Crônicas
“Vende-se perdão”, na forma materialista de compensação a aquele que possui o pecado, ao desvirtuado será compensado pela indulgência. Para o suposto pecado de hoje o julgamento será amanhã, talvez por um sistema corrompido e transgressor. Para tanto há regras para dar forma aos prazeres concedidos e do perdão aos pecadores. Se acaso houver um amanhã que haja um novo episódio. Aliás, Pecado não existe; perdão também não.
Você me dá frio na barriga, arrepios, lucidez quando a loucura exagera e loucura quando tudo fica chato demais, você também me dá sorriso de orelha a orelha, vontade pra seguir adiante, vida pra sorrir e sorrisos pra pintar a vida, paz pra descansar, calor pra aquietar o frio, liberdade pra correr, me dá alma, um brilho pra colorir alguns poucos cantos cinzas da minha vida, você me dá poesia e prosa, trilha sonora, um tanto bom de tranquilidade, alguns gramas de alívio, inspiração para me salvar da transpiração, estrelas, sol e luar, certezas, conselhos, puxões, empurrões e colo quando preciso chorar, carinho, beijos, abraços, amassos, ombro, mãos, pés, caminhos, norte, sul, leste, oeste, noroestes e sudoestes, sonhos, realizações, esperanças, gol, cestas, pontos, vibrações, futuro, cartaz, palavras, frases e letras, histórias, brilho nos olhos, adjetivos, o mundo embrulhado num papel de presente e com laço vermelho, você me faz criança, me faz ser puro, ingênuo, me faz feliz.
Estava tudo calmo, até que avistei uma pantufa azul com nuvens brancas estampadas. Imediatamente olhei tudo que rodeava o meu quarto e que pudesse entrar em sintonia com essa pantufa. Estaria ela isolada da minha existência, ou algum motivo teria para me chamar tanta atenção? Comecei então a observar meu quarto, e notei que, assim como as cores daquela pantufa, meu lençol também é azul de bolinhas brancas. Olhei em seguida de forma mais abrangente o meu quarto, cenário onde passei os últimos momentos na infância e pré-adolescência, antes da partida para os insondáveis e misteriosos planos e objetivos profissionais. O local está exatamente como deixei. Abrindo a janela, esta que ainda é protagonista constante nos textos feitos durante as minhas férias, notei, nas montanhas, o mesmo verde de sempre. No ar, a mesma brisa que caracteriza o clima paradisíaco de Friburgo. Só o céu parece agora mais azul e com as nuvens mais brancas depois que parei para observar as pantufas. Ao lado da janela, o espelho de sempre; porém, o reflexo mudou. Percebo um corpo mais maduro pela idade, mas, mesmo assim, com o mesmo vigor de alma. E Isso me deixou mais ansioso, agora, para chegar até você. E vem daí a minha grande dúvida. Como tanta reflexão pode partir apenas da observação de uma simples pantufa azul com estampas de nuvens brancas? Tento sair então da redoma desse quarto e volto novamente à janela; e vem aí a incerteza de que nossos respectivos carmas se processem. E isso, por si só, já me faz vibrar, assim como acontecia nos tempos quando olhava minha infância nesse mesmo espelho, cheio de expectativas acerca do colégio. Então me pergunto: será que, por sentir essa sensação novamente, isso não merece uma continuidade? Por mais que eu pense a respeito, não encontro, por mim mesmo, o caminho para um esclarecimento, ainda que imperfeito, mas que traga um pouco de qualquer coisa. Dizem que a ânsia de exteriorizar o que sentimos por nós mesmos pode assustar as pessoas. Mas acho que não... Nada mais natural numa fase de adaptação de uma alma ainda em plano material. Nesse ponto divirjo de certos pensadores que afirmam que devemos ficar mais em paz com nossos pensamentos. Não concordo, repito. Estou certo de que uma reflexão sincera e vibrante é um pensamento em forma de prece e que pode atingir para o bem, de alguma forma, aquilo que nos inspira a refletir. Espero apenas deste mundo, que em breve possa encontrar respostas para estas dúvidas, decorrentes, certamente, de uma simples pantufa azul com nuvens brancas estampadas.
""O Ciclo do amor moderno". Algo pra falar sobre esse texto? Apenas que resumiu e enquadrou todos os casos de amor nos dias atuais. Todos? Sim, todos. Todos porque não passa de um clichê toda essa história. As pessoas não têm mais criatividade e nem vontade de amar de verdade. Quem tem, tem medo! Medo de arriscar porque alguma vez na vida já passou por esse "ciclo do amor moderno" e se machucou. São poucos os que amam e não fazem disso apenas um status. Porque o desfecho de toda essa farra terá sempre um maior número de pessoas que foram magoadas do que um número de pessoas que foram felizes. Com exceção de você que faz isso e acha que está feliz... Acha! Até você descobrir que o único iludido de toda essa "felicidade fácil" é você!" ( Carol Torres )
Quando a mesmice começa atormentar nossa vida criamos uma confusão na mente, a rotina se torna um fardo pesado, nossa saída tem sido as redes sociais, procuramos com os olhos um comentário, uma foto, algo que preencha esse espaço em aberto na nossa vida, e assim perdemos mais tempo, deixamos a vida passar procurando em algo a solução que está em nós, não está em Deus, não está no parente, nos amigos das redes sociais, está só em nós, reagir, sair do comodismo, da mesmice exige esforço e vontade, se algo não dá certo vamos nos doar á outras coisas, à outros afazeres, à outros trabalhos e até à outros pensamentos, a vida não pode ser perdida, talvez enquanto preenchemos o tempo esperando por um sonho vamos nos dar conta que a coisa certa á fazer era exatamente aquilo que não estávamos fazendo.
De cá, de lá, nos meus pensamentos, no meu coração, de qualquer modo só dá você. Não adianta evitar o dia inteiro não pensar em você, quando chega a noite e vou me deitar simplesmente lá vem você. Lá vem você nos meus sonhos, acelerando meu coração e imaginando cenas, diálogos, abraços. E eu percebi que é incrível como a gente não tem noção de quanto uma pessoa pode mexer com a gente, e de como a gente não tem noção do quanto somos capazes de gostar de alguém. E eu percebi que é com você que eu desejo viver todas aquelas baboseiras do amor, todo o carinho do mundo, todos os abraços que eu puder dar, todo o sentimento que eu tiver para oferecer, toda a alegria que eu puder te proporcionar. Eu percebi e descobri que não adianta evitar, quando é amor a gente tem que se entregar, tem que aproveitar e tem que amar sem se importar com os riscos que tem para correr, afinal acho que amor é um pouco disso: andar de olhos vendados esperando que o outro te guie, te guie rumo a felicidade.
Ninguém quer pagar o que todo mundo deve. O consciente disso é a busca que o dinheiro requer, todo o mundo quer viver sem ser perturbado e naturalmente não querem a morte. Querem pagar pela liberdade e o perdão do pecado, sonham com o paraíso, mas não fazem por merecê-lo. Estes personagens do cenário da vida chamado gente, brincam de contar verdades e contam muito mais que mentiras. Mesmo não gostando nem aceitando as mentiras e enganos; os personagens homens e os mitos representam os conceitos e os preconceitos da humanidade com relação direta às influências peculiares dos meios sociais.
Já estava me preparando desde algum tempo para este momento, esta apoteose da vida. Juntei alfarrábios. Coloquei em ordem minhas lembranças. Revelei e produzi, com reflexos em todo meu sistema neurológico, os sonhos que carrego nestes anos de peregrinação pelos meus caminhos e descaminhos. De súbito, fazendo uma reflexão profunda, sofri amputações em minha alma. Tropecei. Quase cai. Dei uma esbarrada na parede. Mas pensei como Voltaire: “algumas picadas de mosquitos não podem deter o cavalo em sua fogosa corrida”. E é lembrando de Schoppenhauer, que testemunho, divido e compartilho a miséria e as dores do mundo aqui. Em dado momento, sentimos não caber dentro de um post. Mas e daí? Rompemos então as peias de um clique e fazemos outra postagem. E se um manual do que “devemos ou não postar” fosse feito, subtraindo da gente o prazer de escrever sobre o que estamos com vontade, diríamos ser aqui, aí sim, um repositório de merdas laborais. Para mim, um espaço sem graça. Então é preciso explicar, antes de mais nada, que entro aqui para descobrir nas pessoas, de forma espontânea, o que cada um carrega na mala. Uns trazem o colorido, outros o crepe da dor. Outros o violáceo das recordações saudosas, outros o róseo das primaveras saboreadas vida afora, sem nos esquecermos das exposições espiritualistas de cada um. São posts e retratos da gente, uma encarnação digital das nossas vidas, a materialização do colóquio, a história viva do meu tempo e também do futuro, quando poderemos, aos 100 anos, rolar essa timeline e nos lembrarmos do que fomos e sentimos há dezenas de anos. Não vivo o mundo da conspiração. Prefiro a vida real. E erra quem diz que ela também não está nessa telinha que estamos vendo agora. E estará tudo aqui, incluindo os pregões das nossas decisões, dos lugares onde vivemos, das coisas vistas e dos fatos testemunhados como um grande álbum digno do século de Nava. Eu, particularmente, recuso permitir que me seja removido ou aplacado esses recortes por qualquer processo. Talvez, porque não seja o único a aflorar aqueles complexos filosóficos e princípios religiosos que antes não tínhamos consciência de possuir. Bastou uma perda física ou moral e entramos aqui e experimentamos em nosso espírito o efeito dessa mutilação. E há muitas possibilidades de nos expressarmos aqui. Por exemplo, acabaram de me perguntar se eu “acho” que vou envelhecer numa redação. Isso me fez esquecer tudo o que eu estava dizendo até agora e resolver mudar completamente de assunto para falar sobre a juventude. Cocteau dizia ser a juventude “uma qualidade que só a idade faz adquirir”, confessando Picasso, do alto de seus noventa anos: “Leva-se muito tempo para ser jovem."
Quando a noite não passa e meu pensamento procura o seu, espero assentada na calma na esperança de um olhar. Entrelaço minha vida a sua., não existe elo, somente meu coração espera o seu. Minhas mãos se erguem em sua procura e minha vontade se assenta em cadeira de balanço, mais calma se torna quando escuto seus pensamentos e procuro entendimento. Já é tarde! Minuciosamente cuido para que eu escreva o único verbo de minhas notas de amor, “Esperar” , talvez seja tarde , talvez ainda exista fogo em toda essa calma e aquela cadeira de balanço me lance novamente na única realidade que me envolve : Um olhar doce de um melódico tom maior.
Sou muito a favor da transparência e honestidade das pessoas. Porque a mentira ela pode durar muito ou pouco tempo,mas tenha certeza de uma coisa,ninguém consegue conviver ou morrer com ela! Isso já foi provado! Como já dizia meus avós ou populares de plantão: A MENTIRA, TÊM PERNA CURTA! E pra finalizar esse meu ponto de vista do assunto aqui falado,um uma frase que sempre gostei e me inspirou em um determinado momento de minha vida: MALANDRO SE SOUBESSE QUANTO É BOM SER HONESTO...SERIA HONESTO SÓ POR MALANDRAGEM.Salve o grande mestre Dicró! E saudades...
As instituições perdem a credibilidade e, cada vez mais, são ridicularizadas na opinião pública por sua ineficiência, inoperância e atos equivocados. E seus gerentes, mais preocupados em se locupletar, dão de ombros, espalham explicações pífias e tudo segue assim. Paga o preço deste circo o que ainda existe e é sério, como a escola pública. Desprezada por governos, desrespeitada por sua própria comunidade escolar. E aí o circuito da falta de seriedade é mero resultado cultural.
Há pessoas que sentem um prazer insano ao desestimular o outro. Adoram essas frases feitas de água fria, como “não vai dar certo”, “isto é impossível” ou a clássica “é melhor nem tentar”. Geralmente são sujeitos de poucas conquistas na vida, muitas frustrações e um punhado generoso de inveja. Chegam a ter inveja até do que ainda não aconteceu. A possibilidade de vitória alheia lhes provoca terremotos no fígado e na alma. São pessoas infelizes, que vivem de espalhar grãos de sua infelicidade pelo mundo. Nem sempre conseguem.
Mãe não tem diploma ou certificado. Nem carteira de habilitação, fórmula matemática ou contrato de letras miúdas. Mesmo que ser mãe não seja para qualquer uma. Por isto, não haverá mãe por decreto judicial, por lei irrevogável ou por receita médica. Não mãe de verdade. Nem basta se declarar mãe apenas por se achar que é. Não há presunção de maternidade. É preciso ser, simplesmente ser. Mas, antes de tudo, é preciso saber ser mãe.
Se houvesse um despertador de verdades, não vendiam cópias das falas, nem imagens daquilo que não viram, não tocaram e não sentiram, não vendiam amor nem salvação, nem pecado nem perdão. Se houvesse um detector de verdades sobre os rituais talvez não desfilasse o gosto do pecado sobre as escadarias, nem vendiam folhetos dominicais dotados de um sistema mecanizado “amém”. Bom mesmo são umas modinhas de romance fracassado em duetos no radinho de pilha. Verdade mesmo é a palha que baba a vaca, que sustenta o leite da cabra. Verdade mesmo é o pó na aba do chapéu no fim do dia, o pó da terra que a criança brinca e o cachorro deita. Tem muita coisa por aí que não passa de comércio de medalhinhas, fitinhas, e supostos milagres, comércio da falácia sarcástica, e, de uma moda de vestes contemporâneas. Papa Francisco afirmou sua vontade de que “os cristãos ultrapassem as suas diferenças e se tornem uma única comunidade religiosa”. Padre Fábio de Melo nos alerta que “a Igreja foi criação de homens e não de Cristo, Jesus não queria a Igreja, queria o Reino de Deus, mas a Igreja foi o que conseguimos dar a Ele”. Raul seixas destaca a igreja invisível “Para os pobres e desesperados e todas as almas sem lar”. A toda ovelha revoltada resta o repúdio do sistema e a criação de um novo templo e uma nova religião, uma nova ideologia que buscam apenas o sustento das verdades em cima de um povo humilde faminto. Sendo assim tão logo aos sistemas cabe uma nova criação de mais papas, mais santos, de uma nova bíblia, e, de um novo cristo já que é inevitável a subdivisão eclética, porque para o povo tudo é verdade desde que sustentada à verdade seja em nome de Deus. Assim sejam o despertar todas as manhãs em que eu acordo (A. Valim).
Não comer a carne é um ato de autopunição. Por que não fazer o bem através da carne? Aliás, ficar sem comer a carne é a maneira mais fácil que se pode fazer para dirimir o pecado. Bendito seria esse o prazer do mendigo, comer a carne com o mendigo é um ato quase impossível, é mais fácil erguer a bandeira, baixar a cabeça prostrar-se de joelhos e entender como pecado, mas, que pecado é esse? O que é pecado? Sendo assim é muito mais fácil à autopunição, a autopunição também pode ser um ato de covardia. (A. Valim).
Para curar chatice o melhor é uma rede cearense azul, da cor do céu, que descansa na sacada de um apartamento projetado por um maníaco construtor de caixas de pombos. Ele deve saber como construir casinhas em cima de árvores. Deito na rede de alma baiana por uns instantes com o prazer do descanso do corpo de um cronista modesto num país de poucos leitores. (Do livro de crônicas Romanceiro de Goiânia - Doracino Naves).
Falo sobre Goiânia sem pretender conquistá-la nem me igualar aos bons cronistas e poetas daqui. Imagino ser uma espécie esburgada de Odisseu viajando entre dois paredões do tempo: a Goiânia de ontem, bela e acolhedora e a de hoje, imprevisível com seus tentáculos a inflar as nossas vaidades. (Do livro de crônicas Romanceiro de Goiânia - Doracino Naves).
Sou um mero espectador da alma goianiense. Apanho pela cidade o sentimento humano que nem o tumulto da pressa da metrópole antecipada pelo tempo é capaz de abafar.No meio da névoa, a copa de um pé de cajá-manga aparece como uma ilha virtual. Goiânia é uma cidade digna; contemplo-a com paixão. (Do livro de crônicas Romanceiro de Goiânia - Doracino Naves).
Ainda posso ver as estrelas. Elas brilham demais mesmo estando muito longe. Faço uma prece para Deus, ouço Sua voz. Hoje, bem perto de mim. Outros dias, muito longe, mas nunca fiquei desamparado. Sempre consolado. Nunca pensei que seria assim, a felicidade batendo à porta. Abri sem ter medo dela. Por quanto tempo ela vai continuar aqui? Até quando eu mesmo permitir. Se existir a eternidade vou escolher este tempo.
O que acontece ao homem molda seu caráter, você é o que lhe acontece. Não se pode condenar uma pessoa sem lhe conhecer. Leia minhas crônicas, ali está o que me acontece e assim terei um julgamento justo. E a você não somará mais pecados do que já tem em sua vida. Aqui emprestando as palavra de Augusto Cury: "Não há aplausos que durem para sempre e nem vaias que sejam eternas."