Crônicas do Cotidiano
A vida continua...
Faz duas semanas que me afastei de tudo. Por um lado não foi por vontade, no entanto, quando certas coisas me são impostas, simplesmente se convive com a ideia e se deixa levar pela corrente. A verdade é que, embora não queira, necessitava. Necessitava estar sozinha, completamente isolada das chamadas, das mensagens, de todas as redes sociais, dele, dos problemas, do que as pessoas dizem, do prognóstico, das coisas que me oprimem mesmo quando eu não percebo. Estive comigo. Talvez seja por isso que ontem eu chorei como se estivesse passando pelo mesmo inferno; quem sabe chorei, porque me encontrei entre chamas, queimando. Eu tive que ter esse tempo, eu tive que me reconhecer e escutar um pouco a minha mente que às vezes entre o trabalho e a vida cotidiana, permanece ignorada.
Não tenho o que devo ter pra seguir ignorando que não estou bem, que me irrita o fato da solidão comer meus calcanhares e não ter ninguém pra contar o que está acontecendo, não ter alguém em quem confiar; alguém que queira ter tempo, mesmo não tendo, somente pra conversar. A vida está passando, e eu só quero compartilha-la. Eu penso assim todo a momento. Não vou dizer que, de repente a clareza me veio, porque não é verdade. Porém quero corrigir. Quero me sentir bem, linda, agradável, humilde, valente, forte. Como se realmente valesse a pena lutar por mim.
Onecina Alves
Hoje eu prefiro: VALSA!
Há vantagens no transporte público. Ler um livro, ouvir histórias interessantes de desconhecidos que por alguns minutos pensam que você é um terapeuta ou um guru capaz de dar respostas prontas aos seus dilemas... e a mais valiosa na minha opinião: observar! Hoje, o que me comoveu foram os passos acelerados. A urgência em chegar! O som aos meus olhos era foxtrot mas a melodia do meu peito era bem outra. Hoje prefiro uma valsa. Minha única urgência é ser mais gentil com o meu próprio passo.
Ser mãe:
Tudo muda...
Nosso corpo, nossa mente, nossa alma.
Nossas noites e manhãs e todos os próximos dias.
O cabelo, a unha e o coração também...
Tudo muda...
O conceito, a precisão, a força, o medo.
Tudo muda...
O tempo, a oração, a direção.
Tudo muda, a propósito, aumenta...
A esperança, o Amor e a fé.
A cada dia que passa é uma realidade a mostrar uma evidência que muitos ignoram, a de que o dia e a noite são apenas meros instrumentos que o tempo sinaliza para mostrar o óbvio, que as ilusões do cotidiano não são o caminho para a felicidade.
Mais nas reflexões da vida jamais se analisa o tempo que passa na velocidade da luz, e sim a razão pautada nos acontecimentos diários. Aliás, este é um pretexto sempre usado por quem gosta de enganar a si mesmo.
Quando se sente calor intenso durante o dia, reclama se do sol mas, durante a noite admira se a lua cheia que nada mais é que o reflexo da luz do sol.
Em céu de diamantes durante a noite há um encantamento com as estrelas que ficam distantes anos-luz da Terra.
Durante o dia uma estrela bem próxima ilumina a vida daqueles que vivem a sonhar com as estrelas distantes.
Mesmice
Depois de um determinado tempo, acabamos por notar que os eventos se repetem, não estou falando apenas numa escala anual, mas mensal, semana e quem sabe até diária. Ficamos frente à frente com o marasmo, o comum, o cotidiano em si acaba nos tornando apáticos, é nesse momento que um antigo sonho humano acaba por não fazer muito sentido, o sonho de ser eterno, abandonar a possibilidade de abraçar a morte, a qual nos aguarda de braços abertos, não sabemos onde, não se sabe quando, não parece mais tão atraente. Será que o sentido da vida é escrito em cima do manto efêmero pelo qual a vida foi tecida? Deve ser por esse motivo que os Deuses da mitologia grega sempre são retratados como seres entediados, condenados à eternidade, que acabam encontrando na humanidade uma forma de passar o tempo, experimentando os prazeres humanos, mesmo aqueles os quais não são dignos de orgulho. Altos e baixos, alegrias e tristezas, vida e morte. Será a morte uma dádiva tão grande quanto a vida que nos foi dada? Não sei, deixo a resposta com vocês.
►Remédio
Não sei por quê
Não sei dizer o motivo
Me desculpe aparecer
Estou pensativo, abatido
Refleti enquanto caminhava
E, acabei não encontrando,
A resposta que eu procurava
Pensei que conseguiria pensar melhor,
Se eu saísse um pouco de casa
Falhei miseravelmente
Perambulei, solitário,
Só com os meus pobres pensamentos.
Me diga e irei embora
Me fale e te deixarei em paz
Só quero calar a tristeza,
Que em meus ouvidos sopra
Ela me incomoda, não aguento mais
Eu construí meus conceitos, minhas crenças
Mas, pareço ter feito uma curva intensa
Acabei atropelando certas advertências
Pelo descuido fui ensinado pela gentileza
Agora sofro, me vejo cada vez mais no abandono
Às vezes penso que seria melhor se eu estivesse morto
Não sei, por isso vim até aqui, buscar um remédio
Antes que eu acabe sobrecarregando o meu cérebro
Preciso saber se estou certo em ser um alguém sincero
Pois, ao meu redor, acabo me sentindo um inseto.
Eu ajudei quem tocou minha campainha
Eu acabei me tornando mais que uma simples companhia
Eu apoiei quem eu adorava, quem eu estava apaixonado
Mas, me diga, por quê fui desprezado?
Por quê fui deixado de lado? Reciclado?
Meu coração alcançou um estado irrecuperável
De tantas vezes que fora enganado, ele se tornou frágil
Eu confiei em todos, me magoei, me doei aos poucos
E, como no fim da tempestade, sobrou cacos
Pedaços borrados do meu eterno e dolorido fardo
Ainda cheguei a acreditar, tolamente, em um mundo encantado,
Onde todos se apoiavam, onde todos eram civilizados
Não canibais, individuais, egoístas, falsos.
Perdido, é como me sinto, incerto do caminho
Levando pela estrada o meu peito vazio
Até parece que o céu chorou comigo
Veja, estou todo encharcado, estou com frio
Mas, nada se assemelha a solidão que sinto
Quero saber se devo continuar ajudando,
Aqueles que não me perguntam como estou
Pois, continuo me magoando, o que faço, senhor?
Fé eu não tenho, a esperança eu estou perdendo
Não sei se as minhas ações pagaram o céu, ou o inferno
Mas, de todo o resto, sei que sou honesto,
Sou humilde, alegre, singelo
Então, devo continuar agindo assim?
Mesmo que isso signifique o meu fim?
►Lembrete Na Cozinha
Eu pensei que se eu fechasse os meus olhos,
Toda essa minha dor acabaria
Mas quando os abri, o que restou foi o ódio
A tortura me deixara um lembrete na cozinha,
Dizendo que mais tarde voltaria.
Hoje eu disse a mim mesmo para me manter de pé
Disse a mim mesmo que faria o que puder,
Para ser feliz, para ser o que eu quiser ser
Eu me preparei para mais um dia comum,
E deixei minha tristeza fazendo jejum
Tudo se adequando, conforme o plano
Mas, infelizmente a vida fez sua jogada,
E me apunhalou com a garota das minhas fábulas
Aquela que dedilhei em linhas mágicas
Golpe baixo ou não, isso feriu gravemente o meu coração
E, quando retornei à minha cama, eu disse a almofada,
"Ela não mais me ama, minha saudade por ela clama"
E, inusitadamente, eis que o desânimo
Tomou posse da minha semana.
Mesmo que eu me previna
Mesmo que eu pressinta,
A dor da decepção sempre me humilha
Essa é minha vida, essa é minha sina
E a minha história sempre me ensina,
Que meus erros são apenas presságios
E que os meus ideais não passam de raios,
Que acertam duas vezes o meu retrato.
Às vezes, distraído, eu levo alguns tombos
Às vezes indago se, em minhas costas, há um anjo
O mal que sofro cada dia que uma lágrima caí,
Me deixa cada vez mais perto do precipício que vejo por aqui
Eu tento enxergar além da névoa do medo e ódio,
E, às vezes eu enxergo amor, ou algo similar
Enquanto meu espírito estiver sóbrio.
Ainda não desisti da minha rotina,
Muito menos da minha jovem vida,
Mas devo admitir que às vezes ela me intriga
Eu resolvo um problema, logo sou recebido com ironias.
O tempo cura tudo, menos as más escolhas
Elas irão me perseguir até minha cova,
Mas eu ei de aproveitar minha vida até o cair da última folha
Sei que tenho um caminho imenso a minha frente,
Mas a minha vontade de ser feliz me dará forças
Encontrarei alguém que poderei dizer que me entende
Tudo o que peço é que haja tempo para tudo isso,
Sei que meu futuro não será um desperdício,
Pois, em meus ombros, carrego a determinação do meu pai
E em minhas pernas, a resistência da minha querida mãe
E, quando eu sair de casa, sempre irei olhar para trás
Para que eu me lembre onde poderei voltar,
Quando os meus sonhos eu realizar.
Alegoria
Eu sabia, mesmo sem ve-la, eu sentia, ela está no meu dia-dia.
Tecnologia, criticada ou amada é indispensável á nossa correria.
O que é hoje natural, sem ela não seria.
Todavia, sem hipocrisia ou analogia a nenhuma ideologia, através dela lhe apresento uma poesia. - Adilson Gregório
Tijolos e Caniços
Estava acompanhando uma discussão em rede social sobre um determinado candidato à presidência. De um lado, o fã defendia o cara sob os argumentos de melhora na economia, reforma nas escolas e garantia de direitos humanos. Do outro, um grupo de cinco pessoas rebatia com xingamentos, emojis irritados e aquele tradicional: “Meu pensamento é melhor do que o seu”. Logo, o cara de cima respondeu embaixo reafirmando o pensamento, que, para mim, parecia muito melhor embasado.
Isso não tem a ver com direita ou esquerda. Vai muito além. Observando os comentários, eu percebi duas formas distintas de pensar: a forma estrutural e a superficial. Para mim, o pensamento superficial é como um tijolo sustentado por um caniço em riste. O tijolo representa as certezas, o pensamento imutável, aquilo que eu sei e todos os outros também devem saber. Basta apenas um sopro de vento para o caniço quebrar e o tijolo ir ao chão.
Já o pensamento estrutural é aquele construído tijolo a tijolo. Cada tijolinho é um conhecimento de mundo, uma descoberta sobre si mesmo, a formulação de um novo pensamento. Mas cada pensamento está co-relacionado com o tijolo anterior. Assim pode-se fazer afirmações, pois reconhece-se o porque do pensamento. Se eu tenho uma estrutura e sei porque penso desta forma, fica mais fácil de fazer o outro entender. Dá para explicar, tijolo a tijolo, os motivos para a construção da minha ideologia ou modo de pensar.
Quando o pensamento estrutural encontra o superficial há conflito, pois quem tem muitas certezas não pensa. Não reflete. Não reavalia as próprias escolhas nem ouve o outro lado. Quando dois pensamentos estruturais se encontram há diálogo. Há uma troca de materiais que auxiliam em ambas as construções. Mas quando o superficial encontra o superficial não há troca. Ou melhor, são palavras trocadas no vazio. Tão fracas e sem sentido quanto uma brisa que não levanta sequer a poeira de cima do tijolo.
Uma casa simples construída sobre base sólida é mais forte que uma mansão sustentada por caniços.
Meu tipo de gente
Eu costumava aplaudir gente famosa. Ia a teatros para ver palhaços, via entrevistas para dar risadas, contava piadas para ser notado. Mas, de repente, eu mudei o meu tipo de gente. Não vejo mais graça em palhaços do twitter, reviro os olhos pras piadas levianas e prefiro as conversas sérias, aprofundadas, principalmente sobre assuntos que eu não domino.
Meu tipo de gente é quem me ensina. Quem faz com calma. Quem estende as mãos, sem pudor, e sorri se não há nada a dizer. Meu tipo de gente não tem motivos para palhaçadas. Pois já são trapezistas, mágicos e bailarinas, no dia a dia do espetáculo da vida. E eles não têm medo dizer o que pensam. Mas respeitam que existem os que sabem mais, e que ninguém no mundo pensa igual.
Gosto de gente bem resolvida. Que escolhe por si e não depende de conselhos. Gente que repensa a própria vida, os próprios erros, acertos, vitórias e derrotas. Meu tipo de gente conhece mais a si que aos outros. Por isso impõe limite entre a privacidade e a rodinha de bar. Compartilha, se quiser. Apenas se o assunto somar.
Meu tipo de gente é de verdade. Sente, chora, dança, cai, se levanta e sonha. Tudo numa mesma medida. Pode até chorar de menos, sentir de mais, mas não se deixa carregar pela incerteza de um sonho. Mantém um pé na realidade e trabalha para conquistar o que deseja. Quando não dá certo, a minha gente sorri, pois já sabe que o mundo não está aí para embalar ninguém.
Minha gente escuta boas histórias, assiste bons programas, lê o que lhes convém. São Marinas, Vivianes, Beatrizes e Isabellas, que, no fundo, nada tem a ver comigo. São só elas. Mas quem é muito diferente e me respeita como eu sou, essa é a minha gente.
Aplausos. Vocês merecem.
Vontade, vaidade, ambição, loucura.
Quem nunca teve uma crise de Deus? Quem nunca quis que as coisas fossem diferentes de como elas são? Quem nunca acreditou ter a convicção e a razão das coisas? Será que é errado pensar ou agir assim?
Pois bem, em breve observação e para que possamos entender este pequeno ponto de vista que será demonstrado, peço que façamos uma analogia simples. Veja uma criança recém-nascida, ela é pura e frágil, totalmente dependente dos cuidados dos adultos que a cercam. E esses adultos, serão responsáveis por ensinar essa criança, sobre a vida, as dificuldades e facilidades que ela irá encontrar em sua jornada.
Ora, se pegarmos um recipiente vazio e limpo e, colocarmos coisas sujas dentro dele, o que acontecerá? Da mesma forma, se colocarmos coisas limpas e puras, o que acontecerá com esse recipiente? Assim somos nós, ou seja, somos produtos das mais variadas experiências, acumuladas no cotidiano, seja através da observação, da experiência prática ou até mesmo das influências recebidas por outras pessoas.
Em muitos casos, somos meros replicadores de ideias e conceitos, que já nos foram passados em tempo de outrora. Hoje, falta ao ser humano, uma maior capacidade de analisar os fatos sem ser movido pelas paixões. E é muito difícil, principalmente no campo comportamental, dissociar emoção e a razão, ou equilibrá-las.
Quando lá no título me reportei a “vontade”, falo da vontade de produzir, falo da vontade construtiva, da vontade em realizar algo em prol do bem-estar ou do bem comum. Mas, temos que tomar cuidado para que essa vontade, que é benéfica, não se transforme em ações e/ou sentimentos maléficos.
Tentarei ilustrar com um pequeno exemplo: Imaginemos que alguém ao assistir o noticiário, seja surpreendido com uma reportagem que traz pessoas passando por extrema necessidade, e aquela reportagem sensibiliza a ele. Em razão disso, ele começa a ter a vontade de poder fazer algo para aquelas pessoas, para amenizar o sofrimento delas.
Ele inicia em seus pensamentos, um plano de ação e, neste plano idealiza várias frentes de trabalho, seja uma campanha de arrecadação, um evento beneficente, uma doação, enfim. Até aqui, sua vontade em ajudar o próximo será com certeza salutar, benéfica e digna de louros e reconhecimento. Imaginemos o sucesso dessa ação.
Tendo as ações alcançado o seu objetivo e, com a demonstração do resultado positivo às outras pessoas, virão dessas os efusivos agradecimentos e elogios. E esses despontamentos positivos com certeza lhe farão bem e lhe trarão um conforto, mas, se esses elogios lhe “subirem a cabeça”, opa, problemas virão.
É possível que em decorrência desses problemas o doador comece a se achar como uma pessoa acima das demais, devido a sua ação de beneficência e, comece a acreditar que é o salvador da pátria, um ser iluminado que mesmo diante das dificuldades existentes, salvou pessoas em um momento de dificuldade, começa a ser escravo de suas ações e, a cegueira de seu comportamento o fará se fartar de vaidade. Essa vaidade fará com que esse ser não enxergue as ações de outras pessoas, ou se caso ocorram, sempre a sua ação será a mais necessária, a mais útil, e por que não a melhor. Torna-se um ser, caritativo por fora e para os outros, mas, escravo de si mesmo, torna-se dependente do brilho e dos aplausos e inicia uma busca frenética por reconhecimento.
Essa vaidade desmedida, se mistura com a ambição. Ambição, que apesar de dar frutos, podem serem estes oriundos de uma árvore ruim. Este ser começa a buscar formas para alimentar sua vaidade, entrega-se de corpo e alma, pois tal qual um vício, já não consegue viver mais sem os elogios, muitas vezes imerecidos, mas buscados a qualquer custo.
E as ações? Mesmo que pequenas, serão por ele exaltadas, como se essas fossem capazes de mudar o mundo em que vivemos. E quando se chega a esse ponto, podemos dizer que esse ser atingiu um certo grau de loucura.
Loucura essa que tem como remédio, os afagos, sorrisos e elogios de outras pessoas, fica esse ser dependente total do reconhecimento alheio. Acredito que já tenhamos conhecido alguém que fora acometido por esse “empoderamento” e não vive sem ele, em alguns casos é o famoso ser que “não larga o osso”, “não desocupa”, “não sai da cadeira”, ou seja, o tempo passou, e ele ficou preso nas alfaias das grandes virtudes pretéritas.
Um ser dominado pela vaidade, ambição e loucura, penso que facilmente possa ter crises de Deus, se achando superior as outras pessoas, acreditando que somente suas ações são as corretas e verdadeiras e, que o caminho a ser trilhado, deve ser traçado por ele, afinal ele é o norte iluminado.
Devemos ter cuidado sempre, e se possível, policiarmos nossas atitudes, revendo como as nossas ações estão ecoando em nosso ser interior. Temos que ter a lucidez de avaliar cada sentimento e saber qual devemos deixar florescer, e qual devemos tratar como erva daninha.
Concluo dizendo que somos seres alimentados pelas nossas próprias expectativas e ambições, elas de certa forma nos conduzem pelos diversos caminhos da vida. Lembrando que todos os dias colocamos algo em nosso recipiente e, prevalecerá o que de maior quantidade tiver. O ensinamento do Nazareno ao dizer que não se deve tocar trombetas diante de ti, nos é um ensinamento prático, ou seja, não é necessário que as ações sejam declamadas e cantadas em verso e prosa por si mesmo. Se busca reconhecimento, apenas trabalhe, e o faça em silêncio, não soe as trombetas, o reconhecimento virá de forma espontânea, natural ou até mesmo divina. Se não vier, não há problema, pois afinal, você estará trabalhando em prol de algo maior do que você mesmo e, sua recompensa certamente virá.
POR AÍ
Hoje saí pelas ruas da cidade
Vi edifícios com mil janelinhas
Cada qual com uma história para contar
Vi gente apressada mesmo sem ter onde ir
Vi a moça fazendo bala de coco no tacho
O coco queimado no açúcar tinha cheiro de infância
Por alguns minutos fui criança outra vez
Senti cheiro de terra molhada ao passar por um jardim regado
Senti respingar na pele águas de um chafariz
Senti alegria ao ver o abraço entre duas crianças
Senti uma vontade danada de sentar numa calçada
E sentei
Hoje saí pelas ruas da cidade
Achei tantos tesouros
Que jamais poderia pagar.
Não foi o que eu queria mas tive que aceitar
A vida pode ser rosas
E rosas podem machucar
Seus espinhos
Seu aroma
São os dias
Nossos dias
Uma história
Alegria
Uma dor que contagia
Emoção explícita
Compartilha sara feridas
Mas tem as marcas
Marcas e maresia
Uma noite na periferia
Não é para quem só conhece o dia
Dia dia correria
Não repare a linha
É torta mas é parceria
Parecia que não gatilha
No gatilho sem alegria
Um feixe de luz
Medo se compartilha
Isso é apenas um dia
Só um dia
Mais um dia
Então já olhou
Mais um tremor
Passou correndo
Levanta a mão
Não leve bala em vão
Olha pro lado
Cheio de aflição
É mais uma guerra
Polícia e ladrão
E quem sofre são apenas cidadão
Não tem mais união
Cade os irmão
A família
A nação
Precisa de salvação
Dizem que tem solução
Mas nunca vejo não
É só mais enrolação
Passo isso todo dia
Todos podem notar
Aquele que tem o poder
Não querem mudar
Aparecem uma vez
Só pra fazer esquecer
Com falsas promessas
Depois de vencer
Aqueles caras ficam rico roubando os pobres
É mais dificil ter um livro do que revolver
Acha que ninguém vai se importa
Olha as estrela, o luar, vejo mar
Veja o lixo, sujem o mar
Sujem o ar, brinquem com a pá
Finja que amanhã não há
Não da pra chorar
O sol quente evapora
E nessas horas só resta xingar
Ou apenas continuar
As rosas não são todas pra efeitar...
O banho gelado
me faz gritar
como em um
dia chuvoso.
Me lembra como
conseguimos aguentar
tantas coisas
das quais não
gostamos.
Na vida,
estamos sujeitos
á um banho gelado
todo dia.
Se você
não gosta
do banho
frio.
Você não está
preparado para
a vida em um
dia
de
chuva.
A vida é tão cheia de mistérios
Que ninguém sabe o dia do amanhã.
A vida é tao louca que até o louco ao acordar sabe que sofre de alzheimer.
No mundo em que vivemos tudo é psicológico
A maior batalha que enfrentamos são espirituais,
Nem mesmo os tecnológicos sabem de mais.
Só Deus pode me julgar,só ele pode me parar
Enquanto tiver tinta continuarei a me expressar,
Se for desafio estarei de frente para encarar, mas nem sempre.
Sou tão feliz como sou,que jamais poderia ser Doutor
Porque me chamariam de louco,
E só os loucos sabem...
É tão excitante fazer arte com amor
Quanto querer tirar uma selfie com beija-flor.
Não se sinta idiota por ser verdadeiro em um mundo de mentiras,
que ser normal é ser doente, tomar remédios para dormir, para sorrir, para ficar dormente...
Não se sinta bobo por ser meio Don Quixote, enfrentar dragões de catavento, de amar além do momento... Eternidades estão nas pequenezas dos gestos, no sorriso ao estranho, num bom dia honesto.
Em um eu te amo na presença do afeto...
Não se sinta mal por muito sentir, ir além do curtir, demonstrar afeto da alegria à tristeza, somos humanos e é preciso zelo para cuidar dos achados que não te abandonam...
Amigos, amores, são nosso jardim da vida, a rara flor querida... E se és assim, te orgulhe da loucura nos dias corridos gritando seja normal! Conforme-se!
- Não! A felicidade está na necessidade de enxergar que Amor... É uma linda via de duas mãos... Um vasinho que trinca, quebra e caí no chão, mas quando colamos juntos a quatro mãos, mais amor terá em cada pedaço uma história de superação.
►O Começo da Rima
Começamos com versos simples então
Escrevendo a caneta na mão
Procurando uma razão para eles
Tentando demonstrar interesses neles
Usando versos para contar
Usando versos para falar
Talvez uma historia recitar
Ou quem sabe o passado relembrar
Não é necessário contar tudo
Mas tentar expressar algo para todo mundo
Mas não transformar o papel em um discurso.
Procurando uma palavra para rimar
Na mente muitas iram se ausentar
Tudo bem, deves acostumar
A dificuldade é saber como começar
E qual verso a rima irá terminar
Analisar, está tudo que queira mostrar?
Se não, recomece do zero
"Não, farei novamente, afinal não é isso que quero"
Mas não se faça de esperto
Não pegue qualquer palavra que não fará sentido
Aja por puro instinto
"Vou escrever o que sinto"
Este já é um bom começo
"Melhor que já escrevo"
Podemos agora dar início
E cair neste vício.
Rimar é algo um pouco complicado
Mas tudo fica mais fácil depois do objetivo instalado
Difícil é rimar palavras menores
Também de cores, então decore
Logo, logo, os versos iram se envolver
Fará sentido ao ler
Continue contando acontecimentos
Continue mostrando pensamentos
Seguindo aquele movimento
Versos surgindo a todo momento
Tendo a certeza de ter mostrado o que queria
Pois é assim que eu faria
Contando uma história, fato, eu iria
Sobre tudo isso eu escreveria.
Agora se encontrar um assunto interessante
Talvez ao ler, outras pessoas ache-o fascinante
Escreva o que julgas importante
Não encontra palavras? Busque livros na estante
Começará a ter ideias em instantes
Dos papeis aos teus pensamentos, construa pontes
É assim que faço
Das rimas possuo um certo "laço"
E mais uma aqui, passo
Espero que seja boa como escrevi
Se estará da maneira que gostaria, então li
Em alguns versos, erros eu vi
Outros porém, não percebi
Mas sempre é assim
Fim.
►Ausência da Sinceridade
A sinceridade é essencial
Se torna fundamental
Na relação de um casal
Quando acontece aquela briga irracional
Fale o que sente, pode resolver
Ou talvez não, depende de cada ser
Eu mesmo tenho muito o que aprender
Apesar da rima se transformar em lazer
Não sendo um tipo de dever
Agora novamente, tenho algo para dizer
Todos nós iremos, algum dia, sofrer
Não adianta evitar
Não adianta recusar, se afastar
Esse dia há de chegar
É algo que todos temos que passar
Talvez seja para nos preparar
Para estarmos dispostos a lutar
Para, um objetivo a alcançar.
Essa rima será centrada na sinceridade
Algo que falta na sociedade
Que está ausente em minha cidade
Afinal, essa é a realidade
"Me perdoa", "A culpa é minha" e "Desculpe"
Se precisar, fale-as, não as mute
Sim, há consequências para isso
Eu mesmo já tenho visto
Mas não estou escondendo nada
"Sinceramente acredito que tu estás errada"
Quando preciso, não seguro a palavra.
Aquele sentimento
Aquele pensamento, "Estou melhor"
Talvez terá resolvido tudo por si só
Aquele peso livrado
Aquele sentimento de não está mais sufocado
De não estar mais calado
Que tudo foi falado
Mesmo sem saber se o conteúdo será aprovado
Pelo menos você será libertado.
Seja na família
Ou na vida corrida
Apesar da sinceridade não ser tão querida
Vale a pena dar uma "conferida"
Sentes saudades de alguém? Fale
Diga a ela, não pare
Diga o que queres, não se cale
As vezes isso te tira da solidão
Da insatisfação
Pode ser difícil ser sincero, cercado por uma multidão
Mas não precisa esconder o rosto com a mão
Diga logo, então
Não deixe nada "entalar na garganta"
Logo será uma pessoa franca
Mas talvez seja necessário, as palavras, controlar
Pois se não, lágrimas podem derramar
A pessoa com que está sendo sincera pode chorar
A situação pode piorar
Sobre a sinceridade eu tinha que rimar.
►Futuro
Um futuro com alguém do meu lado
Cobiço isto mais que a um carro
Pois um carro não irá retirar minha dor
Um carro não me dará amor
Afinal és apenas rodas, portas e um motor
Desculpe, mas não entendo muito de veículos, senhor
Mas, que eu encontre alguém, por favor
Essa é a maior ambição que tenho
E, com mais versos hoje eu venho
Quero alguém para amar
Quero alguém que, de "amor", irá me chamar
Apesar de duvidar que essa pessoa existi
Meu desejo persisti
Alguém para aceitar o meu convite
Que irá me amar como eu a amarei
Tudo que puder lhe dar, eu darei
Tudo que puder fazer, eu farei
Tudo que puder dizer, eu direi
É assim que eu serei.
Um lugar tranquilo para morar
De minha esposa cuidar
Meus filhos criar, educar
Feliz aniversário, para eles desejar
Os meus tempos de jovem, para eles irei contar
Não sei se iram se orgulhar
"Nosso pai é o nosso herói", será?
Provavelmente irei, de felicidade, chorar
Este é o futuro que quero viver
Este é o futuro que desejo ter.
Meus pais vivendo em um lugar melhor
Não é por dó
Quero vos dar o que não tiveram
Quero vos dar o que não puderam
E o que já não mais esperam
Apesar do mundo estar bagunçado
Farei o máximo para dá-los
Querer retribuir o que fizeram por mim
Darei tudo a eles enfim
Este é um dos meus desejos sim
Antes que chegue o meu fim
Quero que eles não tenham mais preocupações
Quero que não tenham mais prestações
A famosa "segurar as pontas"
Quero que sejam pontas como âncoras.
Este é o futuro que determino
Este é o futuro que imagino
O futuro que desejo, que sinto
Se torna um motivo
Para correr o risco
Passar pelo que já tenha visto
Vivendo bem, ao lado de alguém
Me sentindo cem
Mesmo trabalhando todo dia
Chegarei em casa e irei sentir alegria
Junto da minha família
Junto de quem eu queria
Mesmo com os problemas que apareceram
Enfrentarei eles, por que não?
Meus pais passaram por tudo, e continuam se amando
De todo o coração
Essa é a minha razão!
►Década Decaída
Eu sinto aquela saudade
Eu sinto aquela fragilidade
Algumas vezes não me sinto capaz
As vezes não sinto aquela paz
Para os outros, nenhuma diferença isso faz
Não me vejo como os garotos da vizinhança
Querer agir como eles? Sem esperança
Creio que se deu início quando eu era criança
Querer mudar de nada irá adiantar
Já está concreta minha maneira de pensar
Do jeito que eu ficaria, não iria gostar
As atitudes que poderia tomar
Sem dúvida, meus pais iriam se decepcionar
Se eu me tornasse aquele tipo de rapaz
Que, para fazer uma mulher chorar, eu seria incapaz
Desrespeitar, agredir, roubar os pais, tornaram-se atos comuns
Por que para mim, continuam sendo incomuns.
Essa nova geração a qual pertenço
Será que eu realmente mereço?
A sofrer pela diferença estou propenso
É algo bem "tenso"
Mas que, cada dia eu venço
E a cada dia eu penso
"Será que estou no lugar certo?
Da vida comum eu estou perto?"
Não me considero um garoto esperto
Alguns dizem até que sou idiota
Outros, que não alcançarei a vitória
Que meu futuro não será regado de glória
Mas eu faço minha própria história!
Esses tempos estão confusos
Devo ser um dos intrusos
O prelúdio do concerto musical
Onde todos estão naquele alto astral
Isto se tornou uma lenda
Que hoje está à venda
Ser educado com alguém hoje é assédio
Sinceramente, já estou com tédio
"O cavalheirismo está extinto"
Decepcionado, ao escutar isso, me sinto
As mulheres erram nas suas escolhas e falam ao todo
Escolha seu parceiro ao seu gosto
Mas não digam que todos são iguais
Façam operações fracionárias
E acharam os tais "Cavalheiros"
Provavelmente estavam, ou estão, com os "encrenqueiros"
Cuidado, procurem que iram encontrar
Pois, existem aqueles que não querem maltratar
Aqueles que não querem magoar, só adorar e amar.
O meu diferencial não me torna especial
Não sei também se é ou não prejudicial
Mas está tudo bem, é normal
O mundo hoje está errado
Está desequilibrado
Desorientado
Não estou adaptado
Mas não posso fazer nada
Mas sinto falta do respeito
Tratar as pessoas desse novo jeito
Tenho até medo do que, a seguir, virá
É sentar e aguardar chegar!