Crônicas

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⁠Um retrato dolorido do isolamento
Vi meus vizinhos aos poucos irem perdendo o brilho nos olhos por não poderem conviver com o próprio neto. Vi o neto deles, que mora na casa da frente, chorar por não poder abraçar os avós.
Vi minha vizinha, a mãe do bebê sofrer por ter que inventar mil desculpas para o filho não entrar na casa dos avós.
- Bê, o vovô perdeu a chave do portão, não tem como entrar, meu filho.
Eu olhei dentro dos olhos da avó deles e vi a dor de não poder abraçar o neto, a tristeza de estar isolada e o medo de não saber quando poderiam novamente estarem juntos.
Tenho visto cenas como essas diariamente e meu coração é revolto de um amor impensável que me faz querer estar perto deles para aliviar um pouco esse sofrimento que o isolamento vem lhes causando.
Minha mãe, para ajudar, se oferece para dar uma voltinha com o menininho na rua (que é sem saída e 100% segura).
Quando somos obrigadas a sair para comprar algo que está faltando, questionamos sempre se eles precisam de algo.
É o mínimo que se pode fazer como pessoa, de pessoa para pessoa.
Não é um favor, é uma obrigação como ser humano, porque se não pudermos tirar algo bom dessa crise, o que estaríamos aprendendo, então?
Meu desejo? É que possamos logo sair dessa e que tudo seja MELHOR que antes.
Não quero nunca mais ver um garoto de 3 anos tentando entrar no quintal dos avós para abraça-los e ser impedido por algo que ele ainda nem entende.
Não quero nunca mais ver uma mãe ter que inventar mil desculpas ao filho na tentativa de proteger sua família, seus pais.
Não quero nunca mais ver um casal de senhores chorarem por não poderem abraçar o próprio neto.
Não é justo, por isso, vamos ficar em casa o máximo que conseguirmos, até essa crise passar, para que os Bernardos desse mundo possam abraçar seus avós.
Texto de Vida Erin Zurich

Inserida por agenciadk

Você e o Estado.

Somos seres sociais, isso é um fato. Somos integrados em uma sociedade que exige de nós uma participação que pode acontecer de forma direta ou indireta. Essa integração social, faz com criemos uma dependência das outras pessoas que também desfrutam dessa mesma sociedade.
Nós comemos, bebemos, vestimos, enfim, tudo que fazemos tem a participação de algo ou de alguém. Alguém produziu, alguém fez e nós partilhamos ou desfrutamos. Essa troca existente entre os seres, faz com que a sociedade se mantenha, como a engrenagem de um grande relógio. Todas as peças têm uma função, todas trabalham em conjunto para o funcionamento ininterrupto da máquina.
E como a sociedade não é tão homogênea em razão das diferentes formações pessoais e culturais, essa sociedade, entendendo isso, delega parte de seu controle, criando o estado.
Em cada país o estado fornece algum tipo de controle, visando em um primeiro momento a perpetuação e o desenvolvimento daquela sociedade. Esse controle é muitas vezes consuetudinário, o que acaba por ser absorvido pela maioria ou a totalidade daqueles que vivem sob aquele estado. Temos leis, decretos, normas, atos, enfim, uma infinidade de mecanismos de controle que nós mesmos acabamos criando e por consequente empoderamos o estado.
Com esse poder, o estado se torna maior que o indivíduo e ouso a falar que dependendo da situação, maior ainda que seu próprio povo. Basta vermos os grandes massacres, misérias e fomes, produzidos em nome do estado através da história.
Ora, perante o estado, muitas vezes agimos e somos tratados como semoventes. Criamos algo que pela nossa falta de interpretação e inércia, aprendemos a temer. E tememos justamente por não entender que o estado é cria nossa, é nosso filho. Nós o fazemos, nós o criamos, nós o alimentamos.
Abrimos mão de nossa individualidade para nos somarmos ao todo, mas, neste processo, acabamos por criar uma dependência doentia, na qual não conseguimos dar um passo, sem este estar sendo ditado por outros.
Basta acompanharmos os noticiários que veremos que o ser humano ficou para trás. Discutimos ainda, em pleno 2020, questões que provam que a nossa sociedade pouco evoluiu. Discutimos questões como: gênero, raça, crenças. Penso que todas essas questões em uma sociedade evoluída, deveria fazer parte apenas nos anais históricos. Talvez por isso ainda precisemos que alguém nos dite o que fazer e o que comer.
Somos extremamente motivados pelo todo, e perdemos a capacidade de pensar por si mesmo. Não distinguimos mais o certo e o errado. Nas trágicas coisas talvez, mas, nas coisas simples do nosso cotidiano, preferimos que alguém dite o que nós devemos fazer. A modinha virou moda, que virou conceito, que virou verdade, que mudou sua vida.
Partindo do princípio que devemos ser todos civilizados, penso ser estranho quando normas reguladoras me dizem o que posso ou não posso fazer. Fato, tal situação não se aplica a quem vive a margem social e não consegue ter convivência com outros seres humanos. Neste caso toda regulação e restrição, ainda será pouco. Aos humanos, humanidade.
Neste momento você poderá achar que estou me considerando um ser acima da lei e da média. Mas, a questão não é essa. Se você sabe quais são suas obrigações sociais, se precisar ser cobrado a todo instante sobre elas, logo, podemos concluir que: ou você não sabe, não internalizou ou você a quebra continuamente.

O estado regula aquilo que nós damos para ele regular, simples assim. Quem manda em sua vida? Você ou o estado. Lhe digo que é o estado. De tanto empoderarmos o estado, fizemos dele nosso pai, ou mãe se preferirem. O estado lhe diz: Use cinto de segurança, senão você poderá se machucar, use capacete, senão você poderá se machucar. Se cuide, senão te puno. Ora, essas questões nem sequer deveriam fazer parte de uma lei em um mundo civilizado. A própria consciência do ser humano, deveria entender que para sua proteção individual, essas ações são necessárias, independentemente de uma norma regulatória.
Poderão aos gritos dizerem: Ora, não evoluímos a esse ponto, precisamos de regras senão a sociedade desmorona.
Observem o quão essa afirmação é perigosa: “Precisamos de regras”. Quando afirmamos isso atestamos nossa animalidade. Mostramos que como seres humanos, temos que ser domesticados, adestrados, senão não conseguiremos viver em sociedade.
O estado que criamos não é nosso porto seguro, antes, é a coleira que nos mantém presos, é o forcado que impede que atravessemos a cerca.
Quanto mais você evolui como ser humano, menos você necessitará do estado. Quanto mais você evolui, mais clareza sobre as coisas você consegue ter. Assuntos antes polêmicos, se tornam simples. Assuntos simples, viram poeira ao vento. Questões que hoje ainda enchem salões como: aborto, racismo e homossexualidade, perdem a importância, pois para um ser humano, a raça, o comportamento, o trato da vida, são apenas questões individuais e devem ser respeitadas por cada indivíduo.
O nosso mal, é que importamos demais com o alheio, opinando sobre como os outros devem conduzir suas vidas, e esquecemos que pessoas não são marionetes de nossos desejos e vontades. Muitas vezes queremos o melhor para a pessoa, mas, como saber o que é melhor para outra pessoa, sem se tornar ela? Usamos uma única receita para todos os males. Isso é no mínimo perigoso.
Você e o estado podem andar de mãos dadas, mas, não se esqueça, ele é sua cria, e não o contrário. Charles Chaplin, parafraseou: “Não sois máquina! Homens é quem sois! ” Pergunto, com tanta submissão e controle de sua vida, somos homens ou máquinas?
Pense e reflita.
Paz e bem.

Inserida por Massako

Positividade e clareza.

Muitas vezes enfrentamos situações em que não sabemos o que vem depois. Ficamos completamente perdidos e, quando buscamos os conselhos de nossos pais e de nossos amigos, estes normalmente pedem para termos confiança, sermos positivos, acreditarmos, termos fé. Mas, como posso ter confiança, ser positivo, acreditar ou ter fé, se o algo pelo que estou sofrendo, ainda está em andamento, está para acontecer? Nessa altura, ter coerência parece ter mais importância que ser positivo.
Mas, a positividade ou clareza, sem a coerência, será um desastre.
Se você não consegue ver claramente, você ficará hesitante. Se você vê claramente, você estará confiante, entrará sem medo, mas, mesmo assim, algo poderá lhe escapar, pois você não sabe o que vem no seu caminho.
Aqui vai uma dica, não se trata de ser positivo ou negativo o importante nesse momento é não se preocupar com que a vida vai lhe render.
O que ela lhe dará, dependerá de muitos aspectos e no final, não importa, pois de tudo, nada levaremos. Você poderá se tornar alguém importante ou um despercebido social, e daí, ninguém se importa com isso, pois ao final, os ossos se misturam.
Quando você tiver a clareza que a sua vida deve ser aprimorada neste atual momento, você descobrirá que algo lindo surgirá dela e se tornará um ser mais positivo.
Há ninguém é dado o poder de ver o futuro, e se pudesse, qual graça haveria. Se você já soubesse o que lhe aguarda no final de sua vida, você poderia já, morrer hoje.
A maravilha da vida está em não sabermos o próximo passo, o que irá acontecer.
Trabalhe hoje, mas, não queira ser o manipulador do amanhã, pois você não conseguirá.
Não tente adivinhar sua vida, apenas trabalhe para construí-la, lembre-se de que o amanhã ainda não existe.
Aprenda a lidar com o agora, saboreie a vida, viva o hoje, você está aqui para viver e não evitar a vida.
Se você tem medo do amanhã que ainda não existe, e das coisas que poderão acontecer, isso só acontece porque você já determinou em seus pensamentos o que irá acontecer. A pergunta é, por que você está pensando no que poderá acontecer, e não está vivendo o agora?
Ao viver nas incertezas do amanhã só criaremos ansiedade e angústia por algo que não controlamos.
Se você se dedicar ao hoje, enxergar com clareza os problemas de hoje, tomar ações para que elas aconteçam, ainda assim, muitas delas se desdobrarão no possivel amanhã. Então não sofra.
Ser positivo significa antes de tudo, entender o processo, vê-lo com clareza, compreender que devemos trabalhar da melhor maneira a nossa parte, e deixar o amanhã para o amanhã, pois como disse, o amanhã não existe.
Pense nisso.
Ilumine seu dia.
Seja luz.
Paz e bem.

Inserida por Massako

⁠Se não houvesse o amanhã?

Imagine se você descobrisse que para você, não haverá um amanhã. Como você reagiria?
Embora já tenhamos ouvido esse tipo de pergunta, nossa reflexão sobre ela normalmente é bem rasa.
Isso se dá porque acreditamos que o dia de amanhã virá, e que nada irá parar esse processo. Sentimo-nos quase que imortais, mesmo que a idade pese sobre nossos ombros. Não gostamos de pensar sobre isso, embora a vida seja uma caixinha de surpresas.
Mas, penso também que não gostamos de pensar sobre isso, pelo simples fato de que grande parte da vida é desperdiçada com futilidades, e nem sempre é aproveitada em sua plenitude. E não gostamos de ser confrontados nesse aspecto.
Vivemos em busca de coisas, não de vida.
Construímos coisas, mas, destruímos laços. Perseguimos sonhos, mas, desprezamos a realidade.
Queremos possuir tudo, mas, não levaremos nada.
Não quero que pense que devemos ser levianos, a ponto de abandonarmos tudo e sairmos pelo mundo, abraçando a tudo e a todos , isso também, seria talvez uma irresponsabilidade, a questão não é essa. O desafio é, será que é possível eu ter e ser ao mesmo tempo?
Quantas horas de nossa vida, desperdiçamos destilando veneno? Depois, quanto tempo gastaremos para simplesmente, retirar esse veneno, que nos mesmos ingerimos?
A vida é uma dádiva, qualquer que seja ela. Evolução não é sobre bens, posse, poder. É sobre o quanto o seu ser cresce, e evolui como ser humano.
Que é necessário trabalhar e construir uma vida digna, isso é fato, mas, não podemos nos perder nesse caminho.
Amar, abraçar, viver a vida, realizar seus mimos, derrubar os preconceitos, analisar seus conceitos e suas verdades, se adaptar ao novo, tudo isso faz parte da vida.
Temos pés e não raízes, ou seja, nos temos mobilidade para poder fazer as coisas acontecerem.
Não deixe que no final, só lhe sobre arrependimentos pelo que poderia ter feito ou pelas coisas que fez de errado e não deu tempo para reconciliar.
Antes tenha a certeza, que teve uma vida, repleta de vida.
Como diria uma frase atribuída ao imperador romano Júlio César: Veni, vidi, vice. Que significa: Vim, vi e venci. Pergunto, você veio, você viu, mas, será que você é um vencedor?
Pense nisso. Vença suas fraquezas, se liberte de seus conceitos.
Mude seu comportamento para melhor.
Reflita.
Paz e bem.
Seja luz.

Inserida por Massako

⁠O sol do meio dia beijava-me o corpo ansioso, se existisse a possibilidade de personificação dos elementos da natureza em seres humanos, diria que neste domingo silencioso, o calor dos amarelos raios de sol tentavam confortar-me ao esperar por ele. Observava os carros passarem de forma apressada, sem me importar muito com a vista, era a primeira vez que me encontraria com alguém para um possível sentimento de carinho e afeto após alguns meses (pareciam anos) os quais me senti abandonada, humilhada e insuficiente. Tive meu tempo para a recuperação e também para me sentir uma mulher incrível. Apesar de tudo isso, parte de minha cabeça me dizia coisas terríveis, ainda podia sentir o sabor amargo da secura na garganta, duvidei por uns segundos se tudo sairia bem, afinal, me sentia influenciada por palavras grudadas no passado as quais se me esforçasse poderia me recordar do tom e da cor acinzentada que vinha de um amor do passado.
Uma mão me toca com cuidado nas costas, uma voz soa a seguir receosa, disse-me um oi tão delicado que estranhei de primeira vista tamanho cuidado. Seus olhos sorriam para mim, olhei para trás empurrando duas mechas do meu cabelo atrás da orelha. “Me enganei” penso, mas depois ele me diz o quanto estou linda, os ombros relaxam e me contento ao perceber que em seus elogios não vinham complementos como: mas, falta ou você deveria...
Tudo isso era tão novo e excitante. Ser olhada novamente, estava surpreendendo, estava sendo retribuída. Fomos a uma barraquinha de sorvete. Brincamos de quem pagaria a conta, demos um real cada um por cada sorvete que pedíamos, ele nem sequer olhava para os lados, já eu, lançava olhares para algumas meninas que caminhavam na rua e retornava o olhar a ele que nem sequer notava qualquer outro acontecimento a não ser nosso encontro. Perdi a conta de tantos sabores que me fez experimentar, depois do terceiro, suspeitei que fazia isso só para ver minha expressão a cada novo gosto. Cheios, deitamos nossos corpos na grama quentinha do parque, conversávamos sobre nossos interesses ao som das risadas enérgicas das crianças ao correrem ao redor dos brinquedos.
Demonstrava interesse por todas as minhas histórias e dava loucas ideias para que eu experimentasse ousar. Ainda me sentia tímida, ele percebeu, parecia entender de mulheres. Seus dedos subiram pela minha nuca, fazia-me um carinho vagaroso, tocava em meus cabelos suavemente, como se quase tivesse medo de me tocar, retraí meu maxilar, as bochechas esquentaram como há muito não fazia, ele podia não ser o novo amor da minha vida, afinal, não procurava por aquilo ainda, mas naquele domingo senti as cócegas amortecerem meu corpo e gosto agridoce de um carinho. Como era bom um singelo desejo de uma pessoa de fazer a outra se sentir bem. O fato é que a cada minuto sentia-me cada vez mais mulher, um ser humano digno de prazer e de sentir, de compartilhar e de ser cuidada. Então, respirei fundo e em sincronia sentamos, mas ainda estávamos com os joelhos semi dobrados. Imaginei voltando a adolescência, com ansiedade e uma vergonha pouco infantil, seus olhos castanhos eram iluminados pelo sol em metade de sua face, já que o sol se punha. Sorríamos, pois, sabíamos que estávamos com caras engraçadas e expressões bobas, algo incrível iria acontecer.
A distância entre nós se encurtava, o hálito fresco remetia os vários sorvetes que provamos juntos o que trazia uma sensação de intimidade e comédia, quando em um de repente o qual já esperava e ansiava aconteceu: Seus lábios tocaram os meus, parecia que os meus pulmões só inspiravam antes do beijo, e quase que como aquele alívio reconfortante, meus músculos relaxaram, brisas leves ricocheteavam nossas bochechas em chamas, cada sensação sentíamos juntos, era clichê dizer o quanto parecíamos sermos um só, mas era só o que conseguia pensar no momento. Queria mais, sentia meu peito exigir dele um pouco mais, levantei apressada segurei sua mão e nos acomodamos a uma parede rindo de alegria verdadeira. Puxei sua camiseta para trazê-lo a mim quase sem ar, mas ainda exigindo um pouco mais. Enlaçou seus braços em minha cintura, ficava a cada minuto com mais água na boca, por assim dizer, desejando-o como ele me desejava, a reciprocidade aquecia meu coração e ali permanecemos, não só em carne, um estado de entrega total, seguido de risos e conversas. Fui deixada no ponto de casa, já fazia frio. Nos abraçamos, gostava de moletons, o abraço era mais quentinho e acolhedor. Se o veria de novo, eu não sabia, Arthur, era um nome doce como sua personalidade, o mais importante foi o momento incrível com ele, não se igualaria a nenhum outro, pois era um momento com uma pessoa e nenhuma pessoa é igual a nenhuma outra e ele representava a minha coragem de me permitir sentir de novo, não pensando em futuro e finalmente, esquecendo o passado, deixando pra trás a mulher que não se reconhecia mais e dando lugar a mulher do presente, cheia de oportunidades e possibilidades de adquirir cada vez mais confiança, que sentiu se desejada e digna de ser amada por si e qualquer outro, não importava, naquele dia senti-me confiante para isso. Em um último olhar sorri novamente, já era noite estrelada, cruzamos olhares uma última vez, corremos um para o outro em um beijo estalado, para mim significava uma saudade gostosa de um dia incrível, viramos os dois de costas um para outro, seguimos nosso caminho. Gostaria de prever sua expressão após se virar, tudo isso porque ria silenciosa enquanto seguia meu caminho, com a mão tocando os lábios e um sorriso nostálgico.

Inserida por Sunsetflowerbabe

Um mundo novo

⁠E de repente,
Algo invisível, intocável, intangível
Nos fez enxergar, refletir, mudar
Mudamos muito, e mudamos rápido
Uma realidade que conhecíamos há tão pouco tempo
Agora está distante, sem chances de retornar
A frase já diz: "não podemos voltar ao normal
pois o normal era exatamente o problema".
Assim, criamos
Novas formas de se relacionar,
Novas formas de se divertir,
Novas formas de aprender,
Novas formas de trabalhar,
Novas formas de sentir,
Novas formas de viver.
A distância, aproximou
A proximidade deixou os laços mais fortes,
Ou os separou.
Abraços não ocorrem
Atos de solidariedade não são com mãos dadas a todo tempo,
Sorrisos não são vistos atrás de máscaras,
Mas os olhos demonstram todo o sentimento.
Notamos que o mundo agora respira, se reabilita
E apesar das pausas, perdas, sonhos postergados
Percebemos o que mais importa:
A vida.

Inserida por airess

“O Caos na Avenida Central”

No principio era um dia como outro qualquer; um dia de folga.
Aproveitei então para resolver questões pessoais de rotina.
Já não era mais cedo, também ainda não era tão tarde. Afinal era uma tarde.
Enquanto eu caminhava pela avenida central, percebi que algo além do normal pairava pelos ares. Pressenti que o clima era tenso. Observei a reação das pessoas que ali passavam; e de outras que ali permaneciam.
Uma criança chorava no colo da mãe, que se apressava em atravessar a rua. Outras maiores eram imediatamente puxadas pelo braço em companhia de seus pais. A senhora se ajeitava com sua sacola de compras.
Em instantes percebi que pessoas corriam pela calçada. A tensão era constante e progressiva.
Pessoas se refugiavam em algum canto, outras procuravam abrigo onde houvesse.
Seu Joaquim da padaria imediatamente tratou de baixar uma das portas.
O grupo de estudantes se aglomerava no ponto de ônibus, e logo se espremiam para entrar na condução.
O ciclista em desespero largou sua bicicleta e correu para o armazém.
Percebi então que a tensão aumentava e a reação das pessoas era cada vez mais freqüente e conturbada; O desespero era notório em meio a tamanha confusão.
Os ambulantes tratavam logo de recolher suas mercadorias, outros se apressavam em baixar suas barracas.
Moradores locais espiavam das sacadas, e logo davam jeito de fechar suas janelas.
Em meio a toda algazarra surgiam homens da guarda municipal que corriam em direção a marquise.
Mais adiante, militares com seus cães atravessaram a rua em direção ao ponto de ônibus; outros se adentravam na galeria comercial.
Um soldado fazia gestos para o restante da tropa que rodeava o quarteirão.
Os pombos assustados levantaram vôo.
Pardais rodeavam a torre da catedral e logo sumiam entre os prédios.
Ouviam-se barulhos. As vezes agudos, as vezes mais graves.
Logo as barracas eram aos poucos atingidas.
Os automóveis estacionados, nem mesmo os que estavam em movimento escaparam.
Pessoas que não se abrigavam, ou aquelas que andavam distraídas também eram atingidas. Alguns ainda tentavam correr para um lugar seguro.
Enquanto eu permanecia ali, imóvel, observando toda aquela algazarra...
Fui atingido no ombro direito, depois no esquerdo... Naquele momento fiquei sem reação.
Fui atingido novamente no ombro direito, depois no braço, no peito...
Ouviam-se vozes gritando: Saia logo daí!
Percebi então que a rua se embranquecia pelo granizo que caía do Céu.
A chuva era o de menos; molhava, mas inicialmente não fazia mal.
Mas o granizo quando batia na cabeça, incomodava bastante.
Fui imediatamente para a marquise e esperei que a chuva passasse.
Fiquei ali o resto da tarde observando o caos da tempestade inesperada que agitava a correria urbana.
(Carlos Figueredo)

Inserida por carlosfigueiredo

Qual o melhor caminho?

Há um pequeno adágio que diz: "Nossa vida, nossa escolha."
Esse dito, não está errado. Somos donos de nossas escolhas, e seremos responsáveis por elas também.
Toda escolha, toda decisão tomada representa um caminho a ser seguido.
E nessa jornada, não há atalhos, você pode ir mais depressa, ou, mais devagar, porém entenda, você não conseguirá jamais cortar o caminho.
Peguemos uma escolha simples, você pode escolher ter uma vida carregada de vícios ou regrada deles. Você pode fumar, beber, usar drogas, enfim, você tem essa liberdade de escolha. Mas, você sabe que isso lhe trará problemas, e não é necessário alertas externos. Você pode ter uma vida saudável, mas, isso também não é garantia de longevidade, apenas de qualidade de vida. Ou seja, todas as escolhas, trarão e terão algum resultado.
O grande problema é que somos imediatistas, até porque vivemos no presente e queremos que as coisas se resolvam neste momento.
Mas, tudo são escolhas. Você tem esse poder de decisão. Os caminhos de sua vida você decide, mesmo que você não tenha a liberdade completa, pois isso também não existe. Por isso, todo caminhar presume em percorrer uma distância, e ao percorrer essa distância, com certeza o caminho só se tornará mais fácil, se você estiver preparado para percorrê-lo.
Como se preparar para o caminho? Bem, isso é uma escolha sua, você conhece suas necessidades, logo, a solução está e sempre esteve em você.
Qual o melhor caminho? Não há. Há somente escolhas e consequências.
Pense nisso.
Ilumine seu ser.
Seja luz, seja paz.
Massako🐢

Inserida por Massako

O tempo

Sou o tempo e tenho o meu papel a desenvolver, eu não paro nunca e jamais pararei.

Percebe-se que devo seguir o meu percurso.
Eu o tempo não faço perguntas.

Como também não o questiono, se vai, para onde, ou se vai ficar.

Eu sou o tempo logo, portanto não tenho começo, como também não tenho fim, De repente sou invisível aos olhos e coisas!

Logo o tempo não passa
O tempo deixa que passemos por ele.
O tempo não nós pergunta?
Ora já é tempo, tá no tempo
eis chegada a hora.
O tempo pode ser até calculado,
porém o tempo não tem medida certa.

O tempo é projetado
O tempo é invisível
O tempo é um estado
O tempo é o senhor tempo
O tempo não pede passagem
O tempo tem o seu tempo
O tempo segue o percurso
O tempo não define a hora
O tempo não estabelece momentos
O tempo não dar condição
O tempo não espera o amor
O tempo é perdão
O tempo não guarda rancor
O tempo é solidão
O tempo não descrimina
O tempo é solidário
O tempo não quer desilusão
O tempo é perseverante
O tempo não passa.

O tempo não passa!
O tempo deixa que passemos por ele.

O tempo não permite e não aceita, que daremos um tempo.
Como poderia se o tempo não é nosso!

Ora! Ora!
Oxente!
Más como poderei seguir senhor tempo, para mim ter tempo, dar um tempo, nesses tempos de isolamento e solidão, se faz necessário para que não apenas olhe pela janela e veja o senhor tempo passar.

Não!
Como poderei assim fazê-lo meu caro ser, eu nunca paro, o meu percurso deve ser contínuo, não há estação, muito menos paradas obrigatórias.
Vocês homens tem essa mania de querer me controlar.

Ora essa!
Como poderei lhe esperar se tenho que seguir, percebe que agora tá claro, e logo daqui a pouco tá escuro, pois bem, eu meu caro amigo tenho que seguir o meu curso. Se agora tá nítido e daqui a pouco nem tanto é porque eu não paro nunca, há ia me esquecendo vocês homens, inventam e inventam coisas, como exemplo as novas tecnologias, que causa o ilusório de aproximação, não percerbem portanto que sou eu o tempo, e que não tenho tempo para estar perto ou longe, eu o senhor tempo não estou nem longe nem perto, apenas estou passando de forma sincronizada, sem pressa e muito menos exageros, pois sei que sou contínuo e que tenho tempo para que o tempo exerça seu percurso no tempo hábil de deixar momentos de escuridão, más sabendo que como o senhor tempo darei luz e clariarei suas vidas, porém saibas que sou o tempo e o tempo não é muito e nem pouco apenas o tempo.

João Almir

Inserida por JoaoAlmir

⁠So Will I
Amanheceu. O dia sempre fica mais produtivo quando o despertar é de alvorada. Fiz isso: logo cedo, meditei. Deus, perdão, gratidão. Pedi e afirmei. A noite anterior havia sido um tanto curiosa: depois de algum tempo buscando uma pessoa para conversar, alguém totalmente inesperado me procurou. Perdida. Tropeçando em uma centena de anseios, sentimentos e dores que sonha manifestar. Mas ela teme. Teme que, no mundo, não haja espaço para tanto amor e tanta sede de viver tudo aquilo que ainda não pôde. Dividiu alguma frustração comigo e, neste momento, me senti tocado a tentar ajudá-la.

Eu já havia notado, há algum tempo, uma identificação indescritível daquela alma com a minha. E, ali, quatro anos depois, nos conectamos pela primeira vez. Como se aquela conexão fosse algo que sempre existira, de fato. Meu cansaço e algumas das taças de vinho que ela havia tomado, pouco antes, selaram aquele breve ‘até mais tarde’. Ainda que ele não houvesse. Houve reconhecimento, identificação. Não há coisa, no mundo, que me deixe em maior estado de êxtase do que o sentimento com o qual havia ido dormir.

Logo após o café daquela manhã, sentei-me e voltei a buscar algum videoclipe que combinasse com aquele clima, de um sol que briga entre as nuvens, buscando dar alguma esperança ao vigésimo quinto dia de uma quarentena. Este período me fez encontrar uma satisfação inédita em músicas gospel. Talvez por procurar encontrar em Deus, alguma explicação.

É difícil alguém enxergar como normal que um homem de minha estatura tenha a sensibilidade que tenho. Não combina. Mas eu queria ir um pouco além. Entao, Hillsong United – a melhor banda gospel, formada num país que eu inexplicavelmente venero, a Austrália - começa a tocar. Dessa vez, não com a voz de Taya. Foi Benjamin. E “So Will I” tomou conta de mim. Me pôs de joelhos. Despertou-me para todas as maravilhosas criações de Deus.
Toda a beleza, magnitude que as cercam fizeram-me refletir o quão egoísta tenho estado e quão melhor posso ser.

“God of salvation, you chased down my hearth through all my failure and pride”.Chorando ao escrever esses versos num caderno qualquer, ali, eu renascera. E agradeço a você, pequena, por me colocar nessa vibração de ternura; de ter feito com que eu, invariavelmente, chegasse a este momento. “Floresça aonde Deus te plantou”, suspirou-se.

Clamei por perdão com toda a pureza e honestidade que meu coração já ousou sentir. A partir deste momento poderia, finalmente e verdadeiramente, enxergar o quão pequeno sou ou somos, mas o quão grande também posso ou podemos ser, ao exaltar toda Sua maravilhosa criação. Gratidão, Lorde. Gratidão, pequena. Quero continuar reconhecendo-os, um com a benção de outro. Posso servir e ser instrumento de paz divina para muitos propósitos. Eu estou aqui. “If creation still obeys you, So Will I ”…. “You’re the ONE who never leves one behind”.

Inserida por NovoHugo

⁠ Maradona


Ao escutar a notícia de que Maradona havia falecido, não sei se fiquei revoltado ou triste – acho que foi um pouco dos dois (risos). A notícia veio no trabalho, de supetão. Digo isso, pois parecia que o pior já tinha passado. Tanto a cirurgia quanto a recuperação pareciam bem encaminhadas. - Peço até desculpas aos meus amigos de trabalho na época, pois minha reação foi surpreendente até para mim (risos). O ano de 2020 foi de muitos altos e baixos, porém aquela “baixa” nem eu e creio que muitos não esperavam. - Não conseguia aceitar que um ser humano que acabava de cumprir 60 anos falecesse por dois motivos: 1- Hoje há uma possibilidade maior para nós seres humanos vivermos bem mais do que 60 anos; 2- Era o Maradona!
Maradona dispensa introduções. Quem quer que queira escrever/falar sobre Maradona não precisa de introduções. É surreal como o nome Maradona fala por si. Duvidariam da capacidade de alguém com um nome deste calibre? Quando se pronuncia este nome, ecoa sua grandeza. Parece predestinado a suceder. O nome Maradona é originário do latim e significa aquele que vem do mar, isto é, o mar que no planeta terra, é vasto, abundante e necessário para a existência do nosso sistema natural. É um nome forte que soa grandioso/maravilhoso, quase improvável de não ser grande/conhecido. Remete ao tamanho dos nomes de alguns imperadores da Roma antiga.
Que por destino ou coincidência, foi onde anos depois já conhecida como Itália, Maradona teve seu auge máximo por 7 vistosos anos. Um verdadeiro império governado por Maradona em Nápoles. Sua história é tão estupenda que San Gennaro fica em segundo para muitos napolitanos. Período em que novamente por destino ou coincidência - entenda como quiser - Maradona teve o ápice de seu auge na copa de 86 no México onde Pelé também teve sua melhor performance em copas na de 70 com o famoso esquadrão. Dois dos maiores e melhores da história que causam debates eternos dando tudo de si no mesmo solo. Sorte a do México!
Maradona é talvez o personagem mais romântico do futebol! É impressionante como o personagem Maradona transborda romantismo. É algo totalmente transcendente. Os pontos são diversos. Pare e pense. O que normalmente se tem em um belo romance? Música, dança, momentos intensos/marcantes, erros, acertos, entre outros. Bom, Maradona tem todos eles e mais. Maradona é argentino, seu idioma materno é o espanhol - conhecido como um dos cinco idiomas mais belos/românticos do mundo (espanhol, português, francês, romeno e italiano) -, o tango, que é uma das danças mais “quentes”, é muito popular na Argentina. Maradona acertou como muitos e errou como poucos. Teve tantos momentos marcantes que não seria absurdo dizer que o próprio criou um nível particular. Em uma escala de intensidade, hoje, há o “nível Maradona”. Maradona sempre foi muito intenso em tudo o que fez, inclusive nos erros, porém seus defeitos humanizavam o personagem e tornavam-o ainda mais glorificado como um Deus e até religião – que tem mais devotos fiéis que em muitas outras.
Maradona é tão absurdo/bizarro que dizem que política, religião e futebol “não” se discutem, porém Maradona - e tinha que ser ele - o fez e sem pudor algum. El pibe de oro é Deus, Imperador de Nápoles, música, religião, irreverente, extravagante - tudo de mais, nunca de menos - tão surreal que chega a ser quase utópico, porém no fim provou que era humano acima de tudo como todos nós. Esse foi, é e sempre será o homem da mão de Deus, Diego Armando Maradona.

Inserida por JamisGomesJr

⁠Sentimentos

Sentimentos. O que dizer de um substantivo com significado tão vasto? Uma única palavra carrega a felicidade, dor, bem-estar, tristeza, paixão, frustração, respeito, amor, entre outros. Há de fato uma gama de diversidades. Que apesar de diversos, não impedem de se interligarem. Não estou dizendo exatamente que os opostos se atraem, porém, por vezes, a diferença de um pode completar/equilibrar o outro. Até porque, ninguém consegue manter o nível de um sentimento qualquer que seja elevado para sempre. Sempre haverá um contraste, independente de sua duração, para equilibrar o sistema emocional. Também não estou dizendo exatamente que tudo em excesso faz mal, como diz o povo, porém não seria uma colocação totalmente errônea, pois imagine-se você feliz o tempo todo, rindo o tempo todo... coloque-se nesta situação com qualquer sentimento. Alguns são mais tentadores que outros, claro, porém a vida teria graça? A verdade é que com graça ou sem ela, independente dos seus objetivos, em algum momento esbarraremos nesses contrastes. Tudo tem um propósito. Cabe a nós indagar a tudo e a todos para eventualmente encontrarmos o porque das coisas. Como dito anteriormente, independente da duração, sempre haverá um contraste sentimental. Por mais que tentemos estar em um ambiente o mais harmônico possível, fazer terapia, viajar, etc., isso nos levará para algum contraste eventualmente. Seja pela perda de um ente querido, por uma viajem frustrante, ser demitido ou até mesmo no amor. O amor em si talvez seja o sentimento com mais contrastes dentre eles. Mas o que é o amor?

Para isso, é necessário que haja uma separação, pois existe a fundamental diferença entre amor e paixão. A paixão como já dizia muito bem Luís de Camões na primeira quadra e primeiro terceto de um dos seus célebres poemas: “Amor é fogo que arde sem se ver; É ferida que dói, e não se sente; É um contentamento descontente; É dor que desatina sem doer. É querer estar preso por vontade; É servir a quem vence, o vencedor; É ter com quem nos mata, lealdade.”

– “É ter com quem nos mata, lealdade”. Essa é profundamente genial! -

Apesar de ter sido colocado como amor, científicamente falando, as estrofes acima são definições mais relacionadas a paixão. O amor muitas vezes é classificado em seu lugar, por ser, infundadamente considerado o mesmo ou por vezes pela palavra amor impactar mais que a paixão. A paixão em si é aquele fogo inicial que pode ser confundido com a atração, porém esta última é apenas desejo carnal/ de pegação. Pois bem, a paixão bloqueia sua consciência, parece tudo perfeito! Essa ilusão de perfeição criada pela paixão aliada ao fogo e desejo, nos torna impulsivos no sentido de querer sempre que possível estar próximo da tal pessoa. Sempre tomando as atitudes com essa finalidade. Estar mais próximo da pessoa desejada. Gerado dessa impulsão, algumas não só sentem a falta como pensam no futuro com elas ou até destino. Pois é. Consequentemente surgi os dilemas cruéis de toda paixão que podem ser partilhados com os amigos ou não na busca de uma solução. Quem nunca viu algo a priori que eventualmente tornou-se outra? Essas ilusões de perfeição paralelo aos dilemas trazem a tona a pior das sensações: ir do céu ao inferno. O contraste dos contrastes dos sentimentos que se aplica em praticamente todos eles. Um simples sorriso, uma simples conversa pode tornar o dia totalmente aprazível. Como um choro, um descontentamento por parte da pessoa pode fazer o dia ser péssimo, deprimente, pois no bom ou mau momento, tendemos a absorver, a tomar suas dores/reações. É como se estivesse em um loop de passado, presente e futuro. Onde o passado remete aos momentos bons ou ruins que já tiveram. O futuro, claro, que é a maior parte formada de fantasia. Já o presente, como o próprio nome diz, é um presente dos céus. É uma sensação de presença totalmente singular que não queremos que acabe. São tantas sensações... é como uma droga. O sorriso, os sons da risada, a voz, os trejeitos, gestos, boca, cabelos, troca de olhares... até os momentos de silêncio que na troca de assunto entre uma conversa e outra parecem infinitos, porém com um abrasamento que te levam a momentos de prazer e aflição ao mesmo tempo. Como disse Luis de Camões: “É um contentamento descontente”. É uma antítese do início ao fim - como no próprio poema de Camões -, onde os opostos/contrastes se atraem complexamente definindo esse sentimento como quase que metafísico.

Porém, tudo isso passa em semanas, meses ou em até 18 meses, de acordo com a ciência. E depois? O que acontece? A pós-paixão pode ser o perecer de todo aquele sentimento ou o começo de outro. O amor.

O amor é um sentimento singular, porém é confundido com a paixão, porque de fato ambos podem ter alguns aspectos similares. Este sentimento tão desejado e por vezes cruel na mesma medida é algo único, apesar de suas semelhanças com a paixão. Pois enquanto a paixão é fogo, desejo, ilusão de perfeição, impulsividade, dilemas, entre outros, o amor é aquele sentimento formado principalmente no respeito entre ambos. É aquele sentimento que gera empatia para com o outro. É um desejo genuíno de querer se colocar no lugar do outro e ajudá-lo. Por mais que não seja sempre possível, podendo ocorrer sensação de impotência/frustração, o indivíduo sempre está presente para ajudar como puder. Quando se ama, tendemos a querer cuidar do outro. Isto pode ser visto nitidamente em qualquer relação entre: pais e filhos, irmãos, primos, namoro, casamento, amizade e até com animal de estimação. Quem nunca ouviu “quem ama cuida”? Pois bem! Amar é cuidar, é ser parceiro, amigo de todas as horas – por mais que em determinadas horas necessitamos de determinados amigos, o amigo “não apropriado” estará lá se o solicitar. O amor também gera sacrifícios. Nos tendenciando a dar atenção as prioridades. Prioridades essas que não necessariamente devem ser sobre o relacionamento, porque, apesar de dois indivíduos estarem em um relacionamento, eles continuam indivíduos, porém indivíduos com algo em comum. No entanto, se um dos indivíduos prioriza algo que pode afetar o relacionamento negativamente, alguém está sendo egoísta. E isto não é amor. Como dito anteriormente, o amor gera sacrifícios, porém são bilaterais. Eventualmente, se houver amor na relação, cederemos bilateralmente.

E na busca pela definição do amor, Will Smith apresentou uma extraordinária perspectiva sobre o tema. De acordo com a sua perspectiva, nós não podemos fazer uma pessoa feliz, podemos sim fazê-la rir, dar gargalhada, se sentir bem, contudo, fazê-la feliz está profundamente e totalmente fora de nosso controle. Will ainda menciona que aprendeu com sua filha no dia a dia qual seria o paradigma do amor. Nomeado de flor do jardineiro. Pois, a relação que o jardineiro tem com a flor é de que o jardineiro quer que a flor seja o que ela foi feita/designada para ser, não o que o jardineiro quer que ela seja. Isto é, o desejo é que a flor floresça e se torne o que ela desejar se tornar. Que ela torne-se o que Deus designou para ela ser, consequentemente, não há a exigência da flor tornar-se o que o outro quer que ela seja por conta de seu próprio ego. Tudo além de todo o seu presente, amplamente aberto, dando e nutritindo esta flor dentro de sua grandeza, não é amor. Por fim, Will Smith entende que todos tem tempos difíceis, portanto, para ele, o amor é ajudar, é ter realmente devoção aos seus problemas/dificuldades, sendo comprometido em ajudar nas suas vidas, ajudando a sofrer menos, os ajudando a gerir suas mentes e emoções. É um desejo profundo para com os teus de que eles cresçam, floresçam e que se sintam bem em todo lugar. Quando se ama, o desejo é de que eles se sintam bem, feliz, que tenham sucesso na vida. O amor realmente exige que haja um profundo e interno entendimento de suas esperanças, sonhos, medos, necessidades e traumas. Amor é dar e partilhar nossos dons com o propósito de nutrir, empoderar e ajudá-los a criar suas maiores alegrias.

Inserida por JamisGomesJr

⁠Caminhos Sombrios

Deabulando pelos fragmentos das minhas lembranças, eu retorno "mentalmente" ao lugar que o deixei.
Revejo-o sentado a beira de um caminho, um caminho sem fim e sem curvas, e o princípio da história se faz presente.
Quantos sonhos se perderam ao longo desta caminhada, quando a ideia inicial era seguir em frente. Nunca entendi o porquê ele entulhou tantos nós no coração, que nem as próprias mãos souberam ou se dispuseram a desatar. Erroneamente pensei ter poder para desatar esses nós, em quase todas as tentativas neste sentido, falhei.
Tentando transformar a utopia em realidade, por um momento sentei-me ao seu lado, minha alma inquieta, não me permitiu esperar.
O crepúsculo e o prenúncio da chegada da noite e o caminho já envolto em sombras, me convida a continuar.
Estendo-lhe a mão para seguirmos em frente, diante da sua indecisão eu lhe digo;
As cartas estão na mesa, não há mais nada a dizer, nenhum ás a mais a jogar. Não quero mais viver no seu mundo e não o quero passeando no meu.

Segui sozinha...
Não lamento o que perdi, não se perde o que nunca se teve.
Mas isso é uma outra história...

Inserida por leila2009

VIA-LÁCTEA...

Lalala, é o único pensamento racional que me vem a mente, não saber nada da vasta expansão, sobre o que as pessoas pensam, o que querem dizer com seus gestos e olhares, que na verdade não revelam muita coisa. E como eu me sinto? Sim, agonia, talvez seja isso mesmo, como se meu fraco e lamentável cerebro pedisse por informações que jamais lhe seriam concedidas. Sabe, é engraçado pensar como um filósofo, que nunca terá a resposta da sua melhor pergunta respondida, envelhece e morre, com a agonia de desprover da mesma, qual sera a solução para esse lamento? Esse sentimento de angústia que me leva a pensar ~estaria minha impulsiva e questionadora mente errada?~ será que um simples "oi", ou um "tchau" poderiam ser interpretados como uma forma de acrasia ? E o amor, ah, o doce sentimento que muitas vezes é confundido com a artificial e momentânea dependência. É vivendo para ver que a vida não é como um filme ou um desenho animado no qual "a dama fica com o vagabundo, o excluido fica com a menina da escola (ou trabalho) a sinderela fica com o príncipe encantado, e a bela fica com a fera". Para a tristeza de muitos não, não é assim.
Se eu pudesse dizer tudo o que penso nesse papel seria quase como se tirasse o peso da via-láctea de minhas costas o que provavelmente não será possível...lalala.

Inserida por luiz_felipe_martins

Um ser em seu leito de conforto aguarda o final de mais um
corriqueiro dia. De repente, uma explosão acontece, um evento é
desencadeado, tornando todo o habitual em um repentino
revolucionário estado de comoção mundial.
Este ser, chamado ninguém mais ninguém menos que ninguém, age em
torno desta anomalia em sua rotina, toma providências na
resolução do tal.
Primeiro raciocina o que deve fazer, elabora um plano, redige
regras, passos, ações.
Logo em seguida, discorda de todo o pensado diante das mudanças
na mudança, então resolve tentar outra técnica, uma mais
arriscada e condizente com o seu oposto, o famoso e temido
improviso, o aleatório, ou popularmente, o que o coração mandar.
Por fim, faz o tal segundo pensar, resolve o problema, quer
dizer, meio que resolve.
De repente, ouve um bipe, um chamado talvez?. Não, era o micro-ondas avisando que a refeição estava pronta. Ele dá de ombros,
pega seu alimento, se senta na varanda e admira o sol que mais
um dia sobe em seu altar, nos contempla e depois nos deixa,
procrastinando minuto por minuto sua saída, para nos deixar aqui,
solitários, cegos, sem a sua luz iluminada e fadados a alienação
da compaixão mundial.

Inserida por edf404

Estar apaixonado é diferente. Um diferente bom, mas estranho.
Tudo parece ser uma indireta: um documentário no televisor; uma cena de um filme ou até seu próprio pensamento.
É estranho para um adolescente de poucos anos estar escrevendo sobre amor – O que ele sabe sobre amar? – E eu te respondo com toda a polidez possível; Estou mais perdido do que uma lágrima na chuva, um sopro numa ventania ou um adolescente num site de escritores e leitores.

Inserida por Jairo

Seja feliz, aprenda a dar um passo para trás.

Somos levados a acreditar que o caminhar deve ser contínuo e que andar para trás, figurativamente falando, é um retrocesso em nossa vida.
Nem sempre será assim, se você trilha por um caminho errado, nada impede você de dar meia volta e retornar, mesmo que você perca um precioso tempo, estará após, percorrendo o caminho correto.
Muitas decisões em nossa vida podem ser revistas a partir de uma pergunta simples: Será que, o que estou fazendo está me trazendo felicidade?
Quando falo de felicidade, cito ela em seu sentido mais amplo, abrangendo a felicidade pessoal, profissional e a relacional.
A partir do momento em que você reflete estas questões e, se chegar a conclusão de que algo não está bom, então é a hora de dar um passo para trás, e buscar enxergar aonde, e em qual momento você tomou o caminho ou a decisão errada.
Enxergar o erro não é fácil, pois dificilmente acreditamos que estamos agindo de forma errada e que o amanhã se mostrará contrário, e que as decisões foram acertadas. Ora, quem caminha para o abismo, chegará ao abismo.
Entenda que se você faz algo que te mantém no mesmo lugar, com certeza você está fazendo algo errado, afinal, você não está evoluindo.
O passo para trás é necessário para te dar um novo impulso, te preparar para um novo salto.
Se lhe falta conhecimento técnico, volte a estudar. Se lhe falta capacitações, aprenda. Se você não está feliz consigo mesmo, reavalie suas ações.
Quando varremos o chão, para que ele fique limpo, é necessário que sempre voltemos a vassoura, senão deixaremos sujeira no local.
Assim também é a nossa vida, nossos feitos passados, nos colocam aonde devemos estar no presente, se hoje, algo não está bom, olhe para trás, e reveja seus passos. Corrija-os.
Apesar de alinharmos o tempo com a nossa perecibilidade, pois o tempo nos brinda com o seu final a todos os dias, devemos entender que sempre há, enquanto vida houver, a possibilidade de confrontar nossos erros, reatarmos com o passado, e seguir em frente.
O passo para trás, lhe impulsionará.
Aprenda isso, entenda isso, seja feliz.
Paz e bem.
Ilumine seu dia.
Sorria, mesmo na escuridão.
Massako🐢

Inserida por Massako

Penso, logo...

René Descartes, filósofo e matemático, em sua obra, Discurso sobre o método, cita a frase: "Cogito, ergo sum." Que traduzido para português, pode significar: Penso, logo existo, ou, penso, portanto sou.
Descartes, chega a este raciocínio após duvidar das verdades de todas as coisas. A única coisa que ele não duvidava, era de sua existência como ser pensante.
Se analisarmos de forma simplista o pensamento sobre a dúvida, que pode ser lançado sobre todas as coisas, chegaremos a uma conclusão de que: Quanto mais sólido for o pensamento, mais difícil é a sua mudança de estado.
Façamos uma comparação com a água. Quando ela está em estado líquido e corrente, ela é capaz de receber, absorver, e diluir com facilidade as coisas. Já em estado sólido, a mesma água, se tornará, para os objetos externos, algo quase impenetrável.
Os pensamentos solidificados e as crenças cegas, são como essa água congelada. E, nos impedirão de absorver as novas visões, ideias, conceitos e transformações, que estão ou estarão presentes no nosso ambiente.
Nossos conceitos e nossas verdades, são testadas a todo momento. E muitos sofrem com isso.
A rigidez ou a flexibilidade com que se tratam esses assuntos, é que farão diferença.
Temos que, como seres pensantes, entender que cada um têm a sua forma de ver o mundo e, que ao final, todos poderemos estar errados.
Aprender a absorver novas idéias e conceitos, servirá para ampliar nosso horizonte de conhecimento. O que ao final, parece ser algo bom.
Pense nisso.
Paz e bem.
Ilumine seu dia.
Sorria, mesmo na escuridão.

Inserida por Massako

⁠IMPOSTO EMBUTIDO NAS CALCINHAS
Juvenal era um cara que só trabalhava duro. O coitado tinha mulher, quatro filhos, um cachorro e um papagaio. O dinheiro não dava para nada. Para complicar tinha o raio do imposto no meio do caminho. Era como um pedregulho! Tomava o café da manhã já pagando imposto. Já não passava manteiga no pão. Pra quê? Vinha recheado de imposto!
Um dia a mulher falou:
- Preciso comprar umas calcinhas, as minhas estão puro trapos. Não dá para viver assim homem!
Ele respondeu:
- Mulher, calcinhas pra quê? Anda sem calcinhas! Andar sem elas não paga imposto, agora se você comprá-las elas virão etiquetadas com impostos, e você nem vai perceber. Não aguento mais pagar impostos. Comida tem imposto, diversão tem imposto, assistir televisão tem imposto... Para onde vai esse bendito imposto. Já sei. Vai para o Senhor Impostor! Ele deve ser o mais rico do mundo. O Senhor Impostor pega todos os impostos e ri da cara da gente! Ele come pão recheado de caviar.
E continuou o homem a falar:
- Já estou pensando até no imposto da funerária quando você morrer.
A mulher olhou espantada para o marido! Ela iria completar cinquenta anos, mas ainda era jovem e vistosa. Como pensar em morte? Gozava de boa saúde. O raio de homem! Estava doido! Só porque precisava de umas míseras calcinhas?
Pensou:
Juvenal está ficando maluco! Ou quer que eu morra. Vou ter que andar sem calcinhas só para economizar impostos para pagar o meu funeral? O homem enlouqueceu de vez!
Muito braba chamou o marido e falou:
- Escuta aqui Juvenal, que história doida é essa? Quer que eu morra logo? Assim paga logo o imposto do funeral e fica livre?
O homem respondeu:
- Mulher pare de falar e pense. Na vida são impostos para tudo! Tudo vai para o Senhor Impostor. Dizem que ele faz melhorias para a população, mas é mentira! Fica com tudo para ele. Eu já não uso cuecas e qualquer dia vou andar nu. Assim, não pago o imposto embutido na roupa. Que mal tem andar sem calcinhas? Ninguém vai saber. Só se contar.
O homem estava tão revoltado de dar dinheiro para o Senhor Impostor que havia uma completa recessão em casa. Todos estavam tendo que se abster de algo. Agora chegou a vez das calcinhas, ora!
Gritava com todos:
- Economizem água, economizem luz, comam menos, não comprem roupas novas, nada de celular aqui, só duas horas de televisão por dia, nada de ventilador ligado!
Juvenal estava tão estressado que teve um piripaque.
Foi parar em um hospital público, é claro, não tinha plano saúde. Será que o Senhor Impostor fazia alguma melhoria no hospital? Que nada!
Juvenal morreu por falta de medicação! E a mulher teve que se virar para pagar o funeral. Lá foi o imposto embutido no que tanto o homem já estava preocupado.
E assim, a mulher teve que se virar com uma magra pensão. Os cortes em casa pioraram ainda mais.
Coitada! Passou a andar sem calcinhas.

⁠Realidade ou ilusão.

O que acontece conosco, é em grande parte, oriundo das nossas próprias escolhas e decisões.
A realidade na qual estamos inseridos foi, em sua maioria, projetada por nós e por nossas próprias decisões há tempos.
Mas, como saber se a realidade projetada para um futuro, pode ser boa ou ruim?
A notícia boa é que se você trabalhar e se esforçar, com foco, disciplina e objetivos claros, você poderá atingir seu objetivo. A notícia ruim, é que embora você faça tudo certo, ainda existe uma pequena probabilidade de que nada dê certo. Mas, essa é a beleza do futuro que, embora possamos tentar traçá-lo, não saberemos jamais se concluiremos o seu desenho.
Poderia então classificar o futuro apenas como uma mera perspectiva, ou ilusão. A realidade, o momento que estamos vivenciando no presente, é o resultado da somatória das experiências já passadas, você está exatamente aonde você se colocou.
No presente, você pode fazer varias escolhas dentro de uma mesma ação, a exemplo: Imagine que você tenha que fazer uma tarefa doméstica, a partir daí você tem várias opções, você pode fazer, deixar de fazer, postergar, pedir para que alguém faça, pagar para alguém fazer, enfim. Mas, cada uma dessas ações terá um resultado, embora semelhantes, na prática, serão totalmente diferentes na ação final. E, é essa diferença que moldará o futuro.
Se de repente você hoje, descobre que seu momento não é bom, que você deve se movimentar para mudá-lo e, que o tempo está se esvaindo, entenda, que grande parte desses fracassos, foram determinados exclusivamente por você. Você chegou a esse ponto, mas, por algum motivo, se sente incomodado e urge mudanças.
Agora não se assuste se a inércia lhe tocar o corpo, mesmo depois desses insights, até porque foi sua estagnação, falta de decisão e medo de sair da zona de conforto, que lhe colocaram nesse presente. Assim, não será fácil mudar de atitude, e isso piora quando a idade avança. Quando você é jovem, você ainda terá várias escolhas e decisões a serem tomadas, mas, quando sua idade ultrapassa o número do seu calçado, lhe garanto que as perspectivas de futuro, já não são tão boas, embora possa havê-las.
Quem acredita que o futuro será lindo e maravilhoso, é um sonhador, é mera ilusão. Quem acredita que o futuro será desgraçadamente ruim, é um pessimista, um visionário de coisas ruins. Não devemos buscar enxergar o futuro, apenas trabalhar, dentro de nossas convicções, para que ele seja bom e nos atenda.
Talvez por isso digam que o futuro a Deus pertence. Mas, o que pensamos, o que projetamos, o que fazemos no presente, são ações nossas, com resultados que serão colhidos com suas benesses ou consequências em adendo.
Por fim, a ilusão transformou algo em realidade, pois foram nossas escolhas. A realidade, não transformou nada em ilusão, pois além de ser o resultado de nossas escolhas, essa tem uma pitada de intempéries. Explicando, a ilusão de ter um carro, pode lhe fazer você juntar dinheiro para adquirí-lo, depois de comprado, sua ilusão se transformou em realidade. Mas, no momento presente, você pode estar andando dentro do objeto de seus sonhos, e se envolver em um acidente, ou ser vítima de uma ação criminosa. Por isso, a realidade, não é capaz de sustentar a ilusão. Embora queiramos que assim o seja.
Lembre-se toda decisão, qualquer ação, falada, escrita, pensada, e na moda atual, postada. Terá consequências.
Pense nisso.
Ilumine seu ser.
Simplifique a vida.
Viva enquanto vivo e morra quando estiver morto.
Paz e luz.
Massako

Inserida por Massako