Crônicas e Autor
Café, bem forte por favor e quente pra eu poder ver o vapor.
Começo o dia me drogando pra me motivar, adrenalina vinda da cafeina, sem ela não consigo produzir cerotonina.
Pão e manteiga, na chapa por favor, meu óculos já embaça com tanto vapor.
Sem ver o que estou a comer, devoro tudo sem nem perceber.
Sigo ao trabalho, de olhos fechados no ônibus antes de amanhecer, ainda sem ver, sempre ao meu lado vai um senhor, 50 e tantos anos, sempre reclamando de dor porque trabalha demais.
Chegou o minha parada, peço licença, desço do ônibus, e vou trabalhar.
Coloco uniforme, passo meu ponto, entro na sala e até meio dia ainda estou tonto.
Opa, tocou o sinal, intervalo, passo meu ponto, pego o ticket e vou comer, fila imensa já deu pra perceber, desisto da fila e vou descansar, depois tomo café (quente, gosto do vapor para meu óculos embaçar) pra fome passar.
Tocou o sinal, volto a trabalhar a tarde toda pro meu chefe se contentar.
Enfim o ultimo sinal, hora de ir embora, passo meu ponto, tiro uniforme e espero o ônibus, sempre lotado vou em pé todo cansado.
Chego em casa, o que vou comer? tantas opções, macarrão instantâneo, lasanha congelada, hotdog, esfirra ou pizza? fiquei com a pizza, quente, porque gosto do vapor.
Tomo meu remédio pra dor e vou deitar, fico quieto até tudo embaçar, amanhã tenho que trabalhar.
A vida é um teste
No estágio da vida em que cheguei, muitas das coisas que pensei ser importante, deixaram de ser. Não importa mais quantas faculdades fiz, se foram tantos anos de trabalho, ou se as roupas que vesti estavam na moda. Deixou também de ter importância, se os olhares me aprovam quando passo, se os fios de cabelo branco aumentaram, ou se a cor de meu vestido fica bem em mim. Isso acontece, porque o que passou a ser importante, é o tempo. Embora eu tenha mais tempo para observar o colorido das flores, tomar com calma o café da manhã, poder sentir o sabor da refeição que não preciso mais fazer às pressas, ele, o tempo, passa muito mais rapidamente. Ao perceber que as horas passam ligeiras, vejo o quanto ainda não fiz que precisaria ter feito, quantas vezes passei ao largo de coisas que não achava importantes, mas que eram. Quantas vezes, por pressa, deixei de sorrir, deixei de olhar nos olhos dos que comigo falavam, deixei de dar um abraço, isso tudo porque o tempo era dinheiro. E eu precisava dele para viver. Mas hoje, nada mais disso importa. A vida passou, as horas se foram, e o final de minha história está a cada dia mais próxima. Agora, só o que realmente interessa, é finalizar com a mesma honra que tive pela vida afora, uma caminhada que fiz nos caminhos que eu mesma escolhi. Enfim.
Meio ambiente
Fazemos parte de um contexto onde a finalidade de uns pode prejudicar a de outros. Vemos as árvores serem cortadas para enriquecer uns poucos, deixando uma imensa ferida aberta no seio de nosso chão, onde a natureza levará muitos anos para repor o desfalque. Notamos que, poucas pessoas se preocupam com o que possa ficar no planeta para o futuro, que nessa ordem, poderá deixar de ser um planeta azul, para se tornar cinza. Nada repõe uma floresta secular colocada abaixo por mãos incautas. De nada adianta o grito triste da juriti assustada com o tombar de seu ninho. Fica no olvido o correr cansado do caititu sem lar. As águas escasseiam, o solo seca, os galhos ficam sem folhas e os pássaros sem aconchego. Ficamos a olhar esse mundo verde ruir, pensando até quando a natureza suportará tantos maus tratos. Nas cidades, o lixo entulha ruas e parques, e os que por ali transitam fingem ignorar o mal em que pisam. A poluição do ar pelo imenso fluxo de motores em combustão fica denso e irrespirável. Os rios citadinos assoberbados pela grande massa de sujeira em seus leitos, quase sem nada de vida em seu seio, carregam para o mar o veneno que lhe intumesce o âmago, onde se mistura com o que lá já existe. Florestas, águas doces e salgadas, saturadas pelo poder enorme do desleixo humano que em seu viver destrói o que de melhor a natureza tem, choram sua própria morte. Quem sabe um dia, o grito daqueles que se preocupam com a vida na Terra, seja ouvido pelos que se fazem de moucos, e ainda haja tempo de salvar a vida nesse Planeta ainda Azul.
Chifrudo é o Diabo
Josineide pensa que me engana com esse papo de caô-caô,
todo domingo saindo perfumada, dizendo que vai ao culto do senhor.
Mas só volta para casa de madrugada, descabelada e deita ao meu lado.
Devagarzinho vai se aconchegando, enquanto eu roncando finjo dormir!
No outro dia já acorda cansada, toda disfarçada e prepara o café.
Eu fico só de butuca com o meu jeitão de mané.
Depois puxa papo e inventa lorota tentando me enrolar;
dizendo que fica até mais tarde no templo ajudando o pastor orar.
Para salvar umas almas perdidas, que já estavam nas mãos do cão.
Enquanto o outro chifrudo aqui em casa, fica assistindo as bostas da televisão.
Se dormir no trilho, meu irmão - não adianta rezar;
Pois se o trem já esta desgovernado,
não há santo que possa ajudar.
Se fosse São Tomé - só acreditaria vendo.
Se fosse Pôncio Pilatos - lavaria minhas mãos.
Mas sou cabra da peste, devoto de Padinho Cícero.
Descendente do cangaceiro, com sangue de Virgulino Lampião.
Por isso vou ter que dar um chego lá no igreja,
ter um lero com esse pastor e resolver a situação.
O cabra resolver acabar de vez com a hora extra do culto,
ou então que se entenda com o meu três oitão.
Se vendeu a alma para o diabo, meu irmão, não adianta rezar.
Depois que o chifrudo descobre, a conta ele vai cobrar.
Chifrudo é o diabo - literalmente.
A Dança das Cadeiras
Certa vez, sentei em um restaurante e vi que um ex-patrão estava lá, conversando com um fornecedor que eu conhecia há uns dez anos. Eu estava com uma mochila nas costas, pois tinha acabado de chegar de viagem. Tirei a mochila, sentei, comi e, em seguida, levantei para ir embora. Por educação, ao passar pela mesa dos dois "homens em posição de poder", parei para cumprimentá-los. Ao ler as expressões deles, fiquei um pouco intrigada e logo fui submetida ao que poderia chamar de interrogatório: “E seu curso, acaba quando? O que vai fazer depois disso? Como é a área comercial? Isso dá algum dinheiro?” e assim por diante. Consegui responder sucintamente às questões enquanto ainda observava as expressões. Apesar de lembrar claramente do fornecedor e do seu nome, e sabendo que ele também se lembrava de mim, já que nos víamos com certa frequência, percebi uma hostilidade velada, e algo como uma surpresa (sou alguém que ele não conhece mais?). Desses que vulgo julga a sociedade, ocupam posições de "poder", havia um amargor quase palpável por estarem no mesmo ambiente que uma ex-funcionária, agora autônoma e graduada. Após perceber os tons ofensivos e os olhares capciosos, meu ex-patrão comenta: “É a dança das cadeiras.” Levanto, sorrio hostilizando o comentário e vou embora.
Um mundo novo
A cada nascer do sol surge um mundo novo para ser explorado, vivido, olhado com carinho. Um mundo onde podemos pensar melhor sobre nossos atos, nossas tendências, nossos sonhos. Podemos pensar a cada amanhecer, se estamos fazendo tudo o que está ao nosso alcance para deixar um mundo mais limpo, mais arborizado, mais humano para nossos descendentes.
Qual é o problema com a realidade?
Talvez seja a busca pela perfeição que certamente não será encontrada nela.
O real é um terrível monstro que cresce e nos persegue todos os dias, é assustador ter de abandonar o nosso mundo perfeito e fantástico, um mundo falso onde todos somos felizes expondo nosso melhor lado.
Um mundo que não existe, um refúgio que não nos oferece proteção.
Não tenha medo da realidade, somos criaturas imperfeitas que melhoram a cada dia, não há nenhum problema nisso.
A realidade é o que temos pra viver , não se esconda atrás das telas de vidro, abrace pessoas imperfeitas, que erram, que tem ideologias estúpidas, mas que podem aprender o caminho correto.
A vida não é perfeita, seria uma pena se fosse. Ser perfeito não significa não ter defeitos, ser perfeito é ser humano, ser perfeito é entender que em meio ao
caos do mundo, ainda existe beleza nele, é entender que caindo se aprende a levantar, que errando se aprende a acertar e vivendo se aprende
a viver.
Querida Rebeca
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Querida Rebeca, queria te dizer que quando você foi embora não foi nenhuma surpresa pra mim, eu sabia que isso ia acontecer desde o primeiro dia em que coloquei os olhos em você, e desde aquele dia que eu venho ensaiando como me despedir de ti, mas nunca encontrei a maneira certa.
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Eu caí por você, como o fogo que queima em uma fogueira, que começa com uma faísca provinda de dois corpos em fricção e depois se torna umas labaredas flamejantes e descontrolável.
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Eu amava tudo em você, as fotos de gatinhos que enchiam minha galeria, as histórias que você me contava. Tu falaste sobre mim até pra tua mãe, que eu nunca cheguei a conhecer, mas ela me conhecia muito bem através de você. Queria eu poder me ver através dos teus olhos claros.
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Sabe, Rebeca, desde aquele dia que você me falou sobre seus sonhos, eu sabia que a vida te tiraria de mim em algum momento, que andaríamos juntos até cada um seguir o seu próprio caminho, você sempre quis ser veterinária, porque amava os animais e amava cuidar deles, já eu, queria viajar o mundo, conhecer gente nova e fazer loucuras, você sempre adorou o meu espírito livre, mal sabendo que iríamos nos separar por culpa dele.
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Mas eu já sabia de tudo, e por Deus, como eu queria que fosse diferente, mas nosso amor não era pra vida inteira, era mais uma daquelas histórias com data de validade, um amor daqueles que só te levam até a esquina, mesmo assim eu quis sua companhia, porque era a melhor do mundo, e por mais que a gente saiba que o destino de alguns relacionamentos são os términos, não significa que não podemos aproveitar o caminho, e eu te agradeço, Rebeca, pela melhor vista de todas.
Nabokov
Estava indignado. Não sei com quem tinha falado, mal cumprimentou, foi logo despejando:
– O que falta no mundo é cultura.
– Sem dúvida! – tivesse pensado um pouco e não teria concordado de maneira tão enfática.
– Você menciona Nabokov e o sujeito não sabe quem é!
– É... Bem...
– Nabokov!
Não estava com disposição para constrangimentos. Pelo menos não o seu próprio. Transferiu a responsabilidade:
– Eu não sei quem é Nabokov.
Pausa.
– Você já ouviu falar dele. Só não está se lembrando.
Resolveu arriscar:
– O astronauta?
– Cosmonauta.
– Foi o que eu disse – vitória – O que fazer? As pessoas esquecem rápido os verdadeiros heróis.
– Os astronautas são americanos – explicou – os russos são cosmonautas.
Constrangimento.
– Sim, mas um deles se chamava Nabokov.
– Houve um cosmonauta chamado Nabokov?
– Isso mesmo.
– Não, sinto muito. Não houve. Se houvesse, eu saberia.
– Então não sei de que Nabokov você está falando.
– Mas isso não faz de você um ignorante. Eu só citei um exemplo – tentou consertar. Ou não, já que acrescentou: – Pois certamente você já ouviu falar de Joyce.
– O outro, que pensara ter sobrevivido:
– Também nunca ouvi falar dela.
– Não é ela, é ele.
– O nome do homem é Joyce?
– James Joyce.
– São drag queens?
Blasfêmia – pensou.
– Não são drag queens, meu amigo. Por favor!
– Já sei! O goleiro da União Soviética na copa de 82.
– James Joyce?!
– Não. Nabokov.
– Não, não. Aquele era o Dasaev.
– Estou falando do reserva. Grande goleiro.
– Você se lembra do nome do goleiro reserva da União Soviética na copa de 82?!
– Claro! O terceiro goleiro – abusou – tão bom quanto o titular.
– Sinto muito! Não era Nabokov. Se fosse eu me lembraria. Não existe nenhum outro Nabokov. Não que você conheça. Sabe o que quero dizer; não se ofenda.
Sabia coisa nenhuma e estava ofendido sim:
– Quem são esses caras, então?!
– Escritores! Importantíssimos! Vladimir Nabokov e James Joyce escreveram alguns dos romances mais importantes do século XX.
O outro suspirou resignado:
– Bem, eu não tenho lido muito ultimamente. Principalmente histórias de amor.
A conversa chegara ao ponto que interessava a ambos. Ideal para pôr um fim.
– Quem tem tempo de ler hoje em dia, não é? Só trabalho, excesso de informações...
– Nem me fale.
– E os livros custando uma fortuna!
– Inviável.
É isso aí, meu amigo, foi um prazer revê–lo, o prazer foi meu, abraço, recomendações, e se afastaram sem mais delongas. O primeiro, aliviado, e disposto a selecionar melhor suas amizades. O segundo igualmente, e ainda por cima, indignado. Encontrou outro amigo, mal cumprimentou, já foi logo despejando:
– O que não falta no mundo é ignorância!
– Sem dúvida.
– Você diz que não conhece Nabokov e o cara acha um absurdo!
– Quem?!
Nabokov...
Trate suas relações como se estivesse cultivando uma planta.
Valorize como tudo começou regando suas raízes;
Evite futuros conflitos através da transparência e do diálogo,podando tudo o que possa impedir de florescer, e verifique sempre através do que deu flor, se há reciprocidade no que você está emitindo.
Uma vez que negligencie sua planta, ela morrerá.
Uma vez que os descasos ocorram, a relação, assim como os sentimentos, enfraquecerão, pois o amor é como uma semente que cultivando diariamente pode brotar, mas é com os constantes descuidos para fazê-lo murchar.
Aproveite o máximo o presente de viver o agora, um dia você vai desejar tê-lo vivido melhor. Se dedique de verdade a algo que você sempre quis fazer, mas que sempre se julgou incapaz. Lembre-se; você é um universo infinito de possibilidades.
Não tenha medo das falhas, não tenha também das rejeições. Em ambos os casos isso só te impedirá de viver momentos incríveis que você só saberá se tentar. Entenda que pessoas vêm e vão; isso serve para amizades e relacionamentos amorosos. No fim é só você quem fica.
Viaje pelo mundo. Pode começar pelo quintal de sua casa mesmo.
Explore a natureza para conhecer a sua.
Nos seus vinte, encontre um equilíbrio entre a agitação e o descanso.
Nos seus trinta, tolerância e flexibilidade. Você não precisa de uma vida amorosa movimentada para se sentir amada ou encontrar uma alma gêmea para estar completa. Felicidade é uma experiência individual, e você não é obrigado a ser feliz no tempo dos outros.
Forme-se aos 25 se quiser.
Não tenha filhos se não quiser.
Talvez você se case,
talvez você seja mais um que esteja feliz com a solidão no meio da multidão.
Escreva sua vida seguindo seu coração.
Vai ser difícil encontrar pessoas que te enxerguem além da superfície, que tenham coragem em mergulhar. A maioria vai te olhar pela capa e te deixar na prateleira, mas lembre-se, existem ainda muitos leitores por aí dispostos a conhecer a sua história.
Certifique-se sempre se aquilo pelo que você está sofrendo vale a sua energia ou está te trazendo algum aprendizado, caso contrário, direcione-a para o que é realmente útil.
Seja paciente com seus irmãos, eles são a melhor fonte com o seu passado e com certeza estarão ali quando ninguém mais estiver. Dedique um tempo para conhecer mais os seus pais. Você nunca saberá o dia que eles estarão te contando suas estórias de infância pela última vez. A gente se apoia em uma futura estabilidade para termos mais tempo para eles, quando esse dia pode chegar tarde demais.
Não se leve tão a sério. Ás vezes é preciso deixar sua criança interior falar para que não endureça antes do tempo. Ás vezes será o sábio ancião que habita em você que precisa assumir o controle. Não se polarize.
Falar de seus sentimentos para alguém, ou fará que elas fiquem ou vá embora, e em ambas hipóteses você ganha.
Seu corpo é a sua casa. Estabeleça harmonia entre sua mente e ele, ensinando a respeitá-lo para jamais se diminuir tentando caber em um padrão.
Esteja ciente que você sempre irá magoar outras pessoas e não há problema em cometer erros, contanto que não persista neles.
E não importa os gestos que não foram correspondidos. Não importa os olhares que tão apressados te julgaram ou as palavras que chegaram sem cuidados. O único amor capaz de curar, de reconstruir cada pedaço que lhe tiram e faz seus pés recomeçar todos os dias renitente ao acordar, é o que você direciona a si mesmo. E ele é primeiro passo para espalhá-lo ao mundo.
2020, ALEGORIA DA VIDA
MAIO
Mês dos dinâmicos. Dos comunicativos. Dos generosos que exalam magnetismo por onde passa. Osuave beijo do orvalho no solo nos brinda com suas flores e a quietude dos céus diáfanos. Derivando da deusa romana Maya da fertilidade e vitalidade; maio nos convida a sermos férteis para plantar e colher as boas energias. Para sermos fecundos de doar sempre o nosso melhor e sermos pessoas melhores. Que não seja o mês de promessas, mas da mão que estende e faz acontecer. Do amparo a quem precisa e está ao nosso lado, e quem mesmo distante, se faz presente. É tempo de chuva: aproveite para lavar a alma dos maus sentimentos, levando embora do coração quem não precisa ficar. Que você aprenda lições que ainda precisa aprender, e que o tempo passe na medida certa; deixando espaço para realizar sonhos adiados e objetivos que ficaram pelo caminho. Maio é o mês de você que é trabalhador resistente e de você que é mãe e heroína de tão renitente. O mês que vem para lhe provar que você é maior que todas as dificuldades que enfrentou até aqui.
JUNHO
Mês dos habilidosos. Dos maleáveis. Dos amistosos que fazem da sua presença um alento de alegria. As ventanias álgidas e os céus grisalhos já começam a abrir espaço para o limiar da próxima estação, e junto com ele, vem o desejo que possamos ser mais do que fomos até aqui: Mais amizade, mais esperança, mais força e mais tolerância. Mais coragem para enfrentarmos os tempos frios e difíceis. Que a chama do amor seja um catalisador que prevaleça sempre dentro de nós; que é pra não nos perdermos da luz. Que o desejo da nossa voz interior permaneça brada, que é para não esquecermos dos nossos objetivos e sonhos mais agudos. É tempo de reflexão, mas sobretudo, tempo de reconstrução. Tempo de se libertar de antigas dores para que nosso caminho seja mais sereno, calmo e seguro, principalmente para quem nos acompanhe nele. Que entendamos que não precisamos entender os propósitos detrás das circunstâncias, mas confiar apenas nos propósitos. Estamos na metade de mais um ciclo de mais um ano, e você venceu mais um mês.
JULHO
Mês dos determinados. Dos generosos. Dos que estendem a mão por serem nobres de coração. O frescor invernal vem de mãos dadas com o orvalho, acenando para o prelúdio de um novo semestre e recomeço de um novo tempo. A calmaria dos dias grises convida para o momento de contemplação e de reflexão; para você que percorreu mais da metade do caminho atravessando os dias cinzentos, resiliente, e merece agora uma pausa para respirar. Para ficar só. Para observar e absorver as decisões tomadas com a serenidade de um olhar otimista e esperançoso nas próximas etapas. Julho é o mês marcado pelo misticismo. De reconhecermos nossa vulnerabilidade nos recolhendo em nossa solitude. De buscarmos forças para retomarmos nosso caminho com mais coragem e determinação, mesmo que lá fora o temporal nos desafie. Que diariamente estejamos dispostos a não somente esperar por um mês melhor, mas que nos esforcemos para que ele seja. Que julho dure o tempo necessário para a realização de novas conquistas, novos aprendizados e novos começos.
OUTUBRO
Mês dos diplomáticos. Dos amorosos. Dos que fazem justiça com as mãos no coração. O murmúrio primaveril valseia com os cantos das aves pelos ares; sinalizando o exórdio do último trimestre. As garoas vêm para suavizar as manhãs, e o calor sereno para equilibrar as noites. Para você que, fertilizado por tudo que passou, está crescendo e merece desabrochar. Florescer. Celebrar a pessoa que você está se tornando pronta para inspirar
onde tocar. Outubro é o mês memorável pelos acontecimento históricos. Da natureza e a vida que se renova junto aos céus coloridos cortando os resquícios de dias pálidos. Para lembrarmos de escrever nossa história com sabor de recomeço, encontrando uma nova maneira de se reinventar, mesmo que não saibamos por onde começar. Para encontrarmos a luz que habita em nós, eque diariamente estejamos dispostos a começar um novo capítulo, criar um novo rumo, com a alma ardente e disposta a entregar sempre o nosso melhor.
NOVEMBRO
Mês dos intensos. Dos apaixonados. Dos que se entregam ao amor e vive a vida como se não houvesse freio. O eflúvio do final do ano se aproxima e o bálsamo das pétalas já germinam, chegando com seus ventos para desocupar sua mente das mágoas que ficaram e te mostrar que as cores que se renovam trazem consigo também ares de renovação. Aproveite para revigorar suas forças e correr atrás de seus sonhos, mesmo que seja agora; aos quarenta e cinco minutos do segundo tempo. Novembro é o décimo primeiro mês do ano, mas para você ainda pode ser o mês de recomeço. Para você que fechou ciclos e começa um novo. Para você que nasceu de novo e para você que quer viver tudo de novo. Ele vem para te lembrar que você é o senhor do seu próprio tempo, e que esperar mais de si mesmo que dos outros será sempre a forma mais autêntica de felicidade para esculpir a sua melhor versão. Desejo fôlego para viver todos esses trinta dias e fazê-lo do melhor da sua vida. Esse mês é seu. Faça tudo sem medo.
DEZEMBRO
Mês dos que são sinônimos de festa. Dos que são sinônimos de ambição. Dos que têm um coração grande demais para caber nas mãos. A exuberância luminosa nas ruas dividem a ribalta com os esperançosos, acenando pra mais um desfecho e prelúdio de um novo ano. A energia estival já anuncia: é tempo de auscultação. De ouvir a nossa voz interior. De abrir espaço para novas decisões. Dos laços que devemos reafirmar e presente que devemos aproveitar; nos livrando de qualquer passado e ansiedade do futuro. É tempo para alicerçar a gratidão pelos momentos vividos, das pessoas que chegaram e das feridas que fecharam. Dos sorrisos que fizeram dias melhores e dos desafios que nos fizeram mais fortes, e que apesar do pouco tempo, ainda é possível insistir mais um pouco na felicidade. De se olhar com mais cuidado, de procurar aquela pessoa, se jogar naquele projeto e desafogar aquela mágoa. Dezembro é o mês marcado pela transformação, e ele vem para exaltar a sua capacidade de se adaptar. De persistir. De sobreviver aos seus piores dias e continuar sendo uma pessoa melhor, e que a moral dessa história é que o mundo precisa de você.
Não se deixe levar pela péssima qualidade da foto, o que vale é a imagem e o sentimento envolvido nesse momento. Era um daqueles dias que tudo o que você mais quer é deitar na cama e descansar. Estávamos em meio ao furacão de um propósito de 28 dias cumprindo tarefas que fizessem de nós pessoas melhores.
Minha mãe era uma mulher como qualquer outra: tinha uma rotina, morava em um apartamento próprio quase na área rural de Porto Alegre, tinha meia dúzia de amigos e mais sonhos do que ela mesma poderia contar. Tinha também um cachorro feio e um emprego ruim. Está bem, a parte do cachorro feio podemos ignorar, para os olhos dela, ele era bonito (bem, eu também sou, aos olhos dela, então, ela não tem altos padrões de beleza).
Eu, se quer tinha uma vida. Não gostava de sonhar e nem imaginava que o amor ia além daquilo que eu já vivia. Meu coração não andava nada bem e eu havia perdido muito na vida, apesar de pouquíssima idade.
Cortei laços com minha família “fábrica” pois precisava crescer, sair do ciclo.
Em um dia como qualquer outro, Deus olhou para minha vida com a mesma misericórdia com que olhou para a vida da minha mãe e decidiu nos unir.
Desde o momento em que cheguei na vida dela, perdi as contas de quantas vezes ela me montou e desmontou em laços de amor, deixei de contar as tristezas e planejar meu futuro pelo dia de hoje. Ela trouxe a bagunça que só uma mãe que não gerou no útero pode trazer.
Ela tinha medo de errar, e por essa razão, errou muito. Errou mais do que deveria, mais do que poderia. Errou mais do que qualquer outra mãe erraria, errou por não ter recebido nenhum manual de instrução de como lidar comigo.
De tanto errar, começou a acertar. Acertou em todos os abraços, mimos, cheiros, beijos, zelos e cuidados. Me deu além do que eu merecia, além do que eu precisava e não me deixou crescer. Ainda não me deixa. Ela me quer por perto, tenho a impressão de que, de tão perto que ela me quer, provavelmente, se ela pudesse, me colocaria dentro dela. Me engoliria só para que eu estivesse tão perto dela que seríamos uma única pessoa.
Eu, errei pela idade, errei por temer, errei por conta dos outros, errei por culpa-la e errei por exigir demais. Errei em cada noite que não lhe dei um beijo antes de dormir, errei nas orações em que pedia a Deus para que ela fosse uma boa mãe para mim. Eu deveria era ter pedido para ser uma boa filha.
Até que, após vários anos, atravessando nossos vales mais extensos, decidimos acertar.
Oramos, choramos, passamos fome, contamos moedas para pagar a conta de energia, vendemos nossas coisas e mudamos de estado. Sem grana. Tomamos banho direto do cano pois não tínhamos chuveiro, dormimos no chão e quando tínhamos grana, decidimos não investir em nada, deixamos de comprar até mesmo um prato para comer. Ao invés disso, compramos umas passagens de avião e fomos para a Argentina. Trabalhamos, sorrimos, brincamos, fizemos amizades, erramos. Passeamos muito e comemos mais ainda.
Trabalhamos freneticamente, juntamos muita grana e construímos um sonho maior do que todos os sonhos. LIBERDADE.
Juntamos muita grana e jogamos fora. Recolhemos tudo, dissemos adeus e partimos. Outra vez. Acertamos, dessa vez.
Mudamos de país, adotamos uma gatinha rançosa e bipolar, compramos um carro mais velho que sobrevivente do Titanic e mais enferrujado que prego contaminado com tétano. Aprendi a dirigir.
Construímos uma casa dentro de um carro, moramos nela. Odiamos!
Viajamos por muitos lugares, comemos coisas diferentes. Coisas ruins e conversamos com gente boa. Boa demais. Fizemos família ao redor de muitos lugares.
Perdemos, ganhamos. Ficamos enlutadas, ficamos longe. Mas, o coração é como um imã com polaridades opostas, sou atraída pela energia gostosa que minha mãe tem, e ela pela minha.
Reconstruímos pontes, vivemos em família. Fomos família.
Reconstruímos, gastamos dinheiro, jogamos ele fora. Criamos laços, rompemos laços. Aprendemos coisas novas, bebemos até cair. Caímos de tanto beber. Compramos uma cachorra.
Mobiliamos a casa, pintamos tudo, equipamos e desfizemos tudo. Nos isolamos, crescemos, nos desafiamos.
Reconstruímos.
As Segundas-feiras de manhã, nestes dias de Pandemia, são mais um dia como outros dias
As vizinhas falando alto, o galo acordando o bairro e o telefone para quem trabalho home office não para de tocar.
As crianças agoniadas, umas dando graças a Deus por não ter aulas e outras deixando os pais loucos por quererem estudar.
Coitada da mãe, que malemá sabe escrever seu nomes
, tendo que virar professora além de dona do lar.
Eu vou ficando por aqui, sentada no meu sofá rosa, trabalhando, escrevendo, e bebendo mais uma xícara de café
Diferentes mas parecidos somos cidadãos!💚🖤
"Se for para
Xingar,que
Seja de leves;
Se for para
Elogiar,me
Elogie primeiro;
Se somos gêmeos
Temos muito em
Comum;
Se discriminou
Alguém peça des-
Culpas e não faca mais;
Se é preconceituoso
Pare e seja feliz;
Se seu amigo tem
Tudo que ele quer e
Vc não, apenas seja feliz!
Se seu amigo
Não gosta de você
O problema é dele
O importante é que
Vc sabe que
Deus te ama!❤👍
Se não gosta do
Colega,apenas o
Trate com repeito!"