Crônicas sobre a Morte
"É o amor próprio a via para qualquer outro. Tudo que nasça do autodesprezo será daninho. Se uma relação humana, chamar-se-á subserviência, dependência. Nunca amor. E, amando-se de tal forma, a vida se replica. É sempre urgente. Justamente por isso ignoramos a inevitabilidade da morte própria. E, por isso, tememos tanto a alheia"
(trecho de "Parece Dezembro: romance inspirado nos versos de Chico Buarque")
"A natureza do luto é isso: viver-se o luto. Por isso mesmo se veste preto por um tempo. Por isso fazem-se as missas, os cultos religiosos. Há quem festeje, recordando-se da brevidade da vida e da beleza das boas memórias. Há quem, incapaz, chore por dias a fio. E cada coisa tem sua razão. Sua bondade"
(trecho de "Parece Dezembro: romance inspirado nos versos de Chico Buarque")
Na recepçao você espera e nada sente, apenas olha para o lado do teto e vê o ventilador a girar... Não queria estar ali, mas ela voltou para te visitar e parece voraz novamente, quer devorar você e tudo aquilo que te faz feliz, e às vezes você se pega a pensar: "para que lutar?" Às vezes não seria melhor bater em retirada e deixar a guerra pros outros? Mas ai num resquício de lucidez você reflete que um bom comandante não abandona seus soldados numa guerra... Não deixa ninguém para trás, prefere morrer a cada dia, mas de alguma maneira vai tentar salvá-los nem que isto custe sua própria vida... E a guerra parece estar longe do fim e às vezes mais perto de se tornar cada dia mais sangrenta... O ventilador gira e você nada sente...
06/04/2018
2 anos...
A sensação de vazio mental e sentimental voltou ferozmente...
E eis que o comandante vacila de novo e pede que os soldados sigam sem ele... Eles relutam mas, ele já sente que não haverá mais forças... Ele morreu e renasceu várias vezes nessa guerra de 13 anos... Sempre renascendo mais fraco e cansado! Tentou e tentou, mas viu-se sempre vencido... O coração que só ansiava por amor, agora anseia pela morte... Não importa... Dolorosa ou doce ela precisa em breve chegar ... O comandante depôs suas armas... Mas ele só precisa de força para um último ato, porque um soldado ferido ainda anseia por sua ajuda! A guerra está quase no fim, meu bom comandante!!
a vida é como um lixo, você é usado, e depois, é jogado fora, e na vida
você nasce, e depois, morre, depois vamos para o céu, ou . . .
para o inferno
e no lixo
se você jogar o lixo na reciclagem
ele vai pro céu
se for no lixo normal, vai para o inferno
-"mas e se não existir o céu e o inferno?"
se o lixo for para a reciclagem, ele ganha mas uma chance de viver
se ele for para o lixo normal, ele vai para o vazio
onde não tem nada . . .
só o nada
e você não tem mas chances de viver
Eu, já farto dessa vida, todos os dias quero me afastar mais e mais de mim mesmo, quero me afastar de minha própria existência. Gostaría de morrer.
Porém, um fato me ocorreu...
A cada dia, eu morro um pouco. Cada vez mais. Morro de amores por você. Morro de felicidade por lhe ter em minha vida, a cada segundo contigo, me sinto eufórico... morro todos os dias, e mesmo assim continuo vivo. Por isso ainda não acabei comigo mesmo, pois a sensação de morrer sorrindo me agrada.
Quem somos nós? Essa pergunta tem martelado em minha cabeça em tempos de pandemia.
Somos caracterizados pelo o que fazemos na sociedade; se nos perguntam quem somos, falamos sobre a profissão que nos formamos e exercemos, mas será que isso realmente nos define?
Quando nos formamos em uma faculdade, ou terminamos um processo de aprendizagem,o momento de êxtase é inevitável,pois esse momento vem carregado com o sentimento de esperança, de que um futuro melhor está por vir; contudo surge uma incógnita: temos a preocupação com o nosso futuro,ou isso é apenas um processo de ansiedade, para definirmos as outras pessoas quem realmente somos?
Buscamos sempre a aceitação de outras pessoas,gostamos do status social e do sentimento de nos sentir "visíveis" perante a sociedade; porém é através da busca de "aceitação",que percebemos a nossa falta de identidade; essa foi uma lição que aprendi.
A pandemia nos mostrou que enquanto corremos atrás do que é incerto, esquecemos do que é visível aos nossos olhos todos os dias,que é a morte; ela é um personagem não sazonal,que pode sim,chegar em tempos de festas, aniversários e feriados, mas a especialidade dela sempre foi os dias comuns,pois são esses que não damos a devida atenção.
Ela é uma figura poderosa, que pode se envolver em dias bons,ou impulsionar os dias maus;Quando percebermos o peso que a morte tem,saberemos o real valor da vida,essa é uma lição que aprendi.
Na teoria de Maslow, o psicólogo classifica a sociedade em um esquema de pirâmide,onde sempre iremos almejar o topo,mas através dessa busca insaciável,não damos conta que temos o necessário,que é a base para se viver, como a alimentação, educação e principalmente a saúde.
Por isso sempre me aconselho a viver um dia de cada vez; o futuro? é uma dúvida.
O passado? é uma lição.
Mas o presente é uma dádiva,pois através dele,não conseguimos definir quem seremos,mas conseguimos ver quem realmente somos.
De mim para os meus botões,
Digo-lhes que sei que o Inverno és tu,
Que quando faz vento corres o mundo,
E que quando chove talvez te sintas um pouco triste.
Também sei que és a Primavera,
Que as flores mais bonitas têm a tua cor,
E o arco íris o teu reflexão,
No Verão,
És a aragem morna que beija a pele,
Um calor que arde,
Mas nunca em demasia,
Inevitavelmente o outono,
Assim como as cores tu partiste com ele,
E se amargosamente nasceste caduca,
Era inevitável o teu partir.
Todos nós vamos morrer!
E no mundo de hoje, temos que escolher se vamos morrer com DIGNIDADE ou como COVARDES.
Escolher se vamos falar dos escândalos e das falhas da sociedade e morrer por abrir a boca (como tem sido a realidade de diversas pessoas no BRASIL e no mundo), ou se vamos nos calar e sermos passivos e omissos, tendo que deitar a cabeça no travesseiro sabendo o que devia ter sido feito e não foi!
Um suspiro, uma vida, uma chama
Quem somos nós, em meio ao tempo
Apenas suspiros de uma existência
Uma ínfima chama a apagar-se
De nossa breve permanência
A vida e seus mistérios
Algumas, estendidas por décadas
Outras, abreviadas de repente
Todas, com seu tempo demarcadas
Qual o próprosito da vida?
Se nascemos para viver?
E vivemos para morrer?
Temos muito o que aprender.
O que deixamos dela?
O coração daqueles que tocamos
Os feitos construídos nessa terra
A saudade da família que amamos
Nunca estaremos preparados
Quando essa chama chegar ao fim
Que ela tenha algum significado
Para as pessoas com algum afim
Reflexões sobre o ocaso II
O que me espera ao final da caminhada?
Os aplausos acompanharão o meu cortejo
Ou será a alegria dos inimigos com suas vaias?
Os meus inimigos saberão o sabor
Do meu sangue e das minhas carnes?
Haverá choro na despedida?
Haverá ao menos uma flor para suavizar a partida?
Quem fará o meu epitáfio?
Haverá prazer ou dor ao fazê-lo?
E os anjos dirão ‘Amém’?
Ah, essa noite.
Grande noite, longa noite, noite insana. Hoje chorei, hoje sofro, me debato mesmo morto.
Sim, morto. Morto inúmeras vezes, vítima de atrocidades inimagináveis.
Mas não me julgue inocente, pois eu matei.
Diversas vidas eu tirei, gostei.
Uma sensação de prazer e satisfação me tomou, em meio a tanta dor, corpos e sangue.
Ah, sangue.
Belo como nunca, sua cor vermelha, seu cheiro ferroso.
Que satisfação.
Mas sofri, repito. Eu sofri, em meio a tantos testes de sanidade, carnificina e maldade.
Criaturas inimagináveis, malignas e amedrontáveis.
Acordei diversas vezes durante a noite, me debati, me revirei.
A paz não encontrei, então chorei.
Chorei por medo, por desespero.
Medo das criaturas, medo de gostar de matar, medo da insanidade.
Mas tudo bem, não vou ficar me lamentando.
Vou voltar para meus pesadelos, pois a noite vai ser longa, e mesmo que seja difícil de lidar preciso enfrentar, pois o amanhã quero alcançar.
Oi... to com saudade.
Exatamente agora faz uma semana que você se foi.
Ainda não acredito que te deixei sair... eu não poderia ter evitado, mas talvez... ter participado iria aliviar a dor da culpa nas minhas costas, e no meu coração.
Me arrependo de não ter ido no enterro.
Me arrependo de não ter passado tanto tempo quanto poderia com você.
Me arrependo de não ter descoberto antes...
Eu não estava lá na hora
Enquanto você estava tendo seus últimos momentos, suas ultimas visões, suas ultimas lembranças...
Eu estava com outras pessoas, me divertindo, nem me vinha a cabeça, que, naquela noite, quando eu estava apoiado na cerca e admirando sua beleza, seria minha ultima memoria da alma incrível que em teu corpo habitava. Queria saber antes, e aproveitar mais.
Escrevi centenas de cartas, mesmo sabendo que você não sabe (nem poderia a esse ponto) ler e fiz desenhos que voce nao enxergaria (e nem poderia a esse ponto) ver as cores.
Escrevi mais essa, da maneira mais humana possivel, pois, mesmo sabendo que não é verdade, pra mim, você é o ser mais humano que eu conheci, pela sua maneira de brincar e ser elétrica desde o dia que pus meus olhos em você, pelo seus momentos difíceis, quando estava cansada, mesmo esses momentos sendo raros.
Amei cada momento seu, amei ter vivido com você, amei ter você como parte de mim, amei você...
Adeus...e obrigado... Nina.
CONSELHOS DO MAR
Olhando para o mar entendi que:
A vida é uma construção.
Aprendemos a amar baseado nos pequenos detalhes.
O amor está entre a neblina da confusão mental.
A paz vive nos momentos de reflexão.
A luz irradia de dentro.
A morte é a libertação do espírito.
Só agradecendo receberemos a recompensa.
Se doando ao próximo seremos agraciados.
Precisamos caminhar com os próprios pés.
Precisamos gostar da nossa companhia.
O que vem é apenas complemento.
Tudo acontece por algum motivo.
Parando e colocando os pés no chão, entenderemos os mistérios e os segredos da natureza.
Que a vida nada mais é que a nossa própria imagem.
E assim se morre... a cada pensamento engolido. A cada voo perdido. A cada descoberta, que deixa de ser, por medo do que é incerto. A cada palavra do outro não filtrada, abraçada, absorvida, encarnada. A cada novo dia que se finda sem sentido. A cada música, grito, palavra, engolida pelo silêncio, intolerância, ignorância, impersistência, falta de empatia, tempo e escutatória. A cada abraço arrebentado. A cada olhar não dado. A cada segundo ignorado. A cada beijo indelicado, curto, raso.
Hoje entendo que a morte se dá em vida, e é bem pior do que aquela tal morte que meus pais e a sociedade em geral adoram pintar... à qual entendo como mero desligamento, fim. Viver não é o oposto bom de morte. Não devo renunciar a morte, mas sim abraçá-la, compreendê-la, e transformá-la em algo novo. Até porque, caminhar pelo mundo atual sem esbarrar em uma dessas mortes que escrevi a cima, é caso para pessoas de outros planetas, não para nós... para nós é impossível, me permito dizer! Eu morro hoje, aos 25, na certeza que vou viver meus outros tantos anos. Espero que você também!
Eu morri!!! Lá bem no centro do cômodo estava um caixão. O meu corpo dentro dele trazia na face a calma e a tranquilidade do sono profundo denominado morte. Uma expressão de que a pressa já não importa mais e que tudo que tinha que ser feito já havia acontecido.
Os amores, as tristezas, as alegrias, o carro novo que lutei para comprar, a casa cheia de mobílias, as inúmeras roupas e pares de sapatos... tudo era passado e a única coisa que eu levava comigo era a roupa do corpo.
Então, eis que em cima do meu corpo gelado a pessoa que mais me odiava e não me dava uma palavra de amor chorava e dizia as coisas mais belas. Quantas vezes eu quis ouvir aquilo, mas era tarde para ambos.
Sempre amei flores e o local estava cheio delas. Pessoas que em vida nunca me deram se quer um botão de Rosa. Quantas vezes eu quis receber flores em vida, mas precisei morrer para receber carinho e afeto.
Me lembro aquele dia que eu estava doente sentindo me só inseguro... tudo que eu queria? Um abraço seu, mas você fez de conta que nem me conhecia e o pior abraçou com tanto amor a pessoa que estava ao meu lado que não passava apenas de um simples conhecido. Agora você chora e diz como dói perder um filho!!!
Vi a pessoa que eu mais amei chorando e sofrendo a minha perda, mas esta pessoa não dizia nada porque ela já havia falado tudo enquanto caminhamos juntos na longa estrada da vida. Eu via dor, no entanto, a calma do remorso não existia em seu semblante.
Depois de assistir meu próprio funeral. Eu acordei. Ufa! Era só um sonho.
A vida nunca será longa o bastante para fazermos tudo o que queremos, mas ela será sempre o suficiente se amarmos e demostrarmos o quanto amamos. Não deixe a morte chegar para poder falar e dá tudo o que poderia ter sido feito em vida, pois será tarde e acredite existe dor muito pior do que dá morte e da saudade que é a dor do remorso, por isso perdoe, peça perdão, ame, deixe ser amado, sorria e Viva a vida intensamente, um dia de cada vez.
O que dizer da agonia e do desespero incrédulo quando percebemos que alguém que nós amamos tanto está, aos poucos, indo embora?
Quando aquela mente outrora inquieta começa a apagar-se tal qual lamparina úmida?
O que dizer das cordas desamarradas e da âncora já içada que permite ao barco navegar para a eternidade sem o capitão que o comanda, desaparecendo na neblina densa lá no fim do mundo?
"Não me digas que a tua hora chegou,
Tu tens ainda muito a viver.
Não vais já! Ninguém te chamou!
Ainda nada terminou.
Não me faças sofrer!
A vida não está acabada!
Ainda que não esteja a cem porcento
Não chegou a abalada,
Não estás na chamada.
O teu nome não vai com o vento!
O barqueiro sombrio
De ti nada vai levar.
Apesar deste grande frio,
Vive a vida com brio.
Tudo vais ultrapassar!
Cantigas leva-as o vento,
Também leva as palavras más.
Ainda haverá muito tempo
Onde irá passar este tormento.
Esperemos pelo bom que a vida traz!
Quando um dia eu desaparecer
Por entre a sombra da madrugada
É sinal que não irei saber viver
O resto da vida que tinha guardada
Se um dia tudo acabar
É porque a minha vida não faz mais sentido
Quando deixar de cantar
É porque estou perdido
Ajudai-me nesta aflição
Esta dor não era merecida
Está a parar o meu coração
Já tenho a vida mais que vivida
A minha estadia por aqui está acabada
Apesar de tudo, tenho tido muita sorte
Uma grande sorte destroçada
Já não consigo mais ser forte
Quando eu morrer
Por mim vós não chorais
Todos devem saber
Que fiz tudo até já não poder mais
E veio a mim a inspiração, com as letras misturadas em gritante confusão. E tudo parecia entorpecido em meio a escuridão.
De repente, brilha uma luz, e as palavras que outrora inefáveis, a um caminho me conduz.
Foi então como um fluir das inserções, que se aglutinaram em diversas composições.
Já não mais me dominei, tão somente me rendi, as palavras me entreguei, e novos versos escrevi.
Já não me faltava inspiração, e um poema então citei, do fundo do meu coração, para quem eu tanto amei.
E o amor não acabou, mas tão fraco eu fiquei,
pouca força me sobrou, não desisti, mais eu lutei.
E assim findou a lida, de alguém que tanto sonhou, nas agruras de uma vida, findou o espetáculo e a cortina por sobre ele enfim fachou.