Crônicas
A vida que vc quer.
Nesta era, abrenúncio! Nem sei se essa seria a expressão correta para iniciar este texto. Bem, na pós-modernidade em que os fatos e acontecimentos ocorrem simultaneamente tão rápidos como um piscar de olhos, assim são as relações humanas: poucas, raras, inseguras e virtuais...fatos levam a essa comprovação.
Conhecido por todos, nas redes sociais há muita curtição, sem ao menos diferenciarem o sentido de CURTIR; saem clicando, perdendo a noção das relações pessoais, muitas vezes sem nem analisarem o conteúdo, mas sim, quem postou, será merecedor do click, atitudes que se pode observar de total desconhecimento e fingimento, conforme disse Fernando Pessoa “Finge tão completamente”. Assim, são também os relacionamentos familiares, cujas palavras melífluas são digitadas, descritas para leitura dos internautas, (você jura que são sinceras), pode até serem, mas no lar?, relacionamentos conjugais, irmandades, pais e filhos, nem se quer um aperto de mão! Um diálogo, total indiferença! Assim também são as amizades, uma aberração – minha amiga- meu seguidor- no entanto, quando se encontram por um instante, frente a frente, são dois estranhos, aniversário? Banalizou-se!, tem que ter aquela tradicional foto com a legenda: hoje o dia é dele(a) blá, blá, blá... mas como? Se ambos conhecem a vida um do outro, se ambos CURTEM um ao outro; seria mais fingimento?
Enfim, essa vida virtual, a preocupação imediata é a pose, o selfie perfeito, o que vão pensar, quantos gostos terá aquela imagem real ou fictícia, pois rede social é a vida que se quer, mas não a vida que se tem.
Sobre o amor e árvores
Caminhando vagamente rumo a algum lugar do qual não me vem em mente, sei que caminho como um robô programado a chegar a algum lugar. Andando sem prestar atenção onde piso, automaticamente me desvio de empecilhos, sinto que poderia ter notado logo a minha frente uma enorme árvore que talvez dava flores cor de rosas, bem reluzentes por sinal, como saber? Eu só queria chegar a meu destino.
Sem deveras, se observasse um pouco mais atenta eu teria ouvido as súplicas de um pobre pecador portando uma bíblia em meio a praça pública em que gritava fortemente: “somos todos pecadores”, talvez eu teria ouvido isto. Mas afinal quem será que é os todos pecadores que ele afirmava com tanta convicção?
Bom ouvi dizer algo sobre o amor, ou talvez eu tenha notado um casal meio pálido sentados no banco de um trem, ele com a camisa verde já gasta pelo tempo e ela com os cabelos desalinhados já quase sem brilho, fintavam olhares apaixonados enquanto ele a abraçava como se dissesse que a amava naquele instante, ela já meia sem reação só inclinava a cabeça num gesto de timidez e o afagava os cabelos embrenhados, pareciam se amar. Mas será que o amor está realmente composto nestes gestos? Ele poderia estar dizendo que a amava enquanto pensava em outra, e o gesto de timidez dela poderia ser um repudio à ele, enfim eu não saberia afirmar isto ainda que me interessasse. Interessante mesmo são as árvores, já notaram que elas crescem em qualquer lugar? E ao longo dos anos elas ganham resistência, não são como nós, que ao longo dos anos ficamos velhos e cansados, elas se adaptam ao ambiente e se tornam fortes, capaz de enfrentar chuvas, raios e ventanias que podem chegar a 90 km por hora, isto é incrível.
Dizem que quando ama você passa a observar coisas ao redor, coisas bobas e simples mas que antes não lhe chamariam a atenção, mas por que será?
Acredito que o amor nos põe na condição de bobos, rimos sem ter motivo, amamos sem saber o porquê ou pelo o que, ouvimos músicas deprimentes que nos fazem lembrar de um dado momento, choramos quando sentimos falta, e ainda acha que seria uma condição normal estar em tudo isto? O amor é uma grande loucura, talvez eu não teria notado coisas como um casal meramente apaixonado, ou uma árvore, acho que me encontro também em estado de “Fodeu, estou apaixonado”, por que a paixão causa loucuras, causa pessoas estranhamente sentimentais e quando se depara está falando que nem idiota só para dizer à alguém que você a ama, como se esta pessoa não tivesse capacidade mental de compreender se você apenas dissesse: Olha, Eu te amo e as árvores são incríveis. Mas não você precisa dizer naquela voz medonha e estranhamente fina como um débil mental, só para mostrar (e afirmar aqui a minha tese de que o amor nos torna bobos) que você ama aquela pessoa e age como um retardado.
Eu não costumo notar como as pessoas são estranhas, ou como seu cabelo fica lindo quando está desarrumado, mas acontece que...
Eu virei um deles!
Kentuck san
No KFC (fast food de frango frito), o japonesinho contempla o bom Kentuck.
Grita eufórico, esperando em vão uma resposta. Intrigado com o velhinho estático, pula, dança, com o intuito de chamar-lhe a atenção. Nada.
Inspeciona-o de perto, e tenta beliscá-lo. Outro menino, um tiquito maior, tenta grudar um escaravelho. Os olhinhos do primeiro o observam e depois abre um sorriso. Inútil.
O experiente Kentuck, talvez vacinado contra traquinagens, continua impassível.
O japonesinho olha, desafia-o e finalmente pespega-lhe um formidável pisão no pé.
Kentuck wins. O menininho sai pulando, no seu imaginário, pisando em anões.
ECO
Todas as noites são iguais: ela senta, pensa, levanta, bebe e, come - enquanto pensa - enquanto sente.
Todas as noite são iguais: os sonhos são perturbadores, as pernas não ficam quietas, há muita coisa para ser pensada e, ela pensa - enquanto sente.
Sente as dores no peito, as angústias do mundo, toma para si o sofrimento que não é seu. E ela teme: morrer, viver, sofrer, padecer e assim - ela vive.
Todas as manhãs são iguais: ela acorda - triste, angustiada, presa ao cansaço.
Às nove consegue apagar.
Mas, o que parece cedo já é tarde, porque ela precisaria: levantar, comer, rezar, falar, se esconder, aparecer, trabalhar.
E por mais que sobre tempo, nunca há tempo para ela, quando viu, lá se foi uma semana ou até mesmo um mês.
E ela sempre precisa: levantar, comer, sorrir e rezar...
Luzes e sombras nos caminhos da vida.
Os caminhos da vida têm trajetórias surpreendentes.
Quando somos jovens, acreditamos que a felicidade é uma questão de tempo. Durante a nossa vida, imaginamos que teremos várias amizades, seremos felizes, ficaremos velhos e teremos o amparado de familiares e amigos, sempre cumprindo tudo que pretendíamos fazer nesta vida. Mas não é bem assim. As luzes e as sombras dos caminhos da vida acontecem durante as trajetórias.
Nos trechos iluminados, tudo gira a seu favor. São os trechos da harmonia, onde surgem as parcerias, a admiração e a cumplicidade. São os trechos dos companheiros e dos interesses. A quantidade de companheiros aumenta ou diminui de acordo com a sua posição na sociedade. Chega um momento em que você confunde companheiros com amigos.
Mas há os trechos com sombras onde encontramos dificuldades para passar. São nesses trechos que os companheiros desaparecem e ficam apenas os amigos. E o quantitativo de amigos é medido pelas suas necessidades, ou seja, quanto mais necessidade, menos amigos.
Você descobre que poucas pessoas têm a capacidade de se doar e de ajudar você com as mudanças que surgem pelos caminhos. Muitos dividem as suas alegrias, mas poucos têm a habilidade de dividir suas tristezas.
São nesses trechos que ficamos mais maduros e passamos a administrar melhor nossas caminhadas. Descobrimos que temos menos trechos para caminhar do que o que caminhamos até agora. Já não escolhemos reuniões intermináveis, discussões, pois nosso tempo é curto e devemos aproveitá-lo ao máximo. Portanto, valorize quem está com você nas luzes, mas principalmente, valorize quem está com você nas sombras dos caminhos da vida.
Eu vejo...
Com meu pai no carro
Ele diz que quer passear .
Eu, como uma garota desse novo mundo
Não quero nem ligar.
Meu pai, dirige pela estrada de cimento
Que depois é tomado ,por terras e pedras .
Ao chegar no destino, nas serras
Abre-se as portas .
Não saiu nem um pouco , lá fora
Trancada, prefiro ficar
Até que, uma voz , chega ao meu lado
E me pergunta: "quer voar?"
Animada fiquei ; fui voar
Colocaram-se equipamentos de voo
Um moço me segura por trás, para ficar bem firme, no equipamento .
Houve alguns desentendimentos com o vento ,
Até que, enfim, fomos no ar.
No voo,pude ver pessoas , vaca, carro e estradas, tudo pequeno.
Mas, ao olhar , diretamente ao céu
Lá estava...aquela pequena esperança
Que havia nascido, mas já se ponha...
Aquele laranja, fogo ardente, sedo tomado
Pelo escuro, de pequenas estrelas.
– O SHERLOCK HOLMES DE MATO GROSSO –
Lá pelo início da década de 90, vários delegados estavam con¬cluindo o curso de formação na Academia de Polícia. Como é comum entre colegas de turmas, a maioria acaba recebendo um apelido, que muitas vezes coincide com o local de procedência do aluno; e assim, dentre os formandos estava o “Dr. Maringá”. Na distribuição das lotações das cidades Maringá saiu prejudicado e recebeu uma cidade de garimpo, violenta e de difícil acesso na regional de Alta Floresta. Lamurioso e inconsolado, seguia con¬versando com um e com outro, mas todos os diretores lhe diziam a mesma coisa: “você foi sortudo demais, foi lotado na cidade onde está o agente Golias, o melhor policial de Mato Gros¬so; qualquer crime que tiver, basta entregar na mão dele que será resolvido facinho!”
E assim foi que Maringá se apresentou em Alta Floresta para receber a portaria e seguir para o novo desafio. O chefe regional foi mais um dos que enalteceu as qualidades do agente Golias. Junto com a lotação Maringá recebeu algumas notícias: a cidade onde iria trabalhar estava enfrentando disputas de áreas entre garimpeiros e nos próximos meses só poderia con¬tar com o auxílio de dois investigadores novatos, pois o afamado Golias tinha acabado de requerer licença-prêmio.
Assumiu a delegacia, passou o primeiro, o segundo, o terceiro dia, e no quarto: pronto! Mataram o irmão do prefeito. Aque¬la anarquia, aquela confusão, todo mundo na porta da delega¬cia querendo solução: cadê o assassino? Por que é que ainda não prendeu? Queremos ele preso!
Foi tanta pressão que não teve jeito, Maringá determinou a um dos novatos que fosse atrás do Golias que estava pescando e o trouxesse com a urgência devida (urgência urgentíssima = uniforme dobrado, na gíria policial).
Logo depois do almoço chega o Golias todo sujo e prestativo dizendo que não se incomodava em interromper sua licença e que estava disposto a ajudar. Ufa!
Além da satisfação em conhecer aquela figura lendária, Ma¬ringá passou a observar passo a passo as atitudes de Golias para aprender os dotes daquele que seria o maior detetive das terras de Rondon. Golias pediu a chave da viatura e saiu em alta velocidade cantando pneus, e uns 10 minutos depois chegou ele conduzindo um rapagão de uns 2 metros de altura contido pelo colarinho e dizendo ao novo delegado: “aqui tá a solução!”
“Quando acontece alguma coisa nessa região é só prender o Zoião, porque ou foi ele ou ele sabe quem foi”.
E foi assim que Maringá descobriu os segredos investigati¬vos da “Lenda”, que muito se assemelhavam aos do Capitão Louis Renault, o chefe de polícia de Casablanca que diante de qualquer crime determinava: “prendam os suspeitos de sempre!”.
VIA-LÁCTEA...
Lalala, é o único pensamento racional que me vem a mente, não saber nada da vasta expansão, sobre o que as pessoas pensam, o que querem dizer com seus gestos e olhares, que na verdade não revelam muita coisa. E como eu me sinto? Sim, agonia, talvez seja isso mesmo, como se meu fraco e lamentável cerebro pedisse por informações que jamais lhe seriam concedidas. Sabe, é engraçado pensar como um filósofo, que nunca terá a resposta da sua melhor pergunta respondida, envelhece e morre, com a agonia de desprover da mesma, qual sera a solução para esse lamento? Esse sentimento de angústia que me leva a pensar ~estaria minha impulsiva e questionadora mente errada?~ será que um simples "oi", ou um "tchau" poderiam ser interpretados como uma forma de acrasia ? E o amor, ah, o doce sentimento que muitas vezes é confundido com a artificial e momentânea dependência. É vivendo para ver que a vida não é como um filme ou um desenho animado no qual "a dama fica com o vagabundo, o excluido fica com a menina da escola (ou trabalho) a sinderela fica com o príncipe encantado, e a bela fica com a fera". Para a tristeza de muitos não, não é assim.
Se eu pudesse dizer tudo o que penso nesse papel seria quase como se tirasse o peso da via-láctea de minhas costas o que provavelmente não será possível...lalala.
Um ser em seu leito de conforto aguarda o final de mais um
corriqueiro dia. De repente, uma explosão acontece, um evento é
desencadeado, tornando todo o habitual em um repentino
revolucionário estado de comoção mundial.
Este ser, chamado ninguém mais ninguém menos que ninguém, age em
torno desta anomalia em sua rotina, toma providências na
resolução do tal.
Primeiro raciocina o que deve fazer, elabora um plano, redige
regras, passos, ações.
Logo em seguida, discorda de todo o pensado diante das mudanças
na mudança, então resolve tentar outra técnica, uma mais
arriscada e condizente com o seu oposto, o famoso e temido
improviso, o aleatório, ou popularmente, o que o coração mandar.
Por fim, faz o tal segundo pensar, resolve o problema, quer
dizer, meio que resolve.
De repente, ouve um bipe, um chamado talvez?. Não, era o micro-ondas avisando que a refeição estava pronta. Ele dá de ombros,
pega seu alimento, se senta na varanda e admira o sol que mais
um dia sobe em seu altar, nos contempla e depois nos deixa,
procrastinando minuto por minuto sua saída, para nos deixar aqui,
solitários, cegos, sem a sua luz iluminada e fadados a alienação
da compaixão mundial.
Estar apaixonado é diferente. Um diferente bom, mas estranho.
Tudo parece ser uma indireta: um documentário no televisor; uma cena de um filme ou até seu próprio pensamento.
É estranho para um adolescente de poucos anos estar escrevendo sobre amor – O que ele sabe sobre amar? – E eu te respondo com toda a polidez possível; Estou mais perdido do que uma lágrima na chuva, um sopro numa ventania ou um adolescente num site de escritores e leitores.
Olhar de menino
O ônibus prossegue pela rodovia. O sol castiga a terra. O sol e com o que vem junto: a sede.
Sorriso alargado, o menino se sente em uma aventura, um adulto! A mãe contava moedas como se contasse pérolas. E durante uma parada foi surpreendida pela pergunta:
- Mãe, me dá um sorvete? Parecia incondicional... mas ela foi tolerante, e o menino sentiu um refrigério, um manancial em seu interior árido.
O menino era tão simples e inocente que não enxergava as dificuldades vividas por ele e sua mãe. Talvez seja melhor assim.
Enxergava a vida com um olhar traquina. O filho olha para futuro a mãe olha para o presente.
- Mãe, cadê o seu sorvete? Com um semblante sereno ela respondeu:
- Assim que puder eu compro, meu filho. Porém o vendedor lhe disse:
- Não minha senhora. Eu faço questão de oferecer por conta da casa.
Caindo em si, o rapaz entendeu que moedas não compram momentos felizes.
Vida de professor
Portões abertos. Vozes ecoavam pelas salas de aula. A algazarra tomava conta da molecada.
O aluno pensava alto, sonhava ser médico. Esgotado, o professor estava para explodir... Como se explodir resolvesse a situação.
Com garganta rôca, o professor pediu silêncio para explicar a matéria.
- Essa é a fórmula para calcular essa questão. Alguém não entendeu? Perguntou com dor.
Levantando a mão, disse o aluno:
- Eu, professor!
Seria talvez um momento conveniente para explodir, ou birrar, ou ser adulto e professor.
Tocou o sinal, era para ser mais um dia comum de sua rotina, acompanhada de remédios. Quando não, veio uma surpresa na sala dos professores: era o seu aluno carregado de dúvidas.
Surpreso com o que viu, o aluno disse:
- Professor, seus remédios resolveram seus problemas até agora? Se não porque persiste em se desgastar?
Com essa pergunta, o professor percebeu que não podia viver para trabalhar, mas trabalhar para viver.
O WhatsApp responde
Não represento a igreja, nem a classe religiosa, junto a políticos. Sou apenas Um (1) - número inteiro que segue o zero, e apenas precede o dois, mas é apenas um; e nunca é numeral ordinal associado ao cardinal, tornando-se o primeiro, e que lidera uma sequencia de elementos, e sua representação - eleitor interessado em melhorias(por intermédio do voto secreto)para meu estado e para meu País. Não às reuniões representativas políticas.
A Religião mexe, empolga, emociona e convida à uma posição perante o “clamor da nação”, porém , mexe sobremaneira com os aproveitadores da fé, manipuladores de adoração (a Deus?). Os Seminários teológicos brasileiros fazem excelente trabalho na formação de grandes teólogos-pastores que revolucionam as igrejas realizando excelentes trabalhos eclesiásticos.
O “evangelho” se expande, empolga, e vira modo de vida, e vira “comunidade evangélica”, e elege-se representantes nas Casas Legislativas para “defender” os evangélicos ( de que mesmo? - 1 Joao cap.4 vers.4 . Maior é o que esta em nós do que o que esta no mundo”) e nascem pomposos “líderes” caçadores de homossexuais- não confundir com caçadores de marajás – ferrenhos defensores da “ moral” e promotores de mega eventos para mega igrejas. E surgem os “ sem papa na língua”, e surgem os “ vou melhorar um pouquinhos sua pergunta minha filha”, e surgem os “Defensores dos Direitos”(de que mesmo?), e os programas de TV de 2 milhões de Reais por mês ; e surgem os “curtidores-seguidores” do face, Twitter. Meu Deus! E surgem os convites para “reuniões do povo de Deus” da Bancada evangélica( da bala?) para ouvir e dar apoio a políticos interessados em união de Classes(corporativismos religioso?)
O Evangelho se torna parte do Terceiro Setor? Por falar em Setor, Carlos Montaño em seu livro Terceiro Setor e Questão Social(2010, p.53) não poupa críticas a ele quando se torna parte, e aliado do capitalismo,pois deste modo, suas ações contradizem as “boas intenções” camufladas.“
Ampliando nossa turva visão crítica teológica, deslumbraremos que não só os intelectuais “orgânicos, mas também os intelectuais “líderes” mal-intencionados(caçadores de pecadores ou de corruptos...) das pomposas igrejas “independentes”,tradicionais,apontam, com certeza,para os interesses das suas corporações.
E nasce a utopia triunfalista de que o evangelho tomou conta do Brasil, de que o povo evangélico é poderoso em voto, e que não pode ser ignorado pelos pretensos políticos – caçadores de votos e estabilidade financeira...
E o evangelho é colocado no liquidificador na companhia de : “ buscadores de bênçãos”, de “abençoados” e nunca abençoadores, poder, dinheiro, substituto do Estado, Terceiro Setor, corporativismo, legalismo exacerbado( em substituição à graça de Deus, e a cruz de Jesus Cristo)e buscadores de fama. Os púlpitos estão emudecidos perante as peraltices dos emergentes “ pregadores-caçadores”. Por que? - Receio , do desafeto às ovelhas ( curtidoras dos “vou melhorar sua pergunta...”), do assumir posições pela minoria...?( Nem sempre a multidão trilha acertadamente).
O líder escolhido por Deus para liderar seu povo a lugares celestiais na intercessão do Espírito Santo, não representa a Igreja junto a setores políticos eleitoreiros. Ele representa sim, sua comunidade, na parceria com setores cooperativos de sua Associação , rumo a evangelização do povos daqui e de além mar. Ainda filosofamos, socializamos?
Estamos caminhando para um desfecho trágico nesse “enredo de retalhos”: Brasil de maioria evangélica,( a Igreja assumindo o poder absoluto?) partidos políticos evangélicos, de forjadores de opiniões tendenciosas; de gente confusa, indecisa, envoltas em chavões religiosos e amaciadores de ego; que lotam os “muros”( mas a quem pertence o muro?).Quem mesmo está “acima de todos” por aqui?
Estas indagações transfiro ao eclético “intelectual” e “respondedor”, WhatsApp( não me refiro ao ucraniano, naturalizado americano, Jan Koum) Ele não sabe dessas peraltices político-religioso daqui dessas bandas sul americanas.
418
Não tolha sua criança
Ela quer esperança
E anda sem fazer lambança
Querendo um carinho ganhar
Não agrida sua inocência
Que quer somente viver
E mesmo andando sem saber
Tenta
Tenta
sem poder escolher
Não desentenda com esse pequenino
Que mesmo sendo tão menino
Sabe do futuro
Quer ser maduro
E no vai e vem do mundo
São tantas imperfeições a corrigir
Que se pensar bem
Nem tem tempo de sorrir
Entenda hoje a criança tanto faz
Porque se tanto ela desfaz
Acabará se tornando um adulto qualquer um
E isso não é bom demanda juízo
Demanda tanta calma
Que a criança cresce sem alma
Procurando sempre a superação
E quando não se tem apoio
Vem e vai desilusão
A criança cresce sem ação
Assim sem encantamento algum
Seguem crianças tanto faz
E adultos qualquer um
Porque lá atrás
Quando não faltou o pão
Deixou-se faltar o insubstituível carinho
Aquele que abriria o caminho
E mudaria o destino
E uma criança tanto faz
Não se tornaria um adulto qualquer um jamais.
Luoaganini
COMIDA E POESIA
Proteínas, minerais, sais, açucares, fibras, etc., etc. Imagine que todos esses elementos fundamentais para a alimentação, cada um deles em suas respectivas quantidades necessárias à manutenção diária do corpo, estivessem dispostos em um grande prato, bem na sua frente, sintetizados e misturados aleatoriamente e prontos para serem ingeridos. Quem sabe o resultado não fosse apenas uma grande massa disforme e estranha, de múltiplas cores e sabores, aromares, texturas, uma riqueza suficiente para confundirem-se os sentidos e acabar por não identificar a peculiaridade de cada um. Não parece algo muito apetitoso, não é? É porque não é assim que “funcionamos” mesmo. Comer é, antes de mais nada, uma necessidade, um impulso de auto conservação a partir do qual, por uma relação de apoio, outros contatos e aprendizados, através da incorporação oral, podem experienciados e adquiridos, alcançando um caráter pulsional autônomo e qualitativamente diferenciado do que o caracterizava em sua origem. Então, se a qualidade daquilo que nos impulsiona a comer já não é mais a mera necessidade instintiva, o que agora seria? Algo tão presente em nossas relações e atividades, desde as mais corriqueiras e ordinárias às mais complexas. Chama-se prazer. Sim, porque o prazer se associa, por exemplo, aquele franguinho guisado que nossas mães e avós (até mesmo os pais, eles são certamente de mão cheia!) preparam em casa, com todo o cuidado e carinho, com toda a riqueza tradicional de seus temperos e segredos, construindo factualmente a receita que persiste em ideia, esperando apenas o momento em que uma oportunidade lhe permita nascer pelas mãos que as preparam, a este muito que tanto carece de belezas injustificadas. Normalmente começam por um convidativo cheirinho de temperos que preenche suavemente cada vão da casa, recebem o principal de seu corpo culinário para ganhar cozimento e são acompanhados por uma multiplicidade de cores. São tomates, e pimentões, cheiros-verdes e cebolinhas, tudo o mais que essa tão maravilhosa arte permita em sua elaboração poética. Cozinhar é exatamente isso, fazer poesias que não são escritas em palavras para nossa linguagem, ou mesmo expressas em sons que nos proporcionem deleite em suas cadeias harmônicas. Fazer poesias que nos encantam através de seus aromares, dos seus sabores, das suas cores. Tudo à sua maneira. Tudo com sua peculiaridade. Tudo formando um corpo que é inteligível além da linguagem, soando como uma melodia além do que qualquer harmonia é capaz de suportar. Poesia que não sai pela boca, mas que a penetra deliciosamente, proporcionando prazer ao corpo e satisfação para a alma. E cozinhar algo delicioso a alguém especial é, também, manifestar toda a beleza de sua própria alma e oferecê-la gentilmente a um paladar que se apeteça dela, incorporando-a, um verso a cada colherada, uma estrofe a cada olhar entrecortado por um doce sorriso ao acaso, como um soneto que, mesmo sem uma única palavra, diz tudo a respeito da alegria de viver e amar.
Tentar
Porque não tentar?
Porque abrir os braços na esperança
Quando a cobiça espera a fadiga?
Porque morarmos em buracos fundos ,dia após dia na esperança do ócio fatídico.
O segredo da vida está na tentativa ; essa do não não passa, Em compensação as consequências da não tentativa são desastrosas.
Não viaje de avião na tentativa, viage de trem , calculando cada esquina,, olhando cada jardim florido , sentindo o cheiro de cada flor e, depois de já calculado e ganho o espaço, depois da calmaria da tentativa, ande de avião pois, todo o tempo que se perde é perda e toda perda é motivo de reflexão e algumas vezes nos faz falta.
Fique sóbrio em suas decisões, não se embriague com o orgulho , o preconceito, a paixão e o que pode te cegar.
O cego precisa apurar outros sentidos para caminhar e nós , nós não temos esses sentidos apurados.
Não se livre dos percalços de forma abrupta, eles, uma vez interrompidos sem critérios , voltarão e com outra dimensão, outras consequências, muitas vezes maiores.
Tente, tente , tente, e tente. Tentar significa ter e estar, tentando você sempre estará presente ; em sua própria vida , na de seus amigos, de seus parentes, estará na admiração de cada um, estará no coração de todos.
Inunde-se de perspectivas , tenha fartas opções, precise sempre. Tenha um lugar para amar e que seja sempre bem-vindo.
Nunca seja hóspede de última hora, as entradas com as tentativas sao distintas e amplas e você tem que ver várias portas abertas, quem tem só uma porta aberta corre o risco do vento soprar contra e fecha-la quando você estiver entrando.
Crie hábitos nobres, espurgue a possibilidade de pensamentos obscuros direcionarem sua vida; sorte não existe, existe um amontoado de causas e efeitos dos quais só nós temos responsabilidade.
a vida é uma contabilidade; uma contabilidade amorosa.
Faça presente a nobreza, essa é elegante e nunca sai de moda , além de fidelizar as pessoas.
Tire um tempo para tomar um chá, ler um livro, arrumar seu armário, reservar uma boa hora para resgatar aquela amizade sem cuidados.
Remonte-se,tente, tentar nos põe vivos e quando a música da vida estiver alta, tente abaixa-la ,mas não desligue o som, só abaixe o volume. A vida tem que ter alegria , e essa alegria vai depender diretamente de nossas tentativas e do volume de nossa música interior.
A moldura da obra de arte era sempre a parede do quarto. Sempre não. Às vezes dividia espaço com o teto.
O quarto pequeno, com duas caminhas de solteiro e um guarda-roupas, dava espaço para o sol, todos os dias de manhã, quando ele entrava pelas frestas da janela sem cortinas e refletia na parede (e não muito raro, também no teto) o mundo lá fora.
Algumas vezes o colorido se fazia presente. Outras, só a sombra desenhava a pintura.
A planta encostada na parede de fora, a cachorra deitada no sol, e a mãe passando com o cesto de roupas sujas para pôr na máquina de lavar.
Raios de sol que entravam despretensiosamente pelos buraquinhos pequeninos da janela, faziam o dia daquela criança começar com mais imaginação.
O quarto pequeno ficava grande.
O sol era o pintor. A parede era a tela. A vida lá fora era a inspiração.
A criança que enrolava a sair do quarto para apreciar mais um pouquinho daquela pintura singular, feita sob medida na sua parede, se descobria, ainda pequena, amante da arte, mesmo sem imaginar que a arte poderia simplesmente, entrar pela sua janela enquanto ela dormia.
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(Eu sempre amei observar os desenhos que o sol faz dentro de casa. Hoje, deitada na cama e mais uma vez, apreciando a luz natural entrar pela minha janela, resolvi resgatar - e registrar aqui - a memória de quando eu comecei a admirar essas pinturas)
Já faz alguns dias que a brisa que entra pela fresta da janela deixa a casa toda gelada. As vezes não é brisa, é ventania. Em alguns momentos o vento vem tão forte que consegue abrir todas as caixas que estavam lacradas no sótão da minha memória.
Na maioria das vezes eu fecho tudo correndo pra não deixar o vento bagunçar a casa que eu levei tanto tempo pra arrumar. Confesso que outras vezes aproveito pra espiar as lembranças que ficam espalhadas pelo chão.
Enquanto tento organizar tudo de novo, me permito sentir o frio que preenche todo o ambiente, mas me protejo enrolada no cobertor e fecho as janelas na tentativa de me privar de mais um vendaval gelado.
Fecho com fita reforçada cada caixa que foi aberta. Faço um chá quentinho, me acolho no sofá e fico esperando o dia seguinte sem tentar adivinhar a previsão do tempo.
Vai que amanhã, no lugar da brisa gelada, entra o sol trazendo luz e calor pelo vão que eu deixei aberto. Se assim for, vou abrir todas as janelas e agradecer pelos dias frios, que me ensinaram que as estações não duram pra sempre, mas que se nossa mente é nosso lar, a gente precisa deixar nossa casa aconchegante para enfrentar qualquer temperatura, né?!
Sem perceber eu já havia começado a separar tudo o que gostaria de levar na viagem. Fui me desfazendo aos poucos do que não caberia na bagagem. Deixei com certas pessoas coisas preciosas. Guardei com cuidado retalhos de algumas histórias. Foi difícil jogar fora tudo que não me cabia mais. Escondi no fundo da mala algumas lembranças que não ocupavam mais tanto espaço. Embrulhei com cuidado todos os cheiros, sabores e sensações que eu já tive. Deixei a mala de mão vazia, pronta para colher novas lembranças ao longo do caminho.
Conforme vou seguindo sem mapa, aprendo a contemplar cada passo que dou, cada tropeço, cada experiência e cada um que passa por mim. Quanto mais longe eu vou, menos pressa eu tenho de chegar no destino. O desequilíbrio de andar sempre com mais perguntas do que respostas, não me incomoda.
Vez ou outra eu paro, respiro, deixo alguns pensamentos antigos no meio do caminho para seguir com a bagagem mais leve, escolho uma nova estrada e recomeço. Não sei ao certo quando essa viagem vai ter fim, mas me contento em saber que sou eu que escolho a rota, a companhia e o peso que levo comigo durante todo o trajeto.
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(Do bloco de notas pra cá. Coisa muito rara de acontecer, mas hoje deu vontade)
O nó que você desfez de nós
Tão rápido como quando se amarrou em mim, antes que eu pudesse perceber, você afrouxou o laço e desfez o nó.
Não me deu tempo para te ensinar um jeito novo de amarrar. Você alegou que aquele nó, que você mesmo fez, te sufocava.
O erro foi desfazer o nó de nós, quando na verdade, deveria ter desfeito o nó da garganta.
A corda ficava na verdade, no pescoço. Nas palavras não ditas, engolidas a seco.
Mas a opção foi sua. Deixou a corda na garganta e desfez o nó da pele, da mente, do coração.
O nó de nós não existe mais.
Não existe.
Não há mais laço que nos mantenha presos um ao outro. Não há nó que sangre a pele.
Tão rápido como quando o pai ensina o filho a amarrar os sapatos de um jeito firme, o filho puxa o cadarço com uma única mão e desfaz o laço que criou.
O laço que você me ensinou a fazer. O nó que você desfez de nós.