Crônicas

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A efemeridade do julgar

Manhã fria que aos poucos se aquece. Como de rotina metrô cheio. Pessoas com histórias, idades, gostos, estilos... enfim, a diversidade que há numa metrópole. Os que conseguem viajar sentados: livros nas mãos, jogos, trabalhos, pastas e um estilo próprio que toca aos seus ouvidos, hora suave, hora gritante, assim é a manhã de um paulistano.
De repente as portas se abrem, uma senhora entra...olhos amedrontados, corpo encurvado e as pernas ansiosas por um assento... ninguém levanta e nem a percebem; os sentados fecham os olhos e a ela menosprezam...ela procura o banco azul em tom claro. Logo avista uma moça, sentada no banco em que ela se enquadraria. Moça elegante e sorridente, traços de pouco sofrimento e um meigo olhar para a senhora que ali permanecia.
Um senhor já grisalho, ao ver tamanha frieza logo exclama: "já que os jovens não se levantam...assenta neste banco minha senhora...". A moça ergue a cabeça e avista os olhares de reprovação. Sorriu e novamente a seu livro se fixou. E na longa trajetória a ela todos olhavam...
Na penúltima estação um jovem rapaz se aproxima, com duas muletas e pernas saudáveis. O Rapaz elegante da moça se aproxima, e a entrega seu apoio e as muletas que nas mãos trazia. Todos pasmos. Quem diria? Aquela meiga moça uma de suas perna já não possuía...

Inserida por ThatySousa

LINHAS E TONS

Num dia ensolarado, concentrada, caderno, caneta e meu pássaro, uma criança se aproxima: "Para quem escreve? Quantas rimas!" São os olhos vivos e interrogados de quem pouco aprendeu da vida, que palavras são força e coração.
"Palavras complexas e bonitas, parece que até as sábias rimas ganham coerência e coesão. Foi destarte que aprendi, no primário lá na roça, que ir à escola gastava horas", assim dizia certo ancião.
Para um filósofo que conheci, são tons coloridos em versos e linhas, palavras que expressão amor e sentimentalidade, que alguém sensível redigiu. Parece-me que alguns jovens as desdenham, marcando neles uma vida efêmera e que a esperança se apagou...
Já o artista ao lê-las interpreta em canção, teatros, romances ou ficção, o roteiro simples de palavras humildes, para aqueles que por meio da performance, conseguem ver a intensidade dessas LINHAS E TONS.
As frugais palavras mencionadas são versos em estrofes ou escorridos, que alguém sensivelmente compôs. São versos que a criança apreciou, muitos jovens não entenderam, o ancião compreendeu e o filósofo analisou. Nesses tons e linhas, os chamamos de POESIA um gênero literário em harmonia sem nenhuma métrica rígida, que na liberdade do artista, despertam sentimentos, lembranças, saudade e amor...Eis a POESIA!

Inserida por ThatySousa

O Último Toque

Capela entreaberta, credência posta, ambão entornado em verde e o lecionário aberto! Liturgia em tempo comum e a rotina diária de um grande hospital com sua complexidade: muitos doentes, familiares em oração, religiosas preparando a celebração, o terço deslizando nas mãos com petições e meu violão ao lado, esperando o momento certo de ser tangido.
O sacerdote se aproxima. Uma religiosa se levanta para acender as velas e enunciar o primeiro comentário da celebração e suas intenções. Pego meu violão e já anseio pela penúltima melodia, a única que consigo enternecer com facilidade. Ainda estou aprendendo!
A celebração se inicia. Durante a procissão de entrada, sinto que alguém fixou os olhos em minhas mãos. Pergunto-me: “será que estou tocando errado?”. A celebração prosseguia e o olhar daquele moço continuara inarredável. E aos poucos o jovem rapaz de banco em banco se aproximara lentamente.
Fiquei pormenorizando cada passo de sua aproximação. Já estava no ofertório, momento de entrega e concentração, quando vem ao em minha direção com um pedido insólito: “Por gentileza, posso tocar a música da comunhão?”. Logo me enraiveci. Era a minha música preferida! Levantei-me e fui ao encontro da religiosa responsável no intuito da não aceitação desse pedido esquivo. A irmã, já anciã, com o olhar compenetrado disse-me: “Deixe-o tocar!”.
A missa prosseguiu. Momento eucarístico. Enciumadamente, entrego-o meu violão. Para nossa surpresa, ele tocara maravilhosamente cada nota, numa harmonia que chegara ao coração. Mãos que tocavam divinamente e olhos em lágrimas que não pareciam ter fim. Questionei-me tamanha emoção, mas senti que vinha consigo uma dor inexplicável. Terminando aquele momento rico e divino, devolveu-me o violão com um sorriso satisfeito, porém senti que ainda havia uma dor imensurável naquele olha.
Após a benção final, como de costume, comecei a guardar os instrumentos musicais. Aquele moço que me surpreendera já havia se retirado. A religiosa anciã veio-me ao encontro e disse-me algo que jamais esquecerei: “sabe aquele moço que lhe pediu o violão? Eu permiti com que ele tocasse e vivesse aquele momento único, pois seria seu último toque”. Perplexo a questionei sobre o estranho “último toque”. Ela olhou-me, já lacrimejando, respondeu-me: “Nesse momento, ele está dirigindo-se ao centro cirúrgico e amputará o braço direito. Esse foi o seu “último toque””.

Inserida por ThatySousa

Carta à paixão

Quando olho para ti com os olhos não mais apaixonados, vejo a mesma pessoa, com as mesmas roupas, com os mesmos costumes... Até aquele antigo perfume, único, que me aguçava o olfato, tornou-se comum. Sua voz, seu jeito de me tocar era tão únicos que naquele exato momento tudo se estagnava, tudo centralizava, tudo reiniciava! Cadê aquele momento? Foi-se! Deixou saudade! Não saudade de você, mas daqueles sinceros sentimentos que me faziam perceber o quanto sou capaz de amar alguém. Eu te amei! Talvez um amor maior que você, maior que a mim, maior que o tempo, maior que meu orgulho, maior que seu medo de deixar-se amar. Não há arrependimentos, não há raiva, e também não há mais aquela fervorosa paixão. Ainda te amo! Pode ser que o ame por toda vida! Só não quero apossa-me de ti! Isso é a liberdade! Dou-te a liberdade! A liberdade também é um ato de amor! A paixão é perspicaz. Com ela, ficamos espertos, qualquer instante é favorável para estar perto da pessoa amada. Aguardamos ocasiões com a paciência de quem um dia conquistará o maior troféu: sua presença. Não há necessidade de te tocar para perceber que o beijava com meu olhar. Você notava! Sei que notava! Não conseguimos deixar escapar um olhar apaixonado da pessoa enamorada. Tentei esconder de todos, ninguém percebeu! Mas você sim! Guardei esse amor, assim como guardei os antigos amores e aguardarei os futuros. Sou uma pessoa amante e itinerante! Não sei se amaria somente uma pessoa, no entanto, eu te amei!

Inserida por ThatySousa

Leda

Minha avó Leda está doente. Não se sabe bem ao certo se é orgânico, se é cansaço, ou se é uma soma das duas coisas.

Acho que a preocupação, o querer alguém tão bem a ponto de desejar pegar todo para si o seu sofrimento, é a maior prova de que amamos alguém. E eu a amo pelos seus detalhes.

A amo pelas pequenas mesinhas de abrir que mantinha em sua casa em minha infância, nas quais eu desfrutava de sua deliciosa salada de maionese nos almoços de domingo.

A amo pelos vistosos brincos de pressão que nunca deixaram de estar pendurados em suas orelhas, pelo batom coral em seus lábios e pelas suas unhas sempre bem feitas.

A amo por ter uma poltrona só dela em sua sala de estar, e pelo jornal rigorosamente posto a sua frente.A amo por seu amor à leitura.

A amo por sua intimidade e gentileza aos garçons, aos porteiros de seu prédio, aos filhos desses porteiros.

A amo até mesmo por sua sinceridade muitas vezes cruel, mas, acima de tudo, por sua sinceridade consigo mesma.

A amo pelo cheiro, pelas camisolas, pelos olhos azuis brilhantes, pela inteligência, pela coragem, pelo medo, pelo senso de humor, pela preocupação, por ser minha.

Inserida por patricia-pinheiro

Sabe aquele velho ditado "quem vê cara não vê coração" ? Então! Quanto mais conheço o ser humano,mais gosto dos meus carros velhos e principalmente do meu cachorro,porque do meu cachorro o que ele sente é verdadeiro (Aloha amor do papai..rs...rs..). E a vida nos dá todos os dias exemplos de como todo cuidado é pouco,me vem a cabeça outro velho ditado " É vivendo e aprendendo"...Abaixo o real significado do inicio de conversa,excelente noite aos poucos porém verdadeiros...AMIGOS!

Significado de "Quem vê cara não vê coração"

O que as pessoas aparentam não representa aquilo que elas realmente são: pode-se ter a aparência de bondoso e ser, na verdade, muito mau; usa-se esta expressão para recomendar cautela contra pessoas maldosas, mas com boas aparências...#ficaadica !

Inserida por dssilveirarj

Não é mais um texto sobre protesto, é sobre pessoas. E que tipo de pessoa você é?

Existe o tipo de pessoa que só fala e nada faz .Grita, bate, quebra " xinga", quer mudança...Mas é incapaz de apanhar o cocô do cachorro quando caminha no calçadão de ponta negra.
Fala bonito sobre corrupção, sabe o nome de todos os corruptos da história do Brasil, mas é só tomar umas caipirinhas no veraneio, que paga alguém pra dirigir seu carro do circo da folia " até depois da viatura da polícia " .
É o tipo de pessoa dourada do sol, que diz ter orgulho de ser potiguar, mas chega sábado, na praia com os amigos, " tomando uma de cana com uma banda de caju" e deixa o lixo ser levado pelo mar. Sem o mínimo de culpa, sem o mínimo de consciência pesada.Remorso.
Esse tipo de pessoa, que fala, fala e nada faz, é do tipo " marido reclamão" exige que a casa esteja limpa, mas na hora de passar a vassoura, xiiii, corre e varre todas as migalhas pra debaixo do tapete.
É do tipo pessoa "mudança" Mudança de pensamento, atitude e discurso!
É o tipo de pessoa que precisa sempre ouvir: Muda, que quando você muda ,tudo muda.

*Não é mais um texto sobre protesto. É sobre pessoas.

Inserida por viviangalvao

ALMAS GÊMEAS

Muitos confundem paixão com amor...
Muitos confundem amor com apego...
Muitos acreditam que quando amam alguém, encontraram sua alma gêmea.
Ledo engano...
Você pode encontrar alguns amores durante a vida.
Mas como saber qual deles é sua alma gêmea?
E se essa pessoa já passou pela sua vida e você deixou escapar?

Almas gêmeas têm praticamente tudo em comum. Foram feitos um para o outro desde o dia em que nasceram. Sorte divina o casal que se encontra.
Não precisam estar amando, para se sentirem inexplicavelmente bem quando estão perto...
Não precisam estar apaixonados, para sentirem desejos e saudades incontroláveis...
Não precisam estudar o Kama Sutra, para serem perfeitos na cama...
Não precisam programar férias, pois para eles, qualquer lugar é o paraíso...

Almas gêmeas têm a emoção como parte do cotidiano. Vão rir e chorar... sentir alegria e tristeza em questão de segundos.
Almas gêmeas têm o que conversar a vida inteira. Além de amantes serão também melhores amigos.
Almas gêmeas experimentam muitos erros e acertos, pois foram feitos para aprender um com o outro.
Almas gêmeas passam por muitos testes difíceis para comprovar e fortalecer o amor.

A missão das almas gêmeas é cultivar um amor verdadeiro para eliminar todas as impurezas da alma e assim carimbarem o passaporte para a eternidade.

Inserida por LonWinchester

A solidão da praça
Como todas as praças há um busto de olhar sério com ar de tristeza. Quase ninguém percebe sua biografia. Aquele busto respingado de fezes de pombo no centro da praça deserta pode parecer triste, porque a praça já não encanta tanto como antes. E os jovens das jovens tardes de domingo, e os beijos roubados os beijos de namorados no coreto. O coreto já não abriga mais o recital das poesias a fala teatral nem é mais palanque de protesto. O coreto também está mais triste, nele só há respingado de fezes de pombo. Por conta de umas redes sociais e de jogos mortais, não se abraçam, não se ouve vozes, nem se vêm, nem sentem calor humano. As crianças já não brincam que triste fim da grama e da areia da praça que ficou tão alheio.

Inserida por amaurivalim

Ser avó e avô

Ser avó e avô é ser um segundo pai e uma segunda mãe. É reviver experiências do passado é ver-se entre fazes que se sucedem.
Há um dos dez mandamentos, o quarto, que diz: Honrar pai e mãe! vou além, valoriza teus avós mesmo na velhice, para então, eternizar momentos.
Talvez não haja martírio maior que o desencontro entre pensamentos, o exílio, se asilar internamente nessa casa de repouso chamada corpo.
Eles são igualmente hoje o que você será amanhã, dependente do amor e do carinho dos filhos. É ai que nos tornamos pais de nossos avôs.
Perdoe-os pelas suas escorregadas, pelos seus lapsos, pelos seus desencontros e gafes em hora imprópria.
É nessa hora que voltamos a ser criança. É nessa hora que vivemos uma vez mais a inocência perdida há muito tempo.
Avós são celeiros de sabedoria. São uma enciclopédia a céu aberto, longe da virtualidade, longe da realidade atual. São nosso museu de raridades particular.
Avós são nosso único elo com o passado distante, décadas que não voltam. São exímios contadores de causos e histórias.
São o abraço terno, colo quente, o riso mais doce, palavra e conforto insubstituíveis. Se os pais são nossos professores, eles são nossos conselheiros.
Substitutos de nossos pais, diante de sua ausência. Nosso segundo porto, nossa segunda casa. Nossa garantia estendida.
São aqueles que nos aconselham sem nada cobrar, sem nada exigir, senão, a reciprocidade entre amores de sangue.
São nosso confessionário e confidentes. Não nos julgam, nem castigam, mas sim, nos mostram o caminho da verdade.
São nossos eternos cúmplices, parceiros, amigos e companheiros a qualquer hora e tempo sem medir esforços.
Pois, aos seus olhos seremos sempre crianças, a sua infância viva, o seu atestado de lucidez, a prova da sua jovialidade.
Orgulhe-se desse título: Neto! Pois, ser neto é ser duas vezes filho. E ser avô e avó é ser abençoado em dobro.
É ser duas vezes pai e mãe!

Inserida por leandromacielcortes

A primeira vez

A primeira vez é sempre mais gostosa. É sempre a mais doce. A primeira vez é de fato inesquecível.
O romper de lacres. O andar de bicicleta. O primeiro beijo. O estourar do champanhe. Os primeiros passos.
O primeiro amor. As primeiras alegrias. As primeiras dores do parto. As primeiras lágrimas. Os primeiros sorrisos.
As primeiras conquistas. O primeiro salário. A primeira viagem.As primeiras dores de um fim.
Não há uma ordem, apenas desordem na primeira vez. A ânsia pelo acerto, o nervosismo pela estréia que nunca chega.
A primeira vez de um principiante, de uma debutante. A primeira vez que não volta, sempre tem cheiro e essência de amor.
É só adrenalina. Êxtase puro. Felicidade que se abre em risos, espasmos de alegria. É viver entre eternas descobertas.
A primeira vez pode duras alguns segundos, uma hora, uma noite, uma selfie em um flash, um poema, uma poesia.
Pode durar um capítulo, um parágrafo, uma linha, uma frase. Pode ser um ponto final. O início, reticências, pode durar uma eternidade.
A primeira vez sempre tem um gosto passageiro. A primeira vez é sempre a mais bonita. Não há arrependimentos, mas o desejo pelo bis.
A primeira vez é o apogeu. É mutação, o transformar, mudar de fases, descobertas e histórias. É o dia em que ele deixa de ser um principiante e vira homem.
É o dia em que ela perde o selo de aprendiz, transcende mundos e se descobre mulher. É uma lua de mel antecipada.
É o encontro com a maturidade e o desencontro com a infância. É tornar-se adulto e romper laços com a inocência.
A primeira vez. A primeira prova. Os primeiros erros. Os primeiros acertos. Não há professores, mas sim, aprendizes.
A primeira vez, quando consumada a gente nunca esquece!
A primeira vez é genuinamente única e especial.

Inserida por leandromacielcortes

TRIDECANATO DOS ANJOS
NORMA AP SILVEIRA DE MORAES
EU SEI QUE VOCÊ SABE... (EC)
Eu sei que você sabe querido
O quanto és tão importante
Na minha vida, querido amigo

A distância não pode separar
As almas que tanto se amam
Deixando-as na saudade ficar

Seremos unidos eternamente
Nosso querer vem das estrelas
E nesta magia vivem contentes

O amor verdadeiro é para sempre...

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POEMA CRÔNICO- SONHAR
AUTORA NORMA A S MORAES
ESTILO DE ANA LUCIA S PAIVA
Minha vida é sonhar
Sair e por aí passear
Fico aqui a dormir
Com vontade de sair
Meus projetos eu faço
Tenho que admitir
Neste meu existir
Sem muito assumir
Falta-me a coragem
Para seguir viagem
Nesta vida de aragem
Pois vou sem miragem
Seguindo sempre além
Aposto nas surpresas
Hoje vivo o meu agora
Sem hora para desistir
Vou seguindo nesta hora
Pois o tempo não demora
Vou alegrar o meu viver
Fazer por ainda merecer
O prêmio do prazer
Pela paciência de ser
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BOM DIA JESUS
Nesta manhã Senhor
Venho aqui agradecida
Dar-lhe bom dia

Um belo amanhecer
Está lá fora
O sol entrando
Pela minha janela
Novas esperanças e
Outras motivações vêm
Aqui me orientar

Vem me abençoar
Enxugar meu pranto
Trazendo toda alegria...
CRÔNICA
MORTE DE MEU AVÔ
Estava eu com uns dez anos quando meu avô materno, Marcolino Conde de Paiva morreu...
Falando um pouco de meu avô, era um homem excecional. Muito trabalhador, tinha uma pequena fazenda, na qual vivia de várias formas de trabalho de acordo com cada estação do ano. Tirava e vendia leite, e fazia queijos o ano inteiro, fazia rapadura, plantava e colhia café, tomates, milho, arroz, feijão, banana, engordava e criava porcos, etc., e assim ia vivendo.
Ele era um homem muito honrado e bom para seus empregados. Sempre havia uns oito ou dez. Lembro-me, que ele dava almoço, café da tarde e janta para que os funcionários não ficassem com fome. Alguns moravam longe e dormiam em um local apropriado ou mesmo nos quartos da sala.
Mas vida de meu avô Marcolino era muito corrida, administrando sozinho cada seguimento, sempre correndo atrás dos compradores e ainda trabalhando junto com os empregados na roça de café e outros.
Seu aniversário era no dia 25 de dezembro. Nas férias a casa de meus avós maternos ficava lotada, pois todos os netos iam passar férias lá e mais alguns parentes da cidade.
Quase tudo que consumia ele tirava da mãe terra,
Mas no final de dezembro era uma feste em sua fazenda, casa grande e animada. Ele então ia na cidade para comprar algumas especiarias para colocar no arroz doce, e outros doces, açúcar, farinha de trigo para o bolo, etc. Lembro-me que o glacê do bolo ou cobertura era feita com açúcar refinado e claras em neve, com sabor de limão ou outro. Era uma correria da mulherada, umas limpavam a casa, outras faziam os quitutes como os doces, bolos, broas, biscoitos de polvilho, rosquinhas, etc....
Pois bem o motivo desta crônica meio longa, pois a emoção da saudade me faz escrever, mas para não cansar o leitor vou já contando.
Meu avô nesta viagem trazia ao voltar os bolsos de seu terno cheios de bala, para ir dando para os netos que sabia do horário do ônibus e iam encontrá-lo. Pois bem neste dia estava armando chuva e as crianças ficaram em casa.
Meu avô desceu do ônibus e esperava os cavalos que iria levar ele e a carga para sua casa. Naquele tempo era muito difícil quem tinha carro, meu avô tinha tropas de burros e muitos cavalos, mas carro não. Como estava um pouco atrasado os cavalos, ele resolveu ir andando a pé um pouco, pois não gostava de esperar e o ônibus adiantou um pouco. Perto do ponto de ônibus havia uma casinha. Ele de repente sentiu muita sede e resolveu parar para beber um pouco de água. O morador já muito conhecido o fez entrar e esperar na sala. Quando o morador voltou o meu tão amado avô estava tombado no chão, e as balas caiam de seus bolsos.
Ele teve morte, um infarto fulminante. A única coisa que disse antes do morador ir na cozinha buscar a água é que estava muito feliz, com a casa muito cheia e que ia comemorar o seu aniversário.
Conta minha mãe que uma árvore, um angico, belo, frondoso e imenso que ficava ao lado da casa e que meu avô adorava, caiu sem motivo nenhum. Todos assustaram com o fato da árvore cair, e em seguida receberam a notícia que meu avô havia morrido. Dizem ser um mistério até hoje, pois a árvore não tinha nada de errado na raiz e nem nos troncos, e havia muitas árvores do lado da casa, na verdade uma matinha com nascentes de águas cristalinas, que ele conservava com muito orgulho. Esta árvore era a preferida de meu avô, e com ele ela teve sua finitude também. Será que habita algum tipo de espirito amigo em árvores ?
TRIDECANTO EM CORRENTES
ENCHER A CARA DE CERVEJA
Ainda tenho saudade guardada
De ir para os bailes e com meu amor
Me divertir e muito dançar
Tomar cerveja e rodopiar
No salão, todo enfeitado
Como era bom então viver
Sair sempre por aí a correr
Nos finais de semana cerveja beber

Era tão bom assim amando
Mas família dele foi implicando
E a inveja já começando

Com nosso amor sempre implicavam
Até com nossos beijos, recriminavam
Até que foram conseguiram
E assim nos afastaram
Pois os beijos se rareavam

Grande foi o sofrimento

Viver pelos conceitos de outros
E até a cerveja deixar de beber

Hoje tenho que de remédios viver
Minha vida ficou assim depois do câncer

Tão cheia de limitação
Mas não adianta a lamentação
Somente a saudade e emoção
Pois vivi muito bem cada inspiração

12/08/2105

Inserida por NormaSilveiraMoraes

Extinção do Poder Legislativo e O decreto federal 8243/2014

Publicado sem muito alarde em maio desse ano, o Decreto 8243/2014 assinado pela presidente Dilma Roussef, entre centenas de belas palavras, institui o que se convencionou chamar de “conselhos populares”.
De forma bastante concreta, estes conselhos serão unidades de definição de políticas públicas - isso mesmo que você leu - : centros decisórios das questões nacionais a serem implantadas taxativamente no país, em uma substituição prática das Casas de Leis nacionais.
Mas espera um pouco, não seria uma má idéia, afinal o Poder Legislativo é um câncer mesmo e mais atrapalha que ajuda, não é verdade ?
Nâo, não é verdade ! Por pior que seja, o Poder Legislativo é o único contrapeso legal de um regime democrático na clássica lição da divisão dos poderes, se ele não é o ideal que precisamos a culpa é de quem o integra e não da instituição em si.
Sem falar que o pulo do gato ou da onça mesmo, é que os tais conselhos serão compostos por aqueles que o Governo nomear, ou seja, “ é nóis mano, junto e misturado”, executivo e legislativo sob uma batuta só.
O doutor Yves Gandra, em palestra recente no Rotary Club de São Paulo disse que "Estamos em um governo contrário as posições de liberdade e economia de mercado que caracterizam a união européia e EEUU “ e ainda “"Num país que tem 140 milhões de eleitores como podemos aceitar que o Congresso Nacional que nos representa seja substituído, trocado por conselhos de algumas pessoas ? ”
Para finalizar, dr. Yves acrescentou: “ Viveremos então um modelo venezuelano, boliviano, equatoriano, onde a constituição só tem dois Poderes: o executivo e o executivo, através desses conselhos !"
Dirão alguns que essa preocupação é exagerada, mas para citar outras opiniões na mesma linha ressalto que o Jornal Estado de São Paulo, em editorial, definiu o Decreto como “um conjunto de barbaridades jurídicas que ferem o Princípio da Igualdade democrática onde uma pessoa equivale a um voto”, ou seja, se a maioria de nós não escolher um representante legislativo, esse representante nomeado em decreto não pode votar em meu nome ou no seu para obrigar a todos a seguir uma nova lei, é simples.
O professor Reinaldo Azevedo classifica este instrumento da presidência como “a instalação da ditadura por decreto” e que o tal “sistema de participação social é na verdade um sistema de tutela”, em outras palavras, é uma ferramenta de controle.
As vozes a favor do decreto somente repetem, até como forma de intimidação populista, que os contrários ao decreto não defendem os interesses do povo, mas qual povo deseja ser conduzido por grupos ideológicos totalmente alinhados ao governo e seus interesses ?
Está mais do que na hora das pessoas melhor informadas começarem a opinar em assuntos de tão grave importância, pois de outro modo, estar-se-ia relevando o futuro de nossas famílias ao desconhecido, ao intruso, ao estranho.
Neste caso específico, precisamos exigir que o Congresso Nacional aja com extrema rapidez para preservar, não somente a si próprio, como também, à democracia em sua totalidade, seja extinguindo o decreto presidencial, seja adequando-o às normas legais.
Essa é minha opinião.

Inserida por Olisomar

REVERSO - O lado azul de Minas Gerais


De arrepiar todo o corpo, belicoso Cruzeiro, o mais eficiente e eficaz time do século. É com a guerra pulsando nas veias que seguem os jogadores para o estádio, o seu estádio, a sua casa, o seu campo (de batalhas). Armado até os dentes, focado em ser campeão novamente, nem mesmo o maior rival local será capaz de impedir tal empenho. É guerra! E guerras, são decididas no campo de batalha.

Dizem da fé do rival e de suas façanhas recentes, se esquecem das muitas glórias azuis, em tempos improváveis e em locais inimagináveis. Raça! Claro que temos. Basta lembrar do 6x1 (eterno), e da guerra que foi. Épico! Ganhar do River Plate com sete jogadores em campo tendo um jogador fraturado a perna, faz qualquer criança ter certeza de que fez a escolha certa. Sem falar na fama de carrasco que nos fora atribuído por adversários Sulamericanos, que puderem sentir um pouco deste veneno azul. La bestia negra, assim chamam o maior de Minas desde então!

Cruzeiro não é modinha do "Eu acredito!". É a certeza do trabalho duro, do esforço sem medida, da técnica clássica da academia de sempre e da raça que flui pelos poros e contagia toda a torcida. Ser Cruzeiro é mais que esperar pela sorte, é fazer acontecer com a dedicação de quem realmente quer que aconteça. Nós, Cruzeirenses, não entoamos bordões do tipo "Eu acredito!'. Não porque não acreditemos em sua força, e sim porque temos a certeza de que conseguiremos uma vez mais a reversão, a vitória, a glória de sermos campeões. Temos certeza de que sairemos desta batalha ainda mais fortes. Seremos campeões. E, em coro, gritaremos aos quatro ventos, fazendo reverberar em todo o Brasil tal empenho.

O sangue que escorre no suor dos guerreiros, banha a alma da torcida inteira; toda a raça em campo é erguida em mais uma noite de intensa batalha, da guerra um filho azul não foge, até o fim segue a guerrear. Em firme empreitada segue sendo o vento que incomoda o adversário, soprando sempre ligeiro e arguto. Seguem os guerreiros de sempre, na batalha de sempre, na guerra de sempre, mas nunca com as mesmas armas. Somos o reverso do outro lado, o lado brasileiro de Minas Gerais, azuis feito os campeões.

Inserida por JotaW

O que se salva?

Confiava cegamente neles. Aí aprendi o Braille.

“De tanto ver triunfar as nulidades”, exclamou Ruy Barbosa por volta de 1914, “...o homem chega a desanimar da virtude”. Naquela época, como hoje, o desânimo se justificava, dizem. Será? Para quem a tarefa de endireitar o mundo parece excessivamente aborrecida, resta o consolo de entender que o que puder ser salvo, um dia, o será. Dito de outra maneira: Se estiver confuso, confunda os demais e ganhe tempo. Sobretudo, jamais interpele os impostores. Para quê? A credulidade substitui a contestação; o fraco andará a reboque de conceitos que não entende, sempre disposto a amaldiçoar uma verdade em conflito com a crença que acabaram de lhe instilar. O ingênuo contemplará boquiaberto o espetáculo que lhe é oferecido. Existe justificativa melhor para os chamados showmícios? Nada como a estridência de um espetáculo para determinar uma opção política. Um espetáculo de ópera-bufa protagonizado por um candidato comunicador e pronto, muda o destino de um país. A tal consciência política tira férias remuneradas, para em seguida se indignar com uma escolha desastrada.

Isso só acontece na Namíbia, aquele país tão limpinho que não parece África, já que por aqui, os showmícios foram eliminados.

Exigir algo de meros títeres subordinados aos próprios instintos, é um pensamento utópico e, sobretudo, indigesto, já que a injustiça jamais se limitou a gerar um filho único. Quanto à justiça, ela é cega por definição.

Importante é deixar sempre um espaço para um recuo, que permita contemplar o todo hostil com um sorriso, mesmo com o risco de saber que a qualquer momento, poderá virar um ricto. O segredo, se é que existe, é tocar sempre com a ponta dos dedos, roçar sem o compromisso de aprofundar-se, sem provocar a alergia à verdade daqueles que dela se proclamam donos. Ressaltar o mal, que se esconde atrás de argumentos traiçoeiros, é, seguramente, uma armadilha ao nosso comodismo, a ser cuidadosamente evitada.

Visto assim, tudo passa a ser mero objeto de escárnio. Não há mais o risco de tombar empunhando a bandeira de um ideal com seu prazo de validade vencido. Aos que imaginam ser esse um caminho para a superficialidade, para a alienação, termo abusivamente presente em debates acalorados, Pascal retrucaria ser importante ter um pouco de tudo e não tudo de alguma coisa. Não é uma receita de vida nem um convite ao alheamento e sim, uma forma menos tensa de examinar o palco da existência, no qual um detalhe irrelevante pode arruinar o mais ambicioso projeto, um toque inoportuno de celular consegue dissipar a aura de um momento mágico, onde, finalmente, ídolos adquirem essa condição, enquanto iluminados pelo jogo de luzes de um diretor experiente, para se desintegrar quando baixa a cortina. O “para sempre” dura no máximo até o fenecer da estéril paixão.

Indiferente a reflexões desse jaez, a sociedade se encarrega de ignorar a imagem tétrica do relógio sem ponteiros de “Morangos silvestres”, soterrada pelo advento de inexpressivos relógios digitais. O diálogo encontrou substituto digno no discurso vazio, sem contestação possível, a arenga insossa do “vender o peixe”. Tão compacta é a fala que rege a sociedade, que não há espaço para discussão. Aforismos sem valor, e não vale a pena enumerá-los, passam a governar as mentes. Contestar? Por acaso existe a certeza – e se existe, onde é que ela fixou residência? Deve estar perdida entre a teia de Penélope e o vão esforço de Sísifo, entre o ardil e a sentença.

Levar a sério a realidade? Melhor dirigir-lhe um olhar zombeteiro. Será essa a desforra. A pretexto de estarmos vivendo intensamente determinado momento, não faz sentido afirmar ser determinado instante mais importante do que outro. Não há mais nada de excepcional, inexistem encruzilhadas históricas, a não ser para nós mesmos. Se houver alguma perspectiva inebriante, bastará um olhar irônico para demolir qualquer arcabouço ou dogma, para transformar em bagatela ao invés de sofrer por conta de males, cuja cura teima em fugir à sabedoria. O caniço pensante precisa, com urgência, aprender a dar de ombros.

Nossa jornada é apenas o atalho para descobrir, algo tardiamente, a inutilidade de ser sério. Os mais nobres sentimentos abdicam da sua solidão majestática ao chocarem-se com o trivial. Entre sermos inconsoláveis cassandras, ou torcer pelo fracasso das nulidades, manter o sorriso é uma medida de sobrevivência. Saída poética, talvez, já que sem sermos poetas, saberemos ser fingidores. Ante a falta de pudor do político, o sorriso do sábio. Isso não irá mudar algo, mas se não é a solução, proporcionará pelo menos um agradável fim de semana, sabendo que o Febeapá do saudoso Ruy Porto possui ainda várias páginas em branco.

E as nulidades? Bem, quantos têm na ponta da língua o nome de quem derrotou Ruy Barbosa, nas urnas? Eis a resposta definitiva, ainda que disfarçada de pergunta.

Inserida por celsocolunista

De Princesinhas a Monstrinhas.
Nos contos de fada , geralmente o sapo vira príncipe. Na vida real quem pode faz drenagem linfática, redução aqui , redução ali, implante...mas me pergunto: Quem já nascem belas? Que nem nossas filhas! Mesmo assim queriam ser a Branca de Neve , Cinderela, Bela adormecida, queriam vestidos longos, sapatos de cristais, coroa ,o cabelo impecável, como em Rapunzel e a delicadeza realmente dessas princesas, no entanto, o que vemos hoje? crianças querendo ser monstrinhas, agindo por influências das Monster High, bonecas da moda americana criada em Julho de 2010, as quais são inspiradas em filmes de monstros, suspense e ficção científica que as distinguem da maioria das bonecas da moda, desse modo, querem cabelos despenteados , pele verde, cortada e dentes afiados , vestidos curtos e pés tortos... E agora? Segundo o poeta português Luís de Camões: “mudam-se os tempos , mudam-se as vontades.” Concordo. Pais, essa transformação nos mostra a necessidade de acompanharmos os estilos, as tendências, a influência que a mídia impõe nos nossos filhos ditando o modismo, o avanço tecnológico, a rapidez que nossas crianças aprendem, o vocabulário estrangeiro que elas dominam e pronunciam muito bem, sem ao menos pronunciarem fluentemente a língua nativa: o português. A exemplo, poderia citar muitos e você leitor, deve estar imaginando seu baixinho falando... Conto o que vi há pouco tempo, minha sobrinha Sofia de 05 anos, manuseando o celular da mãe dela e dizendo bem entusiasmada: M-a-m-ã-e, você baixou o vídeo que eu queria! O que quero demonstrar com esse fato é a necessidade de conhecermos o mundo digital e não excluí-lo. Precisa-se de administração, limite e descobrirmos como usá-lo a nosso favor a fim da magia, que existe nos contos de fada, permaneça em nosso lar, nem que seja virtual, pois essas mudanças físicas, comportamentais, tecnológicas não permitam que sempre tenhamos um FELIZ FINAL.

Inserida por FlaviaMariaRamalho

Salmão ou Cor da pele?
Minha filha mais nova, Pietra, 03 anos, sempre que chega da escola, pega os lápis de cor e começa a perguntar, replicando a rotina da escola, que cor é essa?, que cor é essa? Certa vez, respondi: cor da pele, pegando ela um lápis salmão (gama de cores pálidas entre laranja-rosado e laranja claro, proveniente da cor da carne do salmão. A cor real do salmão varia de quase branca a vermelha profunda), depois me veio a mente um pensamento... “se o lápis de cor salmão pode ser cor da pele, o porquê marrom, preto, amarelo, também não”. Entendamos que desde cedo, já influenciamos nossos pequenos ao estereótipo* , o qual o ser humano tem que ser branco. Vem a tarefinha e não os orientamos a colorirem os personagens com cores de peles diferentes , sempre a mesma cor: salmão!. Mas, que necessidade fútil é essa de sermos iguais? Se a história, os registros, mostra-nos relatos da nossa verdadeira origem: negros, índios e brancos, somos mestiços , pois! Campanhas , leis , manifestações, Ongs tudo isso para combater ações desumanas contra negros, entretanto em casa agimos como se todos fossem iguais. Deixemos o passado no passado, não se pensa mais como no século IX em que ser negro era uma MANCHA, mesmo assim temos provas de negros que COLORIRAM nossa história, por exemplo: Machado de Assis,cronista, teatrólogo, contista, grande romancista brasileiro , cuja dificuldade da cor da pele não o impediu de chegar onde chegou: O MAIOR NOME DA LITERATURA NACIONAL.

Estereótipo- imagem preconcebida de determinada pessoa, coisa ou situação, grande motivador de preconceito e discriminação.

Inserida por FlaviaMariaRamalho

Transtorno de domingo


Aos olhos de todos - as vísceras - completamente expostas. Expostas feito quadros, feito instalações contemporâneas nas ruas da periferia. Sacadas ao meio dia na frente de todos, na porta da padaria. E o corpo, sem identidade ou cor revirado às avessas, a revelia de sua vontade. Caído de ponta a cabeça na sarjeta, após tamanha tormenta.

De repente, um grande alvoroço! As sirenes do carro de resgate interrompem o silêncio local - chegam primeiro que a polícia - essa chega instantes depois com todo seu aparato.Mas já é tarde demais!

Todos observam calados, incrédulos com o ocorrido. Ninguém fala nada, ninguém vai embora. E como se ainda esperassem acontecer algo permanecem no local, velando o corpo. O sangue encarnado que escorre do corpo já roxo, segue pela guia da calçada em linha reta, na direção do esgoto.

Já se passam das sete da noite e o corpo permanece ali, no mesmo lugar! Só que agora coberto com uma manta de papelão improvisada, feita de caixas de óleo de soja, doadas pelo dono da padaria. Ninguém parece ter pressa de tirá-lo daquele lugar. Só o dono da padaria se preocupa com o corpo, pois já é hora de baixar as portas, de fechar o comércio e acabar com todo aquele grande transtorno de domingo.

Inserida por JotaW

Então você encontra alguém e se encanta. Aquela imagem desperta o seu desejo e você fica bem por isso, desfruta o momento mais feliz do seu dia, ou talvez o único momento de felicidade. Você quer que essa sensação se repita, e acredita que tudo acontecerá da mesma forma, ou será ainda melhor. Acredita que o acaso te apresentou há pouco um ser que tem o dom de melhorar a rotina dos seres humanos porque é alguém especial.
Vocês trocam olhares, e num instante estão se beijando. Esse beijo parece ser o melhor que alguém já conseguiu te dar (e olha que não foi por falta de tentativas). Vocês trocam telefones, e você já imagina como o papo será agradável, em um dia de insônia, às três da manhã. E você espera ansiosamente por essa ligação, quando o telefone toca você quase nem consegue entender o que vem do outro lado da linha. Só sabe que é muito bom escutar aquela voz.
À medida que os dias vão passando, a pessoa ocupa um espaço cada vez maior nos seus pensamentos, e você tem certeza de que ela será tudo o que você sonhou. E continua sonhando. Você sente que, mesmo que algumas coisas não estejam indo bem, o tempo vai consertar tudo, porque aquela é a criatura feita sob medida para você. E pode dar certo. Ou não. Você tira o peso do mundo dos seus ombros e coloca nos ombros do outro.
Apaixonar-se é ser preconceituoso.

Inserida por petronio.olivieri

Como um banco vazio...

Às vezes nos sentimos como um banco vazio em um bosque, rodeado de árvores e pássaros, mas mesmo assim, nos sentimos como se estivéssemos sozinho, nossa mente parece estar em um mundo bem distante.

Momentos como esse às vezes nos deixa para baixo, fazem parecer que as coisas não tem sentido algum, fazem parecer que estamos sozinhos neste mundo imenso, que ao seguirmos um caminho, ninguém acredita em nosso potencial.

Nossa vida é cheia de altos e baixos. O que devemos fazer? Devemos desistir? Nunca. Devemos seguir em frente, cabeça erguida e acreditando em nós mesmos, devemos continuar tendo fé, pois lá na frente as coisas mudarão para melhor, e todos que não acreditaram em você, vão ver que você foi forte e conseguiu!

Inserida por princedreamer