólitas conversões
Beba coragem, inspire-se
O ano de 2020 teve um início, teve um meio, mas talvez nunca tenha um fim. Dos anos mais difíceis, com certeza, esse ano foi um dos campeões. Campeão das angustias e das incertezas.
O dia 31 de dezembro vai chegar, mas 2020 dificilmente irá embora, ele ficará por muito tempo nas conversas, nas lembranças, na história de cada um que viveu e sobreviveu a esse momento. Até que um dia, quando tivermos bem velhinhos, vamos comentar: você lembra de 2020? eu estava lá!
O ano em que os calmos ficaram estressados e os otimistas ficaram pessimistas. Um ano estranho, mas de muito aprendizado.
Onde pessoas se afastaram, mas também se conectaram.
Um ano de suspensões, reduções, demissões, mas também de promoções.
O ano onde muitas máscaras caíram, mas também onde muitas máscaras salvaram. E no meio dessa tempestade, novas pessoas nasceram. Em busca de uma calmaria, boas pessoas se foram. E em meio a orações, outras pessoas ficaram.
E hoje, fugindo de um cansaço e desânimo, buscamos um pedacinho de esperança e desejamos a todos um Feliz Natal e um Ano Novo que não precisa nem ser próspero, mas que seja novo e que, no final do ano, ele termine. Diferente de 2020, o ano que teve um início, um meio, mas que nunca terá um fim.
Em 130 anos nem você e nem ninguém que está vivo, hoje, existirá mais no planeta.
Em 130 anos, as pessoas que lhe incomodam, as preocupações que lhe tiram o sono, a ansiedade que lhe rouba a paz, a vaidade que lhe cega, o orgulho e a arrogância que corroem a sua alma… nada disso existirá mais.
Porém, em 130 anos, o sol continuará brilhando, as ondas do mar continuarão indo e vindo, o vento continuará soprando, a chuva caindo, as árvores crescendo, a lua iluminando, ou seja, a simplicidade que nos rodeia todos os dias, ainda estará aqui.
E essa simplicidade nos prova que sempre será mais forte, mais sólida e duradoura do que todas as futilidades passageiras que damos tanta importância e que nos deixam tão presos a uma vida tão complexa.
Aproveite a oportunidade de estar vivo para se apegar ao que realmente é duradouro e importante, pois por um milagre você ganhou uma passagem para conviver e apreciar, durante um curto período, os outros milagres do universo.
Então, viva o simples e se divirta ao máximo, lembrando que amanhã você pode estar morto. Mas, também, seja sempre grato por tudo, principalmente pelo fato de amanhã você poder estar vivo.
Grandes tragédias sempre trazem à tona muitas reflexões de quão frágil a vida é.
Mas realmente precisamos nos deparar com situações tão tristes e inesperadas para nos questionarmos de como a vida pode acabar em um piscar de olhos?
Ficamos por um tempo reflexivos, pois grandes tragédias esfregam na nossa cara, aquilo que já está muito claro e que é a única certeza da vida: A MORTE.
Não podemos esquecer que vivemos em uma grande fila de espera, na qual não sabemos quando seremos escolhidos, mas temos a certeza que seremos.
Então, não espere uma tragédia acontecer para você valorizar o que realmente importa. Pensamentos, desejos e sentimentos ruins você escolhe carregar na sua fila.
Escolha caminhar com bons pensamentos e com desejos e sentimentos que lhe tragam sempre paz e harmonia. Mas faça essa escolha agora! A fila está andando e o próximo escolhido pode ser você.
Vida morta: mate-a e viva!
Viver até que um dia venha a morrer;
Florir para no fim de uma tarde murchar;
Ajuntar até que um tempestuoso vento termine por espalhar;
Construir para a constante ação do vento corroer.
Crescer pra desgastado e cansado, envelhecer;
Sorrir até que o desencantamento leve a entristecer;
Lutar para ao fim exaurido e vencido, se entregar;
Amar até que desiludido do sonho, acabe por odiar.
Corroer a flor até que novamente torne a sorrir;
Destruir o ódio para que purificada a alma, cresça o amor;
Murchar o rancor até que em relacionamentos possa confiar;
Perder o medo para fazer recomeçar um fulgurante viver.
Morrer o desencanto até que em um momento consiga voltar a sonhar;
Amadurecer o interior para fortalecido continuar a lutar;
Espalhar a tristeza até que o tempo a faça desvanecer e o coração florir;
Abolir o mal para assim, supremo, o bem surgir!
Jeismalli G. F. Fernandes
-“Descansou” – dizem, sobre quem foi para outro lado.Porém, ninguém quer descansar, preferindo viver cansado.
-“Saiu dessa para melhor””- dizem, sobre quem foi para outro plano. Contudo, melhor é viver na pior, esperando o melhor para o próximo ano.
-“Foi para o sono eterno”- dizem, sobre quem, de repente, foi para o céu.Porém, todo mundo quer ficar acordado, que, de repente, despertar no beleléu.
IDAS E VINDAS :'(
Parte de mim está indo embora,
mas não ache que é para sempre.
Se eu fui, tenho meus motivos
e acredite, não foram poucos.
Hoje o céu está cinza e o vento forte,
tem cheiro de sociedade extinta.
Esse som vem dos corvos,
voando na claridade.
Neles, eu prevejo o fim da humanidade.
Porém, hoje preciso ir.
E não assistirei os desastres
que vão acontecer por aqui.
A partir de hoje,
são ventos novos, mundos novos.
Os corvos abrem meus olhos,
voam entre mim.
A maturidade substituiu as dores.
O caos vai ter fim.
Uma luz no fim do túnel,
esperança de um dia incrível.
O meu novo eu vai surgir,
agora sim, só pertenço a mim.
Hoje, o céu ganha um novo querubim.
Tempos de glória.
Adeus, sociedade escória.
Ninguém nesse mundo nos conhecerá de verdade. Algumas pessoas apenas se propõem a conhecer algumas superfícies de nossas personalidades, outros vão um pouco mais fundo, outros nem permitirmos ultrapassar os muros de nossas barreiras...
A única certeza que tenho é que o autoconhecimento é uma imersão e as vezes nem mesmo nós, estamos dispostos a nos conhecermos imagina os outros. Por isso não dei tanta atenção aos " juízes de opiniões" esse mundo está cheio de julgadores tão perdidos quanto nós, no final das contas se paramos para analisar, fazemos mais suposições sobre a vida alheia do que sobre a nossa própria existência, deixamos muitas das vezes as suposições virarem certezas e as certezas virarem dúvidas, nos esquecemos que vivemos em um mundo transitório e que o conhecimento é líquido como água e que não temos certeza de nada além do fim.
E, o fim é a morte.
Na guerra, tudo se torna explícito;
olhar varre o local, o cheiro tonteante de sangue se espalhava a cada segundo, os gritos de dor, os corpos dilacerados pelas balas largados em posições impossíveis de se imaginar, pedaços e mais pedaços soltos pela terra que, agora, estava pintada de vermelha. Era uma visão perturbadora, o som da carne se rasgando junto com o baque surdo que eles faziam ao caírem abruptamente de modo asselvajado no chão. Era impetuoso. Como se não fosse seres humanos ali, e sim feras prontas para estraçalhar sua próxima presa